Sasuke piscou algumas vezes, a claridade incomodava seus olhos depois de tanto tempo vendado, e franziu o cenho, confuso sem ter certeza que tudo aquilo estava acontecendo.

Aquilo estava mesmo acontecendo ou seu cérebro estava lhe pregando peças Sakura estava mesmo ali? Ela tinha invadido a prisão para libertá-lo? Ela tinha o chamado do que?  

— O que disse? – perguntou com as sobrancelhas unidas, sem ter certeza que ela tinha dito aquilo mesmo.

Sua voz tinha saído baixa e Sasuke teve dúvidas se Sakura tinha conseguido ouvi-lo quando a kunoichi não respondeu, se ocupando na ação de libertar Sasuke da camisa de força.   

— Não temos muito tempo. –disse ignorando o que Sasuke tinha dito, ela se levantou indo até onde costumava ficar a porta da cela, que agora estava caída pro lado, olhou para o corredor verificando se algum guarda tinha vindo por causa do barulho.

Por causa do ataque, Konoha tinha entrado em estagio de alerta e todos os ANBU’s que não tinham funções especificas e indispensáveis, tinham sido realocados para proteção da cidade. Aparetemente, na cabeça deles em um momento como aquele desperdiçar ANBU’s para guardar presos incapacitados era algo inútil.

Do corredor, ela pegou as roupas e a espada de Sasuke que ela tinha pegado antes de vir até ele.

Sasuke, que antes a olhava incrédulo com a aparição da kunoichi, agora já estava mais composto tendo apenas as sobrancelhas unidas em confusão como resquício de sua surpresa.

— Não temos muito tempo. – ela disse oferecendo a espada em uma mão e as roupas em outra. – Konoha está sendo atacada.

Sasuke olhou para os itens, seu olhar demorando um pouco mais nas roupas onde a leque dos Uchihas estava estampado.

Um sorriso sombrio cresceu nos láios dele.

— Tem certeza disso? – ele soltou uma risada forçada. – Não sei se vão querer um Uchiha armado solto por ai. – debochou da situação.

Sakura ergueu uma das sobrancelhas.

— Do jeito que as coisas estão, qualquer ajuda é bem vinda.

Sasuke estreitou os olhos e apertou os lábios, irritado, ele arrancou a camisa de força ficando somente com a calça de linho que completava o conjuto. Então ela tinha vindo ali só porque Konoha precisava das suas habilidades? Por que Konoha estava em apuros?

Como ela tinha a coragem de aparecer daquele jeito, exigir qualquer coisa, quando ela mesma não cumprimiu o que tinha prometido a ele?

Ele virou de costas para ela, preferindo encarar mais uma vez a parede de concreto que tinha sido sua única paisagem durante dias longos e infernais.

— Sasuke, nós não temos tempo! – Sakura exclamou assim que viu ele virar de costas. – Obito está atacando a cidade!

— Eu disse que eles só iriam atrás de mim quando isso acontecesse. – ele respondeu debochado.

Sakura soltou uma bufada, sem muita paciência. Por que Sasuke tinha que ser tão orgulhoso? O que ele queria? Que a Hokage em pessoa viesse pedir para o extraordinário Uchiha ajudar?

— Sasuke! – o chamou em um tom repreensivo, mas que pareceu não tem nenhum efeito nele.

Ela respirou fundo, controlando sua vontade de socar a nuca dele e o arrastar daquele jeito mesmo para a batalha. Será que ele não entendia?! Ela respirou fundo mais uma vez e soltou a respiração lentamente.

Sasuke era cabeça dura, então para convencê-lo, teria que tentar entrar na cabeça dele antes.

Sabia que a situação dele era difícil e que ele não tinha perdoado completamente Konoha por tudo que aconteceu no passado, ele mesmo tinha dito milhares de vezes que não voltaria e que... Sakura olhou para as costas nuas dele. Só estaria voltando por ela, ele aceitou ficar preso ali pagando pelos seus erros por causa dela.

Em passos lentos, ela se aproximou dele, quando estava a menos de um metro dele, Sakura hesitou sentindo suas bochechas esquentarem, mas não desistiu, tímida, ela ergueu uma das mãos e tocou os músculos firmes que cobriam a omoplata dele.

