Home escrita por Thay Paixão


Capítulo 8
capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora :/
Boa leitura ♥



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CAPÍTULO 5

Acordei ridiculamente cedo naquele sábado. Não eram nem sete da manhã e eu já não suportava a ideia de continuar deitada. Olhei Ângela na cama ao lado; dormia toda largada, como quando tinha dez anos. Não pude deixar de sorrir; a garota não havia mudado tanto.

— Bom dia, mãe. – Saudei Renée com um caloroso beijo na bochecha ao encontra-la na cozinha preparando uma xícara de café.

— De pé tão cedo?

— Eu poderia fazer a mesma pergunta.

— Estou tão feliz por você estar em casa! Ocorreu tudo bem no jantar ontem, certo?- ela respondeu ignorando minha pergunta.

— Hum... foi bom rever todos. – Falei com a boca cheia de pão. 

—Charlie comentou que você foi muito gentil com ele.

— O que posso fazer? Não posso mudar o passado. Vou aproveitar o que tenho agora.

— Faz bem.

Renée lia a bula de um remédio na bancada, e tinha outras nove embalagens na sua frente. O tamanho dos cumpridos me sobressaltou um pouco.

— Mãe... Quem é o seu médico?

—Dr. Aro Volturi. Um homem muito bom.

— Ele atende no Hospital Cullen, certo?

— Sim, por quê?

— Só me perguntando se o conheço.

Ela sorriu para mim de forma dura.

— Não precisa consultar meu medico sobre minha doença, Bella. Ele fez todo o possível, mas agora depende apenas de mim. Se eu entrar num novo tratamento... Ficarei muito debilidade e morrerei antes do tempo. Quero aproveitar o máximo de tempo que ainda tenho.

— Não quero te perder. – sussurrei encarando minha xícara de café.

— Oh meu bebê! – e ela estava chorando. Me abraçou forte. Escondi o rosto na sua barriga.

— Sabe o que acho? Que estamos dando muito valor às coisas certas agora. Estou orgulhosa de nós. E pretendo ficar com você por muito tempo ainda.

O som de batidas na porta nos atingiu.

— Deve ser a Esme. Quando ela diz ‘’chegarei cedo’’, ela quer dizer ‘ madrugarei!’’

Ótimo. Esme Cullen, minha ex-sogra, e atual sogra da minha irmã estava na casa. O dia seria lindo, pensei com ironia.

— Renée você está ótima essa manhã! – ouvi sua voz vindo pelo corredor.

— E como poderia não estar? Ei, Alice! Você esta radiante!

ALICE?!

— Como vai Renée? Minha cunhada já acordou?

— Ainda não... Sabe, ela dobrou dois plantões.

—Edward comentou.

— Vou acordá-la! Por que não comem algo na cozinha? Bella está lá!

Muito obrigado mãe!

— Isabella! – Esme me cumprimentou com um lindo sorriso. Apesar da hora, estava muito bem vestida e maquiada. Senti-me mal por ainda não ter tomado banho. Abracei-a sem jeito.

— Como vai, Esme?

— Vou muito bem! Você esta linda! Não é verdade Alice?

Alice Cullen, muito bem vestida e maquiada, sorrira para mim de forma contida. Nunca fomos amigas.

— Verdade Bella. Esta muito bem.

— Obrigado, você também.

— Imagine Bella que coisa maravilhosa! Alice se casará em breve e logo depois Edward e sua irmã! Eu estou radiante!

—Mãe, meu casamento será depois que o de Edward.

— Não sei por que não se casam juntos.

— Mamãe parece não entender Bella! Noivas gostam da atenção toda para elas!

— Isso é verdade Esme.

—Bobagem! Vou ver se sua irmã já acordou.

Dizendo isso Esme me deixou num silencio desconfortável com Alice.

— Fiquei muito surpresa quando Edward falou que você estava vindo.

— Minha mãe esta doente e minha irmã casando; assuntos de família. Café? – ofereci.

—Não, obrigado. Jasper, meu noivo, me fez cortar. Fico muito agitada com o café.

Mergulhamos em outro silêncio.

—Bella... Sinto que você pensa que não gosto de você.

— Porque acharia isso, Alice? Te conheço desde que nasci.

— Eu nunca te tratei muito bem... Mas agora que somos adultas, sinto-me na necessidade de me explicar.

—Explique-se.

— Eu sou oito anos mais velha que você. E nunca tive muita paciência com crianças... Entende?

— Não.

Ela riu.

— Não é antagonismo. Era apenas uma fase. E depois eu fui para a França... Nunca tivemos a oportunidade de nos conhecermos. E quando você deixou meu irmão logo depois da morte do meu pai...

