Home escrita por Thay Paixão


Capítulo 3
capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Demorei, mais voltei! Desculpem a demora, tive uns dias bem corridos, mais entro de férias do trabalho nesse lindo, maravilhoso mês de agosto ( meu mês de aniversário :) o/ ) e postarei loucamente. rsrsrsrs
Obrigado a todas pelo apoio, opiniões e dicas, isso é muito bom para mim.
Sem mais... vamos ver a bomba estourar!



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A viagem de carro para Forks foi tensa. Só para dizer o mínimo.

Edward manteve o olhar na estrada, dirigindo com atenção porem mais rápido do que a chuva pesada recomendava.

— Edward, vai  devagar, quero ver a minha mãe viva e não no hospital.

— Sua mãe não esta no hospital hoje. Ela vai ao médico todas as quintas feiras desde que abandonou a quimioterapia. Ela só esta um pouco enjoada hoje, por mais que diga que está bem.

E foi assim. Sem cuidado algum a bomba foi jogada no meu colo. Eu me referia a Renée ter de encontrar a mim no hospital. Não o contraria. Parece que meu pequeno trocadilho fez com que a bomba explodisse assim. Sem o mínimo cuidado.

— Edward pare o carro. - sussurrei. Meu estômago embrulhado. Eu podia sentir a ânsia, minha cabeça pesada, meu coração esmagando meu peito.

— Está chovendo muito. Temos que chegar logo a Forks.

— PARE A PORRA DO CARRO, SEU MERDA!

Ele deu uma guinada para o acostamento e parou. Abri a porta e me joguei para fora vomitando.

— Bella?! - O idiota segurou meus cabelos. O pequeno lanche que fiz no avião voltou com tudo. Não devia ter comido aquele paté de sardinha.

 Limpei a boca na manga da blusa. A chuva já havia me ensopado.

— Você...seu cretino! Que porra acabou de dizer? Renée fazendo quimioterapia? Ela só precisaria disso se tivesse Câncer! - gritei espalmando as mãos em seu peito em um fraco tapa. Ele as segurou e as manteve presas ali. Seus olhos verdes me olhavam com confusão, sondando-me, sem compreender imagino o porquê da minha atitude.

— O que está acontecendo com vocês? Ângela dobrou um plantão, e sei que foi para não vir busca lá. Sua mãe estava nervosa e me pedia desculpas. O que elas te contaram?

— Porra nenhuma! Eu venho até aqui por saber que tem algo errado com eles, e de cara me aparece você, justo você. O misterioso namorado da Ângela era você todo esse tempo!

Pela segunda vez naquele dia Edward me olhou chocado. Associei aquela imagem ao dia em que o contei que havia menstruado. Era verão, tínhamos onze anos e eu havia pulado no rio com ele de roupa e tudo. Fiquei chocada ao lembrar que estava de absorvente. Ele ficou tão envergonhado que apenas me passou sua blusa para que ficasse secando as pernas durante todo o caminho para casa, enquanto sangue escorria pelas minhas pernas.

Seu choque de agora não tinha nada de infantil ou envergonhado. Estava passando do choque ao ódio.

— O que há de errado com a porra da sua família?! Achei que Ângela já tivesse te contado sobre nós desde que se tornou oficial. Há três anos!

Ele agarrou os cabelos. E rodou em volta de si mesmo.  Bufou.

— Vamos sair da chuva. Entra no carro. Te contarei tudo na caminho.

— Não vou a lugar nenhum com você. Conte-me tudo agora!

— Vamos acabar doentes!

— Foda se! Conte agora!

Ele bufou. De novo. Minha mão coçou querendo bater na cara dele. Mordi os lábios involuntariamente, querendo morder os seus que formaram um bico. Eu estava uma bagunça completa. Estar perto Edward me enervava. Eu parecia um vulcão a muito adormecido despertando em fúria.

 Algumas coisas não mudam. Minha vontade de mordê-lo por exemplo.

