Home escrita por Thay Paixão


Capítulo 22
Capitulo 15


Notas iniciais do capítulo

voltei! gente, vai render mais capitulos do que previ, mas continuamos na reta final! rsrsrs
Boa leitura ♥



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Capitulo 15

Renée

Racionalmente sabemos que o tempo é o mesmo para todos. Vinte quatro horas por dia. Ponto. Que gastamos e distribuímos de formas diversas, segundos nossas necessidades. E isso é o que define nossa vida; a forma como distribuímos nosso tempo, o que fazemos com ele. Tudo é uma questão de prioridades, certo? Qual era a minha?

Aos quinze anos, passei seis meses da minha vida morando na Rússia, treinando dura para ter a chance de me tornar uma grande bailarina. Longe de qualquer amigo de infância, parentes, eu estava em um país que não falava minha língua, com estranhos, mas estava seguindo um sono e dando orgulho aos meus pais. Seis meses na Rússia, um ano em Paris, um ano na Alemanha. Muitos espetáculos. Muitos prestígios. Uma bailarina com um futuro brilhante. Eu não via meus pais há anos. Só nos falávamos por telefone. Eles estavam orgulhosos de mim.

Eu sentia falta deles. Sentia falta de ter um amigo que não sentisse inveja do meu talento e quisesse meu lugar. Aos dezoito voltei as EUA, reencontrei amigas de infância.

Entramos no carro e fomos percorrer o país. Passamos por Forks. Conheci Charlie. Engravidei. Nunca mais sai daqui.

Eu o amava, todo o meu tempo era gasto com ele. Com nossas filhas. Nos primeiro cinco anos. Depois eu queria mais. Queria minha vida de volta.

E então meu tempo passou a ser gasto da pior forma possível; desejando algo que eu não poderia ter.

Há quanto tempo eu estava sentada naquele banco em frente ao Hospital Cullen? Vinte minutos? Duas horas?

Ví casais entrarem felizes, e saírem tristes, apoiando um ao outro. Vi uma jovem entrar nervosa olhando para os lados, e sair olhando seus pés, mais pálida do que havia entrado, vi uma criança entrar nos braços da mãe chorando muito e sair andando, rindo e brincando com um gesso no braço, que parecia pesado de mais para ela. Vi uma senhora idosa sair aos prantos. Vi uma medica sair correndo, parar perto da rodovia, cair de joelhos e chorar compulsivamente.

Hospitais... O lugar em que melhor podemos observar a passagem de tempo e como ele passa de formas diferentes para cada pessoa.

Quanto tempo fiquei aqui observando as pessoas?

Repassei a conversa com meu medico e amigo, Dr. Aro Volturi;

—Renée nós somos amigos antes da relação medico-paciente, e é como seu amigo que eu exijo a presença de uma de suas filhas aqui.

— Eu não estou escondendo nada da minha família Aro.

—Eu preciso delas aqui. – ele repetiu me olhando serio.

—Quanto tempo tenho? – sussurrei. Era o que realmente importava.

Ele se recostou na cadeira macia de couro do outro lado da mesa, e tomou fôlego.

— Não é uma ciência exata. Podem ser dias. Semanas.

—Meses? – arisquei. Ele negou com a cabeça.

—Meu neto fará um ano daqui a dois meses, Aro. Preciso estar aqui. – eu implorei. Ele segurou minhas mãos.

— Eu não posso garantir.

— Como amigo Aro. – implorei. Ele levantou e veio até mim. Abraçou-me. Chorei.

—Talvez, Renée. Depende de você.

O câncer se espalhou pelo meu corpo, matando toda e qualquer célula boa. Agora seria rápido, eu fica cada vez mais fraca.

—Como vai ser?

Ele se afastou um pouco para me olhar. Havia tanto amor ali, que eu me arrependi de novo de como gastei meu tempo.

—Você ficará cada vez mais cansada. Vai se esquecer de coisas banais. Como escovar os dentes, se vestir. Lembranças de infância irão sumir...

—Muitas já se foram. Eu não falei por que... Não queria assustar ninguém. Eu não lembro o nome dos meus pais. Nossa casa. Não lembro se tivesse uma melhor amiga. O primeiro amor. Não me lembro das minhas filhas bebê! Mas eu ainda me lembro do que fizemos com Charlie. Quando tantas lembranças boas somem, eu me lembro disso. Como isso o destruiu. Eu fui uma pessoa horrível, e estou pagando por isso.

