Home escrita por Thay Paixão


Capítulo 33
Posfácio


Notas iniciais do capítulo

oi?
Não me matem! finalmente eu consegui escrever esse posfácio! eu vim trabalhando nele bem aos poucos, e finalmente eu sentei e finalizei!
então gente, eu só tenho a agradecer a cada um de vocês, que leram que favoritaram, que comentaram, fica meu MUITO OBRIGADO!
essa fic foi minha volta a escrever de fato, e agora eu to com varias ideias na cabeça( sim, meu foco está em Aprendendo a Amar) mas to cheia de pedacinhos de outras coisas escritas. kkkk
espero que gostem dessa espiadinha no futuro da familia Cullen Swan!

de novo, muito obrigado mesmo!

boa leitura ♥



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Posfácia

A formatura do nosso primeiro filho.

—Você já falou com seu pai que não passou para medicina?– Amanda me perguntou de novo. Eu havia enrolado essa ultima semana toda, evitando este assunto, porem minha encantadora namorada não poderia deixar isso para lá, poderia?

Olhando seus lindos olhos azuis respondi.

—Não. Acho que vou adiar esse assunto mais um pouco.

—Antony! Ele vai custear seus estudos em Dartmouth! Achando que você está cursando medicina.

—Antes de ir para faculdade conto. Depois do verão.

— Tem que contar logo!

—Amanda, não enche ok? É a formatura, eu tenho um discurso para fazer, vamos apenas aproveitar?

Ela fechou a expressão num biquinho bonito. Eu era um cara de sorte... A garota mais bonita dessa pequena cidade era minha namorada.

—Se a sua mãe me perguntar eu vou dizer a verdade. – ela ameaçou e depois se afastou de mim indo encontrar com suas amigas do outro lado da quadra.

Ela só podia estar falando de Bella, com minha mãe Ângela ela mal falava.

—Irmão! – Carlie correu em minha direção se chocando contra meu corpo com força. Os cabelos castanhos claro com mechas verdes.

—Ei garota! Onde estão todos?

—Estão se acomodando nos lugares. Eu que não sento com eles. – ela revirou os olhos, como uma típica adolescente de quinze anos.

Nosso irmão Enzo estava mais distante conversando com nossa prima (de consideração, filha de Emmett e Rosalie) Emily. Sorri sabendo o segredo deles. Nossos pais iriam pirar quando soubessem.

—Mamãe não vai deixa-la fazer um aborto. – Carlie disse tranquila ao meu lado, seguindo meu olhar para os dois.

—O que?

—Você sabe o que, Enzo te conta tudo. Ele e Emily estão namorando escondido por um ano, e agora ela está gravida. Mamãe já sabe e irá conversar com o papai, e depois todos vão conversar com o tio Emmett.

— Como eu perdi isso?! – dei um tapa na cabeça.

—Você estava ocupado escondendo seus próprios segredos. – ela sorriu matreira.

—O que você sabe? – Carlie era a princesinha da família, mimada e amada. E ela sempre sabia tudo sobre todos.

—Você recebeu uma carta de Dartmouth. Nada de mais já que vai pra lá no fim do verão, mas... – ela fingiu pensar – não vai cursar medicina como disse. Está escrito no curso de administração.

Essa menina... Ainda vai ser a ruina dessa família.

—Eu não contei a ninguém. Não conto a ninguém o que sei.

—Não vai contar ao papai?

—O que ganho isso? Eu serei medica e vou herdar o hospital.

—O papai vendeu o hospital. – revirei os olhos.

—Ainda somos acionistas majoritários e temos cargo na diretoria. Cinquenta e um por cento do hospital é nosso.

Ela entendia mais de lá do que eu, o filho mais velho.

—Como administrador posso administrator o hospital.

—Boa irmão. Mas sem conhecidos em medicinas... –ela estalou a língua. – suas decisões podem não ser as melhores. E eu sei que você gosta do mundo dos negócios.

—Carlie...

—Faça o que te faz feliz, ok? O papai vai entender.

—O que eu vou entender? – Nosso pai chegou me abraçando pelos ombros.

—Que eu serei uma incrível cirurgia tatuada! – ela riu inocente.

