—Capitulo Dez — Maureen

— Eu não sei o que vestir.

Joguei-me sob a cama, deixando meus músculos descansarem. Eu sentia cada músculo do meu corpo unir-se a cama, como se eu precisasse dela, o que de certa forma eu precisava. Fazia duas longas semanas que tínhamos nos instalado na casa dos Denali, e na manhã seguinte minha família e eu iríamos começar as aulas. O que me deixava ansiosa e receosa ao mesmo tempo.

  À medida que o primeiro dia de aula ficava mais próximo, eu me estressava facilmente por qualquer coisa. Ontem mesmo eu quase arranquei o braço de Alec porque ele disse que eu estava parecendo uma louca estética — o que era meio verdade. Por exemplo, agora eu estou com Alice, tentando escolher o que vestir amanha; uma saia ou um vestido? Shorts ou calça? Daqui a pouco eu vou decidir ir pelada.

Alice estava murmurando como era mais fácil arrumar roupa para Bella do que para mim. O que era de fato verdade. Eu odiava cada combinação que Alice me mostrava, ou encontrava algum defeito. Essa sem duvida seria uma noite longa.

Eu podia ouvir Jacob — que eu fiz vir para o Alasca antes do esperado — murmurando algo com meu pai, sobre eu estar precisando ser internada. Até ele tirava uma com a minha cara. E isso foi o que uniu Alec, Jacob e meu pai em uma looonga conversa sobre varias maneiras que podiam fazer para me internarem em uma clinica psiquiatra.

— Talvez se disséssemos que iríamos levar ela a um shopping e o shopping ser a clinica?

Meu pai às vezes tinha idéias bizarras. As próximas três sugestões foram 1) me levar a sob o efeito do dom de Alec 2) me amordaçar e 3) me oferecer férias no Avaí — e eu quase disse sim a ultima.

Eles só pararam quando minha mãe e Esme se enraivaram com os três e mandaram que eles fossem fazer uma coisa mais útil. Devo acrescentar que eu beijei os pés delas depois disso? Acho que não.

Meu pai, Alec e Jacob me levaram para caçar, com uma pequena aposta entre meu pai e Alec. A aposta consistia em qual dos dois abatia mais animais. Jacob e eu serviríamos de juízes. Papai, assim que chegamos ao ponto alto da montanha, onde tinha mais animais, correu para a direita e Alec para a esquerda. Para que não houvesse perigo de um dos dois roubarem, eu e Jacob nos dividimos e seguimos cada um; Jacob afirmou de Alec tinha abatido cinco leões e mais um cervo, significando que meu pai tinha ganhado a aposta, com cinco leões e dois ursos.

Eles tinham tomado tanto sangue, que o pagamento da aposta foi feita apenas no dia seguinte — no caso hoje de manhã —, ambos mal conseguiam andar.

Quando acordei, Alec estava vestindo um vestido de festa de Alice e uma peruca que a mesma tinha arrumado. Estava maquiado e tinha que “seduzir” os homem da casa, o que foi hilário.
Como uma boa amiga, peguei o celular de Alec e tirei uma foto, enviando-a logo em seguida para alguém; procurei na lista de contatos alguém que eu pudesse enviar. Eu estava quase enviando a Jane quando lembrei que tinha alguém que poderia ser mais útil.
 Apertei em enviar.

— O que acha da calça azul claro, Ness? — Alice segurava três calças nos braços; uma azul, uma preta e uma branca. — acho que ela ficaria linda com aquela blusa verde-água que você ganhou no natal.  

— Acho que sim — respondi sem muito entusiasmo.

Ela caminhou até o closet, voltando de lá satisfeita aparentemente.

Quando Alec descobriu que eu tinha mandando uma foto dele para Demetri, ele quase teve um infarto, se é que isso é possível. Aparentemente ele tinha mostrado a foto para todos na Guarda, o que deixou Alec louco.

