A casa dos VilasBoas é simples mas aconchegante. A cabana é feita de madeira o que deixa tudo mais elegante. 

 _pessoal temos apenas quatro quartos. Um com cama-beliche e outros trés com cama de casal. 

 _nós ficamos com a beliche. - fala Bruno trocando um olhar parceiro com Luis. 

 _eu fico com meu quarto. Nem adianta. - falo Arthur já me puxando corredor adentro. 

 _tudo bem Senhor Bonitão. Vai aproveitar a cama de casal com a namorada. - as buchechas de meu namorado ficam vermelhas e eu mostro a lingua para a garota que ri. - Gabi e Guilherme podem ficar com a cama de casal. 

 Guilherme sorri e beija a buchecha de Deb. 

 _valeu!. 

 Entram no quarto. 

 Miguel é o unico que ainda não tem quarto então fica esperando que Deborah o chame para dormir com ela. 

 _vou dormir aonde?

 _no sofá. - fala entrando no quarto e trancando a porta, nos deixando sozinhos na sala. 

 Arthur e eu trocamos olhares cumplices. 

 _vou te esperar no quarto. -  beija minha mão e entra na ultima porta do corredor. 

 Me aproximo de Miguel. 

 _oi. 

 Apenas sorri sem os dentes. 

 _podemos conversar? - assente.

 Me segue atê o lado de fora onde sentamos na pequena escadinha olhando o mar a metros de nós.

 _Miguel... - começo mas ele me interrompe. 

 _sei que vacilei com você. E já passou da hora de pedir desculpas por ter tido um caso com a Ariana e... - agora é minha vez de o cortar. 

 _não precisa me dizer o motivo. Sei do que se trata. Me lembro muito bem. - olha para a areia em seus sapatos. - é só que... não sei ao certo, mas, acho que tinhamos que ter esta conversa. 

 _devemos isso a nós mesmos. - concordo com a cabeça. 

 _eu me senti muito mal aquele dia... 

 _mas logo depois beijou o Arthur. 

 _eu precisava Miguel. Descobrir que seu namorado te trai é um porre. - ele ri. 

 _perdão, nunca senti isso. - sorrio e o empurro de leve. 

 Rimos juntos. 

 _quer saber por que Deborah terminou comigo? - apenas espero a resposta. 

 Seu rosto fica serio. 

 _por sua causa. 

 _como assim?

 _eu não paro de pensar em você. 

 Desvio nossos olhos. 

 Espera! Miguel ainda gosta de mim? Quer dizer, ele alguma vez gostou de mim?

 —vindo de você parece meio gay. - tento quebrar o gelo. 

 _é, parece. Por isso Deborah percebeu. Quando transavamos... ela sabia que eu não pensava nela. Eu lembrava de nós, Hele. - o olho ao ouvir o apelido. Ele era o unico a me chamar assim. 

 _pensava? - assente sem me olhar. 

 _eu gostava de você. Não como você gostava de mim, mas gostava. 

 _você apenas sentia atração sexual, Miguel. 

 _não. Quer dizer, mais ou menos. Eu gostava quando ficavamos juntos. 

 Ficamos um tempo calados. 

 _sabe, nós vivemos um clichê. - falo derrepente. 

 _o que?

 _um clichê. A garota mimada e patricinha namora o jogador de futebol americano. Só que ela se vê apaixonada pelo Nerd.

 _essa é a nossa historia... 

 Sorrio. 

 _talvez eu morra no final só para render algumas lagrimas dos leitores. 

 _não diga isso. - dou de ombros.

 _você nem se importa. 

 _eu me importo sim, Hele. 

 Nos olhamos e lagrimas brotam nos meus. 

 _eu percebi que fui horrivel durante minha vida inteira. Sempre dei uma de popular, piranha e desdenhosa. As pessoas me odiavam porque eu simplesmente não sabia lidar com a falta de atenção. Eu era rica tinha tudo mas.... não tinha o amor que eu merecia. 

 _por que você esta chorando?

 _eu não sei! - passo a mão pelo rosto, limpando algumas lagrimas que insistem em cair em minha boca. - eu sempre fico emotiva por coisas idiotas. Eu amo o Arthur, Miguel. Ele tambem vacilou comigo mas provou que merece meu amor. 

 _parabens para ele! - diz sem emoção alguma. 

 _você teve essa opurtunidade. 

 _tive e joguei tudo fora. 

 _mas tem a chance com a Deborah. 

 _não mais. 

 _ela te ama. Sempre amou. 

 _mas eu não consigo Helena. Com você por perto não.

 _eu amo o Arthur, e ele me ama. Quero viver o resto dos meus dias ao lado dele e ao final eu não me arrependerei. 

 _esta dizendo que não tem volta?

 _aprenda a amar a Deborah. 

 Abaixa a cabeça. 

 Puxo seu rosto e junto nossos labios em uma ação inesperada.

 Seu corpo relaxa enquanto minha lingua adentra sua boca e finalmente ele começa a corresponder o beijo. A nostalgia envolve meu corpo e nos soltamos arfando. 

 A saudade pulsa em meu peito mas quando lembro de quem me espera no quarto isso passa. 

 Colamos nossa testa. 

 _sentiu alguma coisa?

 _não. 

 _então faça o teste com a Deb. Prometa para mim que serei a madrinha de seu casamento.

 Ele ri e abre os olhos. 

 _prometo. - me dá um ultimo selinho e entro na casa de volta. 

 _Arthur? - pergunto ao não vê-lo na cama. O quarto é pequeno, com apenas uma cama de casal, um criado-mudo, um armario e uma estante com livros. 

 _estou aqui, amor. - sigo sua voz atê uma porta ali e entro. 

 Ele esta escovando os dentes e já veste apenas a bermuda de praia. 

 _como foi? - pergunta com a boca coberta de pasta de dente. 

 Não posso contar... Fala uma voz chata na minha mente. Mas tem que contar diz outra. 

 _foi bem.

 Lava o rosto e sai do banheiro andando pelo quarto atê achar sua mala. 

 _ele vai voltar com minha irmã?

 _vai. - digo apenas. Sorri e me olha mas não aguento seu olhar por muito tempo. 

 _aconteceu alguma coisa?

 Não respondo apenas me deito na cama, virando de costas para ele. 

 _Helena.

 TEM QUE CONTAR!!!!

 _nos beijamos. 

 O quarto fica um silencio total.

 _Arthur. Diga alguma coisa. - peço ainda de costas. 

 Continua em silencio.

 Me viro e olho para o garoto que encara o chão sem se mexer. 

 _amor...

 _você me traiu?

 _não claro que não! - me sento ao seu lado. 

 _isso não foi uma traição? Helena você beijou outro cara. 

 _amor eu beijei apenas para... - bufo. - apenas beijei. Não tem porque mentir. 

 Volto a olha-lo. 

 _ele me contou o motivo do termino, Arthur. E eu deixei claro que eu te amo. 

 Me olha. 

 _eu te contei porque não iria suportar guardar isso, mentir para você. Eu te amo. - continuo.

 _mas beijou seu ex. 

 _beijei. Ele esta agora tentando convencer sua irmã que pode aprende-la a ama-la. E estou aqui pedindo seu sincero perdão. 

 Ele acariscia minha mão. 

 _acredite em mim, por favor. 

 Balança a cabeça. 

 _eu acredito.

 O abraço mais forte que consigo.

 _eu te amo. Nunca duvide disso.