SELENA RIVEIRA

Meu corpo doi tanto que nao consigo nem me mexer direito. 

 Meu braço esquerdo esta coberto por uma tala de gesso, igualmente a minha perna direita. 

 Uma enfermeira entra. 

 _ah, que bom vê-la acordada. Vou chamar o medico.

 Minutos depois meu pai e o Doutor aparecem. 

 _filha! - Ricardo me abraça.  

 _como se sente Selena?

 _o que aconteceu? - pergunto com a voz ainda fraca. 

 _você sofreu um acidente.

 _Selena, você quebrou o braço e a perna. Tirando isso, esta tudo bem. 

 _Gabriel...

 _o Gabriel esta bem. 

 _o que aconteceu com ele pai?

 _Gabriel teve que amputar a perna direita mas esta bem. Estavel. 

 Lagrimas enchem meus olhos. 

 _vou deixa-los a sós. - o Doutor sai. 

 _ele esta bem, filha. 

 _não, pai. Eu que pedi para fugir. Ele não queria mas eu insisti. 

 Começo a chorar o que faz meu peito doer. 

 _seu irmão esta bem. 

 _ele não é meu irmão! - berro. - nunca fomos!. A culpa é sua. É tudo sua culpa!.  

 _minha culpa?

 _você me mandou para a casa da Tia Filomena porque não aceitaca meu relacionamento. Eu o amo e você quase matou nós dois. 

 _eu te amo, por isso fiz aquilo!

 _e eu amo o Gabrie! Não somos irmãos e eu não sou a filha que sempre quis que eu fosse. 

 _você é a filha perfeita.

 _não, sempre quis que eu me parecesse com a mamãe. Mas eu não sou a mamãe. - seu rosto fica duro. - Quando ela morreu, me colocou em aulas de balé, me obrigou a aprender a tocar Violino, me mandou para a tal da Escola de Princesas e me fez esconder quem realmente sou. Não sou a mamãe, e nunca vou ser. Você pode levar meu relacionamento como incesto mas não é!

 _eu nunca quis que fosse sua mãe...

 _não?. Quando você me via nas reuniões de gala da escola de etiqueta, você enxergava a Melanie Riveira. Não eu. 

 _não sabia que se sentia assim.

 _pois nunca perguntou. Você quase me matou por causa de seu orgulho. E quando Gabriel e eu, estivermos bem nos mudaremos daquele casa e casaremos. E nada nem ninguem vai nos proibir. 

 Fecha os olhos, sibila um pedido de desculpas e sai do quarto. 

 Nunca tive coragem de enfrentar meu pai, mas é o certo a se fazer.