HELENA LACERDA

Depois do acontecido de ontem, a Cobra nem chegou perto de Gabi.
—esta escola me cansa. - falo e Gabi se levanta.
—vou pegar cafê para você.
Sai andando em direção a lanchonete da escola.
Guilherme me olha, mas viro o rosto.
—Helena, pare com isso.
—não. Eu não quero conversar com você.
—Lena foi só coisa de momento... não era verdade.
O encaro.
—Guilherme nada do que as pessoas falam, são inventadas. Tenho certeza que tudo que me falou, é o que acha de mim.
—não, Lena. Eu estava irritado.
—bebado. - o corrijo.
—somos irmãos, Helena.
—e meu plano é te ignorar pelo resto da vida.
—concordo. - fala Gabriel sentando ao meu lado direito.
—agora meus irmãos estão me odiando, é isso?
—fale com Leticia. Talvez ela entenda seu lado e te chame para tomar um chá da tarde em sua casinha de brinquedo.
Fecho meus olhos e encosto na mesa.
—na verdade ela esta brava comigo por eu ter arrancado a cabeça de sua boneca repolhinho. Jurou minha morte em frente a 8 ursinhos de pelucias testemunhas.
Isto nos faz rir.
—é Guilherme, ninguem gosta de você. - afirma Gabriel.
Abro meus olhos e vejo um Deus Grego entrando no patio.
—Gabi gosta de mim.
—só ela. Na verdade ela te suporta por que é bonito. - fala Gabriel.
—você esta elogiando a si mesmo?
—é, somos gemêos. E lindos, cara.
Tapo suas bocas e me levanto.
—hey, Helena! - chama eles.
—calem a boca.
Ando em direção ao garoto e me ponho em sua frente.
—ah, oi... - sorrio abertamente e ele tira os oculos escuros me olhando.
—oi...
—qual é o seu nome?
—Luis. - me hipnotizo por seus labios.
—eu sou Helena. É aluno novo?
—sou. É hora do intervalo, não?
—é, sim. Vem.
O puxo pelo braço atê minha mesa.
—garotos esse é Luis.
—fala ai, cara. - cumprimenta eles.
Puxo Guilherme de seu lugar e faço o garoto sentar ali.
Me sento ao seu lado.
—então, de onde vem?
—da cidade vizinha.
—uau... você é lindo.
—obrigado. Você tambem é uma gata. - sorrio. Gabi chega com meu cafê.
Agarro o pescoço de Luis e o beijo. Ele beija muito bem. Ficou meio surpreso com a ação mas se deixou levar.
Bagunço seus cabelos lisos e morenos, que são lindo por sinal.
Ouço os murmurios ao redor.
Afasto nossas bocas e arfamos.
—seja bem vindo. - falo o fazendo rir.
—ok, isso foi estranho. - fala Gabi, segurando meu copo.
—vadia! - grita alguem do outro lado do patio. Reconheço a voz, como da Abigail.
Não respondo.
—eu vou sentar em outra mesa. - fala ele.
—não. Fique aqui.
Gabi me puxa para fora dali.
—o que acha que esta fazendo?
—eu precisava marcar meu territorio.
—você mal conhece o garoto.
—mas nesses ultimos minutos, conheci mais do que deveria. - retoco meu batom, olhando para meu reflexo na tela do celular.
—Helena ele é novo. Já chega de ficar se pegando com pessoas desconhecidas.
—Gabi você não sabe como é ficar na seca. Desde que Arthur foi embora eu não pego ninguem. Na verdade, desde o dia em que ele me chutou.
—você já pensou se você tivesse levado numa boa aquele dia?
—como?
—você disse que ele não tinha certeza sobre os sentimentos, certo?
Concordo com a cabeça.
—se você tivesse dado uma chance, talvez nada do que aconteceu teria acontecido.
—oh, meu Deus. - falo sem esboçar nenhuma emoção na voz. - você é uma genia.
—não use ironia comigo.
—eu já me culpo diariamente por essa merda que fiz.
—ok, mas agora você tem que dar descarga.
Abaixo o celular e a olho.
—que nojo!
—entendeu o que eu quis dizer, não?
—eu sempre dou descarga. Isto é higiene.
—não isso. Agora você tem que concertar o que fez.
—nada disso. Eu nunca mais vou ver Arthur na minha vida, e isto já esta começando a me deixar feliz.
—não vejo nenhuma felicidade.
—ela esta bem, bem, bem, bem no fundo do meu coração. Ta bem lá dentro, mas sei que esta ali. - Gabi ri.
—você não tem jeito mesmo.
—eu quero aproveitar meu resto de vida. Arthur é passado.
—amém! - falo em unissono e começamos a rir.