Home escrita por Thay Paixão


Capítulo 17
capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo dedico a linda Gleice Kelly pela linda recomendação da fic! Muito obrigado flor! Cada comentario, cada favorito, me faz muito feliz, e receber uma recomendação é tipo *O* Muito obrigado!
Sem mais, boa leitura! vejo vocês nos comentários finais explicando minha demora :)



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Capítulo 11

Caminhei pela estrada sob a chuva fina, buscando me acalmar e ser racional. Eu era sempre a forte e racional em todos os meios!  Eu estava tão certa de ficar ao lado de Edward e Ângela, cuidar do meu sobrinho, e de repente ao ver o laço alí entre eles, o vínculo que o nascimento do filho criava entre os dois, eu desliguei. Surtei. Eu... Eu realmente já não sei se posso lidar com isso. Como era possível aquilo me machucar tanto?

Parei no pequeno armazém, comprei uma carteira de cigarros e voltei a caminhar na chuva. Rosália iria me matar se soubesse desse cigarro. Nos duas passamos um ano inteiro fumando de mais, e então ao perceber que nosso hálito estava ficando permanentemente ruim, largamos e juramos nunca mais fumar nada. Agora eu quebrava a promessa.

Parei no pequeno ponto de ônibus e quando ele passou acabei entrando. Fiquei em La Push. Talvez uma conversa leve com Jacob me ajudasse.

Meu celular tocava sem parar. Edward. Ignorei todas às vezes.

Para meu grande azar, Jacob não estava em sua oficina e eu não queria ir a sua casa -ao lado- e encontrar seu pai.

Resolvi vagar pela praia, se eu tivesse sorte- algo que eu duvidava a essa altura- ele apareceria.

Vaguei pela beira mar por algum tempo, lembrando felizes tardes de verão passadas ali com amigos, e principalmente com Edward. Havia um tronco de arvore grande e largo na área, que estava lá desde que eu me lembrava de frequentar aquele lugar, e de certa forma, era meu e de Edward. Passamos muitas tardes ali, conversando, falando bobagens, coisas, serias confessando nossos medos e fazendo planos. Foi ali onde confessei minha vontade de ir morar em Los Angeles e ele imediatamente concordou. Foi ali onde ele chorou a doença do pai.

 Quantas vezes durante minha adolescência eu me senti bem por ser responsável? Eu fazia sexo devidamente protegida, não engravidaria. Eu cuidava para que houvesse comida em casa. Eu fazia minha mãe sair do quarto nos seus piores dias. Eu separava o dinheiro do pote de comida para limpeza da casa. Tudo, absolutamente tudo na minha casa era feito por mim. E eu me envaidecia disso. Então eu resolvi viver um pouco por mim e tracei meus planos juntos a Edward; nós iríamos para uma faculdade longe e nossas vidas seriam diferentes.

Edward furou o plano. Ele sempre concordava com tudo que eu propusesse, e acho que foi isso que o fez querer ir para um lugar longe, até que chegou a hora de decidir e... Bom, e ele ficou.

Olhando em volta eu podia ver exatamente o que o atraia nesse lugar; toda nossa história estava ali, e as historias de nossas famílias. Era nosso dever continuar e cuidar, para que Forks, La Push fossem sempre bons lugares para se viver.

—Uma cerveja pelos seus pensamentos. – Charlie me sobressaltou ao sentar no tronco ao meu lado.

—Não vi você chegar. – resmunguei

—O vento está forte. – ele deu de ombros me oferecendo a latinha de cerveja.

—Achei que estivesse evitando o álcool a todo custo. – abri tomando um longo gole.

—Eu sim, você não. Meu pai sempre me dizia ‘’ quando o álcool entra a verdade sai’’. Então, vamos à verdade.

Ri um pouco do ‘’humor’’ do meu pai. Era bom ter uma conversa leve com ele.

—É um menino. – falei e tomei outro gole.

—OW... Isso me deixa feliz. Não me entenda mal, garota, mas já tive minha cota de meninas.

— Ninguém está julgando.

