Corações de Papel escrita por M0nk3y


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem do capítulo e desculpem qualquer erro ^^
Boa leitura!



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Quando a  porta deu espaço para que eu pudesse observar quem entrava, fiquei encantado com tamanha beleza. Uma garota cujo cabelo era tão dourado quanto uma tulipa amarela brilhando ao sol, usava roupas grandes por conta do frio que estava fazendo do lado de fora, mas aqueles olhos foram o que me chamou mais atenção, eles pareciam o céu quando uma grande tempestade estava por vir. Meu olhar a acompanhou enquanto ela se direcionava ao balcão. 

     - Dois expressos para viajem por favor.- falou a garota para Rachel, que estava no balcão de atendimento.

     A beleza dela podia-se comparar ao pôr do sol visto de uma praia, quando o sol finalmente toca ao oceano e o céu fica repleto de cores, em maior destaque o dourado que tanto se parecia com o cabelo da bela garota, as nuvens que ganham uma coloração mais escura refletem as mesmas sensações de contemplar aqueles olhos tempestuosos. Pintar essa garota acho que não seria um trabalho fácil, pois seus traços eram muito delicados e suaves, seu cabelo tinha vários tons de amarelo misturados com alguns fios castanhos e sua expressão transmitia tamanha emoção jamais vista em qualquer quadro meu.

     Senti que alguém estava se aproximando de mim e quando olhei diretamente percebi que era Grover, um dos funcionários que acabara por virar um amigo. Ele era um pouco mais baixo que eu e possuía cabelos e barba de uma coloração ruiva.

     - Vai um babador aí, Percy? 

     -  Não enche Grover.- falei me virando para terminar de arrumar as mesas.

     - Vai falar com ela. A não ser que você esteja com medo de falar com uma garota e...

.    - Não estou com medo, só não quero chegar assim de repente.- falei antes interrompendo Grover.

     - Se você diz.

     - Mas quem é ela? Já veio aqui outras vezes?- perguntei olhando fixamente para ela, que estava no balcão esperando seu pedido.

     - Todos os dias durante a semana ela vem nesse mesmo horário e entra, pede dois expressos e vai embora. Nunca vem aqui nos finais de semana. 

                                                                                      ***

     Meus dedos tamborilavam inquietos no sofá, tentei ouvir música, assistir alguma coisa na televisão, mas de nada adiantava. A imagem dela estava gravada em brasa na minha mente, acabei não conseguindo segurar o impulso e corri para pegar telas e tintas. O desejo profundo de rever-la estava me inundando, mas o único jeito de conseguir isso neste momento era conseguindo recria-la da minha maneira, com a arte. 

     Estava próximo de ser 2 horas da madrugada e eu finalmente estava me rendendo ao cansaço de pintar aquele quadro, modéstia parte ele havia ficado muito bonito, mas não chegava aos pés da realidade. Sempre me lembraria do pôr do sol ao olhar aquele quadro com sua imagem gravada. 

     Ao abrir meus olhos me senti meio desnorteado, percebi que peguei no sono no sofá. A casa estava em um completo caos, quadros e tintas espalhados pelo chão, manchas de tintas enfeitavam o carpete e para piorar havia babado no meu sofá novo. Peguei meu celular que estava disposto na mesinha de centro e percebi que se não quisesse chegar atrasado deveria começar me arrumar logo.

                                                                                            ***

Todos os dias quando chegava em casa após vê-la pintava um novo quadro dela e nos finais de semana, que eram os meus dias de folga no trabalho, pintava quadros aleatórios e oferecia nas galerias de arte de Nova York.

     O dia hoje estava bem calmo, porém teria de sair mais cedo, pois havia marcado uma consulta no hospital. Estava sentindo dores fortes na cabeça regularmente, então como recomendação de minha mãe marquei uma consulta de rotina. 

     - Grover, pode cobrir o meu horário? Tenho que sair mais cedo hoje.-falei enquanto tirava meu avental.

     - Sem problema, mas você vai ficar me devendo uma.