—Não enquanto for menor de idade. – ele a lembrou feliz. Ela fez uma careta. Carlie tinha Edward completamente em suas mãos e sabia disso. Se ela realmente fizesse uma tatuagem só teria alguns gritos, logo depois ele a perdoaria e pediria para ver, perguntaria como está indo, se não inflamou, e não duvido nada que resolveria fazer uma também.

—Onde está a mamãe? – perguntei.

—Está no estacionamento conversando com Rosalie. Essas duas estão cheia de segredinhos.

E você será avó. E não é seu filho mais velho que te dará um neto. Ah eu queria dizer isso em voz alta.

—Tia Ângela está bem ali ao lado do tio Ben. – Carlie apontou minha mãe ao lado do meu padrasto.

—Carlie...

—O que? Ela é mãe dele! – ela deu de ombros. Carlie era minada e ciumenta. E muito apega a Bella. Quando percebeu que eu tinha duas mães, chegou até a pedir aos prantos que eu parasse de chamar a mãe dela de mãe, isso quando ela tinha quatro anos e eu sete.

Foram tempos difíceis, mas eu amava minha irmã.

—Vou lá dar um abraço nela.

—Filho...

—Peça para mamãe e Rosalie entrarem logo, a cerimonia já vai começar.

—Antony...

Deixei o velho com Carlie e fui para meu lugar junto com o pessoal da letra ‘’C’’. Olhei para Amanda do outro lado, junto do pessoal da letra ‘’S’’. Se Bella não estivesse tão preocupada com a gravidez de Emily e Enzo, com certeza já teria perguntado a Amanda sobre meu comportamento estranho. E ela, como a boa nora que era teria dito que eu não vou cursar medicina.

Minha Mãe Ângela sorriu e acenou para mim, meu padrasto vibrava ao seu lado. Olhei seu rosto amável, já com algumas rugas e senti o amor por ela me encher. Apesar de ter o Ben, eu me sentia responsável pela minha mãe instável. Ela estava bem, contudo ás vezes a depressão vinha e Ben e eu ficávamos doidos para tirá-la desse buraco profundo.

Minha avó Esme havia-me contado o que houve entre meus pais antes do meu nascimento, e em como as mentiras da minha mãe havia separado minha tia- mamãe Bella do meu pai, e assim minha mãe havia conseguido namorar meu pai. Aquilo me deixou confuso na época mais depois de alguns anos eu entendi e aceitei. Ela não era perfeita tinha muito defeitos, mas sempre tentava ser melhor por mim.

Difícil era o fato de que meu pai não troca mais do que apenas um ‘’oi’’ com ela. Eles são adultos, Antony deixe que eles se resolvam. Eu pensava quando isso, a relação deles queria me deixar triste.

A diretora começou a chamar os nomes por ordem alfabética, e quando o meu foi chamado todo minha família se levantou fazendo barulho. Eu fiquei feliz por ter tantas pessoas que me amavam e torciam por mim. Ter escolhido uma faculdade diferente do planejado não teria um peso tão grande não é mesmo?

Depois que todos os formandos tinham seus diplomas, eu fui chamado de volta ao palco para fazer o discurso de formatura. Eu era o orador da classe.

Fiquei um pouco nervoso como sempre, mas eu gostava de falar em publico. A emoção espantava o medo.

—Eu conheço muito de vocês pelo nome. Outros só de vista. Crescemos aqui, nossos pais cresceram, aqui, nossos avós cresceram aqui. Muitos de nós e não todos, vamos para uma faculdade um pouco distante e em muitos casos muito distante, e ficará difícil vir aqui, onde começamos nossa jornada. Nesse momento eu estou apavorado com a perspectiva de um novo começo, longe das pessoas que amo, longe doa amigos que conheço, onde eu não terei acesso aos bolos da senhora Flowers. – sorri para velinha, avó de Taylor minha melhor amiga – mais estou ansioso. Ansioso para falar para outras pessoas sobre a cidade chuvosa de onde venho, onde o cheiro de terra molhada é constante. Onde apesar do frio as pessoas sempre tem um sorriso caloroso para te dar.