Ficamos em um agradável silencio por um tempo. Charlie e eu nunca tivemos grandes momentos pai e filha. Um jogo do time da escola aqui, um aniversario ali. Tê-lo sóbrio ao meu lado era algo grande.

—Não sei se posso lidar com isso. – comecei. Ele esperou em silencio como imaginei que seria.

Respirei fundo e recomecei.

—Eu percebi que queria isso, poderia lidar com isso. Mas agora... Depois de ver esse ultrassom... Se tonou real pra mim. Pai, o homem que eu amo terá um filho com a minha irmã.

—Isso ficou claro para mim há um tempo.

—É um laço inquebrável.

—E qual o seu problema com isso?

—Não sei se posso lidar com isso. Eles... Eram felizes?

Charlie vacilou com minha pergunta. Coçou a cabeça.

—Sim. Quer dizer... Eu não os via muito. Eles me pareciam bem.

—Eu apareci só para complicar tudo.

—Não vejo dessa maneira. Edward ama você.

—E só o amor basta?

—Não... Claro que não. Uma relação é feita com muitas coisas a mais. Eu só não entendo uma coisa Bella; por que dói tanto?

—Como?

—Você está sofrendo, está sofrendo por que o homem que ama terá um filho que não é seu. A questão é; por que precisa doer tanto?

—Parece bem especifico.

—E não é isso?

—Dói por que eu queria ficar aqui, com a mamãe, com Você, ter uma família com o Edward. E eu já não sei se posso lidar com isso.

—Por causa do bebê?

—Por causa do que ele representa. Eles estão ligados, pai. E eu sobrando.

—Eles amam você.

— E eu os amos. Mas...

—Filha, você vai embora?

Nessa hora o olhei. A passagem de tempo estava começando a ficar marcada para Charlie, seus pés de galinha estavam mais marcados, assim como suas rugas. Ele parecia sábio, como alguém que já viveu tempo o bastante para dar conselhos baseados na própria vida.

—Eu realmente não sei. – suspirei voltando a olhar o mar.

Ele pegou minha mão.

—Seja lá o que você decidir fazer, faça por você. Bella, você merece absolutamente tudo de melhor que a vida tiver para oferecer, e mesmo que acha melhor segui num lugar distante, eu vou entender, te apoiar, e quando quiser me ver estarei aqui. Apenas me prometa uma coisa.

—O que?

—Essa é sua casa. Sempre que quiser volte para ela, há pessoas que amam você aqui. E sobre Edward... Ele ama você. Se isso, essa situação for de mais para você, ele irá entender e te desejar o melhor. Mas por favor, não se afaste de nós achando que assim os dois, Edward e Ângela irão ficar juntos e construir a família perfeita, por que isso não  irá acontecer. Pode ser você ou outra a mulher que ficará com ele e assumirá o papel de madrasta do seu sobrinho, eu só quero que fique claro para você; Sua irmã e ele não ficarão juntos.

—Como pode ter tanta certeza? Eles poderiam ser perfeitos juntos!

—Por que eles amam você, e a querem em suas vidas, disso tenho certeza.

Fiquei mais um tempo ali com Charlie, mais com a frequência das chamadas de Edward aumentando e as mensagens;

‘Onde você está? Responde Bella! O que houve? Vamos conversar!’’

Aumentando também, não demoraria para ele aparecer aqui mesmo.

— Fica para o jantar?

—Eu realmente gostaria... Mas tenho coisas a resolver.

—Se precisar, só me ligue e irei correndo. – Charlie estendeu os braços para mim num convite para um abraço, e eu fui para seus braços de forma desajeitada no começo e logo estar ali se tornou tão certo e reconfortante, que senti um nó na garganta anunciando um choro. Afundei meu rosto em seu peito sentindo-me confortada pelo seu cheiro forte de madeira e roupa gasta. Cheiro de casa.

—Seja bom para Sue, pai. – sussurrei com  voz abafada pela sua roupa. Ele afagou meus cabelos.

—Tenho tido um comportamento irrepreensível. – ele soltou uma risada forte.

— Eu te amo garota. – completou.

— Eu também pai. – falei aquelas palavras que viviam me cercando a vida toda, e eu queria tanto dizê-lo.

