Stella olhava mais uma vez sua sala, sentiria saudades daquele lugar onde viveu tantas coisas. Não pôde evitar escapar uma lagrima teimosa que escorreu pelo seu rosto ao olhar o porta retrato que estava deixando para trás, ela assina a carta e em seguida levanta de sua cadeira macia mas àquela altura estava tão desajustada. Ela pega sua bolsa caminha para a porta, olha mais uma vez para trás e mais uma lagrima escapa de seus olhos já vermelhos de tanto chorar desde que assinara aqueles papeis, tinha que ir essa era sua decisão.

Stella apaga a luz da sala, talvez assim apagasse nela aquela dor que estava sentindo mas se estava fazendo o certo porque doía tanto?? Ela se perguntou isso inúmeras vezes. Ela caminhou pelo laboratório pesarosamente agradeceu por não ter ninguém da equipe presente, não queria se despedir, não se despediria de ninguém, não queria, por mais que fizesse seu coração sumir dentro do peito de tanta dor, em pensar que não veria o rostinho de sua afilhada estava matando-a. A sala de Mac Taylor também estava às escuras, assim seria mais fácil ir foi o que a sua mente quis acreditar não seu coração. Quando deu por si estava parada na frente do apartamento dele, pelo menos para ele queria dizer que estava indo embora foi no que se agarrou ao tocar a campainha, sabia que não era isso mas se admitisse a verdade para si mesma estava fadada ao fracasso, estava desistindo antes mesmo de começar qualquer coisa.

Mac abriu a porta e se surpreendeu por Stella estar ali e não parecia nada bem, estava abatida, tinha chorado podia perceber por mais que ela tentasse disfarçar com aquele sorriso forçado ela não o enganaria. Ele percebeu que Stella não estava bem fazia algumas semanas mas preferiu dá um tempo a ela e esperar que ela lhe contasse, ela andava nervosa não podia pressiona-la ou ela descobriria toda a verdade que se escondia por trás do seu sentimento de amigo.

Mac – Stella, o que houve? – com um tom de voz que transpareceu um pouco da sua preocupação.

Stella – Eu queria falar com você rapidinho, pode ser?

Mac – Claro. – dando espaço para que ela entrasse. – O que aconteceu?

No momento que entrou Stella percebeu que ele não estava sozinho, viu duas taças na mesinha de centro.

Stella – Você está com alguém eu volto depois.

Payton – Stella! Oi como você está? – entrando na sala.

Stella – Eu estou bem, desculpe eu não queria atrapalhar. – já caminhando para a porta, tudo o que queria era fugir dali.

Mac – Stella.

Stella – Era só um relatório Mac, amanhã você pega na minha mesa.

Mac – Você não vai trabalhar amanhã? Está de folga? – estranhando esse fato já que não foi comunicado.

Stella – Pois é estou, foi de última hora. Tchau. – passando por ele e saindo do apartamento antes que suas lagrimas inundasse seu rosto, sua alma, seu coração e a afogasse em miséria.

Payton – O que deu nela?

Mac – Eu não sei.

Stella caminhava pelas ruas atordoada, ele estava com Payton nem ao menos teve a coragem de dizer que estava com alguém e a mandou entrar.

Stella – Você é só amiga dele sua burra! – falando sozinha. – Ele seria capaz de ti convidar para sentar e conversar como foi legal a reconciliação.

Ela apenas caminhava sem se importar para onde apenas queria sair o mais rápido da presença de Mac e Payton, estava cansada então deu sinal e um taxi parou tudo o queria era ir pra casa e chorar o restante de suas magoas em paz. Não demorou muito ela estava jogada no sofá de sua casa, o som ligado mas nem prestava atenção nas músicas só queria que o tempo passasse para seguir seu caminho. Desligou o celular, não queria nenhuma ligação quando seus amigos achassem a carta. Suas malas já estavam prontas, tudo o que tinha que fazer era partir e nada mais.

Já era madrugada mas o sono não vinha, ela continuava jogada no sofá quando ouviu várias batidas na porta, Stella se assustou com tamanha violência. Então uma voz grave se fez ser ouvida...era Mac.

Mac – Stella abre a porta!! Stella!!!

Só poderia ter acontecido algo muito grave para ele estar nervoso daquele jeito. Rapidamente ela abriu a porta e ele entrou como um furacão.

Mac – Você pode me explicar o que é isso?? – ele bradava em plenos pulmões mostrando alguns papeis amaçados.

Stella – Em primeiro lugar baixa esse tom de voz você está na minha casa. – sua rispidez fez seu tom de voz se igualar ao dele. Mac respirou fundo tentando se acalmar. – Em segundo lugar do que você estar falando? – com um tom de voz mais ameno.

Mac – Eu fui até o laboratório Stella, eu fui até a sua sala e achei isso em cima da sua mesa. Você pode me explicar? – ele ainda estava nervoso embora seu tom de voz saiu mais baixo.

Stella – O que você foi fazer no laboratório uma hora dessas? – o encarando curiosa, afinal ele estava com uma mulher até pouco tempo e se ainda lembrasse o que um homem e uma mulher fazem depois de algumas taças de vinho por mais que fossem rápidos ainda não dava tempo de ir ao laboratório e voltar até sua casa.