‘’Essa é a hora de nossas vidas, onde vamos ver a vida real, longe de casa muitas vezes, com pessoas com jeitos diferentes, culturas diferentes, mas não fiquem apavorados; sempre que tiverem medo, a casa de vocês estará aqui. E se lá fora não der certo, você pode voltar e começar tudo de novo.

Estamos na época de nos descobrirmos, o que queremos ser, podemos sim cometer erros no caminho, reconhecer e consertar. Nada é pra sempre, não tenho medo de arriscar!’’

Um coro de ‘’URuuu’’ encheu a quadra da escola, e todos jogaram seus chapéus de becas para cima.

Os braços de Ângela foram os primeiros a me encontrar.

—Parabéns meu bebê!

—Mãe. - eu retribui seu abraço apertado.

—Estamos orgulhosos de você Tony. – Bem disse

—Irmão! – Enzo sorria abertamente, embora eu notasse certo pavor em sua expressão. O puxei para um abraço.

—É hora de ser homem, não chegue perto de Emmett com essa cara de garoto assustado ou ele irá acabar com você. – sussurrei em seu ouvido.

—Muito engraçado. – Enzo reclamou me soltando.

—É a verdade. – disse grave.

—Vamos ficar para banquete ou vamos direto para as comemorações em casa? – Ângela perguntou.

Bella me encontrou nesse momento.

—Meu amor. – ela me abraçou forte.

—Mãe. – sussurrei. Segurou meu rosto em suas mãos para me olhar, os olhos chocolates brilhando de emoção.

—É apenas uma etapa em sua vida se concluindo; muitas virão.

—Tenho até medo disso. – ri.

—Não tenha, tudo, absolutamente tudo é passageiro filho, por isso se esforce para manter as pessoas que realmente importam em sua vida. – ela disse e olhou para Amanda do outro lado d salão, que conversava com a mãe.

—Sim. – foi tudo o que pude dizer. Eu não sabia aonde minha vida iria me levar, tudo que sabia era que queria Amanda nela.

—Então Bella. – Ângela começou. – vamos ficar para a festa?

—Seria bom, apenas um pouco mesmo. Depois vamos para a casa de Esme como combinado.

Muitas fotos foram tiradas, com amigos, com família de amigos, com professores, e a certa altura minha fome ultrapassava o limite do tolerável, estava sendo servido apenas salgadinhos e isso não era o bastante para mim.

Seguimos em uma procissão de carros para a casa da minha avó paterna onde algumas pessoas já se encontravam. Eu havia pensado que seria apenas um jantar, mas haviam garçom e mesas postas no jardim.

—Mais alguém foi convidado? – perguntei a minha mãe.

—Todos da sua turma de formandos. – Ângela sorriu.

Oh não.

—Antony. – Edward me chamou logo que me viu no quintal. Impecável em um terno, a expressão já com marcas do tempo. Sim, minhas mães tinham razão eu era sua copia em sua idade de dezoito, e espero envelhecer tão bem assim.

—Pai. – me dirigi com respeito. Ele me puxou para um abraço. Hoje era dia de muito contato físico.

—Estou muito orgulhoso de você.

—É apenas o hight school, pai, nada de mais. – brinquei.

—Você estará indo para a faculdade em setembro, filho, isso é sim algo grande. – ele sorria para mim. Senti uma pontada no estômago por estar enganando ele.

—Sobre a faculdade pai, precisamos conversar.

Ele ficou serio de imediato.

—Achei que já estivesse tudo acertado.

—É que eu não

—Edward! – Rosalie gritou, mas não adiantou, tudo aconteceu muito rápido. Tio Emmett pegou meu pai pelo terno o puxando para perto, a expressão nublada em ódio.

Ele sabia.

—Solta o Edward, Emmett! – Tia Rosalie gritou.

—Você não ensinou ao seu filho a manter o brinquedo dele dentro das calças? Ele desgraçou minha filha! – tentei segurar o braço do tio Emmett, contudo ele era muito mais forte que eu, e com apenas um chacoalhar de braço eu o soltei.

—Emmett, vamos conversar sobre isso como amigos. – Minha mãe nos alcançou o pavor em seus olhos.

