Home escrita por Thay Paixão


Capítulo 27
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

oi gente! como foi o natal de você? voi confessar, por ser fim de semana eu achei meio... mais ou menos :/ maissss o espirito natalino deve estar em nossos corações todos os dias do ano!
Boa leitura ♥



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Capítulo 20

 

—Oi… Eu sei que faz um tempo que não apareço por aqui, é que as coisas têm sido corridas, no trabalho, fui promovida a propósito, tem o Tony que começou na escolinha, porque estava ficando muito mimado, achamos que seria bom ele interagir com outras crianças e...  Eu queria-te dizer que estou grávida.

Um vento forte balançou as copas das árvores após minha declaração. Me abracei pelo leve frio que passou pelo meu corpo.

—Mãe eu… Eu queria que você estivesse aqui. Mesmo. O Tony está tão bonito e esperto!  E o papai… ele tem sido ótimo. Presente em nossas vidas. E agora eu finalmente seriei mãe. Espero que seja tão boa quanto você disse que eu seria. E…

Me calei novamente. Um nó na minha garganta ameaçava se desfazer, transbordando as lágrimas em meus olhos.

— Eu amo você. - sussurrei e as lágrimas romperam.

O cemitério estava vazio nesta manhã de sábado, eu havia deixado Edward e Tony na casa de Esme, sobre o pretexto de arrumar umas papeladas com o pessoal da diretoria da escolinha de futebol. Na verdade apenas precisava contar a minha mãe a novidade e precisava fazer isso sozinha, claro.

—Eu sinto sua falta. Todo dia. As coisas estão tão melhores agora, que eu não deixo de pensar o quanto você poderia ser feliz nesse momento. Espero que você esteja feliz, mãe, onde quer que esteja, e cuide de nós. Ângela tem sido boa, as vezes surta, porem o Ben a mantêm na linha; é estranho como ele a completa, tão calmo e ela sempre parecendo uma tempestade!

O papai e a Sue são um casal legal, mas sempre que os vejo juntos felizes imagino que essa felicidade poderia ser a sua, que ele poderia ser esse homem bom para você, as coisas poderiam ter sido diferentes. Eu sei, é errado pensar assim, mas eu não posso evitar! Eu gosto da Sue não me entenda mal, e fico feliz que ela seja feliz com o papai, porem... eu me ressinto dele um pouco, por ele não ter sido o homem que você merecia, e o pai que eu a irmã precisávamos antes. Edward diz que sempre haverá essa sombra em meu coração e eu terei que lidar com ela pelo resto da minha vida.

De qualquer forma ela não me impede de ser feliz.

Passei mais um tempo ali em silencio, apenas observando sua lapide, o vento no meu rosto e acariciando meu ventre ainda plano; meu filho viria para uma família completamente diferente da qual nasci, nunca precisaria assumir responsabilidades que eram de seus pais, e isso me confortava bastante.

Deixei as flores que comprei no caminho em cima de sua lápide e me encaminhei para a saída. O zelador acenou para mim. Quando dei a partida no carro eu sabia que deveria chegar à casa da minha irmã o mais rápido o possível. Ela estava preparando um festa surpresa para Ben, hoje era o aniversario dele, e ela havia passado a semana todo fingindo não se lembrar e não se importar. O pobre Ben estava deprimido por isso. Ele havia ido trabalhar como em qualquer dia, e todos no trabalho também deveriam fingir indiferença pelo seu aniversario. Achei um tanto exagerado, mas ele ficaria radiante com a festa eu tinha certeza.

Minha irmã estava em frente à casa que foi nosso abrigo de infância, impaciente.

—Você demorou. – reclamou entrando e batendo a porta. Se fosse há alguns dias eu teria dado uma resposta grossa, como ‘’ então porque não foi sozinha?’’, entretanto eu estava emotiva de mais para ser rude.

—Fui ver a mamãe. – comentei enquanto saia pela conhecida rua. Ela olhou pela janela quando respondeu.

