Prisoner escrita por Lobo


Capítulo 9
Recuperação.




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Sasuke correu com a garota em seus braços, sentindo seu estomago embrulhar com a mistura do perfume natural dela, suor e o cheiro de carne queimada.

Olhou para o braço da garota onde tinha uma grande queimadura de terceiro grau e outras menores de segundo grau que fechavam o braço iam quase até o pescoço dela já imaginando as cicatrizes enormes que iriam manchar a pele alva da rosada.

Chegando na base ele não pensou duas vezes antes de levá-la para seu quarto, a colocando deitada sobre sua cama.

Mesmo que a cela onde ela ficava antes não tivesse completamente destruída, Sasuke não iria deixar a garota se recuperar naquele local. O quarto de Sasuke era muito mais confortável e ainda ficava mais perto do estoque secreto de medicamentos e ervas estranhas de Kabuto onde ele poderia arranjar algo para melhorar pelo menos um pouco, as queimaduras.

— Sasuke, a Sakura! – Suigetsu surgiu correndo no quarto dele. – Ela... – ele interrompeu o que ia falar quando viu a rosada deitada na cama dele.

— Eles vieram recuperá-la. – Sasuke explicou enquanto Suigetsu se aproximava da garota cauteloso, provavelmente impressionado pelos machucados.

Suigetsu ergueu uma mão na direção do braço machucado dela, uma ruga se formou entre as sobrancelhas dele, hesitando antes de encostar na queimadura.

— Eles? – Suigetsu perguntou com os olhos estreitos.

— Akatsuki. – Sasuke disse o nome entre os deles. – Eles a sequestraram.

Suigetsu virou para Sasuke, uma expressão de confusão em seu rosto deixava claro o que se passava pela mente dele. Por que eles iriam seqüestra-la?

 Sasuke balançou a cabeça negativamente, respondendo a pergunta silenciosa do companheiro de time.  Suigetsu se virou para olhar mais uma vez a garota.

Ela ainda estava desacordada e parecia que iria ficar daquele jeito por algum tempo o que era de certa forma algo bom, adiava a dor tremenda que ela iria sentir pelas queimaduras.

— Acha que conseguimos convencer a Karin a ajudá-la? – Suigetsu perguntou. – Nas queimaduras, quero dizer...

— Ela precisaria de um médico. – Sasuke disse se aproximando, parando ao lado de Suigetsu encarando a ninja.

Suigetsu soltou uma risada seca.

— É irônico a única médica ser aquela que precisa de um medico. – debochou.

Sasuke não mostrou reação a piada do outro, continuando a encarar a garota desacordada.

Suigetsu deixou o quarto dizendo que iria ver como os outros dois companheiros de time estavam e se Juugo já estivesse acordado iria contar o que tinha acontecido.

Depois de muito analisar as feridas, as beiradas de algumas queimaduras começavam a sangrar um pouco, Sasuke foi até o armário de Kabuto e pegou algumas ervas para fazer uma pasta que tinha aprendido para evitar que infeccionasse.

De volta para o quarto, ele já tinha a pasta verde e outros curativos para limpar os machucados. Sasuke sentou em um banquinho próximo a cama, encarando um pouco perdido os ferimentos da garota sem saber por onde começar resolveu limpar o local primeiro.

Derramando um pouco de água em cima de um pano limpo, ele resolveu começar pelas queimaduras menores, mas assim que Sasuke encostou o pano na pele machucada dela uma mão agarrou seu pulso.

Sasuke olhou para o rosto da garota, os olhos verdes arregalados o encaravam em alerta, sua força sobre-humana quase quebrava o pulso do Uchiha. Provavelmente ela tinha acordado com a dor dos machucados.

Ainda parecendo bastante assustada e acuada, Sakura tentou se afastar de Sasuke como se o temesse, mas assim que fez a menção de se mexer soltou um grito de dor pelas queimaduras. Sakura largou o pulso de Sasuke com brutalidade e levou a mão até o outro braço que estava jogado como um peso morto. Parecendo agora se dar conta do tanto que estava machucada, ela soltou um gemido alto de dor antes de trincar os dentes para impedir que os gritos de dor que sentia escapassem.

— Você está a salvo. – ele disse o mais calmamente que podia, querendo transmitir tranqüilidade e segurança para a ex-companheira de time.

Sakura voltou a olhá-lo e grunhiu para ele, antes de voltar a abafar seus gritos.

— Talvez isso ajude. – Sasuke disse mostrando o pote com a pasta verde.

Ele se aproximou lentamente e, com os dedos sujos com o remédio, ele foi passando pelo braço da rosada. Sakura virou a cabeça para o lado oposto ao braço machucado e fechou os olhos com força, tentando não gritar de dor, mas alguns ela não conseguia segurar para si mesmo.