Os músculos de Sasuke se tensificaram sob o toque dela e ele travou no lugar, esperando pelas próximas ações da kunoichi.

Sentindo a maciez da pele branca que cobria a rigidez dos músculos trabalhados incansávelmente por toda a vida, Sakura não resistiu a curiosidade, pescorrendo as linhas de definição dos musculos com a ponta dos dedos, se perdendo na tarefa. Distraída, ela ia descendo pela linha da coluna dele quando sentiu a pele dele se arrepiar.

— Sakura. – o chamado de Sasuke saiu baixo e firme.

— Ah! – ela exclamou entendendo que tinha passado dos limites e então afastou sua mão.

Porém antes que se afastasse completamente, Sasuke agarrou seu pulso fazendo com que ela arregalasse os olhos e desviasse o olhar do agarre em seu pulso até o rosto de Sasuke, que agora estava de lado e a olhava impassível.

Ela engoliu seco, piscando várias vezes para se recompor.

Sasuke aliviou a pressão e deslizou até a mão dela, segurando quase hesitante a mão dela. Sua ação fez Sakura arregalar os olhos, ele respirou fundo e desviou o olhar dela para o chão.

Sakura respirou fundo e entrelaçou os dedos nos dele, andando os últimos passos até eliminar qualquer distancia entre eles, abraçando o braço que ela segurava.

— Konoha precisa de você... – Sasuke virou o rosto na direção contrária dela então Sakura abriu mão do orgulho e continuou. – Eu preciso de você. – confessou em voz baixa, fechando os olhos sem coragem de encará-lo.

Pelas escolhas que fez, por muito tempo ela teve que ser forte, imbatível, para que nada a atingisse, para trazer Sasuke de volta, para ajudar Itachi, para provar para si mesma que não era um fardo para ninguém, escondendo de todos o quão assustada ela estava o tempo todo, quanta insegurança ela sentia em cada escolha que fazia.

Mas ali, depois de tudo, depois de todas as verdades expostas, ela resolveu se abrir com Sasuke. Queria dizer que estava assustada, que estava com medo de não ser forte, de falhar e ver sua aldeia ser destruída por sua inconpetencia, que queria ele ao seu lado.

Sentiu a mão de Sasuke que estava entrelaçada apertar a sua e ela abriu os olhos, se surpreendendo ao ver o rosto de Sasuke tão perto do seu a encarando de volta.

— Nada do que eu fale ou faça vai mudar o que aconteceu no passado, nem vai amenizar sua dor... – ela engoliu seco unindo as sobrancelhas levemente. – Mas, Sasuke, Konoha foi e é o seu lar. – seu polegar acariciou as costas da mão dele. – Nosso lar. – seu dedão acariciou as costas da mão.dele.

Depois de alguns instantes a olhando nos olhos, ele fechou os olhos e inclinou a cabeça para trás, soltou um longo suspiro.

Sakura queria mesmo esperar por Sasuke se decidir, mas tudo que eles não tinham naquele momento, era tempo. Sasuke abriu os olhos assim que Sakura soltou da mão dele.

— Não sei qual será sua decisão, mas não temos mais tempo. – ela desviou o olhar para o chão e se afastou.

Queria, sinceramente, que Sasuke aproveitasse a oportunidade e se uni-se a eles, dando um enorme passo em demonstração que as pessoas podiam voltar a confiar nele e que ele realmente queria voltar para Konoha, mas ela sabia que aquilo era difícil de acontecer.

Sakura deixou o prédio sem olhar pra trás porque sabia que se hesitasse de qualquer forma, voltaria até a cela de Sasuke para tentar convencê-lo mais uma vez e ela simplesmente não tinha tempo para ficar ali insistindo.

 Ela já estava correndo sob os telhados em direção ao ponto de encontro das equipes quando sentiu a aproximação de um alvo em uma velocidade anormal, seu coração começou a bater mais rápido e ela mal pode conter o sorriso que quis se formar quando olhou para trás e viu Sasuke se aproximar já vestido e com a espada na bainha.

Reduziu a velocidade e esperou até que Sasuke a acalcasse para voltar a correr na velocidade normal.