—Desculpa. Eu só estou estressada...

—Tudo bem. – dispensei seu pedido.

—Foi sozinha? – quis saber.

—Sim. – eu não contaria para ela sobre a gravidez antes de contar ao Edward.

—Isso é novidade. Você odeia cemitérios.

—Estou gostando da calmaria de lá. – resmunguei prestando atenção na estrada a minha frente.

Ângela percebeu que eu não queria papo. Mudou de assunto.

—E a bagunça na gráfica? Algum funcionário se pegando pelos corredores de novo?

Ótimo. Ela se prendeu ao meu trabalho. Passamos a viagem falando dos pros e contras de ser a nova chefe do meu setor e como isso afetava meu tempo e sanidade mental.

—Mais você está feliz. – ela concluiu.

—Sim. Gosto do meu trabalho e das pessoas de lá. – para uma manhã de sábado, foi extremamente fácil achar um lugar para estacionar.

—Eu me pergunto por que você não comprou essas coisas antes. – resmunguei enquanto andávamos pela calçada.

—Eu te disse! Se comprasse no mercado da cidade, alguém com certeza comentaria algo com ele. Eu quero que ele entre pela porta e faça um cara de surpresa mesmo. Quero que seja algo importante.

—Quem diria. Ângela Swan querendo ser romântica. – debochei.

Ela revirou os olhos e bateu seu ombro com o meu.

—Ele faz tudo por mim e por Antony, Bella. É meu dever retribuir de algum jeito.

—Estou feliz por vocês. - falei e entrelacei nossos braços. Seguimos nosso caminho para a loja de artigos de festas. Como a fila estava grande, vi minha oportunidade perfeita de escapar um pouco e comprar o que queria.

—Preciso ir à lojinha da dona Ana. – menti com cara de surpresa. Não era uma boa mentirosa, por isso apelava para cara de choque.

—Já vamos, depois daqui. – ela disse distraída olhando o celular.

—Tem que ser agora. Ela fecha mais cedo aos sábados, lembra? Não demoro, é só umas pulseirinhas que pedi que ela fizesse para dar as meninas do time. Para incentiva-las a ganhar o próximo jogo.

Inventar era historia era melhor que apenas menti. Mais fácil.

Ângela arqueou uma sobrancelha para mim. Por favor! Ela era a rainha da mentira, minha historia até era parcialmente verdadeira.

—Vou rápido. Quando você terminar nos encontramos na padaria para pegar o bolo?

—Tudo bem. Aproveite e compre um colar para mim. – ela piscou.

Engasguei.

—Que tipo de colar?

—Não sei. Um bonito.

E essa foi minha irmã sabendo que seja lá o que realmente iria fazer, ela sabia que eu estava mentindo.

Ridícula.

Sai dali antes que contasse para ela sobre minha gravidez. Agora apenas Edward saberia.

Fui rápida ao entrar na pequena loja de artigos para bebê, logo uma jovem de pele café e lindos cabelos cacheados com um sorriso simpático veio me atender.

—Posso ajuda-la?

—Na verdade pode. Preciso de algo que diga ‘’ você vai ser papai’’, mas o homem em questão já tem um filho.

—Entendo... Você quer anunciar uma gravidez. – ela colocou um deda na bochecha como quem pensa. Piscou feliz logo. – tenho algo perfeito. Você tem preferência para o objeto em questão?

Neguei com a cabeça. A menina (serio ela devia ter seus dezesseis anos, o que lembrou minha época de trabalhar para os Newton’s depois da escola) foi até uma arara cheia de pequenas roupinhas. Pegou um body de cor lavanda com os dizeres ‘’ Estou chegando papai’’.

—O filho dele tem quantos anos?  - ela perguntou.

—Três. – respondi rápido.

—Isso é perfeito então. Esse body é para recém-nascido, a cor lavanda pode ser unissex, mas se preferir outra posso pegar.

—Não... Essa é perfeita. – sussurrei pegando o pequeno body de suas mãos.

