Edifício Baelor escrita por NicolyBlack, Marina Lupin, The Marauders


Capítulo 3
Aquele com as Luvas de Muay Thai


Notas iniciais do capítulo

Haaaaaaai, olhem quem voltou? Pois é, aqui é NicolyBlack, e eu preciso parar urgentemente com isso.
Eu sei, esse cap demorou para sair, nos desculpem, mas tivemos um bloqueio criativo com o capitulo que era para ser originalmente o terceiro, e então decidimos postar somente esse, q era pra ser o quarto, enfim, o importante é que postamos!
Para quem queria mais dos Starks (Giovana Reis), ta ai um cap com mais Starks!

Pessoas, quero lembrar mais uma vez que essa fic não segue uma ordem cronológica, então os eventos desse capitulo se passam ANTES dos outros dois já postados, ok?



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— Mas eu vou odiar o lugar. — dizia uma garota no celular andando demasiadamente devagar pelo calçadão da Água Negra.

— Você não pode afirmar. — respondeu o irmão da garota do outro lado do telefone. — Vocês têm um trato, Arya.

— É uma estúpida escola para moças, Jon! — resmungou a menina. Os cabelos escuros batiam nos ombros. — Você consegue me ver em uma escola para moças?

Água Negra não era um rio muito largo, e duas torres milenares se encontravam próximas à margem. Arya estudou sobre aquilo na escola, a batalha da Água Negra.

As docas eram feias, e a menina sabia que um dos projetos do amigo do pai era de revitalizar aquela parte. Se a mãe soubesse os lugares que ela estava visitando em Porto Real desde que chegara...

— É só meio período. — conciliou o irmão. Arya ouvia um barulho no fundo de cachorro e uma bola quicando. — Você pode fazer amigos. E vai poder treinar.

— É. — resmungou a menina, sentando em um banco. — Mas é uma escola para moças, Jon! Moças! Eu tenho cara de Sansa?!

O irmão riu e de repente Arya se viu uma menininha brincando na neve em Winterfell. Se Jon estivesse do lado seu lado agora, estaria despenteando seus cabelos.

— Pare de reclamar, irmãzinha. Senão sua mãe te coloca em um internato em Essos.

— Eu soube que os internatos em Essos ensinam esgrima!

— Tome jeito, Arya! Eu tenho que ir agora, Fantasma está fazendo tanto barulho que o vizinho de baixo começou a reclamar. — despediu o irmão. — Beijão. Me liga depois para dizer como foi o treino.

— Tchau, Jon. Venha para o final de semana. Mamãe vai fazer panquecas.

Ela desligou o telefone e se deixou ficar ali. Esperará aquele dia por semanas.

A notícia da morte do amigo do pai fora bem repentina. Jon Arryn era seu tio também, tecnicamente falando. E vice-presidente de Westeros. Quando ele caiu de cama, por um mal súbito e veio a falecer, o pai recebeu a proposta de ocupar seu cargo, como vice-presidente. O cargo vinha com uma mudança. E foi assim que eles começaram a arrumação.

Sansa tinha chorado de alegria, dançado pela sala e se pendurado no telefone com a amiga Jeyne, que viera para a capital a alguns meses.

Bran não gostará. Ou gostará. Arya dificilmente conseguia decifrar o irmão. Rickon parecia triste, mas era difícil dizer partindo dele. Parecia alegre também. Arya fora a única que esperneou. Batera o pé e gritará que não, fizera tanto escândalo que os empregados cogitaram chamar os assistentes sociais. Não queria deixar sua casa, seus poucos amigos e os lugares que gostava. Dois dias antes da mudança, com a casa cheia de caixas e malas semi-prontas, Jon chegou.

Só Jon e o pai conseguiam acalmar o gênio da menina, e o senhor Stark estava ocupado demais na capital.

— Arya, por que você está tão chateada? — perguntara Jon com a menina agarrada no colo como se fosse menor que Rickon. — Nós vamos estar perto e vai ser uma nova aventura. Porto Real tem tanta coisa legal.

— Lá é quente! — resmungou a menina amuada. — E Sansa disse que lá as meninas são todas delicadas, com vestidos, rendas, festas e artes.

Jon riu bagunçando os cabelos dela.

— Acho que é assim que parece para Sansa. Mas lá tem outras coisas também, tudo que você pensar, pessoas do mundo todo reunidas.

Depois que Jon falou sobre as praças e parques, as peças ao ar livre e os parques radicais, ela começou a considerar o assunto.

— Você tem o presente? — perguntou ele e ela se esgueirou para uma sacola no fundo do guarda-roupa onde guardava um dos seus bens mais preciosos. Um par de luva de muay thai cinza. Já estavam meio desgastadas de tanto que a menina havia socado paredes e árvores nos bosques de Winterfell.

Obviamente a mãe não sabia. Senão Arya seria teletransportada para um internato para casos irrecuperáveis.

— Em Porto Real há dezenas de acadêmicas, você pode tentar entrar em uma. Pense nisso.

Ela só pensou nisso pelo resto dos dias e foi com essa ideia que foi para Porto Real. Mas não fora tão fácil assim encontrar uma academia, todas elas pediam autorização dos pais, o que implicava contar ao senhor e a senhora Stark.

Foi numa quarta à noite, em que Arya tentou se esgueirar em uma dessas academias de fundo de quintal com algum dinheiro para ver se conseguia uma vaga. Acabou arrumando briga com uns garotos e chegou em casa com um corte na bochecha que não dava para esconder.