Não aceitei sua carona para casa, preferindo ir de ônibus para Forks, assim poderia fumar no ponto de ônibus de novo.

Rosalie me ligou logo que desci no ponto.

—Onde você está?  -ela já gritou

—Tudo Rose, como você está? – fui sarcástica.

—Não brinca Bella Swan! você sumiu quase o dia todo! Edward tem me perturbado o tempo todo no trabalho achando que estou te escondendo!

Ri sem humor.

—Edward é dado a atitudes extremas. Estou bem.

—Onde você está?

—Voltando para casa, estive com Charlie momentos pai e filha.

— Lindo, realmente lindo, se não fosse pelo fato de que acho que você está fugindo de alguma coisa.

—Rose eu... Eu não posso continuar com isso. – soltei.

Ela ficou em silêncio. Em absoluto silencio. Depois do que me pareceram minutos, eu estava quase em casa a pé, ela falou;

—Você vai voltar para Los Angeles? – com uma voz bem baixinha.

—Eu não sei. – fui sincera.

—Bella você... você não pode fazer isso. Não pode desistir de tudo!

—Sinto que estou sobrando aqui!

—Não mesmo! Bella, todos aí precisam e amam você! Vou pegar o carro de Emmett e te encontro aí.

—Não Rose! Não precisa vir aqui, não estrague seu dia com Emmett, eu vou ficar bem.

—Não fuja Bella.

—Eu vou conversar com Edward. Eu só preciso de um tempo para ver se posso lidar com isso.

—Bella, vai ser difícil, mas valerá a pena. Eu sabia que em algum momento isso iria acontecer, pensei que seria quando o bebê já tivesse nascido... Você pode lidar com isso. Não desista do amor de vocês.

Ela não entendia. Eu amava Edward, não havia duvidas. Então qual era o meu fudido problema?

Abri a porta de casa de vagar, não queria encontrar Renée muito menos Ângela, porém era pedir de mais, certo?

—Pensei mesmo que você tivesse sido abduzida. – Ângela resmungou do sofá, tinha um balde de pipoca no colo.

—Antes fosse.

—Edward está nos fundos cortando lenha. O convenci a esperar você aqui.

—Quer um agradecimento por escrito?

—Bella, eu sinto muito pelas coisas ruins que fiz, mas esse bebê não é uma delas.

—Ninguém disse que foi.

—Então não faça parecer que é. Não tente enxergar que existe algo entre mim e Edward que não existe.

—Eu ví o jeito que vocês se olharam...

—E se eu sobreviver para criar essa criança, você verá muito desse olhar. O de admiração por um ser que nós dois fisemos, o olhar que você poderá participar, por que esse bebê aqui é tão nosso quanto seu. Apenas... Não deixe o cara dando bobeira. Se você não puder lidar com isso, outra mulher irá, e eu realmente não quero outra rondando meu filho. Agora vou subir e tirar um cochilo.

—Ângela...

—Não. Vá falar com ele, lá fora.

Encontrei Edward nos fundos da casa cortando uns trocos de lenha. Ele descarregava força vigorosamente nos troncos.

—Melhor que boxe?

Ele se sobressaltou e virou para mim. Seu rosto suado e sua barba por fazer o davam um ar rústico encantador.

— Oi senhor lenhador. – Brinquei.

—Bella! Tem alguma noção do quanto eu fiquei preocupado?

—Desculpe. Eu precisava colocar os pensamentos em ordem.

—Dando uma de doida e me deixando preocupado? – ele cruzou os braços no peito.

—Eu precisava mesmo de um tempo.

 Ele bufou e apertou a ponta do nariz.

— O que eu faço com você? – ele veio em minha direção e dei um passo para trás.

—Bella?

—Eu preciso de um tempo. – falei.

—Por Favor... não faz isso.

—Não sei se posso lidar com isso.

—Com o que?

—Você e Ângela tendo um bebê!

—Bella, por favor! Achei que as coisas já estivessem claras para você.

—E estava até eu ver aquele bebezinho na tela borrada e entender que posso ser eu o empecilho pera a formação de uma família perfeita.