— Eu pensei que você soubesse de tudo, Bella. Tudo mesmo. Tenho te culpado esses anos, te chamei de egoísta... E na verdade você não fazia ideia...

— Apenas diga, Edward.- sussurrei

— Alguns meses antes de nos formamos, sua mãe descobriu um câncer na mama direita. Começou um tratamento com remédios, não queria preocupar ninguém. O tratamento não surtiu efeito e logo que você foi embora, acharam outro no seio esquerdo. Ela começou a quimioterapia. Nesses cinco anos ela lutou bravamente contra a doença.

Minha cabeça girava. Ajoelhei-me na estrada molhada. Edward me imitou, segurando minhas mãos e me obrigando a olha lo.

— Ela vai ficar bem, certo?- falei num voz fininha. Minhas lágrimas misturadas à chuva.

— ..a luta dela...ela não pode vencer. No ano passado ela retirou as duas mamas. Os médicos acharam que seria o fim... Mas agora ela tem um nódulo no cérebro. Não podem operar.

— Não... - minha negação era um lamento. - não pode Edward...eu...eu...não posso perdê-la.

Constatei que apesar de tudo precisava de Renée. Eu estava planejando convence lá a passar o verão comigo na Califórnia.

Outra onda forte de choro me atingiu.

— ..eu sinto muito, Bella. - ele disse me abraçando.

— Você é um cretino, ridículo, horrível! - falei pontuando cada palavra com um soco. Ele deixou que eu o socasse. Até que meu choro se tornou um lamento débil e ele me abraçou.

Ficamos ali no acostamento, ajoelhados, nos braços um do outro, completamente molhados. De vagar, e sem falar nada, Edward me levou para o carro. Não falamos mais nada no caminho. Pensei que ele me levaria para a casa dos meus pais, entretanto me levou para a sua.

A casa da família Cullen era como eu me lembrava. Grande, com enormes vidros substituindo algumas paredes.

— Minha mãe não está em casa. Ela e Alice estão em Seattle, no restaurante de Alice.

Edward explicou quando entramos na casa.

— Eu irei ...tomar um banho. Pode usar o banheiro de cima. Vou levar sua mala pro meu quarto para você pegar umas roupas.

Ele subiu as escadas rapidamente. Eu o segui de vagar, relembrando momentos ao ver as fotos na parede da escada. Edward e Alice bebês até suas formaturas no colegial. Havia uma foto minha com Edward e vários dos nossos amigos do colégio naquele ultimo verão antes de tudo mudar.

Não foi difícil encontrar o banheiro, a casa era exatamente como me lembrava.

Banhei meu corpo num estado de estupor. Enquanto eu estudava, virava noites bebendo em festas, fazia amigos, ficava com caras...minha mãe adoecia. Estava entre a vida e a morte.

E eu nas poucas vezes em que falava com ela só conseguia me ressentir. Sim, ressentimento por ela não ser a Mãe que eu esperava e merecia. Por ela nunca manifestar vontade para vir me ver, não parecer em êxtase por eu manter as melhores notas e nunca, nunca mesmo pedir dinheiro a ela. Nunca pedi ajuda financeira. Tinha uma bolsa integral na faculdade e  auxílio estudos. Fazia bicos em festas pra comprar umas roupas e mandar algumas para Ângela.

Ressentia-me da minha mãe enquanto ela esta...estava morrendo!

Encolhi-me no banheiro dos Cullens, chorando, mordendo meu braço direito para conter o grito. Eu julgava minha família horrível. Mas a horrível era eu.

                                          X~~~~~~~x

Fui para o quarto de Edward com um roupão branco que estava no banheiro. Passei mais tempo lá do que pretendia.

Detive-me na porta entre aberta. Edward falava com alguém pelo celular.

