Prisoner escrita por Lobo


Capítulo 37
Está na hora.




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Kabuto ajeitou os óculos antes de voltar a escrever os resultados em sua prancheta.

Sua mesa de trabalho estava abarrotada, entre suas anotações e os vidros de ensaio, uma gaiola de ferro onde dentro estavam dois ratos mortos e um vivo, mas que não se comportava de forma normal parte do seu pelo tinha caído e seu corpo dava leves espasmos, fora os jarros onde parte de experimentos deformados estavam mergulhados em formol.

Mas nada daquilo tirava a atenção de Kabuto, nem o sorriso excitado que ele tinha nos lábios.

Seu trabalho estava pronto, ah, ele mal podia acreditar!

Seu peito vibrou e uma espécie de rugido quis escapar, mas ele se segurou. Ah, o que não faria para ressucitar seu mestre só para mostrá-lo o que ele era capaz de fazer agora!

Seu sorriso crescer mais ainda e um arrepio fez com que os pelos do braço se eriçarem. Olhou para seu braço onde sua pele tinha abandonado completamente a cor normal e se tornando pálida, quase acinzentada como a do seu mestre, algumas escamas se destacavam ali. Desviou o olhar para um dos vidros, admirando seu reflexo, como seus olhos tinham adquirido a tonalidade amarelada com as marcações roxas ao redor.

Tinha sido esperto, não, brilhante ao agir rápido e salvar o material genético de Orochimaru, conseguindo com sucesso implantar e fundir seu material com o dele.

Aquilo tinha sido essencial para seu sucesso.

Fechou a mão em punho, seu mestre estava com ele vendo seu sucesso.

Agora, com seu DNA junto com o do mestre, nada poderia detê-lo.

— Kabuto. – seu momento de gloria pessoal foi interrompido pelo chamado do seu, para sua infelicidade, parceiro no projeto.

O ninja de óculos abaixou sua prancheta, depositando a mesma sobre a mesa e se virou para o Uchiha que entrava no cômodo.

Sua parceria com Obito tinha sido um tanto inusitada, mas necessária para que conseguisse os espécimes para o seu experimento ter sucesso.

— Obito, quanto tempo. – Kabuto o cumprimentou com a voz arrastada, um meio sorriso levantava o canto direito dos seus lábios.

 Ele seguiu sem pressa até o mascarado que o encarava, impaciente.

— Espero que tenha alguma coisa, já perdemos tempo demais com seus experimentos falhos. – Obito foi direto, sem paciências para as possíveis enrolações de Kabuto.

Como seu antigo mestre, Kabuto era ardiloso e escorregadio como uma cobra, Obito não duvidava nada que na primeira oportunidade Kabuto iria traí-lo. As coisas só se estreitaram mais depois deles se desentenderem em decidir o que fariam com Sakura enquanto ela estava dentro do aquário.

Kabuto queria matá-la, não vendo objetivo em curá-la e não apagar sua memória, obviamente, Obito foi contra aquilo. Não queria matar Sakura, muito menos a transformar em um vegetal apagando sua memoria.  

O comentário sobre os experimentos falhos fez Kabuto trincar os dentes e ele respirou fundo, não disposto a ligar para aquilo no momento, afinal, hoje seria o dia em que jogaria na cara de todos que duvidaram do seu potencial.

Ele ergueu seu braço para a direita indicando o grande espaço vazio da sala, Obito se virou esperando a próxima ação do de cabelos cinzas-azulados. Kabuto uniu as mãos, se concentrando.

—Kuchiyose Edo Tensei! – Kabuto gritou com convicção. – Invocação, reencarnação do Mundo Impuro!

Quase imediatamente centenas de caixões de madeira emergiram do solo, as tampas dos caixões caíram, revelando o que estava dentro.

Centenas de shinobis, todos que tinham sido declarados mortos surgiram de dentro dos caixões, quatro em especial se destacam dos outros ficando na frente e próximos de onde Kabuto e Obito estavam.

Obito se aproximou avaliando o trabalho do outro.

Olhou bem para os quatro caxões, observando nos corpos dentro com atenção.

Diante dele, dentro dos caixões, estavam seus quatro ex-companheiros de Akatsuki.

Nagato, Sasori, Deidara e Itachi.

Suas peles estavam acizentadas e tinha algumas rachaduras, mas fora aquilo sua concervação estava perfeita, seus olhos perderam as partes brancas e estavam completamente negros.

— Feliz por rever seus companheiros? – Kabuto perguntou se deliciando com aquela demontração clara de seu poder.

Ele tinha rompido a barreira da vida, tinha ressucitado os mortos, tinha feito seu próprio exercito com os mais poderosos shinobis que um dia existiram.

Obito se virou para Kabuto e por baixo da mascara, sorriu, satisfeito.

 

 

Os dias se passavam cada vez mais lentos sabendo que Sasuke estava preso naquele lugar e a pior parte era não ter ideia de quando a situação iria melhorar.

