San Peter: A Escola dos Mimimis Amorosos (Vol.1) escrita por Biax
Notas iniciais do capítulo
OIE PESSOINHAS! Desculpem o pequeno atraso. Hoje de manhã tive consulta ≖‿≖
Mas enfim! PREPAREM-SE PARA MORRER DE FOFURAS! Principalmente no final do capítulo :3
Esse capítulo ficou bem maior do que o normal porque eu me empolguei escrevendo sauhsuahs Mas espero que gostem!
Boa leitura!
Abri os olhos, já lembrando tudo o que eu teria que fazer.
Olhei o relógio, que marcava onze e meia.
Yan tinha dito para almoçarmos juntos. Mas não me disse era seu aniversário. Então vou fingir que não sei.
Ainda bem que a Lili fez o favor de entregar meu presente pro Gabriel, assim ficaria mais fácil pra mim.
Levantei, fui ao banheiro e coloquei o vestido que eu tinha separado.
Rodado, de alcinha e florido, com o fundo azul turquesa e flores vermelhas e rosas bebês.
Calcei meu tênis e coloquei os documentos e a carteira na bolsa.
Quando terminei de me arrumar, já era meio dia.
Sai do quarto e desci bem devagar, tomando cuidado pra não colocar peso demais no pé direito.
Mesmo estando calor, minhas mãos estavam geladas, pra variar.
Eu precisava nos manter longe até o Mateus mandar uma mensagem. Mas essa não era a parte mais complicada. Como eu ia puxar ele pro auditório?
Atravessei o jardim, sem pressa — com pressa, mas tendo que ir devagar — e entrei no refeitório.
Olhei ao redor, vendo as poucas pessoas, e vi Yan em uma mesa perto da saída. E ele já estava me olhando.
Já senti o rosto queimando e acenei, timidamente.
Yan vestia uma calça jeans azul, seus tênis de sempre e uma camiseta branca simples, com um pequeno bolso no peito. Simples e lindo.
Ele levantou e me seguiu para a fila. Peguei um prato e uma bandeja.
— Como está seu pé? — perguntou também pegando as coisas.
— Tá bem até.
— Não dói quando você anda?
— Até agora não doeu, pelo menos.
Pegamos as comidas e nos sentamos.
— Mas você tá andando devagar... Não tem problema se estiver doendo...
— Não tá doendo, Yan. — Ri. — Eu só não quero forçar.
Ele me olhou preocupado. — Podemos sair semana que vem...
— Não! — falei alto. Ops. — Eu quero sair hoje... — Cocei a cabeça, desconcertada, olhando meu prato.
Yan riu. — Tudo bem. Mas vou mudar os planos. — Começou a comer.
— Que planos? — Fiz o mesmo, tentando não parecer curiosa/desesperada. — Você nem disse pra onde queria ir.
— Eu estava pensando em ir em um parque que abriu esses dias. Parque de diversão, sabe? Ele não é tão grande, mas parece ter uns brinquedos legais.
— Mas por que vai mudar?
— Não vou te fazer andar com o pé assim. Quando você puder correr por aí, vamos. — Sorriu.
— Okay. — Sorri. — Então vamos onde?
— Ainda não sei. Estou pensando.
Pensa, por favor! Porque eu não faço a menor ideia de pra onde ir. — Eu nem posso dar sugestão já que não conheço muito daqui.
— Tudo bem... Todo lugar que eu lembro é meio longe...
— Mas não tem problema ser longe.
— E se o seu pé começar a doer no caminho?
Fiz um bico. — Hm... Você me carrega. — Brinquei, dando de ombros.
Ele riu. — Assim fica fácil, né?
Terminamos de comer e ele levou nossas bandejas. Voltou a se sentar e me olhou.
— Eu ainda não consegui pensar em nada. — Deu um sorriso sem graça.
Ai, caramba. Pensa, Bruna, pensa! Eu não reparei quase em nada quando fomos pra livraria aquela vez... A menos que...
— Por que não tomamos sorvete e decidimos depois?
Yan me olhou, considerando. Olhou pelo refeitório...
Caramba, por que ele tá pensando tanto?
— Ok, vamos. — Levantou de repente.
Ué.
Levantei e dei a volta na mesa. Yan ficou do meu lado e estendeu o braço direito, dobrado. O olhei sem entender.
— Pra você se apoiar. — Sorriu.
Corei um pouquinho e cruzei meu braço com o dele.
Quem tá ganhando o presente sou eu.
Fomos na secretaria, deixamos nossos nomes e saímos.
Conversamos sobre várias coisas durante o curto trajeto e logo chegamos na sorveteria, que estava cheia.
Fui direito pegar o pote, mas peguei um “cascão” de massa. Yan ficou do meu lado mas não pegou.
— Não vai pegar?
— Vou pegar picolé hoje.
Ué...
