Digito seu numero e ligo. Vou ter pagar mais, pois a ligação é internacional.
Sua voz rouca ecooa pelo meu ouvido.
—Alô?
—Arthur?
—quem é?
Sua voz esta sonolenta, como se eu o tivesse acordado.
—onde você esta seu Nerd Trouxa?- grito.
—Helena? - sua voz muda.
—sou eu. Cadê você? Deborah me disse que foi embora.
—eu vim para o Canadá.
—por que, Arthur?
—Helena você mesma disse que não queria mais me ver. Disse que não me amava. O que eu faria ai, então?
—Arthur, esta louco? Você saiu do país! O que tem na cabeça?
—por que se importa, Helena? Você disse que não quer mais nada comigo. Acha que eu ficaria ai, para ser humilhado pelo amor que sinto por você? Já não basta todos aqueles anos, em que era popular e me chingava só por eu não ser do mesmo grupo social. - ele parece irritado.
Eu queria falar que o amava e que o queria de volta, mas as palavras ficaram presas na garganta.
—Arthur... - tento mas ele me interrompe.
—Helena eu vim embora. Pode viver sua vida como sempre viveu.
—eu só.... - respiro fundo. - queria qagradecer por salvar minha vida.
Ouço seu suspiro.
—foi a melhor coisa que fiz. Não ache que te odeio Helena. Ao contrario. Eu poderia não dizer, mas prefiro: eu sou apaixonado por você. Eu te amo, Helena. - estas palavras fazem meus lacrimejar. - descobri isso a pouco tempo e ainda tenho medo desse sentimento. Mas não será por isso que irei voltar. Você não me quer por perto e vou respeitar. Por favor, Helena.... não me ligue.
Desliga.
Olho para o corredor vazio, e coloco a mão na cabeça.
Seguro as lagrimas. Não pode chorar por um moleque Trouxa.
Entro na sala.
—Helena Lacerda... - fala o professor. - bem vinda de volta.
Miguel sorri para mim.
Percebo que Nathalia esta sentada na mesa do popular, uma mesa que foi minha por anos. Deborah esta encostada na ultima mesa da sala com seus fones de ouvidos, e os olhos fechados.
—sai. - ordeno.
Ela me olha de canto.
—não.
Olho para Deborah. Apesar de nós nunca termos nos dado bem, fiquei furiosa em ver o que aquela garota estava fazendo. Nathalia... nome bonito, para uma pessoa daquela.
—saia agora!
—você não é mais popular.
—nem você. Saia.
—me obrigue.
—ok. - seguro em seu braço e a puxo com força, a fazendo sair da cadeira.
—louca! - grita.
Puxo uma Deborah confusa, a fazendo sentar-se na cadeira recentemente vazia.
—vai me pagar por isso! - sai da sala.
—vai querer sentar aqui, não vai? - pergunta Deborah.
—não. Pode ficar. Este lugar é seu.
Me sento na ultima carteira.
Estou sendo uma pessoa muito legal. Eu sei. Sou um anjo...