— Arya — chamou o pai quando entrou em seu quarto naquela noite. Ele parecia bem cansado, tinha dias que ela não o via. A mãe gritou tanto e quando Arya não contou o que tinha acontecido, ameaçou contar para o pai. — Você pode me explicar o que aconteceu?

Ela explicou e ele acabou vendo as luvas na mochila. Sentou com aquela expressão de testa franzida olhando para as luvas. Ela temeu que ele brigasse com Jon, não que ela tivesse contado, mas o pai adivinhava tudo.

— Vamos fazer algo sobre isso. — disse ele após um minutos.

— O senhor vai me colocar em um avião para um internato em Essos?

— Não, Arya. — riu ele. O pai rejuvenescia dez anos quando sorria. — Mas se é isso que você quer, vamos fazer direito. Vamos falar com sua mãe e depois iremos procurar uma academia especializada em... o que é isso?

— Muay thai. — respondeu ela prontamente sorrindo. — Sério, sério, sério? Papai isso é incrível! Mas mamãe não vai gostar

Dito e feito, Catelyn fez um escândalo quando o marido foi conversar com ela sobre o desejo da filha mais nova.

No dia seguinte após descobrir os desejos de Arya, o pai chamou sua esposa em seu escritório, e na presença da filha, lhe contou o ocorrido. Sem deixar brechas para Cat, Ned disse que prometeu a Arya que ela podia praticar muay thai.

— Não, não, não! Lutar em uma academia imunda como.... como um marginal? Não! — a mãe bateu o pé firmemente.

— Eu faço o que você quiser! — ela devia ter desconfiado de Catelyn seriamente, ela também deveria ter mantido a boca fechada.

Se Arya fosse para uma escola onde fosse educada seriamente poderia frequentar a tal academia. Esse era o trato que a mãe propôs.

A menina parou em frente ao prédio de tijolos vermelhos, escutando os barulhos do lado de dentro. Mordeu a parte interna da boca nervosa. O pai tinha contratado o tal Syrio Forel. Mas ele exigia um treino experimental antes que ela ingressasse, para saber se Arya realmente tinha o dom. Ela sabia socar e chutar. E defendia a cabeça. O que era o tal dom ela não sabia.

— Atrasada. — resmungou Syrio, ele era um homem franzino, com a cabeça calva e um nariz que parece um grande bico, no momento em que Arya adentrou o local.

— Sinto muito, eu...

— Coloque suas luvas, e venha para o ringue. — Arya obedeceu, colocando as mesmas luvas desgastadas. Ele a mediu com os olhos e começou pequenos golpes, testando-a. E ia fazendo anotações e dando ordens.

No final do treino, Arya se sentia uma inútil. Não era melhor em nada que um garoto de rua. Sem postura, sem disciplina, sem técnica.

— Você voltará amanhã. Pontualmente. — disse ele, para surpresa da menina.

— Quantas vezes na semana? — perguntara ela suada e cansada. Tinha que lembrar de abraçar Sansa quando chegassem em casa.

— Todos os dias da semana. — responderá ele. — E treinara em casa também. Muay thai é uma arte trabalhada tanto por dentro quanto por fora. Mente, corpo e alma.

Arya saiu de lá cansada de corpo e alma. No caminho, ligou para o irmão.

— E aí, irmãzinha, como foi? — quis saber o irmão, atendendo logo no primeiro toque.

— Estou morta! Mas Jon, foi tão incrível! — e começou um relato detalhado sobre a tarde. — Ele disse que eu vou ter que trocar de luvas. Você se importa? As suas vão ser as minhas luvas da sorte.

— Não tem problema nenhum, Arya. — ela podia sentir um daqueles difíceis sorrisos na voz dele. — Eu só quero que você se divirta fazendo algo que gosta.

— E eu estou. Me divertindo, sabe.

— E quanto a escola para moças?

— Não pode ser tão ruim. Sempre dá para ser expulso, não é? — era só parte brincadeira. — E se elas não gostarem de mim? Eu não sei ser como a Sansa, Jon.

— Claro que não. — respondeu o irmão, da mesma forma que ela se lembrava desde sempre. — Você sabe ser como a Arya. É assim que nós te amamos. Se essas meninas não gostarem de você, Arya, o problema é todo delas. Vou te dizer, são elas que estão perdendo.

— Senti sua falta, Jon.

— Eu também, irmãzinha.

Quando chegou em casa, Sansa gritou que ela estava fedendo, e Bran que ela parecia um menino de rua. Jogou uma almofada em Bran, para logo em seguida correr atrás de Sansa, numa tentativa de abraçar a irmã, mas Sansa começou a correr desesperadamente, foi Rickon quem acabou com a diversão de Arya, ao gritar que a menina estava batendo nos irmãos. Depois da bronca da mãe, Arya subiu para encontrar uma roupa em cima da cama. O uniforme.

— Você é uma Stark. — suspirou ela enquanto dobrava as roupas e ia para o banho. — Você tem que manter sua palavra.

Na manhã seguinte ela ia estar na fatídica escola, mas Arya não estava mais com medo.

 


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Notas finais do capítulo

E ai? Gostaram?
Aos que quiserem saber, o avô da Mari ainda não ta melhor, ele vai ter que fazer uma intervenção cirúrgica, mas tudo vai ficar bem, com certeza.

O próximo não deve demorar muito, então beijos e até a próxima!



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