Jane e Alyssa nunca foram amigas, nem se quer trocaram mais de duas palavras sem que elas estivessem contidas de ódio. Mas, naquele dia, por algum motivo desconhecido pela humana, sua futura cunhada que o treinaria. Desde que a garota se entende por gente treina ao menos três vezes na semana a mando de seus pais adotivos, mas não podia culpa-los. Viviam em um mundo repleto de coisas sobrenaturais, e por mais que estivesse sempre cercada de pessoas que morreriam para que ela continuasse viva, era bom estar prevenida para qualquer imprevisto.  A vampira sorria vendo a garota socar um dos saco-de-pancadas presente na sala de treinamentos, não por orgulho, mas sim por ver o tamanho do ódio que a loira sentia ao ouvir qualquer palavra sair dos lábios de Jane. Já Alyssa, mesmo exausta, podia imaginar que ao invés do saco, sua futura cunhada estivesse no lugar.

A vampira percebeu quando Demetri entrou na sala, analisando sua amiga das chutes no objeto pendurado, mas não ousou dizer nada. Pelo menos não pra ele.

— Vamos, princesa – disse intrigando mais ainda a raiva da filha adotiva de seu mestre, mas um dos pontos por Jane odiá-la com todas as suas forças – É o máximo que pode fazer?

Demetri rolou os olhos, aproximando-se ainda mais da vampira, mas não se manteve calado.

— Menos, Jane – o vampiro falou – Alyssa ainda é humana.

— Ora, temos visitas – ela se desencostou da parede, ficando de frente para o cara que antigamente fazia de tudo pela mesma. Alyssa parou no mesmo instante, tirando as luvas suadas de suas mãos – Veio visitar sua protegida, Demetri?

— Vim busca-la – a humana sentiu-se com uma enorme vontade de agradecer ao amigo – Suplicia precisa vê-la, com emergência.

— Ainda não acabamos por aqui – grunhiu a vampira.

— Pouco me importa, Suplicia quer vê-la, agora.

O vampiro andou na direção da garota, que pensava o que deveria ser tão importante para ser tratado com urgência. O andar de Demetri foi interrompido quando Jane virou-se na direção deles, usando seu dom no rapaz que rapidamente começou a se contorcer no chão. Alyssa correu na direção do amigo, mas não podia fazer nada para tirar a dor dele, então apenas gritava, mandando que Jane parasse. A garota nunca havia sentido o dom da vampira em sua pele, porque se isso tivesse acontecido, Suplicia a mataria com as próprias mãos.

— O que está acontecendo aqui, Jane? – Alec Volturi apareceu na sala no mesmo momento, parando ao lado da irmã, observando sua noiva gritar com a vampira.

— Ele pensa que pode tira-la da hora de treinamento, Irmão.

Alexander emitiu a vontade de rolar os olhos pela infantilidade da irmã.

— Suplicia quer vê-la – o vampiro disse – Não é algo que pode ser ignorado, Jane, pare agora.

Demetri voltou ao normal, começando a se levantar do chão, juntamente com a humana que ainda olhava-o.

— O que minha mãe quer? – ela perguntou, mas não foi o amigo quem respondeu.

— É sobre o casamento, Alyssa – Alexander disse – Acho melhor que vá.

A garota sentiu um frio percorrer por toda a sua espinha. Sabia que uma hora os preparativos do casamento teriam que começar, mas não imaginava que isso fosse tão cedo.