—Amigos? Não podemos ser amigos quando vocês desgraçam minha família!

—Ninguém desgraçou ninguém Emmett, pare de falar como se estivéssemos nos anos 50! – Rosalie foi enérgica. –Agora solte Edward e vamos conversar.

Meu pobre pai não entendia nada do que se passava.

Emmett o soltou com muita luta. Rosalie o abraçou pela cintura o puxando para dentro da casa de vovó.

—Do que se trata tudo isso Bella? – Papai olhava bobo para mamãe. Era hora, não use meias palavras, pensei.

—Enzo e Emily estão namorando. – disse. – Já faz algum tempo, eles não sabiam como nos contar, por serem parentes...

—Eles não são parentes de verdade.

—Sim, mas estavam com medo, e bom, Emily e ele terão um bebê.

Silêncio.

Pesado Silêncio.

Acompanhei as mudanças de cor no rosto do meu pai. Da cor normal, ao pálido. As bochechas ganhando cor de novo, depois o pescoço ficando vermelho, os olhos marejados, a testa avermelhada. Ele abriu e fechou a boca varias vezes sem sair um som se quer.

Aproveitei a deixa, se ele não enfartasse com essa noticia, não seria a minha que provocaria isso.

—Não irei cursar medicina. Irei cursa administração. – falei alto. Ele virou a cabeça em minha direção arregalou os olhos, Bella me olhou exasperada.

—Serio Tony? Agora?

Dei de ombros.

—ESPERO que o jantar não demore, estou com fome. – falei e corri dali. Eu não tive forças o bastante, fiquei observando da janela os dois lá fora. Bella colocava ambas as mãos no rosto de Edward, que por sua vez respirava em lufadas pesadas de ar.

—Como isso acontece bem debaixo dos nossos narizes? Quem mais sabia disso? –Emmett gritava de algum lugar da casa. –Onde ela está?

—Você não vai gritar com ela, ok? Ela já está se sentindo mal o bastante. – Rosalie gritava de volta.

—Você sabia disso?!

—Não! Fiquei sabendo há poucos dias...

—E tem escondido de mim? Eu vou castrar aquele garoto!

—Emmett! Devo chamar sua atenção já que está falando do meu neto? – vovó o questionou. Deixei a cena do jardim pela cena da cozinha.

Emmett sentado à mesa com um copo intocado de agua em sua frente.

—Eu sinto muito Esme, mas você entende que esse garoto desgraçou com minha filha?

—Emmett você está falando como se estivéssemos nos anos cinquenta. – Rosalie cruzou os braços sobre os seios fartos. –Agora, eles irão sim ouvir poucas e boas, mas de nada adianta todo seu ódio gratuito.

—Rose...

—Chega! Você já gritou, agrediu o Edward e tudo! Agora é hora de ficar quieto e resolvermos tudo de cabeça fria. Antes, vamos aproveitar a noite, a formatura do Antony.

—Não se preocupem comigo. – sussurrei da porta.

Esme olhou para mim sobressaltava.

—Querido. Parabéns pela formatura. – veio ao meu encontro com os braços abertos.

—Obrigado vó. – sussurrei em seus cabelos.

—Também já engravidou sua namorada?

—Emmett!

—Que?!

Eu ri.

—Não tio, e não pretendo fazê-lo tão cedo.

—Viu Rose? Eles não poderiam ter feito o mesmo? Não, agora terão um bebê a tira colo!
—a culpa disso é sua Emmett! Se não ficasse amedrontando os dois, eles teriam se aberto conosco sobre o namoro antes, e poderíamos estar supervisionando isso. Mas não, você sabia que existia algo entre eles, e ficou colocando medo nos dois. Resultado? Preferiram fazer tudo as escondidas e como resultado seremos avós.

—Rosalie!

—Chega!  Você não vai gritar com nossa filha, com nosso sobrinho ou com os pais dele ok?

Emmett apenas ficou quito.

—Vamos querido – Vovó me chamou para fora. – Que dia.

—Nem me fale. Onde está Enzo?

—No seu quarto com Emily. Estão apavorados os coitados. Tão jovens...

—O que vai acontecer? Vão casar os dois?