— Só estou indo pra previnir o desastre que vai ser se o dobe tentar se virar sozinho. – Sasuke disse se justificando, mesmo sem Sakura não dizer nada só o olhar de canto de olho.

A kunoichi deixou um sorriso crescer nos lábios, desviando olhar de Sasuke para frente já conseguindo ver o telhado onde Naruto e... Sai?

A presença do ANBU fez Sakura engolir seco, ela definitivamente não esperava que ele estivesse ali e a situação podia se tornar um problema grande, afinal, Sai sempre deixou claro sua aversão á Sasuke e, sendo um ANBU, com certeza não iria gostar nada do fato dele ter fugido da prisão.

— Oe! – Naruto gritou acenando para eles.

Assim que Sai virou na direção deles, sua expressão que tinha um sorriso forçado se fechou completamente e ele adquiriu uma postura ofensiva, com um direito até a puxar seu pergaminho de jutso.

— Sai? – Naruto o chamou, confuso com a postura que o outro tinha

— Sasuke Uchiha, prisoneiro numero 2547, se renda agora ou serei obrigado a... – a fala dele foi interrompida quando Naruto bateu com força na nuca dela, o fazendo se inclinar pra frente.

Foi o tempo para Sasuke e Sakura chegarem perto deles, o Uchiha não parecia nenhum pouco preocupado com o que Sai poderia fazer. Sua postura arrogante mostrava que para ele, Sai nada mais era do que um irritante impecilio.

Na verdade, olhar para Sai e ver características tão parecidas com as suas despertava certa antipatia em Sasuke.

— Que merda você tá fazendo? – o loiro perguntou aborrecido.

Sentindo que não seria uma conversa fácil, Sakura deu alguns passos ficando na frente de Sasuke e entre ele e Sai, como uma barreira.

— O que vocês estão fazendo?! – Sai indagou gritando, explosivo surpreendendo tanto Naruto quanto Sakura.

Geralmente, Sai nunca perdia a compostura, mesmo quando os outros brigavam como cão e gato ou quando uma situação ficava realmente complicada, ele era o único que sempre se mantinha intacto, focado no objeto e ali... Sai estava mostrando todas as emoções, ele tinha gritado!

— Sai... – Sakura soltou o nome dele da forma mais suave que pode, tentando acalma-lo. – Eu sei que isso parece absurdo para você. – Sai abriu a boca para falar então Sakura continuou. – Mas Konoha precisa de toda ajuda possível e Sasuke, ele... – ela abaixou o olhar, respirando fundo antes de continuar mais uma vez, tentando ignorar o fato de Sasuke estar atrás dela. – Ele é um dos shinobis mais poderosos que eu já conheci, não só por ele ser um Uchiha, mas porque se eu tivesse que escolher alguém para defender Konoha contra a Akatsuki, ninguém estaria mais preparado do que ele. – terminou sua sentença voltando a olhar Sai que ainda tinha a expressão fechada.

Ele balançou a cabeças negativamente diversas vezes, como se se recusasse a acreditar no que Sakura estava falando.

— Quem te garante que ele não vai usar essa oportunidade para fugir? – Sai questionou se aproximando de Sakura. – Será que não percebe que no final de tudo, quando você mais precisar, como sabe que ele nãoo vai te abandonar de novo? Sakura, está na hora de encarar os fatos e desistir dele!

— Pare de falar merda, Sai! Nós nunca vamos desistir dele! – Naruto protestou irritado, como sempre ficava quando diziam para ele desistir de Sasuke.

Sai nem mesmo olhou na direção do loiro, continuando a olhar para Sakura buscando nela alguma racionalidade.

Sabia que entre os dois companheiros de time, Sakura ainda podia ver por trás do véu de sentimentalismo e era racionalidade que ele queria, queria que ela visse o erro que estava comentendo dando mais uma chance para Sasuke.

Eles não precisavam dele! O Time 7 não precisava mais do Uchiha! Não quando eles tinham Sai, tudo estava bem, por que eles simplesmente não desistiam daquele ingrato?! Por que continuavam insistindo em alguem que em varias ocasios mostrou que desprezava esses laços que Sai invejava tanto?

