A loira tateou a cama com suas mãos, ainda de olhos fechados, desejando encontrar Alexander ali. Mas a única coisa possível de ser tocada foi o lençol entre os cobertores. Ela gemeu de frustração, não podia acreditar que nada daquilo havia acontecido, era um sonho? Ela estava tão alucinada com seu casamento que agora sonhava com o noivo? No canto do quarto, Jane Volturi olhava-a, as manchas roxas estavam expostas em diversos lugares no corpo da pele exposta de Alyssa. A vampira se recusou ao pensar do que teria acontecido com a humana e seu irmão.

— Acorda bela adormecida – cantarolou Jane, que por incrível que pareça, também estava de bom humor.

Alyssa pulou da cama assustada ao ver a gêmea. Só poderia ser um pesadelo, sonhava com Alec e acordava com Jane em seu quarto. Ela franziu o cenho e a vampira arqueou a sobrancelhas.

— Jane? – sussurrou – O que faz aqui?

— Vista uma roupa comprida – engoliu seco vendo os machucados no corpo da futura cunhada – Vou treina-la.

As manchas em seu corpo era o significado de que aquilo era real. Alexander e Alyssa realmente tiveram uma noite com bons momentos, enquanto ela dormia, ele acariciava seus cabelos, pensando em diversas formas de como fazer para livra-la de um colégio interno do outro lado do país, mas quando o dia amanheceu, ele teve de sair, mesmo que tivesse prometido que quando a garota acordasse estaria ali.

— Alec – ela engoliu seco – Onde ele esta?

— Teve de sair para resolver um chamado de seu pai – disse andando até a porta – Demetri também teve de ir.

— Algo importante? – perguntou.

— Creio que não – respondeu com desdém – Só algum vampiro chamando atenção demais por ai.

Então sem que mais nada fosse dito, ambas saíram de seus respectivos lugares. Jane esperando ao lado de fora do quarto, enquanto Aly procurava algo mais confortável e comprido para vestir, não queria que os hematomas fossem vistos por ninguém, principalmente por Alec. Desejou que o vampiro, juntamente de seu melhor amigo não demorassem a voltar, porque no mínimo até o fim do dia, se ela e Jane continuassem sozinhas, ambas se matariam.

***

— Eu já disse que não consigo – Alyssa grunhiu irritada.

Jane revirou os olhos com o braço cruzado na altura do peito. Por que Alec havia se interessado por aquela garota? Ela queria usar seu divino poder na humana, mas não estava afim de enfrentar a irá de ninguém.

— Tente mais uma vez – ordenou.

— Bruxinha, para de estressar a menina – Felix ria, encostado em uma das paredes da sala de treinamento. Ele havia sido um dos membros da guarda principal que não foi convocado para nenhuma missão, então no momento, estava completamente entediado – Vocês estão treinando sem parar a quase duas horas. E ela ainda é humana.

— Que mania chata! – Jane grunhiu – Parem de proteger tanto ela. Quando for atacada e não souber se defender, não me culpem, estou tentando ao máximo melhorar o lado fraco dela. Eu odeio coisas fracas!

Alyssa engoliu seco, mirando no ponto alto do saco de pancadas, onde Jane havia pedido para que ela chutasse repetidas vezes. Ela tentou a primeira vez, sentindo dor em alguns pontos do seu corpo, onde ainda estavam roxos devido aos toques de Alexander.

— Jane tem razão – disse ao tentar mais uma vez – Detesto coisas fracas.

O sorriso no rosto da vampira cresceu, vendo a persistência da garota. Felix bufou, saindo do salão de treinamentos.

***

Alec e Demetri estavam no salão principal, contando aos mestres do problema que havia sido solucionado com sucesso. Ambos não viam a hora de sair dali, e encontrar Jane e Alyssa que ainda continuavam na sala de treinamento. Felix deu entrada na mesma onde os vampiros se encontravam, atraindo a atenção de todos.

— Estão dispensados – o mestre decretou, mas todos continuaram ali – Felix, como está minha filha?

— Treinando incansavelmente a quatro horas – disse com rispidez – Mestre, não me leve a mal, mas não acho uma boa ideia Jane treina-la. As duas juntas, não dão certo.

— Cuidarei disso – ele disse – Obrigado por me alertar.

— Alyssa não comeu nada desde que acordou – comunicou – Não seria melhor procurar um medico para verificar a relação dela com comida humana?

— Eu cuidarei disso, Felix – retomou a dizer – Cuidarei de tudo.

O grandão tornou a fazer uma breve reverencia e os três seguiram para a sala de treinamento. Alyssa vestia um moletom e calça comprida, como Jane havia orientado, e depois de horas incansáveis de treino, desejou de livrar daquelas peças de roupas e tomar um bom banho.

— Alyssa – a voz grave de Alexander preencheu o cômodo atraindo atenção para si mesma – Já pode ir para o seu quarto.

Ela franziu o cenho sem entender o porque de ele estar agindo assim.

— Tudo bem? – perguntou, tirando as luvas de suas mãos.

— Preciso conversar com Jane – disse – Estarei lá em alguns minutos.

Ela assentiu, saindo do castelo rumo a torre, sendo escoltada por Felix.

— Olá, irmão – ela sorriu.

— Eu pedi pra cuidar dela e não mata-la!

A vampira rolou os olhos, se sentindo irritada mais uma vez naquele simples dia.

— E eu fiz! – grunhiu – Alec, se ela for mandada para qualquer outro lugar longe do castelo vai estar desprotegida, precisa no mínimo aprender a se defender! E se estiver aqui dentro também, enquanto for humana ela corre riscos dentro desse castelo, isso vale inclusive pra você!

— Não diga besteiras – rosnou – Eu sei me controlar.

— Ah, você tem certeza disso? – perguntou com ironia. Mas engoliu seco, não queria deixar seu irmão se sentindo culpado – Olha, você pode não entender, mas eu sei o que estou fazendo e ela sabe que precisa disso.

— Só não faça mais isso! – ele disse, antes de sumir da sala.

— Não vou prometer.