Ela arregalou os olhos para mim.

—Casar? Não mesmo! Emmett está só fazendo tempestade, quando passar tudo voltará ao seu lugar; eles irão namorar normalmente, ir para a escola, cuidar da gravidez, e quando chegar a hora do bebê nascer estaremos todos do lado deles. Um casamento nessa idade é quase garantir que tudo dê errado, eles como pais, e como casal.

—A senhora é sabia vovó. Espero que tio Emmett pense assim.

—Ele irá pensar, quando sua raiva passar. – ela riu. – E agora você! Em pensar que já está tão grande e está nos deixando.

—Não estou deixando ninguém. – resmunguei. – sempre que puder virei para casa.

—Eu sei querido. Só vai demorar a me acostumar a não fazer o seu lanchinho da tarde.

—Vai continuar fazendo o da Carlie e do Enzo. E será bisavó. – eu ri e ela me acompanhou.

Os convidados chegaram aos poucos, e o que achei ser uma reunião de família e para alguns amigos íntimos se tornou um evento.

Nem tio Emmett nem meu pai tiveram tempo de fazer uma reunião de família, ou um escândalo.

Eu evitei meu pai durante toda a noite, tirando fotos com meus amigos, dançando com minha garota, eu sabia que logo teria que enfrenta-lo, mas frente ao acontecimento entre Enzo e Emily, minha mudança de curso na faculdade parecia algo extremamente pequeno.

—Já falou com seu pai? – Amanda adivinhou meus pensamentos. Estávamos rodando na pista de dança ao som de uma musica lenta.

—Ele tem outras coisas em mente agora, mas sim, eu falei.

—E ele? - ela arregalou os olhos azuis.

—Eu não tenho certeza. Ele tinha acabado de saber de Emily e Enzo e eu aproveitei para soltar a bomba.

—Antony!

—Que foi? Foi a oportunidade perfeita!

Ela bufou para mim.

—Você não tem jeito mesmo. – deitou a cabeça em meu ombro.

—E como seu irmão está com tudo isso?

—Não sei, não conversamos de fato.

—Acho que seria uma ótima hora agora. – ela se afastou sinalizando Enzo no final do jardim, na parte que dava para a floresta. Cabisbaixo sentando num tronco de árvore.

Ela soltou um beijo no ar para mim, e foi dançando para o meio de suas amigas.

O que eu poderia dizer a Enzo? Se estivesse no lugar dele também estaria apavorado! Amanda e eu namoramos desde os dezesseis, mas só tivemos coragem de levar nosso namoro para o segundo patamar no fim do ano passado, e ela achou sensato tomar pílula, e usamos camisinha direto no começo. Claro que agora era raro usarmos camisinha, contudo sempre conversamos sobre isso.  Nenhum de nós queria um filho agora.

Sentei ao lado do meu irmão caçula.

—Isso na sua garrafa não é cerveja, certo? – brinquei.

—Refri. – foi tudo o que ele disse.

—Dia complicado. – comentei. Ele riu

—Não para você, o filho perfeito se formando.

—Enzo... eu não sei o que te dizer.- fui sincero.

—Você está preocupado, eu sei. Mas não precisa, Emily e eu temos um plano.

Um plano. Uau.

—E no que consiste esse plano?

—Vamos embora de Forks.

O melhor plano.

—Tire essa bobagem da sua cabeça. – senti que meu tom mudou. Eu estava falado mais grosso com ele, como meu pai às vezes falava comigo.

—Emmett quer me matar, Tony! – ele olhou para mim em pânico, os olhos verdes como os meus apavorados.

—É tudo da boca pra fora, acredite, tio Emm não matéria o pai do neto ou neta dele.

A cabeça de Enzo tombou em suas mãos. Dei um tapa em suas costas.

—Olha, é tudo meio fora de tempo, mas vocês dois precisam da família agora. Tio Emmett vai gritar quebrar algumas coisas, o papai também, mas vai passar, e quando passar eles serão os avós mais babões dessa cidade.

Ele ficou quieto.

—Irmão, sei que não sou exemplo de nada, nem quero ser, mas você precisa confiar na mamãe, ela vai acalmar o pai.