— A mamãe gostaria de ver mais alguma coisa? – ela perguntou com um sorriso.

—Por enquanto não. – respondi.

—Vou fazer um embrulho bonito. – ela piscou e foi para o caixa. Fiquei andando pela loja vendo as coisinhas; eu vivia cercada de coisas de bebê, com os gêmeos de Rose, a filha de Alice e Tony, porem agora... Seria o meu bebê, saído de mim. Eu não via a hora de preparar cada detalhe, seu quarto, suas roupinhas, seus brinquedos...

—Pronto. É só passar no caixa e depois pegar o embrulho com a Sol. Foi um prazer ajuda-la. – a mocinha voltou.

—Obrigado, querida. – peguei o papel com o valor de sua mão. Me detive no caminho para o caixa. A chamei.

—Sim?

—Como sabe que o filho do meu marido não é meu? – não deixei passar quando ela disse ‘’ ele é pai’’ se achasse que eu também já era mãe, teria dito ‘’ o filho de vocês’’. Seu sorriso não se abalou.

—Trabalho aqui há pouco tempo, mas já percebo mães pelo o olhar; o seu é de primeira viajem. Experiente... Porém me parece uma primeira gravidez.

Eu ri.

—Você é realmente boa menina. – falei e fui pagar e pegar meu presente.

Quando tínhamos tudo pronto, Ângela e eu seguimos de volta a Fokrs, onde a deixei em casa preparando as coisas e corri ao encontro das meninas no campo.

Eu já tinha preparado as pulseirinhas delas há dias, então as entreguei e começamos o treino. Evitei correr a trás delas pelo campo. Não queria que nada desse errado.

Ás quatro da tarde dei nosso treino por encerrado, e junto aos pais delas, encontrei Edward e Antony. Edward conversa animado com Mike, e Tony assim que me viu correu em direção. Tive medo de pega-lo no colo.

Isso faria mal ao bebê? Poderia me fazer perdê-lo? Droga, eu estava apavora, precisa ver minha medica logo.

Preferi me abaixar em sua direção e abraça-lo.

Senti que ele estranhou o fato de eu não pega-lo no colo.

—Mamãe! A vovó deixou eu fazer biscoitos com ela! – disso todo sorrisos.

Arregalei os olhos numa expressão engraçada.

—Serio meu amor? Só você ou Yasmin também?

Ele fez uma careta fofa. Tony tinha uma pequena implicância com a prima.

—Só um poco, puque ela fez bagunça. – ele revirou os olhos exatamente como o pai. Lindo esse menino.

—E você não fez? – estreitei os olhos para ele. Suas bochechas coraram.

— Quase nada. – ele jogou uma mãozinha para o alto, como quem faz pouco caso, um habito que pegará de Emmett.

Dei leves mordidas em sua bochecha. Ele gargalhou.

—Pala mamãe! Ta babando eu! – ele ria.

Edward o tirou dos meus braços o pegando no colo.

—Queria muito morder vocês dois, mas a vovó Esme está louca para ter todos em casa. – ele disse com o pequeno nos braços. Me levantei e o dei um leve beijo nos lábios. Ele sorriu para mim.

—Oi meu amor. – sussurrou.

—Oi. – sussurrei. Meu coração batendo mais rápido só de estar perto dele.

Acenei para alguns pais que ainda estavam por ali, e fomos para o carro. O meu.

—Não acredito que vocês vieram a pé. – disse enquanto manobrava para pegar a rodovia.

—Não viemos. Alice nos trouxe, assim podíamos voltar de carro com você. – Edward explicou.

—E onde ela está?

—Foi ajudar sua irmã. – ele comentou distrai-lo mexendo no celular. Eu ainda não havia me acostumado com a amizade que surgiu entre Alice e Ângela.

(...)