—Charlie era um marido e pai ausente. Não se culpe pelo o que fizemos você estava vulnerável e eu a seduzi.

—Pobre Aro. Eu o quis. Muito. Logo que o vi, e naquela época Charlie e eu estávamos bem.

—Mas você mal falava comigo naquela época. O que só prova que se ele tivesse sido um marido mais dedicado isso nunca teria acontecido.

—Até hoje ele não me disse como descobriu.

—Billy Black. Pensei que você soubesse. Ele nos viu naquela cafeteria em Seattle.

—E contou ao Charlie.

—E quando Charlie te questionou você não negou.

—Bella tinha sete anos. – sussurrei. Quanto peso minha pequena aguentou depois disso.

—Eu sempre amei você- ele disse serio. - essa situação... Eu queria poder fazer algo. Perder você irá doer. Muito.

Sorri para reconforta-lo.

— Eu vou ser forte. Ficarei bem até o aniversario do Tony.

—É muito frustrante quando me deparo com circunstâncias onde tenho que depositar minhas esperanças em um Deus.

— Esse Deus sabe o que faz Aro. Sabe, eu tenho escondido o avanço da doença. Uma vez eu estava na igreja, e voltava para casa a pé. Quando percebi que não sabia onde ficava minha casa. Foi desesperador. Até que uma amiga, que eu também não sabia quem era me levou para casa. Ontem mesmo, fiquei à tarde sozinha com Tony, tudo estava bem, não o perdi de vista uma hora se quer, até que tive de trocar sua fralda. Terminei e fui à cozinha fazer umas bananinhas amassadas para ele. Com a fralda suja na mão. Percebi que tinha que joga-la no lixo. E abri o congelador! E a deixei lá. Parecia algo tão natural! Ângela encontrou a noite, e rimos disso. Só que enquanto ria com ela, eu não entendia por que não poderia colocar a fralda suja lá. Foi quando estava quase dormindo que me lembrei de onde era o lixo. Essa manhã passei bons vinte minutos de frente para o espelho com a escova de dente nas mãos, tentando me lembrar de como se escovava os dentes. Tentei ficar calma e não me frustrar até que a memória disso voltou.

—Se frustrar só irá piorar. – ele concordou

— Eu vou avisar as meninas. Hoje mesmo.

—Acho que você deve vir para cá.

—Não quero morrer no hospital. Quero estar na minha casa.

—Não vai mesmo contar aos seus pais?

—Pelo o que você disse, eles cortaram relações comigo há muito tempo, nem mesmo quiseram conhecer as netas. Eles não fazem parte da minha vida.

 

Eu devia ligar para Bella agora, e pedir que viesse hoje mesmo.

Bella.

 

—Vamos Edward! Eu vou me atrasar! – briguei com ele de novo, enquanto tentava colocar os saltos com ele me beijando o pescoço.

—Rapidinho amor...

—Nunca é rapidinho! Tenho que estar logo no trabalho e você também. – ele me soltou indo colocar a camisa, resmungando sobre eu ser uma tirana.

—Alguém tem que ser o adulto da casa. – soltei um beijo para ele e fui para a porta do quarto rebolando bem os quadris.

—Isabella! Pare de me provocar!

Eu ri do seu tom de desespero enquanto ia para a cozinha nos servir café. Não demorou muito para ele me alcançar.

—Seu café- o passei uma caneca fumegante.

—Obrigado. – ele bebeu um forte gole. – Vai mesmo a Forks depois do trabalho?

—Você ouviu Renée ao telefone. Parece algo importante. – dei de ombros. – tudo bem você jantar sozinho?

—Pensei em te encontrar lá depois do plantão. Isso é se você quiser. – ele ficou meio sem jeito.

Adorava como apesar do tempo, Edward ainda era um homem tímido.

Passei os braços pelo seu pescoço me pendurando nele.

—Eu adoraria. – sussurrei beijando- o em seguida. Suas mãos passaram pelos lados do meu corpo, depois se detiveram em meu bumbum. Ele apertou.

—Edward... - O adverti.

Ele riu me soltando.

—Rapidinho?

—Não! Vamos logo para o trabalho, a noite cuido de você. – pisquei.

A manhã passou rápido, entre um projeto e outro e fofocas do escritório. Nada de mais. Como todos os dias, encontrei Rosalie e dessa vez Alice, para o almoço num restaurante próximo.

As duas já estavam sentadas quando cheguei.

—Desculpem a demora, estava no telefone com a minha chefe.

—Tanya? – Rosalie perguntou analisando o cardápio.