— Você me odiou.

—Sim. Mas melhor do que ninguém eu entendi seus motivos. Eu me mudei para a França quando tinha dezoito anos, atrás do meu sonho de me tornar uma grande chefe de cozinha. E eu achava que meu irmão... Era dependente demais de você. Fiquei feliz quando ele assumiu as rédeas sem você por perto. Só quero que saiba... Não te julgo por nada e não te odeio.

Ela sorriu para mim.

— Obrigado por isso, Alice.

—E seremos todos da família agora, certos?

Dei um sorriso duro.

— Ah, Esme! Vocês não poderiam deixar isso para mais tarde?

—Temos muito que fazer Ângela!

— Isso não poderia ser depois do meio dia? – Ângela resmungou sentando a mesa ainda de pijama. Pegou o pedaço de pão que eu já havia mordido.

— Ei! Esse pão é meu! – reclamei

— Vamos compartilhar ok? Pode pegar meu leite.

— Afff Ângela. – fiquei emburrada de imediatamente. Até meu pão ela queria!

— Coma algumas torradas, Bella. – mamãe me passou o sexto de pão.

— Que cheiro é esse? –Ângela perguntou

— É chá querida. Quer um pouco?

Mamãe estendeu a xícara de chá fumegante para ela. Imediatamente ela fez cara de nojo e saiu correndo.

—Ângela?! Gritei e fui atrás dela. Ela se jogou no chão do banheiro abraçando o vaso e vomitando.

Afaguei as costas dela.

—Não gosta mesmo de chá?

— Não a essa hora da manhã. Vou tomar banho. Mantenha Esme e Alice entretidas.

— Vou tentar.

No fim das contas não foi difícil. Esme e Renée ficaram falando da decoração do casamento e Alice se lançou num monologo sobre seu restaurante e noivo. Ele era advogado e estava abrindo uma firma em Seattle. Ao que parece, todos queriam estar mais próximos da família.

Logo elas partiram para seu dia de ‘’coisas de casamento’’. Quando as mulheres Cullen tinham saído na frente, puxei Ângela para um canto na porta de casa.

— Converse com Edward. Vou vê-lo hoje.

— Não entendo... Você quer contar? – Ela me olhou desafiadora. Era estranha, essa nova expressão dela. Recuei.

— Ele merece saber de você. É noiva dele.

—Poderíamos viver uma vida feliz sem nunca tocar nesse assunto. – ela resmungou.

— Você entende que o que fez foi errado, certo?

— Sim. Mais quer saber? Não me arrependo. – disse e seguiu para o carro de Esme.

Passei a manhã com Renée. Conversamos sobre diversas coisas. Ela me contou sobre seus trabalho voluntario no Hospital ( todos trabalhavam lá agora?), pintar com as crianças a fazia feliz. Nós almoçamos sobre um clima leve. Depois do almoço ela iria para a igreja. Algo que me surpreendeu; ela nunca havia sido religiosa.

—Sabe filha... Nos últimos anos tenho visto diversos exemplos da existência de Deus. Preciso agradecer por tudo que tive e claro, ajudar o próximo.

Assim, um pouco antes das duas da tarde eu caminhei para o campinho da cidade. Não ficava tão longe, mas seria uma caminha, por isso coloquei meus tênis de corrida.

Edward já estava lá com as crianças. Meninos de no máximo oito anos corriam pelo campo seguindo ele. Era fofo de ver; corriam dando aqueles pulinhos de lado, como os jogares de futebol profissional, e mais lindinho era... Edward com aquele short de treino.

Um pouco mais adiante havia meninas da mesma idade, todas sentadas de cara feia com uma senhora. Se não me enganava tratava-se da senhora Newton.

Assim que me viu, Edward veio em minha direção. Seu sorriso radiante. Meu coração disparou claro.

— Veio me ver jogar? – ele perguntou dando uma piscadinha.

— Não mesmo... Vir ver aquele lindo jovem. – indiquei com a cabeça um menino gordinho que ao chutar a bola caiu de bunda no chão. Reprimi a risada.

  - Então você tem muita concorrência... Ele é o capitão d time.

— Mesmo?! – perguntei incrédula. Não me entenda mal... Mais o pessoal dessa cidade leva os esportes muito a serio.

—Não. Aquele é o Eric. O capital é aquele ali de cabelo preto, o Lucas.

— Conheço os pais?

 - Da maioria sim... Os do Lucas não. São novos na cidade.

— Ah. Entendo. – fiquei um tanto sem jeito. – Sobre ontem... Eu...