Eu estava ansiosa e desligada durante a festa surpresa de Ben, onde meu cunhado chorou- sim chorou- quando abriu a porta e viu todos reunidos ali na pequena sala com um coro de ‘’feliz aniversário’’. Eu sorri, conversei e troquei olhares ansiosos com Edward que queria dizer ‘’ quero ir para casa logo’’, mas a casa em questão seria a da minha sogra, já que passaríamos a noite em Forks.

Para minha grande sorte, os gêmeos de Rose e Emmett não derem sossego a minha amiga, andando por toda a casa e fazendo birra, ela não teve tempo de me questionar sobre o resultado do exame; eu não diria, Edward deveria saber antes de mais alguém.

Quando a hora era aceitável o bastante, chamei Edward para irmos para casa de sua mãe, Antony dormiria lá para dar privacidade a mãe e ao padrasto. Alegando que estava com dor de cabeça consegui fazer com que Edward e eu saímos antes, deixando para Alice a missão de levar o sobrinho para casa.

Quando me despedi de Rose ela me lançou um sorriso que claramente dizia ‘eu sei o que você está aprontando’’.

Minha dor de cabeça também não parecia ter convencido Edward, então passei o pequeno trajeto de olhos fechados para evitar conversas.

Quando chegamos logo fui para o banheiro trancando a porta. Tomei um banho rápido e voltei para o quarto.

Edward me olhou meio receoso, acho que ele pensava que eu ainda estava brava com ele pela noite anterior.

Quando ele entrou no banheiro peguei a pequena embalagem de presentes, e coloquei em cima da cama.

Eu havia vestido uma camisolinha rosa leve, nada de mais.

Quando ele saiu secando os cabelos, e me viu sentada na beirada da cama logo ficou em alerta; eu só ficava daquele jeito quando queria conversar algo serio, e em geral nunca era coisa boa. Hoje seria uma exceção.

—Devo me preocupar? – ele brincou, porem seus olhos eram atentos.

—Apenas sente-se aqui. – dei dois tapinhas no colchão ao meu lado. Ele veio ainda cauteloso e minha vontade de rir foi grande.

— Quero te dar algo. – falei para tentar diminuir a tensão em seus ombros. Ele ainda me olhava cauteloso.

— Sim?

Eu ri meio nervosa.

—Pegue! – lhe estendi o embrulho. Ele abriu de vagar.

 Quando viu seu conteúdo ficou abrindo e fechando a boca e nenhum som saia.

—Isso... – ele tentou. Assenti com a cabeça, meus olhos se enchendo de lágrimas.

—Sim. Eu estou. – sussurrei.

—Bella! – ele exclamou e me puxou para seus braços. Eu meio ri meio chorei em seu pescoço.

—Você vai me dar um filho. – ele sorriu. – Meu e seu.  –continuou.

—Sim meu amor. Conseguimos. – respondi. Ele se afastou um pouco para olhar meu rosto, e a alegria que vi ali me tirou o fôlego. Ele colocou uma mão em cada lado do meu rosto e me beijou, primeiro de forma forte e rápida, e depois foi se acalmando, com beijos mais cálidos e profundos.

—Um filho. – sussurrou em meus lábios.

—Sim Edward. Vamos ter um bebê. – sussurrei feliz. Ele foi me beijando de vagar e deitando na cama, seu corpo pesando com cuidado sobre o meu.

—Já falei que você me faz o homem mais feliz do mundo? – pontuou cada palavra com um beijo. Estreitei os olhos fingindo pensar.

—Hoje não. – respondi.

—Pois faz. Eu sou o homem mais feliz do mundo por ter você. – ele disse e a reverencia e o amor presentes ali, encheram meu coração.

Naquela noite Edward me amou de vagar, com reverencia. E tive a certeza de que cada decisão certa e errada que tomamos em nossas vidas fora vital para tornar esse momento ainda mais perfeito. Afinal, nossas decisões nos moldaram na pessoa que somos hoje; companheiros, amantes, amigos, marido e mulher.


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Notas finais do capítulo

e ai? gostaram? vocês gostariam de um especial de Natal? bjs :*