—Deus te ouça.

—Ele está ouvido. E entenda, agora parece o fim do mundo, mas não é. Você e Charlotte irão para a escola normalmente nos próximos meses, e quando o bebê nascer serão bons pais, sabe porquê?

Ele ficou apenas me olhando esperando uma resposta.

—Porque vocês têm bons pais que irão apoia-los e não vão deixar vocês fazerem besteira.

—Como vou criar uma criança? Eu tenho quinze anos!

Verdade seja dita, Enzo e Emily não irão tomar conta dessa criança. Conhecendo nossa mãe e nossa tia, elas irão tomar essa responsabilidade para si e garantir que os filhos estejam estudando.

Eu não precisava dizer isso a ele.

—Apenas fique ao lado da sua namorada, estude e muito, pegue um trabalho de verão e guarde do dinheiro para seu filho, e faça tudo o que puder por ele ok? Nossos pais vão estar lá por vocês.

—Eu to tão assustado Tony. – ele chorou. O puxei para um abraço.

Os dias que seguiram as bombas na minha casa, foram de um silencio assustador. Eu estava ficando mais na casa da minha mãe Ângela com medo do estresse na casa do meu pai, e para ficar o maior tempo o possível com Amanda, que iria viajar com os pais para Califórnia para passar o verão e nos encontraríamos apenas em Dartmouth. Os grupos da família no whatsApp estavam silenciosos. Apenas mensagens de bom dia.

E o mais estranho, meu pai não havia me ligado.

—Talvez ele não me considere mais seu filho. – eu disse a Amanda, naquela tarde chuvosa, ela iria começar sua peregrinação para Califórnia cedo no dia seguinte.

—Não seja bobo, seu pai tem muitas coisas com se preocupar.

—Você sempre saindo em defesa de Edward Cullen.

Ele fez língua para mim.

—Ele é um bom homem. – sussurrou com os olhos brilhando, confirmando para mim que se lembrava de quando meu pai salvou sua mãe, custeando todo o tratamento dela contra um câncer.

Desfiz nosso abraço em minha cama.

—Bom, se o homem não vem a mim, eu vou a ele. – declarei.

—Então esse é nosso adeus? – ela fez aquele biquinho maravilhoso. Voltei para junto dela na cama.

—Um até logo. –a lembrei.

—Vou sentir sua falta. Todos os dias.

—Eu também. Vou ser o namorado mais grudento, te ligando a casa quinze minutos!

Ela fez uma careta.

—Não precisa exagerar.

Fiquei mais um pouco com ela, e depois peguei o carro rumo a Seattle.

—Antony, não sabia que vinha hoje. – Minha mãe me recebeu a porta.

—Eu tive que vir dona Bella. – brinquei com ela. Ela me bateu de leve com o guardanapo, odiava quando não a chamava de mãe.

—Minha mãe não pode nem mesmo fazer uma lasanha que aparecem intrusos! – ouvi Carlie gritar da sala.

—Também estava com saudades maninha! – gritei de volta.

—Você chegou em ótima hora, vou servir o jantar em vinte minutos.

—Onde ele está? – perguntei. Ela suspirou.

—Escritório. É verdade sobre a faculdade? – quis saber. Seus olhos chocolates preocupados.

—Sim. – sussurrei. Puxou-me para um ab

abraço.

—Eu sempre soube que você não seria medico. –sussurrou. – estou feliz que tenha desistido disso.

—Como sabia? – quis saber.

—Querido, você vomitava quando via sangue. – ela sorriu.

Ótimo, uma vergonha para me lembrar.

—Eu não vomito mais. – me defendi.

—Não vou refutar isso. Vá falar com seu pai, ele vai gostar de te ver.

Eu não sabia se poderia concordar com isso, mas pelo sim ou pelo não, eu segui para o escritório de Edward Cullen.

Parei ante a porta. Quando criança eu entrava sem bater, correndo, louco para ver meu pai, e ele sempre apesar de muitas vezes cansado  me recebia de braços abertos, com o sorriso mais feliz do mundo.

Bati a porta.

—Entre. – a voz veio baixa. Respirando fundo entrei.

