_e como foi? - Gabi pergunta, curiosa. 

 _foi bom. 

 Chupo meu cappucino pelo canudo. 

 _mesmo?

 _nem tanto. Foi bom mas em alguns momentos me deu vontade de dormir. 

 _pelo cansaço?

 _não, porque estava chato. Mas não posso cupa-lo. Foi a primeira vez dele. - nos sentamos em uma das mesas do refeitorio. 

 _e o corpo como é?

 _ele tem um corpo maravilhoso. Essa é uma das partes que eu mais gostei. 

 Ela ri. 

 _igual ao Guilherme. Na primeira vez teve toda aquela paixão, mas agora é só... sexo, sexo e sexo. - faz uma careta.

 _Arthur não quer transar comigo.

 _por que?

 _ele acha que toda essa situação vai deixar tudo mais melancolico. 

 _como assim?

 Dou de ombros. 

 _sei lá, ele vem com essas desculpas toda vez que eu quero transar. 

 _já pensou que ele pode ser gay?

 _sim, mas ele me ama. Não faria sentido. 

 _tentou fantasias?. Guilherme quer que eu use para "apimentar o relacionamento" — faz aspas com os dedos. 

 _será que ele vai gostar?. Acho que ele não é muito de fetiche. 

 _todo homem gosta. Eles querem se aprofundar neste mundo afim de conhecer mais coisas que os deixam exitados. 

 _Arthur tem seus desejos mas não é de falar muito. Acho que isso ia acabar com a paixão do momento. 

 _uau, as menininhas estão falando sobre sexo? - ouvimos a voz insuportavel de Nathalia. 

 _ah, você não morreu. - falo com desdem. Me viro e a encaro. 

 _acho que esse assunto é meio adulto não acham?. Que coisa feia!

 _feia é essa sua cara, bonecão do posto.

 _fiquei sabendo que foram a praia. 

 _alem de Biscate e piranha, ainda cuida da vida dos outros?. Sinceramente Nathalia, você não tem perdão. 

 Seus labios se retorcem de raiva. 

 O refeitorio ficou em um completo silencio apenas ouvindo a conversa.

 _você e aquele nerd gato reataram, não é?. 

 _sim, e o que isso tem haver com você?

 _tudo. Cheguei a conclusão de que ele é minha principal fonte de vingança.

 _vai fazer o que? Roubalo de mim? - me aproximo ficando a centimetro de seu rosto. - Arthur me ama. Nunca ficaria com você. 

 _como pode ter certeza, Helena?. Você logo vai morrer. Coitadinho do Arthur. Já posso atê ver. Um garoto sofrido e sozinho a procura de um ombro amigo. E eu vou estar ali para ajuda-lo. 

 _para que vai quere-lo se eu já vou morrer?

 _pode parecer que é só por vingança, mas seria um desperdicio se eu não experimentasse. - sorri maliciosa, passando a lingua nos dentes brancos e certamente alinhados. 

 _e eu já o tenho a um bom tempo, Nathalia. E não pretendo liberta-lo tão cedo. 

 _e quem disse que precisa liberta-lo. Já tenho o truque na manga, Queridinha.

 Me viro a ignorando. 

 _eu já atê imagino nossa noite juntos. Eu arrancando sua camisa e beijando seu pescoço. Depois nossos corpos colados, ambos suados, nos beijando. E ele me dizendo o quanto eu sou linda e melhor que a Lacerda, na cama. - me viro e lhe dou um tapa bem forte no rosto, que faz minha mão arder.

 Ela cambaleia. 

 _ai! - reclamo. 

 _não gostou, gracinha?. Pois é isso que vai acontecer daqui a alguns dias. Se prepare. 

 _fique bem longe dele!

 Arthur e meu irmão entram no refeitorio e nos encaram confusos. 

 _o que esta acontecendo?

 Meu namorado se aproxima.

 Nathalia sorri e ando a passos sedutores em sua direção. 

 _oi, gatinho. Logo, Logo será meu... - segura em seu colarinho.

 Agarro seus cabelos e a puxo para longe dele. 

 Ela grita enquanto a arrasto pelo patio. 

 _me solte!

 _PIRANHA! - Arthur me pega nos braços e eu a solto. 

 _Vagabunda! 

 _vadia! 

 Sinto minha cabeça pulsar. 

 O garoto me põe no chão.

 _seu nariz...

 _vai ter vingança, Helena! 

 Minha visão fica turva e caio no chão. Desmaio.