ARTHUR VILASBOAS

 — Você não podia ter feito aquilo!!! 

 — Eu estava desesperado.

 — Entendo mas esse seu desespero quase matou minha filha! 

 Fecho meus olhos e passo a mão pelos cabelos. 

 Saio dali o mais rapido possivel. 

 Eu quase matei a Helena... 

 Essa frase pisca varias vezes em minha mente.

 Compro 1 garrafa de qualquer bebida alcoólica e tomo um gole o que parece me fazer acordar deste pesadelo.

 Helena esta bem. Eu não a matei. A culpa não foi minha.... Foi? 

 Acho que comecei a me viciar neste tipo de bebida pois minha seca mesmo depois de terminar a garrafa toda.

 Minha visão esta pesada e tudo parece girar.

 Sento em um dos bancos ali da praça e sinto meu corpo quase cair mas alguem me segura.

 — Calma ai, garotão. - a voz feminina é  irreconhecivel. - Não vai cair agora. 

 — Quem é você...? - consigo perguntar com a lingua enrolada. 

 — Eu sou a Rebeca. E quem é você? 

 — Arthur... - meus olhos se fecham e ouço seu riso. 

 — Ok, Arthur. Você é muito bonito para ficar bebado num banco de praça. Onde fica sua casa?. 

 — Eu... Eu não sei. 

 Seu riso é como de um anjo. 

 — Vem. Levanta. 

 Me puxa pelo braço.

 — Você tem celular? 

 Acho que fiz um barulho qualquer com a boca  porque ela riu de novo. 

 Sinto sua mão procurar algo em meu bolso e tirar meu celular. 

REBECA MALLEN

 Larissa tinha me deixado na praça para que eu esperasse meu irmão. Mas quando vi aquele garoto lindo quase caindo em um dos bancos eu tive que ajuda-lo.

 Com as instruções da irmão dele eu consegui traze-lo para casa. 

 — Tome um banho. 

 — Banho? - cai de cara na cama. -... Quem é você? 

 Rio com a cena e tento o levantar mas o garoto é pesado demais. 

 — Sou a Rebeca. Venha eu te levo ao banheiro. 

 Enfim consigo levar Arthur atê o chuveiro. A agua cai em seu rosto o que parece desperta-lo.

 — Quem é você? 

 Reviro os olhos e não respondo. 

 Volto para o quarto e espero quase meia hora atê que ele sai vestido com bermuda e uma camiseta qualquer. 

 — Deite-se e durma. 

 Ele o faz e eu o cubro. 

 — Fique aqui. - diz com a voz rouca. 

 — Eu sou uma completa estranha na sua casa. Tem certeza que quer isso? 

 — O que? - pergunta confuso. Rio e me sento ao seu lado. 

 — Quer me contar o que aconteceu? 

 — A minha namorada... - ele ainda esta embriagado e tenho que me esforçar para entender o que diz. - ela quase morreu. Eu não aguento mais. 

 Se senta olhando para a parede do outro lado do quarto. 

 — Não aguenta o que? 

 — Ela sempre tem problemas... E eu sempre estou do lado dela. Só que eu cansei de hospitais... 

 — É por isso que se embebedou? 

 — Eu bebi, por que... - para por um momento. - ela esta na UTI. 

 Lagrimas descem de seus olhos e logo tem um garoto lindo chorando ao meu lado. 

 — Ela esta là e quase morreu. 

 Funga e deita sua cabeça em meu colo. 

 — Eu cansei de vê-la daquele jeito. 

 — Mas ela esta bem, não é? 

 — Esta, mas.... Ela ainda esta là. E ficara por longos meses. 

 — Pense positivo. 

 Me pego acariciando seus cabelos. 

 — Eu estou tentando. Mas... É dificil. 

 Ele soluça tanto que corta suas palavras. 

 Quando consegue se controlar, olha diretamente em meus olhos. 

 — Você é tão linda... 

 Em um movimento agil junta nossas bocas. Fico surpresa com a ação mas me deixo levar pela batalha de linguas.