—Sim. Ela está sendo mãe de primeira viajem. A bebê dela é a coisinha mais fofa que já vi.

As mostrei uma foto da pequena Charlotte, filha de Tanya.

—Ah espero que a minha seja toda fofinha assim. – Alice comentou sonhadora.

—Com certeza será. E meu irmão será o pai mais babão da região. – Rosalie comentou rindo. Sorri também, mais feliz por ela se referir a Jasper com tanta naturalidade ao chama-lo de irmão. Era bom que nossas famílias estivessem entrelaçadas.

—Tony terá uma prima só um pouco mais nova. – falei feliz.

—Uma só não querida. Chamei Alice aqui para dizer as duas ao mesmo tempo... para dizer que... Estou gravida.

Alice e eu ficamos olhando para ela meio bobas.

—Essa é a parte em que vocês me parabenizam. – ela disse e tomou uma taça de agua.

—Rose isso é maravilhoso! – eu fui à primeira reagir.

—Estou muito feliz por você!  - Alice me acompanhou e ambas seguramos suas mãos.

—Emmett já sabe? – perguntei.

—Sim. Na verdade... Foi ele quem me contou.

—Como assim?

—Eu tinha feito uns exames de rotina, e estava com uma leve infecção urinaria, e para tratar precisa saber se tem risco de gravidez por causa do tratamento... Enfim, o exame ficava online, e ele entrou antes de mim. Ele comprou um body de bebê, com as palavras ‘’mamãe estou vindo’’ e me fez chorar. Fiquei emocionada.

—Que lindo Rosalie! – Alice não se conteve e a abraçou chorando. Alice era meu maior exemplo de gravida hormonal; uma hora chorava do nada, outra tinha ataques de fúria, por motivos banais.

—Então minhas duas grandes amigas serão mães! – falei.

Rosalie entendeu errado.

—Bells...

—Eu estou feliz. Serio. Não há nada em mim que não seja alegria por vocês estarem esperando bebês.

—Sua hora vai chegar. – Alice segurou minha mão. Apertei a sua.

—Eu estou bem, Alice. Estou tomando os remédios, e vivendo uma vida de casal com Edward. Somos bobos um com outro, e esse momento, essa vida de ‘’casados’’ só nós dois... É ótimo. Precisamos disso antes de ter um bebê. E sei que na hora certa teremos.

—Você amadureceu - Rosalie disse arregalando os com um falso espanto.

—Sua boba. Mas é verdade, eu amadureci.

—Um brinde com agua então, a nossa amiga Bella, que será titia de novo, e de novo, e que agora amadureceu! – Alice brincou. E ali, com as duas melhores amigas que eu tinha, eu me senti em casa de novo.

Horas depois eu estava em frente à casa de Ângela em Forks. Mandei uma mensagem ao Edward avisando, sabendo que ele só veria daqui à três hora, quando seu plantão de residência acabasse.

—Onde está meu bebê? – cheguei logo na porta chamando por Antony. Ele com certeza tinha ouvido a buzina do carro quando cheguei. Ouvi seu gritinho de alegria vindo da sala.

Ele engatinhou na minha direção.

—Meu bebê! – o saldei pegando- o no colo. Ele gargalhou feliz.

—Ma..ma...ma.. – ele balbuciou seu ensaio de palavras. Ângela e eu apostamos que ele diria ‘’mamãe’’ antes de ‘’papai’’, e para azar de Edward, mamãe estava mesmo mais próximo.

—Ele cresceu Âng! – reclamei com minha irmã que estava no chão cercada pelos brinquedos do pequeno.

—Bella, faz apenas seis dias que ele veio da sua casa. – ela se defendeu achando graça.

—Parecem anos. Ele está crescendo muito rápido.

—Você duas também cresceram rápido. – nossa mãe apareceu na porta da cozinha, secando as mãos em uma toalha de prato. Ela parecia... Pálida e frágil. Senti um aperto no peito ao olhar seus olhos azuis infantis. Era fácil esquecer que Renée estava doente, já que ela era alegre e jovial na maior parte do tempo.

—Por que vocês duas não colocam a mesa enquanto eu tomo um banho e tiro esse cheiro de tempero do corpo?- ela sugeriu se aproximando de mim e Tony e dando um beijo no meu rosto e depois no dele.

—Não acredito que a senhora preparou todo o jantar sozinha! – reclamei.

—Ei eu ajudei, tá? – Ângela se defendeu levantando do chão.

— Claro. – estreitei os olhos para ela de brincadeira. Ele me fez língua. Antony riu e fez língua também.

