Corações de Papel escrita por M0nk3y


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Desculpem qualquer erro e espero que gostem do novo capítulo :3



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 Esperava ansioso para que este sábado fosse um dia bem produtivo, já que havia conseguido uma reunião com os empresários do Gagosian Gallery, uma das mais influentes galerias do mundo. Havia sido aberta apenas uma vaga para uma exposição de artistas anônimos, logo acabei por me inscrever e neste momento estou esperando meu táxi, com grandes expectativas sobre esta grande oportunidade.

     A entrada da galeria era decorada com duas grandes estátuas escupidas em mármore no seu topo, um homem e uma mulher posicionados  diagonalmente e cobertos apenas com um pano, as portas eram de vidro, o que acabava sendo convidativas aos curiosos que passavam e duas bandeiras foram fixadas na parede. Ao entrar, logo a recepcionista me guiou até determinada sessão, porém não deixei de reparar a beleza do interior da galera, suas paredes eram de um branco fosco com grandes quadros renomados, o piso era de madeira polida, que gerou um tom rústico ao local e a iluminação refletia perfeitamente as obras que ali estavam expostas. 

      Na sessão se encontrava um homem barbudo, que vestia um terno caro, e estava apreciando uma pintura de Richard Phillips, que logo fora interrompido pela recepcionista.

     - Desculpe interromper, mas Perseu Jackson está a sua espera.- falou a recepcionista e foi logo se retirando.

     - Senhor Jackson, sou Quíron, administrador chefe da Gagosian Gallery.- falou enquanto trocávamos um aperto de mão e fez um breve sinal para que o seguisse.- Como sabe, estamos querendo divulgar trabalhos de artistas anônimos e eu juntamente com meus colaboradores avaliamos pessoalmente as obras enviadas. Após alguns debates decidimos que o senhor possui as obras mais qualificadas para esta exposição.

     - Obrigado pela oportunidade, senhor Quíron.- novamente demos um aperto de mão, mas meu rosto estava estampado um largo sorriso.

     - A exposição terá início amanhã e terá duração de duas semanas. Precisamos que o senhor assine alguns papéis, apenas autorizações de exposições das suas obras.

     Fui conduzido até sua sala de reuniões, ao entrar me senti desconfortável, pois a sala transmitia um grande clima formal, com sua grande mesa de reuniões e com seus diversos acentos. Acertamos alguns detalhes, assinei todos os papéis pendentes e acabei por receber diversos elogios sobre minhas pinturas. 

     - Senhor Jackson, conversamos com a Columbia University e os estudantes de jornalismo estão interessados em escrever sobre o espaço que a arte está adquirindo no mundo moderno, e como o senhor é o mais novo expositor de nossa galeria, gostaríamos que viesse aqui amanhã para falar um pouco sobre suas obras aos alunos.

     - Claro, seria um prazer e obrigado novamente pela oportunidade.- falei apertando novamente sua mão e me retirando da sala.

     - Até breve, senhor Jackson.

                                                                                             ***

     Os estudantes poderiam chegar a qualquer momento na galeria. Minha ansiedade estava atacando, mãos suando e dificuldade para respirar, mas sabia da importância que isto teria para a galeria, então não poderia desistir agora. Havia passado a noite anterior memorizando possíveis respostas para as perguntas que os alunos me fariam.

     O grupo que estava a minha frente não era tão grande quanto esperava, possivelmente todos seriam um ou dois anos mais novos que eu. Alguns traziam cadernos para anotações e outros usavam o celular para gravar o que falávamos.

     - Poderia nos contar como entrou no mercado da arte, senhor Jackson?- perguntou um garoto loiro.

     - Comecei a desenvolver um carinho pela arte com cinco anos, quando ganhei meus primeiros pincéis e potes de tinta. Aos treze anos todos começaram a falar que tinha jeito para pintura, foi a partir deste momento que resolvi aperfeiçoar minhas técnicas para me profissionalizar na área.Agora estou com quase vinte anos e pretendo continuar no ramo da arte.- falei percebendo que minha crise de ansiedade já estava passando.

     - Qual sua opinião sobre o espaço que a arte está adquirindo nos dias atuais, senhor Jackson?- falou um garoto de cabelos negros.

     -  A arte se tornou algo bastante complexo. Debates abordaram que a arte deveria ter um propósito didático, porém  a arte é justamente a diversidade das formas, um exemplo claro dessa diversidade são os grafiteiros e pichadores.A arte tem sido, sem dúvida, um meio de estimular a imaginação e criatividade por séculos. 

     - Poderia nos falar sobre de onde veio a inspiração para este quadro?-falou uma garota com mechas azuis apontando para um quadro com a imagem de Annabeth. A garota morena estava com um sorriso travesso estampado nos lábios.

     - Uma determinada garota que vi tinha tamanha beleza que acabei por grava-la em um quadro, para que possa ser admirada da maneira correta e...- me interrompi, pois percebi que todos estavam abafando risadas e abrindo espaço, era ela novamente.