— Você tinha muito com o que lidar. Foi estranho estar lá... – ele olhou o céu nublado.

— Por quê?

— Passei a noite lembrando dos nossos jantares lá. Pizza, ou você cozinhando. Eu e você e pequena mesa da cozinha. – ele sorriu.

— Quem diria que a mesa de jantar seria usada. – brinquei. Meu coração batia tão rápido! Tinha certeza que minhas bochechas estavam queimando.

—Tio Edward! Já estamos cansados! – o Eric gritou.

— Então corram em volta do campo! – Edward gritou de volta e um coro de ‘’AHHH’’ se seguiu.

— Nós podemos conversar depois do treino? Ou você tem algo para fazer?

— Vou ficar exatamente aqui. – dei um sorriso brilhante.

— Ah, você podia ficar com as meninas...

Ele disse e saiu de volta ao campo. Caminhei para onde a senhora Newton estava.

— Oi senhora Newton. – a cumprimentei.

— Bella! Como você cresceu! – ela disse me abraçando.

— Não creio... - ri sem jeito.

— Oh, quero dizer que está mais mulher. Vejam meninas, essa é a Isabella Swan, ela jogava com a treinadora de vocês.

—Fui saldada com um coro de ‘’ oi senhorita Swan’’.

— Apenas Bella, meninas. – falei. Elas eram tão fofas com seus uniformes rosas!

— Senhora Newton. – uma pequena com óculos grandes e Maria- Chiquinhas nos interrompeu.

— Sim, Suzan?

— A tia Jessica não vai nos levar para o campeonato?

—Nós acharemos alguém para substituir.

— O que houve com a Jessica?- perguntei

— Ah, Bella. Minha nora está tendo uma gravidez de risco agora no final; o medico mandou repouso absoluto. Ela não poderá treinar as meninas.

— Mas há outra pessoa, certo?

—Ninguém pode. Todas as meninas que jogaram com você estão trabalhando de mais ou com bebês muito novos. Quanto tempo você vai ficar?

— Um... Alguns meses. –respondi. Eu prestava pouca atenção a ela. Estava mais focada em Edward, que corria de costas para mim deixando sua bunda num ângulo perfeito para eu admirar.

— Mais isso é maravilhoso! – ela exclamou!

— Muito maravilhoso. – concordei achando que ela se referia abunda de Edward que havia acabado de abaixar.

— Você poderia treinar as meninas!

—Claro... Como?! – arregalei os olhos para a mulher a minha frente. Mas ela não me olhava mais.

— Meninas, o que acham da senhorita Swan treinar vocês?

—Ebaaaaaaaaaa!!! – todas gritaram e bateram palmas.

— Eu não acho que seja uma boa ideia. – sussurrei entre dentes. Eu não sabia lidar com crianças!

— Bobagem, Bella! Será perfeito!

Esse era o problema com a senhora Newton; ela tomava decisões por você sem te consultar muito bem.

— Vou falar com Edward!

E saiu correndo desajeitado com seus saltos finos demais para um campo.

— Você é irmã da senhorita Ângela, certo?- uma pequena mocinha de cachos dourados me perguntou.

— Sou sim. E você? Qual o seu nome? – perguntei com a voz mais doce que imaginei.

— Sou a Arya. Sou capitã do time. E você é nossa nova técnica! – ela gritou fazendo as meninas gritarem de novo. Isso não seria fácil.

—Ah... Arya. Eu ainda não sei se...

Elas fecharam as expressões e imediato.

Por favor... Eu não teria de lidar com choros, certo?

—Então moças... Comecem a treinar! – falei mais alto.

— Quero todas dando cinco voltas no campo, em fila! Já!

Falei esperando espelhar o mesmo tom que minha treinadora usava na escola. Teve o efeito desejado. Elas se levantaram, se arrumaram em filas e começaram a correr.

Acabei me empolgando e fazendo o treinamento delas como me lembrava dos meus.

No fim, só parei quando a senhora Newton disse que era hora e os pais já haviam chegado para buscar. Ficamos apenas Edward, eu e ela.

— Edward me deu uma bronca, Bella. – ela começou com uma careta. – Eu acho que me precipitei...

— Esta tudo bem. Posso ficar com elas durante esse tempo. Elas não podem ficar de fora do campeonato.

— Você tem certeza? Terá que estar aqui três vezes na semana, e no próximo sábado já tem jogo. – Edward me advertiu.

— Creio que dou conta.

—Ah, Bella! Estou tão feliz! Jessica ficará tão satisfeita... Por que não me acompanha, e assim já a vê?

—Acho melhor amanhã... Tenho que voltar para casa.