Por quê?!

— Sakura! – Sai, em uma ação inesperada, segurou o braço da kunoichi com a intenção de puxá-la para perto de si e a afastar de Sasuke.

Porém antes que ele fizesse o movimento para puxá-la, Sai foi parado.

— O que... – Naruto soltou, confuso, com a rapidez que a cena tinha acontecido.

Em um piscar de olhos, assim que Sai agarrou o braço de Sakura, Sasuke de trás dela indo para sua frente, em uma das mãos ele segurava kusanagi e pressionava a lamina da espada contra a garganta de Sai.

— Solte-a, agora. – ordenou, suas palavras saíram baixas e ameaçadoras pelos lábios do Uchiha que nem se dignava a olhar para o outro.

  Sai estreitou os olhos e crispou os lábios em irritação e quando ele não soltou do braço dela de imediato, o que fez Sasuke, que antes olhava para um ponto no horizonte, o olhar de canto de olho apertando um pouco mais a lamina contra o pescoço dele.

— Solte-a. – Sasuke repetiu, pausamente.

Sai levantou mais o queixo.

— Ou o que? – o desafiou.

Cansada da tensão e briga de egos que parecia estar se formando ali, Sakura resolveu agir, entortou o braço para fugir do aperto de Sai e se soltou, mas não foi o bastante para Sasuke que continuou com a espada erguida contra Sai.

— Parem. – ordenou impaciente. – Os dois. – acrescentou olhando para Sasuke.

A contra gosto, Sasuke recolheu sua espada e ajeitou sua postura ficando ao lado de Sakura. A kunoichi respirou fundo e se virou para Sai.

— Sai, eu sei que não confia nele, mas eu confio.

O ANBU passou ainda alguns instantes a olhando até desviar o olhar, soltando um suspiro enquanto balançava a cabeça negativamente.

— Espero que saiba o que está fazendo. – disse como um aviso final.

Com aquelas palavras, Sai se afastou dos dois voltando para o lado de Naruto.

— Já terminaram? – a conversa deles foi interrompida pela voz de outra pessoa e ao virarem encontraram Kankuro e Gaara parados. – Tem uma guerra acontecendo, sabiam?

Kankuro olhava para eles com impaciência e Gaara tinha os braços cruzados, mas tinha uma expressão bem humorada no rosto, os dois se aproximaram do grupo.

— Vejo que foi rápida, Sakura. – Gaara comentou olhando rapidamente para Sasuke e depois voltando a olhá-la, um meio sorriso nos lábios.

Sakura encolheu os ombros, desviando o olhar para o chão sem querer encarar ninguém. Não esperava que Gaara fosse comentar algo.

— Ah, então foi por isso que você ficou atrás dele esses dias. – Sai disse fazendo suas próprias conclusões. – É uma pena, achei que vocês finalmente fossem se assumir. – deu de ombros  se afastando deles. – Kazekage. – fez uma pequena reverência á Gaara e então pulou do telhado, sem se despedir do resto.

Sakura arregalou os olhos sentindo todos os olhares em si, um, em especial, que vinha do seu lado chegava até a emanar uma aurea negra.

— Mudei de ideia, eu devia ter deixado você matar. – disse entre os dentes, sentindo uma veia em seu rosto quase explodir de tanta raiva que estava sentindo de Sai.

Fora a vergonha! Como Sai poderia sugirir que ela e Gaara, o Kazekage de Suna, estavam tendo algo?

— Sabe, as vezes eu não entendo nada do que o Sai fala. – Naruto confessou completamente perdido.

Sakura e Gaara assumirem o que?

Kankuro riu balançando a cabeça negativamente, a inocência de Naruto era engraçada demais.  

— Vamos antes que o Uchiha ali decida começar sua própria guerra. – disse dando alguns tapinhas nas costas do loiro.

Gaara soltou uma risada baixa e concordou com o irmão, balançando a cabeça positivamente.

— Como não podem se reunir com o resto do pelotão, sugiro que sigam pelo setor sudoeste, é um setor que não fica na frente de batalha e está completamente desprotegido se não encontrarem com ninguém talvez possam contornar o exercito de inimigos e atacá-los por trás. – disse para Sakura e Sasuke. – Naruto vem conosco para o portão principal.