Com todos os esforços e atenções voltados para a reconstrução da vila, a discussão sobre Sasuke e ela tinha sido deixada completamente de lado. Para muitos, o fato do Uchiha na prisão chegava até a ser um alivio e por eles, ele continuaria daquele jeito para sempre.

Os oportunistas usavam o pânico e medo que Pain tinha causado nas pessoas para fazer de tudo para que Sasuke mofar naquele lugar, mas Sakura junto de Naruto e Kakashi estavam fazendo de tudo para tentar reverter a situação.

Tinham apelado até mesmo para Gaara.

A ideia de contactar o Kazekage tinha sido de Naruto e, como Sakura estava impossibilitada de sair da aldeia por ainda não ter sido julgada pelo envolvimento com Sasuke, ela teve que pensar em meios alternativos de entrar em contato com Gaara e ao ver Shikamaru passar na rua acompanhando Temari até onde o hotel que a kunoichi da aldeia da areia ficava, Sakura não hesitou em pedir a ajuda da loira.

Temari não gostou muito da ideia de ter que convercer seu irmão a interceder por Sasuke, ela não aprovava o comportamento que o Uchiha tivera abandonando Konoha, mas em consideração a Sakura pela ajuda medica que ela tinha prestado algumas vezes á Suna, ela iria falar com Gaara e, se ele quisesse, entraria em contato, mas que Sakura não tivesse muitas esperanças.

Afinal, Gaara e Sasuke nunca se deram muito bem, nem quando eram crianças.

  Com a decisão fora de suas mãos, Sakura não tinha muitas opções do que fazer em seu tempo livre já que também estava impossibilitada de exercitar sua função como med-nin no hospital de Konoha.

Naquele momento, ela terminava de se arrumar para ir até a prisão visitar Sasuke, como tinha decidido fazer uma limpeza geral na casa não teria tempo para visitar o prédio da Hokage antes de visitar Sasuke. Os horários de visita tinham se tornado sagrados e ela fazia questão de não atrasar, afinal, tinha feito uma promessa a Sasuke de visitá-lo e não iria quebrá-la. 

O tempo de visita não era muito longo, cerca de uma hora, e ela dividia o horário com Kakashi e Naruto já que o sistema só permitia um por vez. Os dois shinobis geralmente iam primeiro, como Sasuke e Kakashi nunca foram muito de falar, o sensei ficava poucos minutos e depois saía, Naruto já levava mais algum tempo tentando extrair mais e mais palavras de Sasuke, o que era bem difícil e o fazia sair frustado algumas vezes.

E então o resto da visita era inteiramente de Sakura.

Quando ela chegou ao complexo prisonal, Kakashi estava sozinho no corredor, ele estava com as costas encostadas em uma das paredes, os braços cruzados e uma das pernas flexionada também apoiada na parede.

— Kakashi-sensei. – ela se anunciou fazendo uma breve reverência ao ninja copiador.

Kakashi devolveu o cumprimento com um aceno de cabeça, ele se desencostou da parede ficando de frente para sua aluna.

— Naruto está lá dentro. – informou

Sakura suspirou olhando para o corredor atrás dele, o corredor que dava para a cela em que Sasuke estava.

— Como ele está? –perguntou fechando mais as mãos na alça do bento.

— Mal-humorado, como sempre. – ele respondeu balançando a cabeça negativamente, achando graça do comportamento fechado característico do Uchiha. – Mas tenho certeza que ele ficará melhor depois que você entrar.

A kunoichi de cabelos rosados uniu as sobrancelhas, confusa com o comentário de seu sensei, confusa e envergonhada, tinha que admitir com as bochechas ficando coradas.

Ela não tinha comentado nada com ninguém sobre o que tinha acontecido naquele dia e realmente acreditava que não tinha feito nada fora do comum para Kakashi achar que algo tinha acontecido entre Sasuke e ela.

Seus sorrisos tinham ficado mais freqüentes? Ou os olhos verdes brilhavam ao ouvir o nome de Sasuke? Ela não sabia o que a tinha denunciado.

O ninja copiador a olhava de canto de olho, com um olhar de quem sabia mais do que Sakura pensava, o que fez com que a kunoichi desviasse o olhar para qualquer lugar que não fosse o shinobi de cabelos cinza, de repente, muito envergonhada para continuar a olhá-lo.

A situação foi salva por Naruto que voltava no corredor, resmungando sobre algo.

— Oe, não sei porque ainda tento ser legal com ele. – disse exasperado quando já estava próximo dos dois. – Acredita que ele não quis almoçar comigo? Eu perguntei se ele queria que eu trouxesse ramen, diretamente do Ichikaku, e ele negou! Isso chega a ser blasfemea. – ele explicou parecendo levar aquilo como uma ofensa pessoal.