—Você está fazendo língua pra sua mãe? Vem aqui menino!- ela avançou para nós fazendo cara de brava. Apertei Tony e virei de costas para ela.

—Não, não... Ninguém vai brigar com o Tony. – eu girei com ele nos braços e ele riu das nossas palhaçadas. Notei Renée ainda na escada olhando nossa brincadeira boba com um amor incondicional nos olhos.

— Ela está bem? – perguntei a Ângela quando colocamos Tony na cadeira de refeição e arruamos a mesa com quatro lugares já que Charlie também viria comer. O olhar de minha irmã ficou triste.

—Ela dorme de mais. Tem tentando ficar comigo e Esme para os preparativos do aniversario, porem não está conseguindo. Contando a noite e os cochilos de dia... Nossa mãe anda passando dezoito horas dormindo.

Me sobressaltei.

—Como assim? Como não me contou antes?

—Eu só percebi esses dias que o Tony ficou com você. Voltei a trabalhar no hospital, você sabe, mas como estou na escala 12/24 fico o dia todo em casa e pude notar. Ela fica insistindo para eu voltar para a faculdade, mas quero ficar de olho nela.

—Conversou com o medico?

Ela negou com a cabeça.

—Dr. Aro disse que ela quer conversar conosco. Depois podemos procurar ele para tirar duvidas.

—Isso não seria antiético? – Ângela deu de ombros.

—Aro é amigo da família. Não estamos vendo dessa forma, embora Charlie sempre aja estranho toda às vezes em que falo dele. Acho que ele queria outro medico para a mamãe.

Dei de ombros também não entendo o porquê do nosso pai implicar com o medico da mamãe. O Dr. Volturi era um medico renomado no país.

—Rosalie está gravida. – falei para entrarmos em outro assunto.

—Isso é maravilhoso!- ela ficou feliz.

—Jasper será papai e titio. – eu ri.

— Esme ficará no sétimo céu, uma neta vindo... Alice está com quantos meses mesmo?

—Cinco.

—Cinco. Uma neta vindo e mais um... sobrinho ou neto emprestado? Neto mesmo. – ela riu – a caminho. Por falar em Esme... Você lembra do Alistair?

—O nome não me é estranho...

—Era um amigo de Carlisle, um fotografo que vive viajando pelo mundo...

—Sim! Ele veio passar uma ação de graças... Nossa faz muito tempo.

—Sim faz. O ponto é... Ele se mudou para cá. – ela disse sorrindo maliciosa.

—Para cá? Forks? – ela assentiu. – E...

—E que Esme e ele andam muito juntinhos...

—E você está insinuando que...

—Ela me falou que estão namorando. Mas ela tem medo da reação dos filhos.

Coloquei a mão na boca.

—Não! Isso é ótimo! Esme namorando!

—Fala baixo a mamãe pode ouvir! É segredo. – tampei a boca.

—Eu acho que Alice e Edward iriam amar. A mãe fica muito sozinha.

—Foi o que eu disse a ela. Mas ela ainda está com medo.

—Edward nunca iria barrar a felicidade da mãe.

Tony escolheu esse momento para chorar.

—Ai meu filho, você quer atenção né?

—Ele quer o vovô. E ai garotão? – Charlie entrou ruidosamente.

—Charlie, temos campainha.  – Renée voltou já tomada banho.

—Não preciso tocar a campainha na casa da minha família. – ele resmungou e me abraçou. – como você está garota?

—Bem.  – respondi correspondendo ao seu abraço.

—Vamos comer gente! – Renée convidou indo se sentar.

Comemos em silencio vez ou outra fazendo comentários. Os contei da gravidez de Rose, e Charlie disse que Leah, filha de Sue também espera um bebê.

—A cegonha está a todo o vapor. – Renée disse sorrindo. Ela olhava para nós como um telespectador assistindo a um filme feliz. O seu final feliz. Eu estava com o coração apertado, imaginado que o sorriso da minha mãe poderia ser triste por baixo daquela fachada feliz.

Renée

Eles riam e brincavam uns com os outros. Meu pequeno neto comia fazendo bagunça o que arrancava gargalhadas de todos nós. Minha família... Passou tantos anos perdidos, e agora, finalmente cada coisa estava em seu lugar, minhas filhas estavam construindo suas vidas, meu ex marido havia largado a bebida, o vicio, e estava feliz ao lado de outra mulher. Eu não sentiria pena que mim mesma, eu me sentiria agradecida. Agradecida pelo tempo que tive com eles.