— O que?! Por quê?! Eu quero ir com eles! – Naruto reclamou cruzando os braços como uma criança.

— Sei que queria. – Gaara riu mais uma vez. – Mas não acha que achariam um pouco estranho o shinobi que enfrentou Pain e ganhou, simplesmente sumir e aparecer do lado de, bem. – hesitou em continuar a frase, olhando para Sakura rapidamente. – Um prisoneiro?

— Gaara tem razão, Naruto. – Sakura concordou.

O loiro revirou os olhos, ainda nada satisfeito com a situação.

— Mesmo assim! – teimou. – Era o nosso momento! Finalmente o time 7 iria voltar!

Sakura ouvir uma risada debochada baixa vir do seu lado o que a fez olhar para Sasuke que tinha um meio sorriso no rosto.

— Como sempre, um bebê chorão. – balançou a cabeça negativamente. – Será que não consegue ficar 5 minutos sem mim lá salvando sua pele?

— Como se eu precisa-se! – Naruto rebateu revoltado, avançando até Sasuke ele ergueu o punho. – Eu acabo com a raça do Kabuto, do Obito e ainda tenho energia o bastante para voltar e chutar sua bunda, tô certo! – concluiu cruzando os braços e o queixo erguido, em uma pose confiante.

Sasuke soltou uma risada irônica, ele apoiou a mão no cabo da espada também erguendo o queixo em tom de desafio.

— Isso a gente vai ver. – disse aceitando o desafio.

Ver os dois falando daquele jeito, naquela competição infantil, fez Sakura sorrir. Como nos velhos tempos...

— Temos que ir. – Kankuro disse chamando a atenção delesde volta para a realidade.

A contra gosto, Naruto se afastou de Sasuke indo para perto do Kazekage e o irmão.

— Cuide dela, teme. – o loiro pediu, seu tom nada lembrava o infantil teimoso de antes, era bastante sério. Sasuke deu um aceno positivo, também bastante sério não deixaria nada acontecer com Sakura. – E, Sakura... – ele abriu um sorriso enorme. – Depois de tudo que a gente passou, não deixa esse idiota se matar, eu ainda tenho que dar uma boa surra nele.

Foi a vez de Sakura rir enquanto balançava a cabeça positivamente, ela segurou as mãos atrás do corpo, o balançando para trás e para frente.

Gaara e Kankuro se despediram com um aceno de cabeça que foi devolvido por uma pequena reverencia por parte de Sakura, Sasuke apenas os olhou.

— Vamos. – o Uchiha disse para Sakura dando, as costas para os outros três.

Sakura assentiu e acenou com a mão, se despedindo de Naruto, antes de também virar e os dois lado-a-lado começarem a correr na direção do setor que Gaara os tinha instruído.

Como Gaara tinha dito, a área estava quase deserta, os únicosa com que Sasuke e Sakura encontraram no caminho eram civis que estavam se encaminhando para os abrigos de guerra para se protegerem. O caminho estava sendo silencioso até que Sasuke se pronunciou.

— O que ele quis dizer com aquilo?

A pergunta, vinda do nada, fez Sakura perder a passada na caminhada.

— Hm? 

 — Você e o Gaara... – Sasuke continuou olhando para frente, mas a a ruga entre as sobrancelhas dele mostrava sua irritação por mais que seu rosto tentasse passar inexpressão. – O que ele quis dizer com aquilo?

Sakura uniu as sobrancelhas, em confusão. Não era o tipo de pergunta que ela esperava de Sasuke.

— Por ter sido treinado desde a infância pela ANBU, Sai não sabe interpretar o convívio social muito bem. – entortou os lábios em uma pequena careta. – Ele entendeu errado minhas visitas á Gaara.

Sasuke estreitou os olhos e a olhou de canto de olho.

— Suas visitas?

— Sim, er. – como poderia explicar aquilo de uma maneira rápida? – Tsunade não estava conseguindo muito avanço, então fomos atrás de mais ajuda e, bom, ter outro líder de nação nos apoiando seria de muita ajuda em te tirar da cadeia. – ela sorriu, mas Sasuke ainda mantinha a mesma expressão. – Gaara é nosso amigo e aliado, fazia sentido pedir a ele.