Comportamento que vez Sakura rir, riso esse que ela engoliu depois de notar que Kakashi a olhava de canto de olho e ela tinha certeza que ele tinha um sorriso debochado por debaixo da mascara. Chegou até a engolir seco quando o mais velho desviou o olhar para a sacola onde ela tinha um bento que trouxera para dividir com Sasuke.

Na visita anterior a Sasuke, Sakura pode acompanhar como era uma refeição da prisão. Era uma sopa rala com poucos legumes, um pão adormecido e água, uma refeição nada apetitosa e como Sasuke permanecia amarrado na camisa de força, um auxiliar med-nin vinha alimentá-lo.

Sakura não sabia de quem tinha mais pena, se era de Sasuke por ter que comer aquilo, ou se do auxiliar que tremia como uma vara verde só de estar na presença do Uchiha. Assim que o auxiliar saiu, ela comentou com Sasuke sobre a comida e ele deu de ombros como resposta, afinal, não tinha para quem reclamar e querer alguma regalia.

Por isso, naquele dia, depois de arrumar a casa, ela preparou um bentô com as comidas que recordava que Sasuke costumava gostar quando eram do mesmo time, comidas que ela não tinha como reproduzir quando eles estavam na floresta com Suigetsu, Juugo e Karin por não ter os mesmos ingredientes, mas que agora, com um mercado, ela podia.

Esperava que ele gostasse.

Não querendo desperdiçar o tempo de visita e desejando sair de perto do olhar zombatório de Kakashi, Sakura se despediu dos dois seguindo pelo corredor até a cela de Sasuke.

Como já era de costume, dois ANBU’s guardavam a cela e, depois de tantas vezes ali, ela não precisou se apresentar, eles apenas abriram a cela para que ela passasse.

A escuridão que estava na primeira vez que visitou a cela, já não estava mais lá, eles tinham conseguido convencer a direção da prisão para que, pelo menos no horário das visitas, a lâmpada da cela fosse ligada. Não que fizesse diferença para Sasuke a luz fraca que vinha da lâmpada por estar vendado, mas Sakura não se sentia bem vendo ele mergulhaddo na escuridão.

— Sasuke-kun. – ela o cumprimentou, anunciando sua entrada.

Sasuke estava sentado no colchonete fino de frente para ela, como se esperasse pela garota, vestindo a terrível camisa de força e a venda nos olhos, ele tinha o queixo erguido na direção dela.

Sakura caminhou até ele, se sentando ao seu lado, próxima o bastante para que seu braço encostasse no corpo de Sasuke, ela depositou o bento na frente dos dois.

— Como está? Se divertindo as custas de Naruto, pelo que percebi pelas reclamações que ele soltou depois que saiu daqui. – comentou com casualidade vendo, de canto de olho, um sorriso se formar nos lábios do Uchiha.

— Ele sempre foi um reclamão. – Sasuke soltou uma risada baixa, mostrando que realmente achava divertido o loiro ficar nervoso por tão pouco.

Sakura balançou a cabeça negativamente, também rindo.

— Já comeu? – perguntou mordendo o lábio inferior.

Se ele tinha recusado o ramen de Naruto, talvez já tivesse comido.  

— Ainda não e não estou triste por isso. – respondeu de brincadeira.

A resposta de Sasuke fez Sakura sorrir mais, gostava de como, aos poucos, Sasuke se soltava mais, como ele se sentia mais confortável ao lado dela.

— Bem, eu não tive tempo de almoçar antes de vir pra cá e trouxe um bentô. – ela disse como quem não queria nada, ainda insegura se Sasuke aceitaria sua comida. – Se quiser um pouco...

— Não quero que fique com fome, uma hora eles aparecem com a comida.

— Fiz o suficiente para nós dois, não precisa se preocupar. – ela argumentou, se lamentando logo após falar aquilo.

Tinha praticamente se entregado falando aquilo.

Sasuke ficou alguns instantes em silencio, o que deixou Sakura ainda mais apreensiva. Provavelmente ele estava pensando em uma maneira educada em recusar.

— Você... Cozinhou para mim? – a pergunta saiu de forma hesitante.

Sakura esfregou as mãos, uma contra a outra, tentando se acalmar, as sentindo suadas.

— Sim, eu... – esfregou as mãos com mais força. – Achei que fosse gostar de comer algo diferente da comida da prisão.

Ela viu Sasuke cumprimir os lábios e esperou pelo pior.

— Obrigada. – o agradecimento saiu baixo e de forma acanhada, Sasuke definitivamente tinha perdido o costume de agradecer a pessoas por alguma coisa.

O agradecimento do Uchiha fez um sorriso enorme crescer no rosto de Sakura, de orelha a orelha, ela sentiu seu interior vibrar. Ela pegou o bentô, o trazendo para si, abrindo a tampa e tirando os compartimentos para fora e, assim, espalhando o cheiro da comida pela cela.

Sasuke respirou fundo, sentindo sua boca salivar só com o cheiro, que estava muito bom, da comida. Seu estomago denunciou seus pensamentos soltando um grunhido que fez Sakura soltar uma risada baixa.

