The Ravenclaw Girl escrita por Nightshade


Capítulo 9
As Complicações da Família Knight




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/699655/chapter/9

*****

Depois de ter me arrumado, saí da Torre da Corvinal e fui tomar o café da manhã no Salão Principal. Ainda era bem cedo, sete e meia da manhã (horário em que as aulas começavam durante a semana), mas depois de ter recebido aquela notícia de minha mãe, não consegui mais dormir.

Não encontrei com nenhum aluno enquanto caminhava pelos corredores; muito provavelmente eles iriam dormir até depois das dez. Sortudos. Não tinham nenhuma outra preocupação a não ser as N.O.M.s ou os treinos de Quadribol.

Entrei no Salão Principal e realmente, pouquíssimos alunos já estavam de pé. Em sua maioria, os do sétimo ano. Me senti até um pouco intimidada. Olhei para a mesa da Sonserina, mas Annelize ainda não estava lá; ela só acordava ás nove nos finais de semana. Ia me sentar sozinha na mesa de minha casa, mas ouvi me chamarem.

— Amélia, ei! – olhei para o meu lado direito e vi Ernest acenando para que eu me aproximasse, do mesmo jeito que ele havia feito na aula de História da Magia. Notei que ele estava sozinho, sem seus amigos de costume, Justin, Susan e Hanna, todos da Lufa – Lufa. Isso me fez perguntar para mim mesma o por que de tanta insistência de ficar próximo a mim. Ele não poderia ter uma queda por mim, poderia? Eu sempre achei que ele gostasse da Hanna.

Afastando esses pensamentos de minha mente, sorri e caminhei até sua mesa, e parei ficando de pé a sua frente. Reparei que seu rosto estava rosado.

— Bom dia. – cumprimentei sorrindo e vi o rosto dele ficar mais rosado ainda. De repente uma lembrança de ontem a noite veio em minha cabeça. A lembrança de que eu havia beijado o rosto dele. Deve ser por isso que ele está tão corado, deve estar envergonhado.

— Bom dia, Amélia. – ele sorriu abertamente. Ele tinha um sorriso bonito, agora que eu estava reparando – Dormiu bem?

— Sim. – respondi me sentando – Tive uma boa noite de sono, e você?

— Dormi bem, também. – respondeu – Eu estudei para os N.O.M.s antes de dormir, depois que terminei meus deveres de Monitor. – ele me olhou com atenção – Desculpe se vou ser muito direto, mas você não me parece bem.

O encarei, surpresa com o que ele havia dito.

— É que... bem... – ele procurava as palavras – Você está um pouco abatida e cansada. Aconteceu alguma coisa? – Ernest parecia verdadeiramente preocupado.

Esse fato realmente me deixou comovida. Ele mal me conhecia, mas estava preocupado. Será que todos os Lufanos eram assim?

Não saberia dizer o que me fez contar a ele os problemas de minha família, mas o fiz. Contei sobre meus avós paternos, sobre as regras da família Knight, sobre minha tia que havia sido deserdada da família porque se casou com um considerado "traidor de sangue", sobre o como não queria voltar para casa no Natal e ter que encarar Francis e Cassiopeia. Quando fui mais além e contei a ele meus sentimentos em relação a eles, as lágrimas que eu há anos não derramava escaparam de meus olhos.

Não, eu não chorei desesperadamente. As lágrimas apenas caíram de meus olhos e eu as enxuguei. Ernest Macmillan me olhava boquiaberto. Ele parecia não saber exatamente o que fazer, mas passou sua mão por cima da mesa e segurou a minha mão na sua. Notei que a mão dele era quente e macia. Ele me olhou nos olhos.

— Você é uma pessoa maravilhosa, Amélia. – o jeito como ele disse meu nome me fez corar – Não deve se sentir como uma decepção. Você é inteligente, gentil, bonita e apesar de ser de uma linhagem pura não é preconceituosa. Acredite, você não é uma decepção.

Ernest realmente me deixara sem fala. Eu não sabia se deveria agradecer ou negar os elogios. Ele ainda segurava a minha mão.

— Bom dia. – disseram duas vozes sorridentes. Eram Susan Bones e Hanna Abbot; elas olharam nossas mãos juntas e deram risinhos.

Soltei a mão de Ernest e me levantei.

— Bom dia, eu já vou indo. – olhei para Ernest – Preciso responder a carta da minha mãe.

Me virei e caminhei calmamente para fora do Salão Principal. Mas depois que estava longe das vistas, sai correndo para o meu Salão Comunal.

***

Era uma vez três irmãos que estavam viajando por uma estrada deserta e tortuosa ao anoitecer... Depois de algum tempo, os irmãos chegaram a um rio fundo demais para vadear e perigoso demais para atravessar a nado. Os irmãos, porém, eram versados em magia, então simplesmente agitaram as mãos e fizeram aparecer uma ponte sobre as águas traiçoeiras. Já estavam na metade da travessia quando viram o caminho bloqueado por um vulto encapuzado.