Alguns segundos em silêncio se passaram até Sasuke voltar a falar.

— Então você não foi esses dias no horário de visitas porque estava atrás dele?

A pergunta era normal, mas o tom que Sasuke usou mostrava que ele não tinha gostado muito daquilo.

— Sim, eu... – ela hesitou, piscandos os olhos várias vezes, ela forçou sua mente a pensar no porque de Sasuke estar insistindo naquilo que para ela parecia bem simples. – Nós estávamos tentando ajuda para tirar você da prisão.

Sasuke não disse nada por um tempo.

— Eu saí de qualquer jeito, não saí? – retrucou mal-humorado.

Sakura revirou os olhos, as vezes, dava vontade de socá-lo só por causa daquele orgulho dele.

Os últimos raios de sol se despediam no horizonte quando eles chegaram na ultima construção que dava para a floresta, não havia nenhum movimento, nem mesmo dos animais selvagens, o único som era do farfar das folhas quando o vento passava pelas arvores.

Estava estranhamente quieto.

— Nem mesmo parece estar acontecendo um ataque. – Sakura comentou quando os dois começaram a pular de galho em galho já dentro da floresta. – Quieto... Demais. – completou estreitando os olhos.

Sasuke assentiu, seu olhos não paravam em um só lugar, verificando qualquer movimento suspeito 

— Pelo jeito Gaara tinha razão, somos a única linha de defesa nesta área.

Sasuke não apareceu muito satisfeito com a menção do ruivo.

Os dois pararam no galho de uma arvore alta, onde tinham uma boa visão do alto da floresta e de lá foi fácil ver como, de repente, algo fez vários pássaros voarem assustados, eles se entreolharam e avançaram na direção do que tinha feito os pássaros.

— Você é mais rápido, alcance-o primeiro enquanto eu o contorno. – Sakura disse e Sasuke assentiu. – Cuidado. – ela pediu, uma pequena sombra de vunerabilidade passou em seu rosto.

— Você também. – ela ouviu Sasuke dizer quando ela já estava pronta para se separar dele.

Sakura assentiu e pulo para um galho diferente, seguindo para outra direção. Sasuke não a olhou sumir de sua visão, assim que ela pulo, ele ativou seu Sharingan.

Não sabia quem iria enfrentar, mas teria que chamar muita atenção para si para que Sakura pudesse o contornar sem ser notada, ele acelerou o passo, não poderia deixar Sakura  ser descoberta sozinha.

O primeiro indício de que estava perto de quem quer que fosse, foi o fato de, estranhamente, corvos negros começaram a aparecer nos galhos e pareciam o encarar enquanto ele  passava.

Como se o esperasse, como se estivessem o seguindo enquanto ele caminhava para a morte.

Sasuke levou a mão até o cabo da espada, pronto para desafiar quem quer que fosse.

No fim da trilha que ele seguia, uma clareira o esperava e no meio desta clareira havia uma figura de costas para ele, no lugar do manto da Akatsuki, um manto vermelho escuro.

Ele tinha a intenção de atacar primeiro, mas hesitou por... Ele não sabia o porque, algo no estranho o fazia hesitar.

Confuso com sua hesitação, Sasuke deu um passo para trás quando o estranho ergueu o braço e um dos corvos pousou nele.

— Faz muito tempo... – Sasuke estreitou os olhos balançando a cabeça negativamente, não podia ser... Não, isso era... impossível.  

Foi como levar um soco no peito, como se tivessem roubado todo seu ar, todos seus músculos travaram e seus olhos se arregalaram se seu Sharingan não estivesse ativado ele duvidaria muito do rosto que agora o olhava por cima do ombro.

— Irmão. – o corvo que estava em seu braço voou e lentamente, Itachi se virou, ficando de frente para Sasuke que arregalou os olhos sentindo suas pernas ameaçarem falhar.

Pálido, com algumas linhas que pareciam rachaduras, seus olhos completamente negros com o Mangekyo Sharingan, mas ainda sim.

Aquele era...

Itachi Uchiha.