Animada, ela começou a listar os itens que tinha trago, perguntando para Sasuke por onde ele queria começar.

— Você decide.

Sakura uniu as sobrancelhas, pensando, até decidir optar por algo que tinha mais chances de Sasuke gostar. Com os hashis, ela pegou um dos tomates assados que tinha feito especialmente para Sasuke esperando que ele ainda gostasse de tomates.

Sem jeito, ela ergueu o hashi levando até o rosto de Sasuke, não sabia como agir naquele momento. Dar comida para alguém? Para Sasuke? Parecia um tanto intimo demais e tinha um que...

Ela sentiu suas bochechas arderam e podia apostar que elas tinham corado.

— Sasuke? – ela o chamou em um fio de voz, com muita vergonha. — Sasuke-kun?

Ele virou o rosto na direção dela e Sakura teve que afastar depressa os hashis para que não batesse no rosto dele, o que só a deixou mais nervosa ainda.

— Er... Abra a boca? — pediu, embaraçada.

Por um momento, muito longo na opnião da Sakura, Sasuke continuou parado até finalmente abrir a boca.

Ela engoliu seco e aproximou o hashi dos lábios dele, posicionando a outra mão embaixo para não ter risco da comida cair. Ao sentir o hashi encostar em sua boca, ele fechou os lábios usando a língua para empurrar a comida para o interior da boca.

Sakura afastou o hashi, observando com atenção a expressão no rosto dele, buscando algo que mostrasse se ele tinha gostado ou não.

Ela arregalou os olhos, sentindo seu interior se aquecer ao ver Sasuke abrir um pequeno sorriso depois de engolir.

— Bom.

Sentiu vontade de gritar para extravasar, o sorriso chegava a doer no rosto.

Com aquele incentivo, Sakura continuou servindo a comida para os dois e o almoço se seguiu sendo apenas interrompido pelo auxiliar que apareceu para dar o almoço de Sasuke, que não escondeu o alivio em não ter que fazer a tarefa naquele dia.

No final da refeição, Sakura pegou um guardanapo e se aproximou de Sasuke, limpando com cuidado sua boca. 

— Pronto. – disse se afastando, colocando o guardanapo na bolsa do bentô. –  Saindo daqui vou passar no mercado, não consegui fazer comprar desde que chegamos. – ela soltou uma risada nervosa, era estranho pensar em algo como ir ao mercado. – O que quer comer amanhã?

Enquanto esperava Sasuke responder, ela foi organizou os compartimentos do bentô, os guardando na ordem certa.

— Hn... – a hesitação de Sasuke fez Sakura o olhar. – Bolinhos de arroz?

Sakura uniu as sobrancelhas, estranhando um pouco o pedido dele. Sasuke gostava de bolinhos de arroz?

— Tudo bem. – terminou de fechar o bentô, o afastando dos dois. Ela olhou bem para Sasuke, buscando algo a mais para melhorar seu conforto. – Não temos muito mais tempo, precisa de mais alguma coisa? Água?  

 Sasuke balançou a cabeça negativamente e apoiou as costas conta a parede, ficando parado ali.

Aquela era uma hora que Sakura sentia mais seu coração se apertar. Era penoso para Sakura ter que deixar Sasuke naquela cela escura pelo resto do dia.

Ela queria ficar mais tempo, mas logo algum ANBU iria abrir a porta e interromper os dois.

Timidamente, ela levou uma mão até o cabelo de Sasuke, arrumando o cabelo negro para que não criasse nó na parte de trás demorando mais do que o necessário, apreciando a textura dos fios.

Ouviram o ANBU bater na porta anunciando que avisita tinha chegado no final.

Sakura suspirou, sua mão deslizou até o ombro dele, se apoiando ali.

— Tenho que ir. — disse e aproximou seu rosto, encostando sua bochecha na dele.

Sasuke soltou sua respiração em um suspiro longo e então inclinou a cabeça pra frente, apoiando sua testa no ombro dela. A kunoichi levou as mãos até a nuca dele, massageando o local, sentindo a respiração dele a atingir na curva do pescoço provocando arrepios.

Ela virou um pouco o rosto, apenas o suficiente para que pudesse encostar seus lábios na pele macia da bochecha dele, depositando um pequeno beijo.  

— Voltarei amanhã. – prometeu mais uma vez.

Sasuke assentiu e os dois se separaram de uma vez, não querendo prolongar a tortura.

Ela se levantou e pegou o bentô, foi até a porta e bateu algumas vezes esperando alguns segundos até o ANBU abrir a cela. Saiu sem olhar para trás, não sabia se agüentaria deixar Sasuke se o olhasse aquela ultima vez.