Ele soltou uma risada amarga.

—Perfeita? Você está se ouvindo? A mãe é sua irmã... A manipuladora da sua irmã! E o pai sou eu... O cara que ainda nem terminou a faculdade, que acha que pode administrar um hospital quando não consegue nem mesmo administrar a própria vida! Ninguém aqui é perfeito Bella! Não há a possibilidade de sermos uma família perfeita!

—Edward... Eu não posso lidar com isso! Eu fui sua melhor amiga, sonhei em ser a mãe dos seus filhos...

—E será. – ele prometeu vindo para perto e pegando minhas mãos. Olhou bem no meu rosto. Seus olhos verdes me hipnotizavam.

—Nós vamos casar, compra uma linda casa, e criar nossos filhos. E esse bebê que já ta vindo... Vamos amá-lo muito e cuidar dele, como já disse. Não seremos uma família perfeita, mais seremos uma família cheia de amor, e faremos nosso melhor. Apenas me deixe te provar o quanto te amo.

Suas palavras me emocionaram. Muito. Eu conseguia ver essa imagem perfeitamente; uma casa grande como a sua própria, nossos crianças brincando com nossos cachorros, nossa família num almoço feliz... E também podia ver que não conseguiriam lidar com isso.

—Eu preciso ir. – sussurrei. Seus olhos transmitiam pânico.

—Está me deixando? De novo?

—Não posso ficar... Não agora. – de vagar suas mãos me deixaram. Eu nunca esqueceria seu olhar magoado. Diferente da primeira vez em que o deixei, onde ele parecia certo de que deveríamos seguir caminhos diferentes, dessa vez ele parecia sem chão, magoado. Ele não esperava isso.

—Bella... Por favor. Eu amo você, e quero uma vida com você.

—E eu já não sei se quero. – sussurrei em meio às lágrimas. Os olhos de Edward estavam marejados, por lágrimas que eu duvidava que ele fosse derramar.

Ele afastou como se eu o tivesse ferido.

—Não pode me deixar. Não de novo! Porra Bella! Sei que não é a vida perfeita que você sonhou, mas somos a sua família!

— Vocês estavam melhor antes de eu aparecer e estragar tudo! Ficarão melhor sem mim!

Dei as costas querendo entrar na casa e sumir de Forks o mais rápido o possível. Ele me pegou pelo braço.

—Você não irá a lugar nenhum antes de me ouvir.

—Me solte Edward. – sussurrei entre dentes. Fechei os olhos com força, eu não suportaria olhá-lo.

—Você acha que pode fazer isso? Passar meses aqui, recriar laços, me fazer acreditar que teremos uma vida juntos, e então, no primeiro problema você pula fora? Acha que não pode lidar comigo tendo um filho da sua irmã e quer pular fora? Tenho novidades Isabella; isso não se trata só de você.

—Trata-se de que?

—Das pessoas que vivem aqui e amam você. Você não me quer mais? ok, mas não vai fugir assim.

— Não estou fugindo. Estou aqui na sua frente deixando claro que preciso de um tempo.

—Então abre os olhos e olhe bem para mim, e diga que não me ama, que não pode enfrentar isso comigo.

—De que adianta? – resmunguei.

—Olhe para mim.

 Abri os olhos. Seu rosto bonito só me desarmou; eu não queria uma vida sem ele.

—Eu amo você. E se você me ama, vai me deixar ir. – sussurrei.

Ele fez carinho em meu rosto. Passou seus dedos bem de vagar em mim, da têmpora ao queixo.

— Quando estiver pronta estarei de esperando.

Ele era bom de mais para minha sanidade. Sai dali antes que mudasse de ideia.


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Notas finais do capítulo

Rosalie e Emmett juntos!? D: Trago isso no prox especial dela! rsrsrsrs
Não me matem pelas duvidas da Bella, a fic ta entrando em reta final e não demorarei a trazer os proximos capitulo, o que nos leva a... Tenho demorado por causa da combinação faculdade+trabalho+casa= fico sem tempo. Mas não abandonei as fics, e nem abandonarei. vejo vocês nos comentarios? beijão :*



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