The Ravenclaw Girl escrita por Nightshade


Capítulo 4
O Sonho




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/699655/chapter/4

***

 

 

Bem, quando chegamos em Hogwarts, Lissie e eu nos separamos; ela foi para a mesa da Sonserina e eu para a da Corvinal. Mas meu bom humor desmoronou quando soube que Dolores Umbridge seria a nova professora de Defesa Contra as Artes das Trevas; ela trabalhava para Fudge, no Ministério da Magia e meu pai a detestava. Parecia a tia solteirona de alguém, era atarracada, se vestia de rosa e seu rosto me lembrava um sapo.

Umbridge teve a audácia de interromper o professor Dumbledore em seu discurso de boas-vindas, para implantar o seu próprio. Algo não estava certo... sua fala sobre "o progresso pelo progresso não deve ser estimulado" me parecia muito estranha e definitivamente suspeita. Não acho que ninguém prestara muita atenção, muitos alunos cochichavam entre si e davam risinhos abafados. Cho Chang conversava animadamente com as amigas risonhas e, um pouco distante de mim, Luna Lovegood lia seu Pasquim.

Lancei meu olhar para a mesa da Sonserina, Annelize encarava Umbridge com os olhos estreitos; certamente também notara algo estranho em seu discurso.

— Estranho. - sussurrei para Claire McCarthy, que estava ao meu lado.

— Também achei. - ela concordou, com os olhos verdes arregalados.

Claire estava no mesmo ano que eu, e era uma das garotas com quem eu dividia o dormitório; ela era mestiça, pai bruxo e mãe trouxa, e de inicio havia sido relutante em aceitar minha amizade, devido ao meu sobrenome Knight e minha linhagem pura, mas nos tornamos amigas, afinal, eu não era e nunca seria uma pessoa preconceituosa.

***

Eu realmente sentira muita falta de vestir meu uniforme da Corvinal, e sentira muita falta de meu Salão Comunal. Nosso Salão não fica escondido como os das outras Casas e tampouco há senhas; apenas há uma porta com uma aldrava encantada de bronze no formato de uma águia que, quando você bate na porta, lhe recita um enigma que precisa ser respondido satisfatoriamente. Essa barreira pode parecer simples, mas por mais de mil anos tem impedido que, qualquer um que não seja um corvino, entre.

Por dentro, o Salão Comunal parece uma biblioteca, com várias estantes de livros. As grandes janelas em arco dão vista para quatro terrenos da escola: o lago, a Floresta Proíbida, o campo de Quadribol e para as estufas de Herbologia. Acredito que nenhuma outra casa tenha paisagens tão belas.

O tapete que cobre o chão é azul meia noite e o teto em forma de cúpula é enfeitiçado para parecer o céu noturno. Cadeiras e mesas ficavam por ali, algumas poltronas também, em frente a lareira, para ficarmos confortáveis enquanto liamos.

A estatua feita de mármore de Rowena Ravenclaw, fundadora de nossa Casa, ficava no meio das escadas que levavam, uma, para o dormitório masculino e, outra, para o feminino. Antes de subir para o dormitório com Claire, parei em frente a estátua; eu admirava Rowena. Me perguntava se ela era como a estátua a mostrava... bela e intimidadora. Queria muito ter tido a chance de a conhecer. Sei que parece loucura, mais é verdade.

Subi as escadas para meu dormitório; amanhã o dia seria longo.

***

Ela se olhou brevemente no grande espelho de bronze. Os cabelos negros eram longos e embora suas feições estivessem um pouco borradas, dava para ver que seu rosto era belo e altivo; como uma nobre, como uma rainha. O vestido longo, tecido em vários tons de azul, se ajustava em seu corpo esbelto perfeitamente.

Suas mãos delicadas e ágeis guardavam um livro com capa de couro dentro de uma pequena gaveta, que fizera se ocultar com apenas um aceno da varinha. Ergueu novamente os olhos para o espelho, ofegando ao encontrar um par de olhos cinzentos a olhando pelo reflexo.

— Assustou-me. - ela sorriu, de lado.

Não era minha intenção. - ele se aproximou, também sorrindo. Um sorriso raro.

Por que está aqui? - perguntou ela, sempre sagaz.

Queria lhe ver novamente. - ele parou em sua frente. Usava suas vestes escuras e o medalhão em seu pescoço. Os olhos brilhavam; ele geralmente não demostrava suas emoções, mais seus olhos eram um livro aberto, apenas precisava saber lê-lo... e ela sabia.

Ela juntou as mãos na frente do corpo, assumindo uma postura calma.

— Nos vimos no jantar. - ela sorria - Precisa de outra razão para estar aqui em meus quartos.

Ele não sorria mais, porém segurou sua mão a levando aos lábios.

Você é tão linda. - ele disse; não era surpresa que dissessem isso para ela. Quantas vezes essas quatro palavras já não foram pronunciadas a seu respeito? Vezes demais para contar... Mas essa era a primeira vez que ela as ouvia dele.

E aquela foi a primeira vez que ela quis acreditar.

***

— Mia, acorda! - a voz de Claire me tirou de meus sonhos.

Abri meus olhos em sobressalto, piscando para me acostumar com a luz que entrava da janela. Me levantei, ainda desorientada por conta do sonho. Claire estava de pé em minha frente, com o cabelo bagunçado, tentando ajeitar a gravata azul e bronze do uniforme.

— O que houve? - perguntei, vendo que só havíamos nós duas no dormitório.

— As meninas foram na frente, eu fiquei para te acordar! - ela me jogou uma escova de cabelo - Anda! Precisamos correr ou vamos perder o café da manhã!

Passei a me arrumar correndo, mas o sonho estranho ainda estava em minha cabeça. O que foi aquilo? Um sonho maluco? Uma visão? Algo de algum livro que eu tenha lido e não me lembro?

Esses eram fatos que eu não podia ignorar. Particularmente, eu tendia a ser mais romântica do que realista, e escolhia a fé cega invés da lógica fria. Então, eu não buscava explicações plausíveis e lógicas para tudo o que me acontecia. Afinal, eu era uma Corvinal, e no mundo da magia nada era obra do acaso.

A questão era: o que eu iria fazer a respeito do sonho?

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem!!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Ravenclaw Girl" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.