San Peter: A Escola dos Mimimis Amorosos (Vol.1) escrita por Biax


Capítulo 72
Sistema de Adaptação Para Palavras Feias (Vulgo Palavrão)


Notas iniciais do capítulo

HEEEI PESSOINHAS! HOJE É DIA DE QUÊ???

DIVERSÃÃOOOO!

ESTAMOS DE CAPA NOVA SENHORAS E SENHORES! Gostaram? Achei tão fofo :3

Bom, vamos lá! Boa leitura!

P.s: Vou deixar aqui uma imagem de uma planta de casa do Bebê. A única modificação é que o quarto dele é esse da direita. O quarto da esquerda é o escritório.



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Mãe e Silvia ficaram conversando e olhei pro Bebê.

Ele realmente tinha mudado muito, tanto fisicamente quanto seu jeito. Não que eu me lembrasse, mas tenho certeza que era diferente.

A cara dele não é nem um pouco convidativa. Ele fica sério, dá respostas curtas e grosseiras, mas... parece ter senso de humor.

Apesar de não conhecê-lo mais, não me sinto como se ele fosse um estranho.

Bebê virou o rosto e me encarou. Senti o rosto um pouco quente, mas não desviei o olhar. As sobrancelhas dele levantaram como se pensasse "tá olhando o quê?". Então ele levantou e sentou na cadeira na minha frente.

— O que foi?

Nossa. — Nada. Só... tava tentando lembrar como você era.

Ele se recostou na cadeira e cruzou os braços. — E conseguiu?

Estranhei. Ele tinha um jeito de quem sempre conseguia o que queria saber. Ou melhor, conseguia arrancar o que queria. Parecia que se eu não falasse a verdade, ele saberia e ia me matar só com o olhar.

Exagerei, okay, mas é tipo isso.

— Não, eu não lembro mesmo — respondi como se estivesse num interrogatório.

Ana voltou, fez seu prato e sentou do meu lado.

— Então você gosta de Seraphim Call? — Bebê perguntou a ela.

Ela arregalou os olhos do jeito exagerado dela. — Sim! Você conhece? Já viu?

— Já, mas não gostei — respondeu seriamente.

— Por que não? É tão bom!

Do que diabos eles tão falando?

Levantei e deixei o prato na mesa. Enchi um copo de suco e tomei.

Yan passou pela minha cabeça. Nosso beijo ontem, o de hoje... E o rosto da Lili apareceu.

Eita. Preciso avisar ela!

Terminei o suco e subi. Cacei meu celular na mochila e comecei a escrever uma mensagem enorme contando tudo o que aconteceu desde ontem. Assim que escrevi, comecei a revisar, e fui arrumando o que escrevi errado, pela animação. Então mandei.

Dois segundos depois ela respondeu.

"Eita, calma"

Ri, esperei e então...

Lili

|AAAAAAAA|

|NÃO ACREDITO|

|ISSO É VERDADE?!|

|Não é possível|

|Não creio|

|Só pq eu não tava lá!|

|Ainda não acredito|

|Agora foi pra valer!|

|Nada de desculpa de teatro, ele realmente quis te beijar!!|

|Eu poderia soltar fogos se tivesse algum aqui|

|Sério Bru eu tô muito feliz|

|Mas pq ele demorou tanto? Agora vão ter que esperar um mês pra se pegarem de novo|

|Posso digitar agora ou tem mais surto? Kkkk|

 

Comecei a digitar de novo, e senti algo no meu ombro esquerdo. Olhei para o lado e ao mesmo tempo que apertava o celular contra o peito e me afastava de Bernardo.

— Então você tá pegando alguém? — perguntou com um sorrisinho de lado, se endireitando.

Fiquei vermelha na hora e ele riu.

— Relaxa, parece até que você fez alguma coisa errada com essa cara.

— Você me assustou.

— Sei... Então você tá só ficando ou namorando?

... sério que ele tá perguntando isso? — Foi só um beijo — respondi baixo.

— E ele também gosta de você? — Me imitou, falando baixinho, mas querendo rir.

"Também"? — Eu acho que sim.

— Acha? Aí complica o negócio... Isso tem cara de beijo de dó.

Fiz cara feia. — Não, ele gosta sim. Meus amigos falam que ele gosta.