Dali, ela seguiu para a torre da Hokage para saber se havia alguma atualização no andamento do julgamento dos dois. Como Tsunade estava em reunião com a direção do hospital e do capitão ANBU que tinha ficado responsável pela a equipe que iria auxiliar os med-nin para tratar os feridos, Sakura teve que esperar do lado de fora por algumas horas, horas essas que teriam sido desgastantes se Shizune não tivesse ficado com ela, a atualizando da situação do hospital e dos feridos.

Já estava de noite quando finalmente a reunião terminou e Sakura foi autorizada a entrar. Tsunade tinha o rosto abatido e Sakura podia ver que olheiras tinham se formado embaixo dos olhos castanho claro da mentora, mas nunca iria comentar aquilo com a Hokage.

— Pensei que tinha tido uma folga de você hoje. – Tsunade disse desanimada.

— Apenas não tive a oportunidade de vir mais cedo. – Sakura respondeu brincalhona, seposicionando de frente para a mesa da Hokage.  

Tsunade olhou a garota de cima a baixo antes de soltar uma bufada, batendo os papeis que tinha nas mãos em cima da mesa, organizando as folhas.

— Me dera uma folga amanhã se lhe disser que poderá voltar ao seu cargo no hospital? – a loira perguntou ainda mal humorada.

Sakura abriu um sorriso enorme.

 — Está falando sério?

— Sim. – Tsunade soltou um suspiro empilhando os paeis em uma das pilhas na mesa. – A reunião que tive agora pouco foi convocada pela equipe médica, eles precisão de reforços pois Suna pediu ajuda para Konoha, estaram os primeiros feridos irão chegar amanhã.

— E quando começo? – Sakura perguntou, empolgada.

— Amanhã mesmo, antes a primeira troca de plantões deverá estar lá para que possa ser apresentada e o designada para o setor que a necessitar.

Sakura balançou a cabeça positivamente com movimentos animados, sem conseguir esconder o quão feliz estava por poder voltar a exercer sua função porém sua animação diminuiu quando resolveu falar do outro tópico que a levava até ali.

— Enquanto a Sasuke, alguma novidade? – perguntou ansiosa.

— Não.

A resposta negativa fez os ombros de Sakura caírem, agora não mais tão animada quanto antes.

Ela abaixou a cabeça, maneirando a cabeça.

— Porém, acho que vai ficar feliz em saber que Gaara virá junto dos pacientes amanhã. – a fala de Tsunade fez Sakura levantar o olhar ao rosto abatido, mas nenhum um pouco envelhecido, da mentora. – Talvez, depois que cumprir todas suas obrigações no hospital, você consiga falar com ele.

Obviamente, Tsunade deveria suspeitar que eles tentassem buscar apoio de Gaara.

Satisfeita com as novidades que tinha recebido, Sakura sorriu e fez uma breve reverência respeituosa antes de deixar a sala.

Ela deixou o prédio e seguiu para casa, parando somente em um pequeno mercado que fica no meio do caminho para comprar os ingredientes para o almoço do dia com Sasuke. Estava realmente animada para aquilo.

Como teria que ir bem cedo para o hospital do dia seguinte, ela optou por deixar toda a comida pronta, para que quando voltasse do hospital para ir visitar Sasuke tudo já estivesse pronto.

No dia seguinte, ela acordou cedo, antes mesmo do sol nascer, se arrumou e foi até o hospital, se apresentando para chefe do plantão que iria assumir em seguida, esperando por instruções de onde seria colocada.

Por sua habilidade, ela foi colocada na equipe dos casos mais graves, foi apresentada formalmente para os membros da equipe, mesmo que ela já conhecesse boa parte das pessoas por já ter trabalhado ou treinado com eles.

Os feridos de Suna chegaram no meio da manhã aos montes criando caos até finalmente as equipes conseguirem organiza-los por urgência.

Sakura estava terminando de tratar um shinobi que teve o pulmão perfurado por uma das costelas quebradas quando ouviu uma das enfermeiras dizendo que estava saindo para o almoço.

Ela arregalou os olhos e desviou os olhos para o relógio na parede ficando alarmada ao ver que faltavam poucos minutos para o horário de visitação.

Tinha ficado tão ocupada com os feridos que não viu o tempo passar e pior, ainda tinha que passar em casa para pegar a comida de Sasuke, se não saísse naquele momento não lhe sobraria muito tempo do tempo de visita.

Terminou o atendimento e foi até o chefe do plantão avisar que sairia para o horário de almoço.  

A kunoichi de cabelos rosados caminhava rápido para casa quando sua atenção foi fisgada ao ver Temari e Shikamaru conversando em frente a torre da Hokage, vários shinobis de Suna rodeavam o local, atentos para qualquer ameaça. Gaara, com certeza, estava no prédio.

E, então, ela entrou em um dilema. Continuava seu caminho até em casa, pegaria a comida e iria visitar Sasuke ou iria tentar convencer Gaara de interceder por eles?

Não teve tempo para ponderar sobre o que faria, Temari a chamou.