Quando consegui o celular de Alec de novo, eu vi as mensagens que tinha, e eu quase morro — literalmente, já que fiquei sem ar — de tanto rir.

Jane
 “Que merda era aquela, Alexander? Você ficou maluco ou o quê? O que os Cullen fizeram com você, seu estúpido?”

Demetri
“Que isso, cara? Tá gostosA ,hem?
Há, há”

Demetri deu ênfase do gostosa.

Felix
       “Menina, como eu não percebi que você era dessas? Se eu soubesse teria aproveitado. Há, Há.
Tá saidinho, em, chefia?”

Chefia?

                                 Caius
                                 “Alexander, você é gay?”

  Tinha outras 10 mensagens, mas Alec pegou o celular da minha mão. Eu não sabia se ria ou tinha medo da expressão dele. Decidi rir, e eu não fui à única. Jacob e Emmett eram os que mais riam.

Depois, eu arrastei Jacob até a floresta. Queria ter um momento a sós com meu namorado. Ele só poderia vir novamente daqui duas semanas, isso é se Billy não piorar. Pelo o que eu entendi, um dos pulmões dele parou de funcionar e uma veia está quase entupida. Rachel está com ele enquanto Jacob está aqui no Alasca comigo.

— Não quer também um colar? — Perguntou Alice.

— Não, eu vou com o que minha mãe me deu e o que ganhei de Jacob. — respondi — o que me faz lembra que certo alguém — falei um pouco mais alto para que as pessoas lá embaixo escutassem — ainda não me deu um presente de aniversario.

— Eu compro o que você quiser depois — Alec gritou lá de baixo.

Alice riu e caminhou como uma bailarina até o closet. O que ela tanto faz dentro do meu closet?

   ***

 Com a mão tremula, eu abri a porta do meu quarto, unindo-me a minha família no andar de baixo, reunida para, enfim, irmos para o primeiro dia de aula na nova escola.  Alasca Municipal High School. Todos estavam, aparentemente, animados. Esse seria o primeiro dia de aula deles, depois de Forks. Eu estava nervosa, e se o pessoal daqui não gostar de mim? Eu estaria sozinha em uma sala onde eu não conhecia ninguém, e em algum momento eu teria uma ou duas aulas com Alec, nada além disso.

Chegando a sala, podia ver Alice cantarolando Hey Jude, e meu pai parecendo alheio a aquilo tudo. Carlisle tinha saído com Eleazar para alguém lugar, Tânya, Kate e Garrett estavam conversando com Esme, algo sobre mudar a decoração da casa. Eles nos deram boa sorte e saímos.

Jacob se despediu de mim com um beijo e um eu te amo. Ele partiria para Forks ainda hoje e eu não poderia me despedir mais tarde.

Dividimos-nos em dois carros; o volvo preto e cinza que os Cullen trouxeram. Os outros carros ficaram em Forks e Jacob prometeu da uma olhada neles, como na casa. Meu pai, minha mãe, Alec e eu fomos ao Volvo cinza de meu pai.

A historia dessa vez eram uma bizarrice só; veja bem, Edward e eu seriamos gêmeos, filhos adotivos de Esme e sua mulher,assim como Rosalie e Jasper, os Hale. Bella seria filha de amigos de Carlisle que morreram há uns anos e Alec e Alice seriam irmãos, ele mais velho que ela.

Chegamos ao colégio, uma estrutura ampla em tons de marrom e azul turquesa, cercada por montanhas e árvores congeladas. Coloquei meu casaco e esperei meu pai estacionar o carro no estacionamento do colégio.

Os outros, que tinham chegado primeiro, já estavam na entrada do colégio. Seguimos eles para onde duas garotas esperavam-nos, como guias.

— Sejam bem-vindos — uma menina baixinha, com o cabelo ruivo penteado para trás em um rabo de cavalo cumprimentou. Ela usava um grosso casaco sob o vestido verde e botas marrons. — sou Melissa Franco e essa é Julia Miranda

Julia era tão baixinha quando Melissa, mas ela tinha os cabelos loiros soltos. Ela também usava um casaco, mas usava calças por baixo. Ela apenas acenou para gente.

