— Capitulo Dois —

    Sorrindo, apaguei as velas a minha frente. As pessoas bateram palmas e eu sai do palco, me dirigir para perto dos meus pais. Mamãe estava ao lado de vovô Charlie, conversando qualquer coisa quando cheguei.
 Charlie já não era tão jovem, os fios grisalhos apareciam bem no seu cabelo castanho.

— Nessie, querida. — Charlie parecia cansado, com o olhar triste e opaco.  Desde que nasci, convivo com pessoas imortais, que não mudam de aparência, e ver Charlie envelhecendo e daqui uns anos morrendo, era complicado. Afinal, eu amo Charlie. — Feliz Aniversario!  

 Ele me abraçou e depois começou a tossir. Podia ouvir seus pulmões rugirem quando ele colocava força para tossir, e seu coração acelerado.
Fiz com que ele se sentasse, dando-lhe um copo de água que minha mãe colocou.

— o senhor está bem? — perguntei quando a crise de tosse passou. Ele acenou em concordância. — Vovô, o senhor tem que ir ao médio.

— Bobagem — disse ele, controlando a respiração. —Seu velho aqui já agüentou pior.

— Seu avô é teimoso, Renesmee, assim como você — mamãe brincou, mesmo que parecesse preocupada com o pai.

— O senhor poderia falar com Carlisle —sugeri — Ele não iria cobrar nada, não é mamãe? —ela acenou, concordando. — Por favor, vovô.

— Tudo bem — rendeu-se quando viu que não tinha outro jeito. 

— Amanhã, está bem? —perguntei e ele acenou com cabeça.

                                               ***

  Deixei Charlie com mamãe, e voltei para o interior da casa. A mansão Cullen continuava intacta. Esme gostava de deixá-la bem acolhedora. O que eu mais gostava na mansão era o grande jardim que dava direto para a floresta, isso facilitava minhas fugas para visitar Jake na reserva, ou apenas sair quando queria caçar.

  Lilian estava sentada na cozinha quando entrei. Ela parecia cansada, indiferente a todos a sua volta. Não importava quantos anos se passe, Lilian continuaria arrogante.

 Ignorei-a, indo direto para a geladeira e pegando um pedaço de bolo. Ouvi Lilian suspirar atrás de mim. Talvez fosse pela solidão, ou apenas estava bêbada demais, mas Lilian falou comigo, com a voz levemente cansada.

— Renesmee!

Virei-me para ela, mantendo a expressão tranqüila.

— Sim?

— Posso pergunta uma coisa?

Acenei concordando. Lilian suspirou, novamente parecendo cansada.

— Como faço para Seth gostar de mim?

  Eu esperava que ela jogasse o mundo nas minhas costas. Que falasse que sou inferior a ela. Que a beleza dela é superior a minha. Ou que simplesmente, me odiava. Mas não, não. Ela estava me pedindo conselhos amorosos? E para conquistar meu melhor amigo?

— Como? — perguntei, raciocinando a pergunta dela.

— Como faço para Seth gostar de mim? — repetiu, ela — Ai meu Deus! — exclamou, colocando a mão na boca. — Você e Seth...

— O que? — perguntei, elevando minha voz, que saiu um pouco fina de mais — Não, não. Seth e eu somos apenas amigos.

— Então, me ajuda!

— Olha, é complicado...

— Complicado como?

Céus, o que eu estava fazendo? Como eu explicaria a uma humana o motivo de Seth não olhar para nenhuma garota? A não ser, claro, do alvo de seu Imprinting, que ele conheceu a cerca de um ano.

— Olha, Lilian, eu não sei bem o que falar. — falei, sentando ao seu lado — Seth é meu melhor amigo, sim, mas eu não sei como ajudá-la. Não sei se você reparou, mas eu não tenho, e nunca tive um namorado.

— Obrigada, mesmo assim — pronunciou-se, ficando de pé — melhor voltarmos para a festa sim.

— Sim, claro. — concordei.

                  ***

—Renesmee — Alice me chamou quando sai da casa — Suas amigas do colégio estão procurando você.

Sorri para Alice, demonstrando minha felicidade em saber que minhas amigas estavam aqui. AQUI!

— Renesmee — Âmbar foi a primeira que me viu, saiu correndo para me abraçar. — Menina, você sumiu, onde estava?

— Na cozinha! — respondi, abraçando Jeniffer — e vocês? Chegaram agora?

— Na verdade, sim — disse Jeniffer — tínhamos que terminar o trabalho da escola.

Sorri para minhas amigas. Amberly e Jeniffer são gêmeas idênticas. Os mesmos cabelos cor de cobre,  os mesmos olhos azuis.

Geralmente, eu ficaria chateada pela beleza incomum das duas, mas agora, não. Aprendi que cada um tem sua beleza, e por mais que não me sinta a mulher mais bonita do mundo, eu aprendi a gostar de mim.  Âmbar e Jeniffer, minhas duas melhores amigas, aquelas que conto quase tudo, falavam de um garoto que viram quando vinham para a festa. Segundo elas o garoto mais bonito que já viram. Era engraçado o jeito que elas falavam.

— Você tinha que ver,  Ness, ele era lindo! — disse Âmbar, com um brilho nos olhos — O cabelo negro, a pele pálida, as roupas, essas sim eram a parte estranha, parecia que ele estava saindo, ou indo para um velório. Estava todo de preto.

— Sim, não se esqueça do colar! — Jeniffer exclamou —  Era de ouro puro, pelo modo como brilhava.

Eu apenas observava as duas conversarem sobre o garoto misterioso. Chegou uma hora que eu não agüentei mais e levantei, com a desculpa que precisava falar com os outros convidados. ( Que elas também ficavam admirando, principalmente Peter, o nômade amigo de Jasper.)

   Segui pela festa, cumprimentado um e outro algumas vezes. Até que cansei e sentei-me em um banco, sozinha. Admirava a lua no céu. A tranqüilidade da floresta era maravilhosa. Mas a minha paz passou quando ouvir um barulho de folhas sendo pisadas, mas tranqüilizei-me quando senti o cheiro amadeirado de Jake.

— Posso falar com você, Ness?

Bati com a mão no banco, indicando que ele se sentasse, e assim o fez. Jake estava tenso, receoso.

— você sabe o que é um Imprinting?

—É uma coisa de lobo, não é? —perguntei. — Tipo o que Seth teve por Chris?

— Sim, é quando um lobo encontra sua alma gêmea. — ele aproximou-se mais de mim — é uma ligação muito forte entre o lobo e sua alma gêmea.

— E por que você está me falando isso? —perguntei, levemente incomodada.

—Ness, hoje é o dia em que você para de crescer. Tornou-se uma mulher e precisa saber: você é o meu Imprinting, minha alma gêmea, a mulher da minha vida