DEBORAH VILASBOAS.

Assistimos a um filme, agarrados no sofá de sua sala de estar.
—Miguel? - chamo.
—o que foi?
—sente falta da Helena?
Levanta a cabeça e me encara.
—por que?
—só responde.
—sinceridade?
—sim.
—um pouco.
—se eu não tivesse virado popular... você não estaria aqui... comigo, não é?
—Deborah... - começa, mas me sento.
—Miguel seja completamente sincero comigo. - apenas me olha. - você não gosta de mim, né? Só esta comigo para continuar como popular.
Não responde.
—eu sinto isso. Você só quer a fama só isso. Você gostava mesmo da Helena. Para sexo.
—nada disso.
—olha para mim, Miguel. - peço calma e ele me olha. - há alguma possibilidade de um dia você gostar de mim? De verdade.
—Deb é claro que sim. Eu já gosto.
Me beija e eu me deixo levar pela suas mãos bobas.

No fim do dia já estamos na cama, cobertos pelo lençol, rindo de alguma coisa que nem lembro mais.
—adoro ficar assim com você. - beija meu ombro.
—sempre sonhei em estar assim. Com você, claro.
—como assim?
—Helena era e ainda é uma sortuda.
—Deb não fale assim.
—falo, Miguel. Você ainda não a esqueceu. E nunca vai esquecer.
—eu já a esqueci...
—não. Percebo como a olha. Se arrepende por ter transado com Ariana e a ter perdido.
—me arrependo mas ela ficou com o Arthur. Vê como ela esta apaixonada por seu irmão. Era isso que ela queria.
—mas você não pula para outra. Enquanto esta comigo, na mente esta com ela. Não duvido nada que quando estamos na cama você relembra tudo o que faziam. E tenta me transformar em Helena.
Uma lagrima cai de meu olho.
—eu não quero ser uma Helena. - me levanto e visto minha roupa. Estou a ponto de chorar.
—Deb... - acariscia meus ombros.
—para, Miguel. Hoje vou dormir em casa.
—amanhã você vem para cá?
—amanhã tambem dormirei em casa. - visto minhas botas. - e depois de amanhã, e depois e depois e depois.
Me levanto e pego minhas coisas.
—esta terminando comigo?
—por enquanto.
—mas Deb...
—eu preciso pensar, Miguel. Depois conversamos. Eu só.... preciso de um tempo.
Saio com o choro preso na garganta.