—Antony. – ele levantou os olhos da papelada que tinha em sua mesa.

—Pai.

—Não sabia que vinha hoje. – ele não se levantou para um abraço. Indicou-me a cadeira a sua frente. Sentei.

—Foi uma decisão de ultima hora.

—Amanda já viajou com os pais? – inqueriu.

—Amanhã cedo.

—Boa moça. Como vocês estão?

—Bem. Só nos veremos agora em... – pronto assunto faculdade caindo em nosso colo.

Edward se recostou no encosto da cadeira. Retirou os óculos de leitura.

—Eu não estou chateado sobre a faculdade. – soltou serio. –Estou um pouco... Frustrado por você não ter me procurando e contado antes.

—Eu tive medo. –confessei.

—Medo Antony? Francamente!

—Sempre foi seu sonho! Eu não queria te decepcionar. –expliquei. Eu me sentia patético agora.

—E eu estou decepcionado. Muito. Porque meu filho não me contou do seu real sonho. Se você tivesse me dito antes, teríamos planejado isso juntos!

—Eu sinto muito pai. – sussurrei. Ele bufou.

—Não tenha medo de ser quem você é de perseguir o sonho que quiser. Eu sou pai, estou aqui para ajudar você no caminho, não fazê-lo tomar as mesmas decisões que eu.

Fiquei ali, sentando olhando o melhor homem do mundo, o meu pai.

—Obrigado pai.- sussurrei. Não, eu não vou chorar. Ele sorriu, contornou a mesa e me puxou para um abraço.

Eu não sabia o que dizer, parecia que nenhuma palavra no mundo poderia expressar toda a gratidão que eu tinha por ele ser meu pai, por isso apenas o abracei mais forte.

—Estou sentindo o cheiro da lasanha da sua mãe daqui. Vamos, antes que esfomeada da Carlie acabe com tudo.

Rindo o segui porta a fora.

Fiquei surpreso quando Enzo se juntou a nós com Emily.

Meus pais os receberam muito bem.

—O que ta rolando?  - sussurrei para Carlie.

—Resumo: houve gritos, choro, e nada mudou; Emily vai ficar na casa dela, Enzo conosco, eles seguem namorando e se suas notas na escola caírem estarão enrascados. O pai dela ainda não está falando com Enzo, mas isso vai passar.

—Acabou o cochicho dos dois?  -Bella nos repreendeu.

—Apenas atualizando o irmão. – Carlie deu de ombros.

Comemos num clima leve e feliz, diversas vezes peguei meus pais trocando olhares e sorrisos, Carlie implicou com Emily, dizendo para ela comer pouco.

—Você não vai querer ficar uma baleia. – disse seria. Nossa prima engoliu em seco com olhos marejados.

—Não fala assim com ela!- Enzo

—Mas é verdade! – Carlie se defendeu.

—Pode comer querida, é nova de mais, seu corpo voltará ao normal rápido. – Bella a tranquilizou.

Eu queria tirar uma foto deles, meus pais, ali naquela mesa. Pareciam felizes e realizados, Meu pai segurou a mão de minha mãe por cima da mesa a levando aos lábios e beijando em seguida, para o que ela corou.

Eu me imaginava exatamente assim com Amanda.

E sobre o clima leve de comida e risadas, e claro, conversa sobre o bebê que chegaria, eu sabia que sempre correria de volta para casa, sentir esse amor me cercar e encher, e me dar forças para seguir meus objetivos.

Afim, lar é onde seu coração está gravado na pedra é onde você vai quando está sozinho é onde você vai para descansar seus ossos, não é apenas onde você deita sua cabeça, não é apenas onde você faz sua cama.
Contanto que estejamos juntos, importa pra onde vamos?

Aquelas pessoas era minha casa, uma parte boa dela pelo menos.

 


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Muito obrigado a você que leu até aqui!
vou pedir um favorzão, pode ser? quando leio uma fanfic já finalizada, costumo a deixar uma recomendação, ou apenas comento no ultimo capitulo para o autor saber se gostei e tals. você que vai começar a ler agora que marcarei como finalizada... me deixe saber o que achou, ok? bjs :*