— E ele já te falou? — Acabei fazendo uma careta. — Pelo jeito não.

— Ele demonstra que gosta. Ele não precisa falar — retruquei.

— Se você diz. — Deu de ombros.

Qual é o problema dele?

— Ah, vocês estão aqui. — Ana entrou no quarto. — A mãe tava falando que vocês deviam estar de namorico. — Riu.

Suspirei. — Não entendo essa felicidade toda dela. — Voltei a mensagem, terminando de digitar.

Os dois começaram a falar dos posters da parede, então fui desmanchar a mochila e a mala, respondendo a Lili vez ou outra. Tirei todas as roupas e deixei em uma pilha num assento do sofá.

Bebê sentou no outro assento enquanto falava com Ana. Olhou as minhas roupas e pegou a primeira da pilha. A camiseta do uniforme. Ficou olhando o brasão, e depois pegou um casaco de verão, fazendo o mesmo.

Os deixou lá e saiu do quarto. Ana sentou no lugar dele e começamos a conversar.

Depois, ele voltou e participou da conversa sentado no chão.

Era engraçado, porque ele tinha comentários sobre tudo, e parecia super a vontade com a gente. E, apesar dos comentários sarcásticos, eu também estava à vontade com ele.

De tarde, eles foram embora. Descobri que Bebê estava morando na casa da frente da nossa, do outro lado da rua.

Na janta, minha mãe ficou soltando comentários do tipo "o Bebê tá tão grande e bonito, né Bru?" e eu só concordava e revirava os olhos.

***

Depois que eu lavei a louça do almoço no dia seguinte, minha mãe colocou umas revistas na ilha.

— Filha, faz um favor?

Lá vem. — O quê?

— Leva essas revistas pra Silvia pra mim?

— Pra quê?

— Eu falei que ia dar pra ela.

Suspirei. — Tá, eu levo.

Subi, me troquei e escovei os dentes. Desci, peguei minhas chaves e as revistas.

Sai, atravessei a rua e toquei a campainha da casa da frente.

O portão era de grade vermelha escura, e dava para ver a frente da casa.

Logo, ouvi uma porta abrindo e Silvia saindo.

— Bruna! — Sorriu, feliz e veio abrir o portão.

— Oi... — falei meio sem graça. — Minha mãe pediu pra te trazer isso. — Indiquei as revistas.

— Ah! Obrigada. — Terminou de abrir o portão e as entreguei. — Pode entrar, o Bê tá no quarto dele. — Foi para o lado.

Err... Eu não pretendia entrar...

— Vai, pode ir, não precisa ficar com vergonha.

Dei um sorrisinho do tipo "eita Deus" e passei por ela, indo para o pequeno hall coberto. A porta ficava a direita e entrei, dando de cara com uma sala de tv.

— Aqui óh. — Silvia passou por mim e deu quatro passos e parou, apontando para algo.

Andei e vi uma escada à esquerda. Comecei a subir os degraus em "u" e sai em outro hall, com várias portas.

E agora, José?

— AH! — Ouvi Bebê gritando. — CARA... BARALHO!

A voz dele vinha da segunda porta aberta do lado esquerdo. Fui até lá e dei uma olhada.

O vi sentado de costas para a porta, numa cama de casal centralizada na parede da direita. Ele estava com uma perna dobrada e segurava o pé.

Na frente da cama, tinha uma escrivaninha cheia de livros e cadernos, e na lateral da cama — de frente para o Bebê — tinha uma estante baixa com livros e uns bonequinhos. Acima da estante tinha uma janela grande com cortinas brancas.

— Oi? — Dei um toque na porta.

Na hora, ele virou, olhando para onde eu estava com uma careta de dor.

— O que você fez?

— Bati o dedinho nessa por... porcaria! — Acabei rindo. — Isso, ri mesmo. Você também vai bater seu dedinho. — Olhou pro seu pé, apoiado na cama

— Acontece ué. — Entrei e me aproximei, sentando na ponta do colchão. — Seu dedo tá aí ainda?

— Não sei como, mas tá. — Soltou o pé. O dedinho estava vermelho.

Tentei não rir de novo e olhei pra mesa. — Tá arrumando suas coisas?