     Coloquei meu casaco enquanto murmurava um "Obrigado, você é o cara" para Grover, então fui em direção a saída para pegar um táxi. Vários carros estavam disparados na avenida, multidões de pessoas esperavam os semáforos ficarem vermelho para continuarem seus percursos e eu claro que estava no meio dessas pessoas, me sentia como uma formiga, pequeno e inferior comparado aquela grande cidade, onde os prédios cercavam aqueles que ali residiam. Após finalmente conseguir um táxi vago, fiquei admirando mais aqueles prédios durante todo o percurso e percebi tamanha beleza que eles possuíam quando os raios solares  incidiam neles e eram refletidos de volta. Com aquela maravilhosa visão das silhuetas dos prédios eu havia me inspirado para mais um quadro.

     O hospital estava erguido em minha frente, possuía vários andares, era de um branco cintilante e algumas ambulâncias estavam estacionadas no meio-fio. Ao entrar me deparei com a recepcionista, ela era uma senhora e no seu crachá estava escrito "Dodds", que falara para esperar, pois a doutora para qual eu estava marcado iria dar inicio ao seu plantão noturno em poucos minutos. Passei alguns minutos na sala de espera,porém já deveria está de noite, até que minha vez de ser atendido finalmente chega. O consultório era de um branco aconchegante, possuía grandes janelas, um computador disposto sob uma mesa de vidro com vários ornamentos enfeitando, uma maca, um armário com diversas gavetas ,que deveriam conter equipamentos, e haviam sido distribuídos de forma harmônica pinturas e vários vasos de flores, que exalavam um odor agradável.

     A médica que estava a minha espera era bonita, tinha cabelos castanhos como madeira, os olhos eram estranhamente familiar e seu crachá estava escrito "Chase". Acenou para que me aproximasse mais de sua mesa, onde sentei na cadeira a sua frente e entreguei minha ficha. Ela recolhera e estava lendo.

     - Muito bem, senhor Jackson. Na sua ficha está dizendo que você sente dores agudas na região frontal regularmente, febres também regulares e dores frequentes nas articulações. Sente-se na maca e retire sua blusa, por favor.

     - Estou tendo alguns suores noturnos, não sei se isso é de alguma relevância.- falei indo em direção a maca e retirando minha blusa.

     - Certamente.-falou a doutora Chase se aproximando com seu estetoscópio.- Agora respire profundamente e depois solte o ar...

     Fomos interrompidos por uma batida na porta.

     - Boa noite, mãe. Hoje o dia foi bem estressante na faculdade, a propósito está aqui seu café.- falou uma voz feminina enquanto entrava até perceber minha presença.- A desculpe, não sabia que estava com um paciente.

     Era ela. A bela garota que ia todas as noites no café e que havia se fixado insistentemente nos meus pensamentos, meu pôr do sol. Então era por isso que comprava dois cafés, pois um trazia todas as noites para sua mãe que tinha plantões noturnos.

     - Filha, já falei para bater e esperar uma resposta antes de entrar. Espere do lado de fora até que termine isto. Desculpe ,senhor Jackson.

     Mais alguns minutos e terminamos. Doutora Chase marcou exames de sangue e um raio-x para a próxima semana. Quando saí do consultório,ela entrou. Estava indo em direção ao elevador, quando aperto o botão que leva ao térreo escuto sua voz novamente.

     - Segura o elevador, por favor!- falou meu "pôr do sol" andando apressadamente para não perder o elevador.- Obrigada.

     Nos olhamos e dei um sorriso e ela retribuiu. Um clima silencioso se instalou pelo elevador e minhas mãos começaram a suar.

     - Tenho impressão de te conhecer de algum lugar.- falou ela com um olhar curioso direcionado a mim.

     - Trabalho no starbucks próximo ao Central Park, provavelmente já deve ter me visto.- falei e estendi a mão para um aperto amigável.- Perseu Jackson, mas pode me chamar de Percy.

     - Prazer Percy.-falou ela retribuindo o aperto e sorrindo.- Sou Annabeth Chase.


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Notas finais do capítulo

Os capítulos serão postados semanalmente, então até a próxima semana!



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