— Eu pensei que ela soubesse! Droga, Ang! Como foi me meter numa coisa dessas? ....e ela também não sabia da mãe! Não...ela esta em choque de mais para estar com raiva. Vou fazê-la comer algo e depois a levo para sua casa...não. Ok. Te vejo depois….sim. Sim estou muito bravo com você. - ele tentou segurar uma risada. - sim talvez te de uns tapas...mas estou realmente bravo.

 

E desligou. A forma doce como falava com minha irmã me deteve no corredor. Eu não conseguia associar o meu Edward, melhor amigo e namorado, a esse Edward. Namorado da minha irmã. Sua forma de falar com ela apesar de estar visivelmente irritado, era doce. Uma doçura que eu só conseguia imaginá-lo direcionando a mim.

— Humm ei.- chamei sua atenção. Ele colocou o celular no bolso e sorriu para mim. Meu coração se apertou.

  Seu sorriso ainda era iluminado e inocente. Mesmo que ele estivesse chateado, quando alguém precisava dele, ele sempre estava disposto ajudar com um sorriso.

 Ele dividia o lanche comigo na escola, quando crianças. Ele comprava meu lanche no colegial. Ele me encontrava tarde da noite na floresta de Forks, quando eu queria fugir de casa, mesmo que seu pai estivesse mal no hospital, ele viria atrás de mim. Edward sempre priorizou os outros a cima de si próprio.

— Trouxe sua mala. Se vista, vou fazer um lanche para nós e depois te levo para casa da sua mãe.

Ele tentou passar por mim na porta. Seu braço roçou no meu coberto pelo roupão. Segurei sua mão.

— Obrigado.

— Não tem o que me agradecer Bella. Somos família, né. - seu sorriso ficou sem graça.

O meu sorriso esmoreceu. Família. Edward iria casar com a minha irmã.

— Não era para ser assim. Falei olhando seus olhos verdes.

— ..já faz tanto tempo Bella. Tempo esse que achei que você soubesse. Tive tempo de me culpar, me sentir um canalha... De perceber que você não dava a mínima…e superar.

Ele passou uma mão pelos cabelos e fechou os olhos.

— Deus! Eu sinto tanto!

— Não sinta. - falei segurando o bolo na garganta. - vou me vestir. Se me der licença…

Dei as costas para ele.

Foi à vez dele segurar minha mão. Mantive minhas costas viradas para ele. Não suportaria olhá-lo nos olhos.

— Eu te esperei. Eu precisava de você e você não estava aqui. Você seguiu e eu segui. Nenhum telefonema você me deu. Nada!

— Não deveria ter “seguido” com a minha irmã! - sibilei pelos dentes presos. Senti a raiva crescer pelo meu corpo, o fazendo tremer. Um hábito que havia adquirido de Rosalie. Ela deixava a raiva acumular e despejava tudo.

— Você não sabe o que nós dois passamos. Não tem o direito…

— Eu tenho toda a porra do direito! Eu estava longe e vocês estavam agindo pelas minhas costas! Eu perguntava a ela por você... e ela... Esquece Edward. Vocês estão errados. Fudidamente errados comigo. Mas não quero pensar nisso agora. Quero apenas ver minha mãe e implorar pelo seu perdão.

— Você esta agindo como se esperasse que eu te procurasse. – ele falou pausadamente testando as palavras.

— Mas não procurou. Eu errei em te deixar, mas acreditei que viria. Viria por mim! E você nunca veio.

Dei as costas para ele entrando em seu quarto.

— Edward? - o chamei mantendo as costas para ele. - Você chegou a conclusão errada; eu ''daria a mínima'' se soubesse de vocês.

E fechei a porta do seu quarto. Eu era uma enxurrada de emoções, e estava um caco. Eu tinha que organizar minhas emoções antes e enfrentar Renée.


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Notas finais do capítulo

E AÍ? vou confessar...esse final aperta meu coração. :/ Bella agora vai se dar conta do que deixou para trás. próximo capitulo teremos reencontros de irmãs!
beijos e até mais :)