Alyssa dormiu nos primeiros cinco minutos do filme que o vampiro havia escolhido. Ele não prestava atenção nem da garota, nem na televisão. Apenas estava distante, dormindo com os olhos abertos, sem pensar em nada de importante. Alexander voltou para o planeta Terra e para o quarto de sua noiva quando a mesma, depois de algum tempo, começou a se debater de forma estranha no sofá. O moreno franziu o cenho sem saber se deveria acorda-la, afinal, poderia ser um pesadelo, ou então ela só estivesse em uma posição desconfortável.

Na cabeça de Alyssa, o sonho, se é que podia ser chamado assim era estranho para a garota, e cheio de duvidas. Ela não conseguia desvendar direito o que estava acontecendo no mesmo. Ao olhar para o seu corpo podia se ver vestida de noiva em uma cerimonia onde só haviam ela e Alexander. Em questão de segundos, o moreno, que antes sorria para ele, estava queimando no fogo, onde dois outros vampiros que agora sorriam diabolicamente para a loira, o tacaram.

Ela não abafou o grito, nem se quer tentou isso. O vampiro se assustou com o ato da noiva e estava com os olhos presos na mesma, segurando fortemente os seus punhos para que parasse de se debater e finalmente abrisse os olhos. Ela o fez, sentando em seguida. Aly teve de engolir seco, e encolher as pernas abraçando o próprio corpo.

— Ei, o que foi? – perguntou o vampiro aproximando-se da garota que ainda tentava estabilizar a respiração – Era um pesadelo?

Aos poucos, Alyssa voltou a sua posição normal, ainda muito assustada e sem ter noção nenhuma de como falar isso ao noivo. Ela apensas assentiu, desviando o olhar. Seus pés tocaram o tapete peludo e em seguida o chão enquanto se dirigiu para a própria cama.

— Quer me contar o que aconteceu? – perguntou, sentando nos pés da cama dela. A loira franziu o cenho.

— Por que está sendo legal comigo? – esbravejou.

Alexander rolou os olhos, sorrindo de lado.

— Não me faça ser ignorante, docinho – disse – Eu te fiz uma pergunta.

— E eu respondi com outra.

— Alyssa, não me irrite, tudo bem? – grunhiu – Estou fazendo o possível para conviver em paz com você, será que pode fazer o mesmo? Nos casaremos em breve e temos que ao menos saber fingir isso muito bem. Não será possível enquanto não conseguirmos conviver no mesmo cômodo por mais de cinco minutos.

Ela sentiu um peso na consciência ao ver que o vampiro realmente estava certo em suas palavras, mas não queria dar o braço a torcer. Ela sempre fora muito orgulhosa. O mesmo levantou-se da cama bruscamente indo em direção a porta.

— Onde você vai? – perguntou para o moreno.

— Chamar Demetri – falou – Eu não sei como ele aguenta você.

— Não! – disse instantaneamente fazendo ele parar – Fica, Alexander. Acho que tem razão nas coisas que disse.

Ele voltou para a cama da garota, sentando-se exatamente onde estava.

— Quer me contar com o que sonhou?

— Nosso casamento – ela disse, sentindo as bochechas corarem – ... mas, diferente de como imaginamos, você acabou anoite queimado em uma fogueira.

Alec não sabia o que dizer, queria muito fazer alguma piadinha para irritar a noiva, mas ambos estavam se controlando para não chatearem um ao outro, então ele achou melhor que não fizessem.

— Está melhor? – perguntou, mudando de assunto.

Ela assentiu lentamente, sem saber se era verdade.