Sakura respondeu ao chamado com um aceno e, antes de ir até o encontro da loira, ela olhou para o caminho que dava para prisão.

Teria que quebrar sua promessa a Sasuke.

Sasuke estava em silêncio na cela, virado para a parede, ele ouvia Naruto tagarelar sem parar falando novidades da vila que ele não tinha interesse em ouvir porém  sua impaciência só aumenta conforme o tempo passava e o loiro não parava de falar.

Já era de costume o loiro lhe visitar, mas ele nunca tinha ficado tanto tempo assim. Onde estava Sakura para o livrar daquele sofrimento?

Ele relembrou o dia anterior onde ele e Sakura comeram juntos, ela o servindo. A comida estava boa, mas o acanho da garota deu a cena um gostinho a mais a Sasuke, evidentimente, ele diria aquilo em voz alta. Não queria que Sakura achasse que ele estava debochando do momento pois era o oposto a aquilo.

Sasuke apreciou o momento bem mais do que achou que iria ou que pudesse e almejava, ansioso, por mais.

— Onde está Sakura? – a pergunta saiu rápida dos lábios do Uchiha, interrompendo o monologo de Naruto.

A pergunta calou Naruto por alguns minutos, o que fez Sasuke pensar que talvez Naruto não tivesse ouvido direito a pergunta. Esse pensamento foi deixado de lado depois do loiro soltar uma risada nervosa.

— Er, a Sakura-chan... – Sasuke uniu as sobrancelhas não tendo um bom pressentimento. Algo não estava certo. – Ela não pode vir hoje.

Sasuke comprimiu os lábios, trincando também a madibula. Virou seu rosto para a parede.

— Saia.

— Oe, teme, nós ainda temos alguns minutos...

Saia.— seu pedido saiu de forma ríspida, mostrando que ele não estava interessado em continuar qualquer conversa.

Naruto suspirou, se colocando de pé depois de alguns minutos em que ficou esperando para ver se Sasuke estava realmente falando sério. Ele bateu algumas vezes na porta da cela, esperando que o ANBU a abrisse.

— E então? – Kakashi perguntou, com a sobrancelha visível erguida, quando o loiro se aproximou.

— Ele perguntou por ela. – Kakashi soltou uma risada, balançando a cabeça negativamente. – Me expulsou antes mesmo de eu conseguir explicar porque ela não veio. – Naruto continuou a falar, revoltado por ter sido expulso.

Kakashi riu mais uma vez.

Pouco antes do horário de visitar começar, os dois receberam um recado de Sakura dizendo que não poderia ir naquele dia pois iria tentar convencer Gaara.

— Confie em mim, saber que Sakura não veio pois estava se encontrando com Gaara não iria melhorar a situação.

Naruto uniu as sobrancelhas, claramente não entendo porque seu sensei chegou aquela conclusão. Vendo a confusão no rosto do aluno, Kakashi levou a mão até o cabelo loiro, o bagunçando.

A inocência de Naruto beirava a lerdeza.

— Vamos, ainda temos que falar com a Sakura para saber se ela conseguiu algo. – o shinobi copiador retraiu a mão, a colocando dentro do bolso da calça.

E sem esperar pelo mais novo, ele foi andando na frente sendo seguido por Naruto depois de alguns instantes. Os dois foram até o hospital onde sabiam ter mais chances de encontrar Sakura e acertaram o palpite, a garota estava mesmo lá porém ela não trazia uma expressão muito boa quando foi encontrá-los no saguão do hospital.

— Não consegui falar com ele. – foi a primeira coisa que ela disse, sem precisar perguntar o porque eles estavam ali. – Fiquei meu horário de almoço esperando por uma oportunidade, mas Gaara passou a tarde em reunião com a Godaime. – explicou desanimada.

Naruto xingou baixo.

— E como Sasuke está? – a kunoichi perguntou, ansiosa.

— Como sempre, ele não falou...

— Ele perguntou de você. – Kakashi respondeu por Naruto, seus instintos lhe disseram que aquilo era exatamente o que ela queria saber.

A resposta de Kakashi fez Sakura corar, o que ela odiou. Mesmo que seu coração tivesse acelerado, ela não podia agir como uma adolescente.

— Isso mesmo e ainda me expulsou quando eu disse que você não iria aparecer. – Naruto fez questão de relatar tudo, indignado.

Sakura comprimiu os lábios, tentando desfarsar um sorriso que queria surgir.

— Vamos, Naruto, Sakura deve estar ocupada. – Kakashi puxou Naruto pelo braço, se despedindo de Sakura com um aceno.

A kunoichi voltou ao trabalho, tentando de todas as formas se focar no que fazia mesmo que seus pensamentos volta e meia, fossem para Sasuke.

Se ele tinha notado que ela não tinha ido, tinha notado também que ela tinha quebrado a promessa que fez a ele.

Ela deixou o hospital indo direto para casa, seu chakra estava quase na reserva e sua cabeça estava pesada pelo cansaço, mas era um cansaço bom depois de um dia de trabalho.