Com paciência e uma delicadeza que Sakura não esperava, Sasuke terminou de espalhar uma camada generosa da gosma verde por todas as áreas machucadas. Sakura não trincava mais os dentes, mas pelas expressões no rosto dela mesmo com a pomada anestésica a rosada ainda sentia dor.

— Agora você precisa descansar, vou trazer alguma coisa para você comer. – Sasuke disse se colocando de pé.

Sakura encarava os lençóis da cama um pouco sujos de sangue.

— Eu vou... Eu vou ficar aqui? – a voz dela saiu falhada e rouca.

Ela sabia que era o quarto do Uchiha  ver as armas dele e as roupas com o brasão da família dele em cima de uma cômoda só confirmaram suas suspeitas, mas não tinha sido isso que tinha denunciado de quem era o dono do quarto Sakura reconheceu o perfume de Sasuke nos lençóis.

Sasuke a olhou por cima do ombro, parando antes de sair do quarto.

— Aqui vai ficar mais segura. – disse antes de sair do quarto.

Ela olhou para as feridas que latejavam.

A explosão de Deidara tinha causado mais queimaduras do que ela previa, seu braço estava praticamente inútil e levaria pelo menos dias até estar completamente curada.  Ofegou sentindo a dor irradiar do braço para o resto do corpo enquanto escorregava o corpo pela cama até estar deitada de novo.

Olhou para a porta pensando em Sasuke.

Não estava entendendo as ações dele, lembrou da expressão perdida que ele tinha no rosto enquanto encarava suas feridas quando ela acordou e da expressão preocupada e receosa com que ele tinha tratado as feridas.

Sasuke estava cuidando dela, ele até mesmo tinha cedido seu quarto para que ela pudesse se recuperar.

Sakura estava com medo de quando todo o cuidado iria acabar e as perguntas iriam começar.

Não foi Sasuke que trouxe sua comida e sim Suigetsu, horas mais tarde tarde.

— Não me olhe como eu estivesse uma merda. – ela resmungou ajeitando o prato em cima da cama com o braço bom.

— Sinto dizer, mas você está uma merda, Pinky. – Suigetsu disse cruzando os braços.

Ela resmungou de novo, tendo dificuldade de comer com uma mão só.

— Ótimo, porque é assim que eu me sinto. – debochou fazendo graça de si mesma.

Os dois ficaram em silêncio enquanto a rosada comia, Sakura ficou sem graça com a intensidade com que o ninja a encarava. Parecia que ele esperava pelo momento que Sakura iria se desfazer como uma porcelana que quebra a toa.

— Não me olhe assim, posso não ter a mesma recuperação anormal do Sasuke, mas vou ficar bem. – disse depois de terminar.

— Acho que você não está vendo as mesmas queimaduras que eu então. – Suigetsu disse apontando para o braço completamente machucado. – Isso tá feio pra caralho.

Sakura soltou uma risada.

— Sou uma nin-médica, Suigetsu sou acostumada ver esse tipo de ferimento. – disse pensando em quantas vezes tinha tratado das feridas das pessoas que enfrentaram Deidara e seus explosivos.

Ele suspirou balançando a cabeça negativamente, parecendo ainda não acreditar.

— Não estou dizendo que não está doendo, acredite em mim. – ela riu. – se pudesse arrancava meu braço só para não ter que sentir essa dor.

A pomada anestésica já estava perdendo o efeito e Sakura sabia quais seriam os próximos procedimentos e como seriam dolorosos.

— Você deveria estar descansando. – Sasuke disse ao entrar na sala e ver os dois conversando, deu um olhar acusatório para Suigetsu.

— Mesmo que eu quisesse, duvido que eu fosse conseguir dormir com essa dor, Suigetsu estava me ajudando a me distrair. – Sakura disse tentando intervir pelo de cabelos brancos.

Sasuke continuou encarando Suigetsu.

— Vou levar isso daqui. – o de cabelos brancos disse pegando o prato vazio de Sakura para deixar o quarto depois.

— Ele só estava tentando ajudar. – Sakura disse com um sorriso gentil.

— Hn. – Sasuke soltou sua resposta padrão para tudo e se aproximou.

Os olhos ônix avaliavam atentamente o braço machucado.

— Como está?

— Doendo pra caralho. – ela soltou uma risada falando com toda a sinceridade.

Sasuke uniu as sobrancelhas, os lábios comprimidos.

— Consegue se curar sozinha?

Ela olhou para o machucado, apertando de leve alguns pontos com a mão boa.

— Vai demorar alguns dias, mas acho que sim. – respondeu.

Sasuke assentiu e os dois ficaram em silêncio, onde Sasuke encarava o machucado.