Comecei a pegar vários sabores, como da última vez, e ele só olhando. — Só pra você saber, eu trouxe dinheiro. — Brinquei.
— E daí? Nada me impede de pagar. — Riu.
— Eu é que... — Opa, não! Fecha a boca. Já ia falar que eu é que tinha que pagar, como presente.
— Você o quê? — Me olhou curioso, sorrindo.
Engoli seco. — Eu é que tenho que pagar o meu...
— Que besteira! Para com isso.
Ele não ia aceitar... Ok, ok.
Terminei e o acompanhei até os freezers de picolé. Yan abriu um e pegou um sorvete, então procurou algo na embalagem. Leu algo e o devolveu, e pegou outro, fazendo o mesmo processo.
— O que você tá procurando?
— É que... — falou olhando outro. — Eu sou intolerante a lactose, não posso comer nada com leite ou derivados.
— É sério? — perguntei espantada.
— Sim. — Deixou o que tinha lido em cima do vidro do freezer e pegou outro. — Nasci assim já.
— Nossa... que estranho. Não é ruim isso?
— Um pouco, mas estou acostumado.
— Mas... você tinha comido sorvete aquela vez.
— Eu tinha tomado remédio... Que ajuda a digerir a lactose. E hoje eu não tomei...
— Ah... por isso você ficou pensando se vínhamos pra cá?
— Sim, estava tentando lembrar se tinha sorvete sem leite e lembrei dos picolés... Geralmente consigo comer os de fruta.
— Uau...
Ele pegou mais dois, e ficou com um de limão, uva e manga.
— Dá licença. — Pegou meu sorvete. — Vamos sentar lá fora? Vai lá ver se tem lugar.
Afirmei e andei pela loja, mas antes de sair, olhei pela parede de vidro da entrada.
Travei.
Mateus, Gabriel e mais umas cinco pessoas estavam na calçada, formando um grupinho e conversando como se estivessem bolando um plano.
Ai Jesus, socorro!
— Bru?
Me virei rapidamente e vi Yan logo atrás de mim. Sem pensar direito, segurei seu braço e o puxei, dando um giro e o deixando de costas pra entrada.
— Não tem lugar lá fora, vamos subir — falei rápido e o puxei para as escadas.
Subimos. Lá também estava meio cheio, mas haviam algumas mesas vagas. Eu já ia para uma mesa perto da janela, mas desviei e sentei em uma mais longe.
— Não quer sentar na janela? — Yan perguntou sentando na minha frente e me dando o meu sorvete.
— Não, aqui tá bom. Obrigada.
Ele riu da minha cara. — Até semana que vem seu pé vai estar melhor, né?
— Acho que sim, se ele melhorou quase completamente em uma semana, acho que até lá vai estar cem por cento. Por quê?
— Podemos ir no parque que falei. — Abriu seu sorvete e o mordeu.
— Pode ser! No sábado?
— Sim — disse animado. — Podemos ir depois do almoço, e depois de andar muito até podemos ir molhar os pés na praia, porque é lá pertinho.
Nossa... imagina nós andando na praia, vendo o pôr do sol...
— Aah, que legal! — Ri animada.
Nem percebi o tempo passar, mas quando percebi, já fazia tempo que tínhamos acabado de comer.
E nada do Mateus mandar mensagem...
— Vamos?
Acho que não tem risco de algum deles estar por aqui, né? — Vamos.
Levantamos, jogamos o lixo fora e saímos.
— Pensou em algum lugar? — perguntei.
— Não, mas... Eu queria ir numa papelaria.
Eita... — Pra quê?
— Preciso comprar algumas coisas... Vamos lá?
Eu não tinha como dizer não! — Sim.
Começamos a andar — mancar, no meu caso — e ele pegou meu braço e o cruzou com o dele.
Sério, gente...
Tentava manter o foco na conversa e ao redor. Se visse alguém daquele grupinho, eu tinha que distrair ele.
Felizmente a papelaria era perto. Entramos e olhei ao redor. Era enorme.
Yan parecia extremamente entretido nos blocos de folhas. Era engraçado e fofo, vê-lo comparando as opções.
Me mostrou um dos blocos. Era folha para aquarela. — Tem esse, que é A4, mas o A3 não é muito mais caro... — Pegou um bloco maior. — Eu poderia pegar esse A3 e cortar no meio...
— É, ou você usa a folha toda pra fazer suas artes.
Ele sorriu. — Vou pegar esse... Preciso pegar um sketbook, porque logo o meu vai acabar. — Começou a andar.
Ai não... — Tá desenhando tanto assim...? — O segui.
— Estou.
Entramos em outro corredor, com prateleiras lotadas de cadernos de todos os tipos. Ele foi direito para onde queria.
Meu Deus, o que eu faço? O que eu falo? Ele não pode comprar um... Aí, não!