     Várias perguntas se seguiram, porém o ambiente tinha ficado um pouco desconfortável, já que Annabeth acabara por ver um quadro com sua imagem em uma das mais influentes galerias de arte. Era muito constrangedor.

     - Senhor Jackson, posso tirar algumas fotos suas.-falou Annabeth segurando uma máquina fotográfica e logo seu rosto ficou ruborizado.- e claro, de suas obras também para a conclusão do nosso trabalho.

     - Claro, claro.- falei passando a mão pelos cabelos meio sem jeito.

     Todos já estavam se retirando da galeria, mas acabo por sentir alguém tocando em meu ombro.

     - Seus quadros são lindos,Percy.- falou Annabeth sorrindo de lado

     - Obrigado, significa muito para mim. Nunca pensei que conseguiria ter minhas pinturas expostas em uma galeria.- falei olhando diretamente para seus olhos.

     - Aquela sou eu mesmo?- falou apontando para o quadro.

     - Sim. Pintei este quadro logo após vê-la pela primeira vez.- olhei novamente em seus olhos- Annabeth, eu estava pensando se você não iria querer sair para tomar um café comigo. Eu vou entender perfeitamente caso não queira.

     - Bom, eu adoraria Percy.- falou Annabeth e logo se seguiu o sorriso mais perfeito conhecido por mim.

     Estávamos sentados em um banco no meio do Central Park, logo após termos comprado nossos lanches. Era outono, todas as árvores haviam adquerido uma coloração amarelada ou alaranjada, este era considerado por mim um dos mais bonitos fenômenos da natureza.  A coloração das folhas eram todas vibrantes e chamativas, pareciam ouro refletidos pelo sol. A formação disposta pelas árvores e folhas amarelas ao chão, se assemelhavam a entrada da majestosa cidade de El Dorado, e claro podia-se comparar também com os cabelos loiros de Annabeth, que estava sentada ao meu lado no banco e admirava o parque.

     - Você sempre morou em Nova York,Percy?- falou irrompendo o silêncio que se instalara.

     - Me mudei para Nova York faz apenas algumas semanas. Morava com minha mãe no Kansas, mas e você, Annabeth?

      - Morei com meu pai em São Francisco durante um tempo, mas já faz 3 anos que decidi morar com a minha mãe. Meu pai me forçava a querer cursas engenharia civil, porém sempre gostei de escrever e também sou muito comunicativa, então as coisas foram se ligando até me apaixonar por jornalismo. Acabei decidindo vir morar com minha mãe, já que ela aceitaria melhor o que amo e quero seguir como carreira. Desculpe, acho que estou falando demais.- um leve rubor era notável em seu rosto.

     - Não me importo, gosto de ouvir você falar.- falei sorrindo para ela.- Nunca tive tempo para tentar uma faculdade de arte, já que sempre tive que me dedicar a ajudar minha mãe desde que meu pai morreu. Inicialmente pintar e desenhar era só nas minhas raras horas livres.

     Conversamos por longos minutos sentados naquele banco, sentindo a brisa e a energia que aquele lugar estava nos oferecendo. Annabeth era uma garota incrível, cheia de ideias e sonhos. Quando decidimos caminhar um pouco, foram formados as primeiras gotas de chuva e logo o céu estava coberto por uma camada de chuva sob as estrelas e a lua.

     - Percy você é mais lerdo que uma tartaruga, nesse ritmo iremos nos molhar.

     - Annie já estamos completamente encharcados, então pra que pressa?-Não conseguia desviar meus olhos dela, estava tão linda e não parava de sorrir. Acabara oferecendo meu casaco, já que sua blusa era branca e com a chuva estava ficando transparente.      

     As ruas de Nova York estavam mais vagas que o habitual. Os postes de luzes iluminavam as ruas como vaga-lumes que através das poças formadas pela chuva refletiam de forma ondulada sua incandescência, os paralelepípedos enfeitavam as calçadas e acabavam por diminuir um pouco o clima de modernismo gerado pelos grandes prédios que aquela cidade tanto possuía. Andamos até chegar a entrada do prédio de Annabeth.

     - Sorte que a bolsa onde minha máquina fotográfica está é impermeável. Obrigada por hoje, Percy.

     - Foi divertido, espero que possamos repetir, mas dessa vez sem a chuva.- falei e logo após ela se aproximara de mim para um abraço e depositara em seguida um beijo no meu rosto.

     - Boa noite, Annabeth. Até segunda no horário de sempre.- falei com um sorriso bobo no rosto.

     - Claro. Boa noite, Percy. -sorriu e em seguida entrou pela portaria do prédio.


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Notas finais do capítulo

Prometo que tentarei fazer os próximos capítulos mais longos.
Obrigada a todos que estão fazendo comentários positivos!
Até o próximo capítulo ^^



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