A maior parte dos feridos tinha sido atendida e a situação estava sob controle, então todos que estavam no plantão de hoje só iriam pegar mais tarde no dia seguinte. O que era ótimo para Sakura, teria o dia todo livre para preparar mais uma vez o almoço para Sasuke.

Estava tão cansada que só teve tempo de tomar banho antes apagar completamente, só acordando no dia seguinte quando o sol já estava no alto.

Sem pressa, ela foi ate a cozinha. Iria recompensar a falta do dia anterior com um almoço farto.

Estava terminando de lavar o arroz quando ouviu batidas na porta.

— Um momento! – disse em um tom mais alto para que a pessoa do lado de fora pudesse ouvir.

 Lavou as mãos e as secou com o pano de prato que tinha em um dos ombros, jogando o pano sobre a pia antes de ir até a porta.

A atmosfera leve que rodeava Sakura sumiu assim que ela abriu a porta e viu um shinobi de Suna parado ali.

— O Kazekage solicita sua presença para o café-da-manhã. – foi o que ele disse.

O que?

Ela piscou várias vezes, aborvendo o que ele disse.

Gaara queria falar com ela. Gaara...

— Um minuto. – ela disse, correndo de volta ao interior do apartamento.

Ela foi até o quarto, trocando o vestido verde claro por suas típicas roupas de batalha. Não poderia encontrar com o Kazekage, mesmo ele sendo seu amigo, com trajes civis.

Já vestida apropriadamente, Sakura voltou a porta onde o shinobi a aguardava e, acompanhada dele, seguiu para até o hotel onde Gaara e sua comitiva estavam hospedados.

— Sakura. – Temari a cumprimentou no saguão. – Eu assumo daqui. – disse para o shinobi que acompanhava Sakura.

O shinobi fez uma reverencia longa e deixou as duas sozinhas.

— Vamos. – Temari disse tomando o lugar do shinobi ao lado de Sakura.

As duas seguiram para as escadarias.

— Obrigada por ter falado com ele por mim. – Sakura disse sorrindo para a loira.

— Oh, mas eu não falei nada sobre Sasuke, apenas disse que você tinha voltado. – Sakura olhou confusa para a outra. – Depois da reunião, Gaara perguntou ele mesmo para Tsunade sobre a situação de vocês dois.

Sakura não estava entendendo mais nada. Se Gaara sabia de tudo por ainda queria falar com ela? E por que com ela e não Naruto, que era muito mais próximo a ele do que ela? Não fazia sentido.

Elas chegaram ao ultimo andar e Temari a acompanhou até a porta do quarto de Gaara onde haviam alguns shinobis de Suna que reverenciaram Temari quando a loira chegou perto.

— Vá, ele espera por você – Temari disse fazendo sinal para que abrissem a porta.  

Sakura acenou com a cabeça e entrou no quarto, a porta foi fechada atrás dela.

O quarto era enorme, possuía dois ambientes, o quarto, onde ficava kingsize com uma poltrona perto da janela, e uma sala expaçosa que possuía dois sofás grandes vermelhos escuros e detalhes em dourado e uma mesa de dois lugares que ficava perto da enorme janela que dava para uma visão privilegiada de Konoha.

Gaara estava sentado ali, na mesa uma variedade de delicias perfeitas para o café-da-manhã, mas que não pareciam o bastante para chamar a atenção do ruivo.

O líder de Suna tinha toda sua atenção voltada para a janela, parecendo achar muito interessante observar como a vida seguia pelas ruas de Konoha.

Sakura se aproximou, parando há alguns metros de Gaara, ela fez uma reverência, mantendo a cabeça baixa em sinal de respeito.

— Kazekage.

Com o chamado, Gaara desviou o olhar da janela para a kunoichi ajeitando sua postura ao vê-la.

— Sabe que não precisa desta formalidade. – a voz dele saiu suave, suave até demais.

Depois que tinha se tornado Kazekage, Gaara tinha se esforçado ao máximo para desassociar a imagem de assassino psicopata que tinha antigamente. Ele não queria que as pessoas o temessem, queria que o respeitassem.

— Sente-se. – apontou para a cadeira vazia do outro lado da mesa. – Espero que goste do café da manhã.

Sakura levantou a cabeça e, um pouco confusa e sem jeito, seguiu o pedido dele, se sentando.

— Gaara... – disse o nome do ruivo como um alerta, quando Gaara começou a seguir café para ela.

— Prefere chá? – ele parou a mão no ar.

— Não é isso. – ela suspirou, mordendo o lábio com força. – Um Kazekage não deveria fazer isso. – respondeu em voz baixa.  

Gaara devolveu o bule de volta para a mesa.

— Antes de Kazekage, sou Gaara, seu amigo. – ele uniu as sobrancelhas para então se corrigir. – Ou achei que me considerasse assim.