— É, tava jogando fora algumas coisas da escola. — Levantou e passou por mim, parando na frente da mesa.

— E você já tá matriculado em outra?

— Ainda não. Minha mãe não gostou de nenhuma que fomos ver.

— Minha antiga escola era boa. Osmar Teixeira, fica no Jardim São Francisco.

— Hm... vou falar pra minha mãe depois.

— Tá... E... foi difícil deixar seus amigos de Santa Catarina?

— Não. — Sentou do meu lado, olhando um livro. — Eles eram um bando de cu... idiotas.

— Por que você faz isso? — Ri.

— Isso o quê? — Me olhou, estranhando.

— Você ia falar um palavrão, não ia?

— Ah... — Riu. — Eu fiz um trato com a minha mãe. A cada palavrão que eu soltar, ela desconta um real da minha mesada.

Uau, nunca tive mesada. — Então você falava bastante, né?

— Sim. Tô tentando me adaptar, mas as vezes escapa. Aí quando percebo que tá saindo, falo a primeira coisa que me vem na cabeça.

— Tipo baralho. — Dei risada.

— É, é que parece, aí fica mais fácil. — Sorriu.

Olhei pra baixo e percebi que ele estava de pijama. Cala de moletom cinza e uma regata preta. O cabelo também tava meio bagunçado.

— Faz pouco tempo que você acordou?

— Eu tinha acabado de levantar quando bati o pé.

— Que vergonha, acordando quase duas horas da tarde. — Brinquei.

— E pra quê serve as férias? — ironizou.

— Ah... é, faz sentido... Quer ajuda com essa zona?

Me olhou, pensando. — Quero, mas depois. Preciso comer. — Levantou.

Descemos, e Bebê virou pra esquerda. Primeiro, vi uma mesa de jantar com quatro lugares, e virando de novo para a esquerda, entramos na cozinha.

Silvia estava lavando a louça. — Ah, resolveu vir comer?

— Uma hora a fome bate, né. — Bebê riu, pegando um prato no armário. — Já comeu? — perguntou pra mim.

— Já, obrigada.

Ele encheu o prato e foi pra mesa. Me sentei na frente dele, e nós três ficamos conversando.

Depois, subimos e eu o ajudei com a bagunça enquanto ouvíamos música.

Ele separava o que ia jogar fora, e eu rasgava e colocava em uma sacola.

Ficamos conversando sobre várias coisas, como se nos conhecêssemos a séculos, o que era estranho e legal.

Só por esse tempo com ele, percebi que ele era "bocudo", respondia na hora qualquer cosa. Ele parecia que não levava desaforo pra casa. Mas ao mesmo tempo, era brincalhão e bem sarcástico.

Acho que a Lili ia se dar muito bem com ele.

Lá pras quatro horas, minha mãe veio com a Ana e trouxe um bolo de chocolate, que Bebê comeu com gosto.

Ficamos batendo papo até umas seis horas, e voltamos pra casa.

Peguei meu celular e vi que tinha mensagens da Lili.

Lili

|Bru queria que vc estivesse aqui|

|Sábado é niver do Júlio e ele chamou eu e o James pra casa dele|

|Eu sei que se não tivesse te conhecido, eu iria de qualquer jeito, mas agora que vc não tá aqui parece que falta algo|

|Tá com saudade já?|

|Tô ;-;|

|Eu também estou ;-; Manda parabéns pro Júlio por mim. Tire fotos pq quero ver depois|

|kkk vou ver se vou lembrar|


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Notas finais do capítulo

Aaaaaaaaa

O que acharam? Gente me respondam uma coisa. O que vocês acharam do Bernardo? Sinceramente.

Porque assim, eu conheço ele muito bem (por que será, né?) mas eu não tenho certeza se eu estou conseguindo mostrar essa personalidade dele. Estou com medo de que vocês acham ele ruim ou sei lá.

Enfim. Quero saber o que vocês acharam dele.

Gostaram do capítulo? :B

Então... sabem da Lili falando do aniversário do Júlio? Adivinhem...

TEREMOS UM CAPÍTULO NA VISÃO DELA AAAAA E digo mais: Tá babado, viu? kkkk

É isso! Espero que tenham gostado!

Até o próximo o/



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