E a morte falou. Estava zangada por terem lhe roubado três vitimas, porque o normal era os viajantes se afogarem no rio. Mas a morte foi astuta. Fingiu cumprimentar os três irmãos por sua magia, e disse que cada uma ganhara um prêmio por ter sido inteligente o bastante para lhe escapar ...

— Você está aí! – Lissie se jogou ao meu lado, se apoiando no tronco da árvore e interrompendo minha leitura. Ela olhou a capa de meu livro – Os Contos de Beedle, O Bardo outra vez? Você não se cansa desse livro, não?

Após ter subido para meu Salão Comunal, tentei responder a carta de minha mãe. Deveria ser algo simples de fazer, mas eu não conseguir responder. Era para eu apenas mentir, dizendo que compreendia e estava ansiosa para comemorar o Natal em casa, mas não pude fazer isso. Simplesmente não podia.

Olhei para Annelize ao meu lado e uma ideia me surgiu; Lissie poderia ser a minha salvação!

— Lissie, você quer passar o Natal comigo? Eu vou voltar para casa. – pedi e ela me olhou surpresa – Por favor, por favor!

— Eu achei que você queria passar o Natal aqui na escola. – ela franziu as sobrancelhas.

— É, mas... houve um imprevisto. Meus avós, Francis e Cassiopeia, lembra deles, querem vir para o meu aniversário e irão passar o Natal lá em casa. – expliquei, franzindo o nariz – E eu realmente não quero estar sozinha.

A expressão de Lissie se tornou um pouco culpada.

— Eu juro que passaria o Natal junto com você Mia, mas o Draco me convidou para passar com a família dele na mansão dos Malfoy. – sua voz se tornou sonhadora – Era por isso que estava te procurando, para lhe contar. Ele me convidou hoje, enquanto íamos para o Salão Principal. Meus pais com certeza vão permitir, afinal, se Draco quiser me cortejar eu estarei dando continuidade a linhagem pura. – ela continuava falando.

— Se você se importa tanto com a pureza de sangue, Annelize, por que então continua andando comigo? Pansy Parkinson e outros Sonserinos me chamam de traidora do próprio sangue sempre que passo por eles! – despejei – Sempre dizem, em sussurros que eu não mereço ser uma Knight. Até mesmo meus avós dizem isso! Minha família materna só não é considerada traidora porque não tem contatos com trouxas. E quer saber de uma coisa? – fiquei de pé e apontei meu dedo indicador para ela. Annelize me encarava surpresa e sem fala; eu nunca me descontrolava assim, mas eu já estava com tanta raiva acumulada (das férias, dos meus sentimentos, de Francis, da vida!) que comecei a gritar – MEUS PAIS NÃO SÃO PRECONCEITUOSOS! ELES SE CASARAM SIMPLESMENTE PORQUE SE AMAVAM! – minha sorte era que não havia ninguém por ali.

Annelize me encarava estupefata, ainda sentada, e eu de pé respirando com dificuldade; estava me sentindo sufocada. A expressão de Lissie aos poucos foi se tornando preocupada.

— Você está bem, Amélia? Aconteceu alguma coisa? – ela abaixou o tom de voz – É por causa de seus avós?

Me joguei na grama.

— É claro que é por causa deles. – pausei – Talvez você ache que eu estou exagerando, mas isso é porque você nunca passou um dia com eles. Tudo o que você ouviu falar da família Knight é verdade, Lissie. Os Knight são tão extremistas quanto os Black, embora raramente casem primos. Não podemos nos envolver com Trouxas, Nascidos – Trouxas ou Mestiços. Mas os piores para os Knight são os Traidores de Sangue. – eu encarava o céu cinzento – Minha tia foi deserdada porque os Antlin, família de seu marido, eram Traidores de Sangue. – Lissie me ouvia sem falar nada – Eu juro que nunca fui preconceituosa, mas quase sem querer eu tentava me afastar de Nascidos – Trouxas; mas parece que isso não foi o suficiente para que Francis não me considerasse uma decepção. E agora eu formo uma amizade com um Lufano "Traidor de Sangue", como minha tia. Merlin! – tampei meu rosto.

— Eu sinto muito, Mia. – a voz de Annelize era suave como uma brisa – Não fazia ideia de que era tão ruim assim para você. Mas pelo menos você vai estar de volta a Hogwarts no dia primeiro de Janeiro, não vai passar tanto tempo assim com eles. E não se preocupe porque eu vou escrever todos os dias para lhe deixar a par do que está evoluindo em meu relacionamento com o Draco. – eu ri.

— Você e Draco tem um relacionamento? Olhei para ela, erguendo uma sobrancelha.

— Temos, mas ele ainda não sabe. – ela me empurrou de leve – Espero que ele me peça em casamento quando formos maior de idade.

Sorri para Annelize.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Ravenclaw Girl" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.