—Eu chamei vocês aqui, por que queria agradece-os. – comecei.

—Espera mamãe. Vou por o Tony para dormir. Ele está chorando, com certeza é sono.

Ângela saiu.

—Nos agradecer pelo o que Renée? – Charlie.

—Vamos esperar Ângela voltar.

E ela não demorou. Olhei para os três pares de olhos castanhos-chocolate que me fitavam.

—Uma de vocês poderia ter saído mais parecida comigo. – falei. Eles riram.

—Desculpa mãe. – as meninas disseram juntas.

—Está tudo bem. Eu... Eu tenho muito orgulho de vocês. Se tornaram mulheres fortes, fortes como eu nunca fui...

—Mãe... – Bella começou. Levantei uma mão a interrompendo.

—Bella, eu errei muito com você. Graças a minha fraqueza você se sentiu na obrigação, eu não sei, deveria ser responsável pela sua irmã. E daqui a pouco estava se responsabilizando pela casa... Erramos tanto com você Bella. Me perdoe.

—Já passou. – ela disse. Bella sempre iria menosprezar seus sacrifícios.

—Temos muita sorte de ter você. – sussurrei. Eu estava a um passo de chorar.

—Minha doença está avançando. Eu tenho tentado esconder isso, porem não está dando mais. Aro me preparou sobre como irá ser daqui em diante, e disse que posso ir para o hospital nessa fase, mas eu queria ficar aqui.

—Vamos apoiar você mamãe. – Ângela segurou minha mão. Bella pegou a outra.

—Não vamos deixar você – ela disse com os olhos marejados.

—Eu irei precisar de ajuda com coisas básicas. Como tomar banho. Se vocês não quiserem...

—Eu vou vir para cá. Ficar com vocês. – Bella se prontificou.

—Amanhã mesmo vou conversar com o Dr. Volturi.- Ângela falou para Bella e deixei as duas conversando sobre como se organizariam para tomar conta de mim. Sorri com o entrosamento delas.

Naquele fim de noite, Bella insistiu com Edward para que os dois passem a noite ali mesmo, ela e Ângela preparam os colchões na sala, e Bella e Edward dormiriam ali. Acompanhei Charlie até seu carro.

—Você guardou o melhor para o final. – ele comentou lá fora.

—Não entendi. – falei.

—Por que não pediu o divorcio? Quando ficou com Aro...

—Aquilo foi uma aventura Charlie.

—Por que ele foi seu medico?

—Por que era o melhor?! E um amigo muito, muito bom. Não passei os últimos dezessete anos com ele. Os passei com você.

 -Tento uma infernal vida comigo.

—Tivemos bons momentos. Tivemos filhas maravilhosas, temos um neto.

Ele sacudiu a cabeça.

—O por quê? Por que não foi viver com ele?

— Por que você mesmo não se separou de mim quando descobriu que eu te traia com ele? Aro tenta me convencer de que te trai porque você era um marido casado com o trabalho e não comigo. Eu estava só. Mas o peso da traição... Eu nunca deveria ter te traído. Por isso fiquei. Foi mais para me punir. Eu não merecia ser feliz com Aro.

—Eu fui egoísta. Eu queria castigar você por sua traição, e acabei punindo nossas filhas, as privando de pais mais presentes. Eu errei com você. Eu fui um péssimo marido.

Então, depois de vinte quatro anos, eu vi Charlie chorar. O abracei.

—Não quero que você morra. Você merece mais. Sempre mereceu, e eu não pude te dar nada. Seus pais te abandonaram por minha causa, você nunca mais viajou para o exterior, você desistiu dos seus sonhos... Eu fui o pior marido, você merecia um alguém melhor, você merecia tudo melhor. É tudo minha culpa. Você era alegre, dedicada e eu um imbecil.

Deixei-o chorar abraçado a mim. Era a primeira vez em todos esses anos que ele desabafava.

—Está tarde. Sue vai ficar preocupada com você. Charlie, nós dois erramos. Não se martirize. Seja um bom pai, avô e marido. Viva bem. Apenas viva.

Fiquei do lado de fora até seu carro sumir na estrada. Voltei para a casa onde Edward, Bella e Ângela estavam tentando fingir que não estavam nos espiando.

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Então? como estão? Renée está nos seus ultimos momentos, mas irá durar até o niver do Tony. todos esses bebês a caminho! rsrsrs a Bella agora amadureceu mesmo! vejo vocês nos comentarios? bjs :*



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