— Sua mãe só sairá da igreja às 19h. – ela disse. Sempre poderíamos contar com ela para saber da vida das pessoas da comunidade.

— Tenho um compromisso. – disse de forma evasiva.

— Tudo bem. Passe amanhã... Jessica esta ficando lá em casa, porque assim posso cuidar melhor da gravidez dela. Sabe a mãe dela só a estressa. – disse bufando.

— Passarei por lá... Amanhã. – falei.

— Te esperaremos. Até mais!

Ela se despediu acenando.

— Essa mulher não muda. - falei para o Edward.

—Ela sabe de tudo sobre todos. - ele disse.

—Nem de todos. – comentei. Ela não sabia da minha irmã interferindo na minha comunicação com as pessoas.

Edward se jogou na grama, bebendo água de uma garrafa. Uma gota escapou pelos seus lábios escorrendo pelo seu pescoço. Meus olhos acompanharam o caminho até que a gota sumiu dentro de sua camisa. Sacudi a cabeça e sentei-me ao seu lado. Ele me passou sua garrafa. Hesitei em pegar.

— O que? Tem nojo de mim?- perguntou divertido.

— Dizem que beber ‘’do copo’’ de alguém nos faz descobrir seus segredos. – Falei pegando a garrafa e bebendo um longo gole.

— Não tenho segredos. E se tivesse te contaria. – ele disse com naturalidade.

— Por quê?

— Porque o que?

—Porque me contaria seus segredos.

— Você sempre foi minha melhor amiga. - ele deu de ombros. – Os anos não mudaram isso.

—Senti sua falta. – falei olhando a floresta. Um nó se formando em minha garganta. Eu não podia chorar. - Achei que você tivesse me esquecido...e segui.

— Muito estranho ouvir isso de você já que foi você que me bloqueou nas redes sociais e nunca mais me respondeu.

— Você não sabe de nada. – Sussurrei olhando para a copa das arvores. Deitei fechando os olhos. Uma lágrima escorreu. Será que se Ângela não tivesse interferido, nós teríamos mantido um namoro a distância? Como estaria nosso relacionamento? Estaríamos prestes a nos casar? Ou já teríamos um bebê como Jessica e Mike?

Senti seu dedo na minha bochecha.

— Por que está chorando? – ele sussurrou perto de mais. Continuei de olhos fechados. Eu podia sentir seu hálito em meu rosto.

— Por que não paro de me perguntar e se.

—E se?

— E se eu tivesse ficado? E se eu soubesse da doença da minha mãe? E se... - E se você tivesse ido atrás de mim em Los Angeles? E se Ângela não tivesse bloqueado nossos canais de comunicação? E se?

Bella não podemos mudar o passado. Eu realmente não concordo como sua família mentiu para você sobre sua mãe e seu pai... Se eu soubesse... Eu teria ido até lá te contar! – ele riu fraco. – Te obrigaria a falar comigo.

—Não seria nenhum sacrifício falar com você. – sussurrei abrindo os olhos. Seus orbes verdes me olhavam profundamente. Estavam marejados assim como os meus.

— Então por que não falou? – ele me olhou torturado.

Ele estava tão perto. Seu hálito me embriagava, tanto ou mais que qualquer bebida alcoólica. Eu não poderia falar. Não cabia a mim. Eu prometera a Ângela que ela quem deveria contar a ele. Se eu falasse... Sairia como uma acusação. Então fiz algo que talvez fosse pior. Cruzei aquele pequeno espaço que nos separava e selei nossos lábios. Não fechei os olhos. Continuei a olhar seus olhos também abertos e chocados. Entretanto ele também não se afastou. Meus lábios queimaram em contado com os seus, e como se o próprio universo achasse aquele momento errado, um trovão soou alto. Edward fechou os olhos. Separei um pouco os lábios sentindo, testando... Uma gota de chuva. Duas gotas...

E Edward estava me beijando com força. Uma mão em minha cintura, a outra firmando o corpo por cima do meu. Coloquei minhas mãos em suas costas o puxando para perto. A chuva começou a cair forte, e eu não poderia estar menos incomodada. Tudo era quente, tudo era Edward. Me beijando e apertando.

E eu soube... Não importa o quando minha irmã havia errado, eu estava disposta a errar também.


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Notas finais do capítulo

ahhhhhhhhhhhhhhhhhhh Eu to gritando com esse final! *o* Escrever é algo MARAVILHOSO! os personagens vão se criando e desenvolvendo e surpreendendo nós pobres aspirantes a escritores! hahaha
volto o mais rápido possível com o próximo cap. e ai? o que acham que vem por ai?
comentem! beijos e abraços!

18/08/2016