— Se quiser, posso preparar um banho para você.  – Sasuke ofereceu.

Sakura assentiu e Sasuke se despediu com um aceno de cabeça voltando minutos depois quando o banho ficou pronto.

— Sasuke, o que... – ele se abaixou pegando a garota no colo. – Eu posso andar sozinha.

— Você não consegue nem ficar sentada sem sentir dor. – retrucou sem ligar para a expressão emburrada que ela fazia.

Sasuke a levou ao mesmo banheiro, a mesma banheira com água quente a esperava. O ninja renegado a colocou sentada na borda da banheira.

— Você, hn, pode me ajudar? – Sakura perguntou sem graça, sem coragem de olhar para o Uchiha enquanto fazia o pedido.

— Hn. – foi a resposta dele enquanto o mesmo se aproximava novamente.

— Isso vai ser bastante vergonhoso, então por favor não piore a situação. – pediu sentindo suas bochechas queimarem. – Pode me ajudar a tirar a roupa? – murmurou o mais baixo que conseguiu.

Sasuke ficou alguns minutos em silêncio, parecendo um pouco sem reação ao pedido da garota. Ele se aproximou e Sakura apontou para o que antes tinha sido sua blusa, mas que agora era apenas um pano vermelho cheio de rasgos e totalmente queimado até onde as feridas dela iam. Ele tirou uma kunai que ficava entre as vestes  e passou pela lateral da blusa, desviando o olhar quando o tecido escorreu pela corpo dela caindo no chão.

— Pode me colocar na banheira? – pediu com um fio de voz.

Sasuke voltou a encará-la, os seios da mesma estavam tampadas por um pano enrolado firmemente no local, como era comum as ninjas usarem. Ele passou um braço pela cintura fina dando apoio, Sakura enfiou as pernas na água quente escorregando até ficar sentada.

— Posso pedir uma ultima coisa? Não acho que vou conseguir sem você.

— Hn. – Sasuke respondeu e permaneceu ao lado dela.

Sakura interpretou aquilo como uma resposta positiva.

— Preciso que você pegue aquela esponja e esfregue as queimaduras para tirar a pele morta.

— O que? – Sasuke soltou sem poder se segurar.

Ele não podia imaginar a dor que ela iria sentir se ele fizesse isso, quer dizer, só de pensar ele sentia seu estomago revirar.

— Eu não vou conseguir fazer sem você, Sasuke. – Sakura disse com uma suplica no olhar. – Se eu não fizer isso pode ser que inflame e fique pior ainda.

Sasuke encarou a garota sem dizer nada.

— Se não quiser, posso chamar o Suigetsu. – ela disse vendo a hesitação nele.

Ela ouviu uma espécie de grunhido antes de Sasuke pegar a esponja e arrastar um banquinho, se sentando atrás da garota do lado de fora da banheira. Sakura abriu um meio sorriso pegando sua blusa do chão.

— Não importa se eu gritar, você precisa continuar, okay?

Sasuke assentiu e Sakura colocou a camisa dentro da boca para prevenir que os gritos saíssem e que ela acabasse machucando a boca, balançando a cabeça como um sinal pra ele começar.

Por quase uma hora, Sasuke esfregou as queimaduras da garota, os gritos abafados ecoavam na mente dele e a imagem do rosto vermelho e completamente molhado pelas lágrimas de dor dela iria ficar marcado para sempre na mente dele. Ele podia quase sentir uma dor física ao ter que fazer aquilo com ela.

Sakura ainda chorou mais um pouco antes de tirar o tecido da boca, sua respiração ainda falhava e ela fungava.

Sasuke sabia que seu trabalho ali tinha terminado, mas seu corpo não tinha a menor intenção de sair do banheiro e deixar a garota naquele estado.

— Obrigada... Sasuke-kun. – ela disse entre uma fungada e outra, não resistindo a chamá-lo da mesma forma que chamava quando ainda eram do time 7.

Ele engoliu seco, soltando a respiração que ele nem se lembrava que estava prendendo.

 Sakura escorregou mais um pouco, agora a água cobria até o queixo dela. Ela ainda tremia um pouco pela dor.

Sasuke levou uma mão até a nuca da rosada, fazendo um carinho tímido no local sentindo Sakura relaxar ao seu toque.

Ela expandiu seu chakra fazendo a água ganhar um tom de verde neon, relaxando ainda mais. Não sabia porque Sasuke ainda estava ali, mas agradeceu internamente por isso.

Tombou a cabeça na direção da mão dele,  ela fechou os olhos se entregando para o cansaço.  


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Notas finais do capítulo

Oi, oi gente como estão? sei que demorei a vida tá muito corrida :/