— Vou mostrar onde fica a secretaria para vocês! — exclamou Melissa, saindo à frente.

A sala da secretaria era iluminada pela luminosidade lá de fora, uma vez que tinha pedaços de vidro nas parede e a janela aberta, deixando o ar gelado adentrar na sala. Mamãe e papai pegaram seus horários, seguidos de Alec e eu.

Olhei meus horários, constatando o obvio, eu ficaria sozinha nas cinco primeiras aulas, até a sexta aula, onde Alec se juntaria a mim até o fim do dia.

— Vejo vocês no almoço — disse a meus pais, seguindo para minha sala, onde eu teria minha primeira aula. Historia.

A sala ainda estava parcialmente vazia quando cheguei. Apenas algumas garotas e um garoto no canto da sala. Senti-me do outro lado, ignorando as perguntas sussurradas do grupo.

A professora era um mulher morena, um pouco baixinha e forte. Tinha os cabelos escuros presos em um rabo de cavalo e tinha a expressão seria, de quem estava com raiva.

As três primeiras aulas eu fiquei quieta na minha, só falava algo quando os professores faziam alguma pergunta. Mas na quarta aula uma menina baixinha, cabelo escuro comprido sentou-se ao meu lado.

— Oi, você é nova aqui?

Acenei um sim com a cabeça.

— Sou Maureen Prost.   

— Renesmee Cullen.

— Prazer em conhecê-la.

Ela endireitou-se na carteira quando o professor de Geografia entrava na sala, ficando sem falar absolutamente nada.  Observando ela de lado, ela tinha uma linha branca que descia de sua orelha e ia apara dentro da blusa branca que ela usava. Seria uma cicatriz? Parecia às marcas do tio Jasper.

Ignorei-a e voltei-me para a aula, que seguia até o almoço. Maureen perguntou se eu queria ir com ela. Aceitei, eu não sabia onde era o refeitório. Chegando lá, ela foi em direção a um grupo, depois, claro, de se despedir de mim, falando que nos veríamos depois.

Minha família estava sentada em uma mesa afastada. Fui até ele, passando entras as mesas. Sentei entre meu pai e Alec. Meu pai tinha um prato de salada em sua frente, que ele passou para mim, enquanto comia uma maçã.

A próxima aula seria com Alec, o que foi um grande alivio. Sentando-se ao meu lado, Alec também parecia desconfortável com isso.

— Relaxe, Alec — sussurrei para ele — você não vai ser morto por estar entre humanos.

— Eu sei.

     ***

—Como Billy estar? — perguntei a Jacob pelo telefone. Eu pude jurar que ouvi alguém tossir do outro lado da linha.

— Bem, na medida do possível.

Jacob parecia cansado, como se tivesse acordado há muito tempo. O que provavelmente é verdade.

— Mande melhoras minha para ele, sim?

— Claro. — respondeu. Eu pude ouvir quando ele gritou para alguém do outro lado. — Seth está aqui. Quer falar com você.

— Oi, Ness!

— Oi, Seth!

— Então, como é ai?

Ele parecia receoso.

— Bem, e ai? E Lilian?

— Bem, Lilian está melhor do que quando você saiu, mas eu estou preocupado com ela.

— Com o que, exatamente?

— Bom, ela anda falando em se matar.

           ***

Depois que falei com Jacob e Seth me jogou aquela bomba, eu tentei dormir, alegando a mim mesma que Seth não iria deixar Lilian se matar. Eu nunca fui muito amiga de Lilian, mas eu sabia o que ela sentia. Ela foi criada pó Charlie e depois de sua morte, ela ficou arrasada.

No almoço do dia seguinte, Maureen me chamou para conversamos. Eu não sabia o que ela queria, nem o que esperar. Ela pareia estar tensa, mas, principalmente, com raiva.

— Eu sei o que você e sua família são.