— Considero, mas mesmo assim, você agora é uma figura de poder. – tentou explicar a situação.

— Não se atente a isso. – ele uniu ambas as mãos sobre a mesa. – Pois se pensasse apenas como Kazekage, não teria a convidado para vir e nem mesmo consideraria a opção de ajudá-la em sua situação.

Sakura engoliu seco. Então aquele não era mesmo um café-da-manhã normal.

— Então vai me ajudar? – perguntou ansiosa. – Irá ajudar Sasuke?

Gaara suspirou, desviando o olhar para a janela.

— Avaliando a situação de forma lógica, como um líder de uma nação, todas as ações provam que Sasuke é perigoso demais para ser solto. – Gaara argumentou ainda olhando pela janela. – Por isso, resolvi falar diretamente com você. – voltou a olhá-la.

Sakura respirou fundo, soltando a respiração lentamente depois.

— Acredita que realmente em Sasuke? – Gaara perguntou a olhando diretamente nos olhos, inclinado sobre a mesa, esperando pela resposta dela.

Por um momento, Sakura reviveu tudo que tinha passado desde que tinha virado prisoneira de Sasuke no esconderijo de Orochimaru.

Piscou os olhos voltando ao presente onde Gaara a olhava atentamente.

— Sim.

Gaara balançou a cabeça, positivamente voltando a sua postura erguida.

— Espero que saiba o que... – a frase do Kazekage foi interrompida por multiplos estrondos.. – O que?!

Os dois se levantaram de pressa se aproximando da janela, vendo uma enorme nuvem de fumaça vir da entrada da vila.

A porta do quarto foi aberta e vários ninjas de Suna invadiram, cercando Gaara.

— Estão atacando a cidade! – um deles gritou. – Um exército! Zetzu e...

— Um exército de mortos, senhor! – o outro completou.

 “— Se pudesse, ficaria aqui por horas vendo você agonizar até que finalmente encontrasse a morte. – comentou com o prazer pingando de suas palavras. – Mas uma guerra não se faz sozinha, não é mesmo?” Zetsu lhe disse.

“— A guerra precisa acontecer, Sakura, o mundo...” Obito tentou recrutá-la.

Lembranças borradas do tempo que passou dentro do tubo no laboratório de Kabuto voltaram em sua mente. Cadáveres, ele fazia experimentos com cadáveres.

Um exército de mortos? Era isso que Obito, Kabuto e Zetzu estavam planejando?!  

Sakura arregalou os olhos, apavorada, porém ela engoliu toda aquele pavor, mascarando o máximo que pode. Não tinha tempo para aquilo.

Gaara e ela se entreolharam e, depois de um breve momento, ele acenou positivamente para ela o que fez Sakura abrir um pequeno sorriso, acenando de volta.

Sabia o que tinha que fazer.

 

 

No silêncio, várias lembranças voltavam em sua mente, o torturando. A cada escolha errada, a cada caminho traçado, a cada palavra dita, tudo o que o levou até ali.

Ninguem tinha vindo naquele dia ainda.

Geralmente um ANBU batia na porta pela manhã, anunciando que era hora de acordar, depois, um auxiliar vinha lhe dar o almoço – esse muitas vezes não vinha no horário, o deixando com fome, mas ele não reclamava disso, a comida não era nada apetitosa – e então, vinha o horário de visitas, seu moento do dia que mais era agurdado.

Será que Sakura viria? Ou ela tinha cansado de ver a cena deprimente que ele vivia?

Ela grunhiu, tentando mais uma vez se livrar daquela maldita camisa de força.

Por que estava tão calmo? Aonde estavam aqueles malditos ANBU’s?

Ele flexionou as pernas, se forçando a ficar em pé e caminhou para onde sabia ser a porta da cela onde tentou ouvir qualquer barulho estranho, mas nada.

Grunhiu mais uma vez e se virou para o fundo da cela, mas quando começou a caminhar até lá seu corpo foi jogado para trás em uma enorme explosão.

— O que?! – soltou, atordoado, caído no chão.

Ele ouviu o barulho de passos rápidos vindo em sua direção, então ele manteve o queixo erguido pronto para encarar quem quer que fosse.

Sentiu a presença da pessoa sobre ele e então algo passar por trás dele afrouxando o aperto da camisa de força. Ouviu o barulho de lamina raspar na parede perto de sua orelha, por reflexo fechou os olhos com força. A pressão causada pela venda ao redor da cabeça sumiu.

E então, puxando o ar com força, ele sentiu o perfume que o fez abrir os olhos, os sentindo queimar pela claridade por mais que fosse baixa.

Ali, a centímetros dele, grandes olhos verdes o encaravam atentamente.

— Está na hora... – Sakura sorriu de forma doce. – Anata.


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Notas finais do capítulo

Olá pessoas da internet, dessa vez acho que não demorei tanto, não é?
E trouxe um capitulo grande! Espero que tenham gostado! Prometo responder todos os comentários do capitulo passado.