Mac – Você foi até minha casa e não foi por causa de um relatório, eu sabia que você não estava bem, eu venho percebendo que está distante, tem algo errado com você mas eu não quis te confrontar você me contaria e ... e eu encontrei isso Stella. – ele falava mais calmo, sua voz estava embargada.

Stella – Eu fui até a sua casa me despedir. – desviando seus olhos do dele, não conseguia encará-lo mais.

Mac – Você não pode fazer isso comigo. – franzindo a testa.

Stella – Eu não posso? Para de ser egoísta Mac! Tudo o que eu fiz por essa cidade, por você, por todos. Agora é a vez de fazer por mim. – se alterando um pouco.

Mac – E mesmo assim você ia sem se despedir?

Stella – Já bastam as minhas lagrimas. – cruzando os braços o peito.

Mac – Ninguém mais importa pra você? – se aproximando mais dela.

Stella – Todos importam pra mim mas eu tenho que me importar comigo. Isso é para o meu bem principalmente me afastar de você. – ele a olhou desolado, aquelas palavras lhe feriram a alma. Mac fecha os olhos por breves segundos pois sentiu o chão lhe faltar então sem dizer uma palavra abriu a porta e se foi. Stella sentiu apenas o vento da porta ser aberta e fechada bruscamente, ela respirou fundo mas já estava em prantos, aquele homem nunca lhe enxergaria como mulher.

Um clarão entrou pela janela da sala, um raio rasgou o céu e a chuva caiu em desespero. O barulho dos respingos contra a janela de vidro invadiu sua mente.

O que fizera?? Mac estava na sua porta e ela o manda embora assim? Quando esteve na casa dele o que queria? Queria conversar então porque brigaria com ele em sua última noite em Nova York? – sua mente aturdida tentava reagir.

Stella se desespera e sai de casa correndo para procurá-lo se a sorte tivesse mesmo que fosse um pouquinho do seu lado talvez ainda o encontraria lá embaixo. Ela chega a rua, olha de um lado para o outro mas tudo o que vê são casacos desconhecidos. A chuva já a molhava inteira quando viu alguém próximo à esquina, não podia estacionar na frente de seu prédio. Ela correu.

Stella – Mac! – ela gritou na chuva com a esperança dele ainda olhar para trás. Ele parou ao ouvir aquela voz. – Mac! – de novo, não podia ser engano. Mac virou-se e viu Stella toda molhada, os cabelos desalinhados, a roupa grudada no corpo. Ela se aproximou e estendeu a mão. – É minha última noite aqui e não quero ficar brigada com você. Na verdade eu quero te pedir uma coisa. – ele não suportava ouvir que Stella não estaria mais em sua vida.

Mac – Também não quero brigar com você. – entrelaçando a sua mão na dela. Ela se aproximou ainda mais.

A loja da esquina era de eletrônicos e sua vitrine estava repleta de tvs onde passava um clipe da Adele repetidas vezes, mesmo na chuva eles conseguiam ouvir a música, All I Ask parecia que ela cantava para eles.

Stella – Me abraça. – ele a puxa para mais perto. – Mas me abraça como se eu fosse mais que sua amiga. – ele a encarou sério. Como ela pediria aquilo? Se tudo o que ele realmente quer é que ela seja mais que uma amiga.

Mac a enlaçou pela cintura e a trouxe de encontro ao seu peito, a outra mão se perdeu nos cabelos dela, tudo o que queria era sentir aquele perfume mais de perto e então o seu rosto se perdeu na curva do pescoço dela.

Stella – São novas lembranças que vou levar comigo. Eu preciso disso para continuar. – ele foi se separando devagar.

Mac – E como eu continuo sem você? – acariciando o rosto dela.

Stella – Você consegue, agora que você tem a Payton de novo na sua vida...

Mac – Quem falou isso pra você?

Stella – Esqueceu que eu a vi no seu apartamento?

Mac – Não aconteceu nada Stella. Depois de você sair daquele jeito eu tinha cabeça para ouvir alguma coisa da Payton? Eu só queria saber de você.

Stella – Me abraça mais uma vez. – ele a apertava forte contra seu corpo. – Ninguém me entende como você. – falando no ouvido dele. – E você é o único que realmente importa Mac. Eu sei que não tem o amanhã para nós, eu sei que sou apenas uma amiga para você. – ela o olhava nos olhos. – Meus olhos já falam por si não tenho mais como prosseguir falando o que eu sinto por você mas eu não estou pedindo desculpas por esse sentimento, essa é só uma forma de lembrarmos de nós. – ele a agarra pela nuca mais uma vez e a beija. Stella não esperava por aquela reação e até entender que Mac a estava beijando ela demorou um pouquinho para corresponder.

Mac – Porque não pode ter um amanhã para nós? Você tem razão eu sou egoísta porque eu quero te pedir para ficar. Pra ficar comigo. E seu eu te pedir para pelo menos por hoje fingir que não temos medo do que virá?

Stella – Você tem medo?

Mac – Eu tenho medo de ficar sem você. Eu tenho medo de não dar tempo de te mostrar o quanto eu te amo e te amei calado por tanto tempo. Quando você falou que precisava ficar longe de mim abriu um buraco no meu peito, um vazio Stella.

Stella – Então me mostra o quanto você me ama e quando o amanhã chegar nós resolvemos o restante. – seu sorriso de felicidade contagiou Mac. Ele a toma pela mão e os dois na chuva caminham para entrar no prédio novamente certos de que o amanhã prometia ser bem melhor do que previam.