Arregalei os olhos quando vi Gabriel e uma menina no final do corredor. Eles tinham entrado e não nos viram, pelo jeito.
Com o coração na boca, olhei para Yan. Ele estava bem distraído olhando os skets.
Fiquei atrás dele e comecei a balançar os braços acima da cabeça, tentando chamar a atenção dos dois.
A menina olhou pra mim, e rapidamente puxou Gabriel, apontando pra gente e saindo de vista. Ele nos viu e fez uma careta antes de sair.
— Bru? — Olhei pro Yan. — O que foi?
— Nada. — Tentei parecer normal.
Ele estranhou. — Ah... Olha aqui. — Mostrou o caderno que pegou... Que era exatamente igual ao que eu comprei! — Acho que vou pegar esse.
Pensa, pensa, pensa, pensa!!
— S-sabe o que eu acho? — Cheguei perto e apontei a etiqueta do preço da prateleira. — ... tá muito caro. — Pensei rápido.
— Você acha?
— Acho.
— E como sabe que tá caro?
Na verdade, tava o mesmo preço que eu paguei. — É que... eu vi esse sket numa papelaria... perto da casa da Lili, e tava mais barato... Se quiser eu pelo pra ela comprar.
— Hm... — Me olhou. — Quanto tava?
— Ãn... Eu não lembro... mas estava bem mais barato. Eu peço pra ela comprar. Ou eu compro quando for lá. — Acrescentei ao ver a cara dele de dúvida.
— Hm... tá bom. — Deixou o caderno de volta. — Vou ver os preços das canetas nanquim.
Pelo menos isso eu não tinha comprado. Fomos para o outro corredor, sem Gabriel e a menina, pelo menos.
Enquanto Yan olhava as canetas caras, senti o celular vibrar na bolsa. O peguei e li a mensagem.
“Liberado. Direto no auditório”.
Agora é a hora!
— O que foi?
— Nada... Minha mãe mandando mensagem. — Guardei o celular. — Ela estava preocupada com o meu pé.
— Ah... — Voltou a atenção às canetas. — Se ele começar a doer, me fala.
É isso! Boa, Yan!
— Na verdade... — Ele me olhou. Fiz cara de chateada. — Tá começando a incomodar.
— Sério? Mas dá pra andar?
— Dá sim, só tá incomodando um pouco.
— Tá, vamos embora. — Olhou as canetas. — Vou pegar só essa. Depois pego mais. — Pegou uma e pegou meu braço.
Fomos pro caixa, ele pagou e saímos.
— Não quer que eu te leve no colo? — perguntou brincalhão.
— Claro que não! — Dei risada.
No caminho fiquei pensando em como eu ia fazer pra ele ir pro teatro. E agora?
Assinamos os nomes na secretaria e entramos.
Ai, que saco!
Passei a mão no cabelo, nervosa. Então tive uma ideia.
— Yan, posso te pedir uma coisa?
— Claro. O quê?
— Ontem eu acho que esqueci uma presilha no auditório. Eu tirei porque tava me incomodando e acabei deixando lá. Me ajuda a achar ela?
— Mas e o seu pé?
Epa. — Eu aguento. Tô com medo de alguém pegar minha presilha.
— Tá, vamos lá. — Sorriu, compreensivo.
Andamos até lá de braços dados. Yan abriu a porta. Estava tudo mortalmente escuro.
— Pera aí. — Yan pegou seu celular e usou a luz pra iluminar o caminho. — Onde você tava sentada?
— Acho que... — Cadê eles?! — Na sexta fileira, mais ou menos no meio.
— Tá, fica aí e segura a porta, ajuda a iluminar um pouco.
— Não, eu vou ajudar. — Larguei a porta e fui até ele.
— Cuidado! — Riu e segurou minha mão. — Vai tropeçar aí.
Cadê todo mundo?! Pelo amor!
Descemos de mãos dadas e fomos para a sexta fileira. Entramos no corredor e Yan foi na frente. Ajoelhou no chão e começou a olhar em baixo das poltronas.
Ajoelhei também, na frente dele, mas olhei pro palco.
Eles estavam mesmo ali?
— Não tá aqui. Tem certeza que... — Virou o celular em minha direção e parecer ver algo. Levantou a mão e pegou algo no meu cabelo. — Espera, não é essa a presilha? — Me mostrou.
— Ãn... — Minha garganta secou e eu travei.
Yan sorriu de lado. — O que você estava planejando? Agora eu lembrei que você nem veio pro ensaio ontem... — A luz do celular apagou e ficamos no breu.
Senti minha mão esquerda gelada e trêmula ser pega, e levemente puxada na direção dele.
Meu coração começou a falhar...
Então a luz do palco acendeu, assustando a nós dois.
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E ESSA PEGADA NA MÃO HEIN SENHOR YAN? O QUE ME DIZ SOBRE ISSO? AHAHAHA
O que vocês acham que ele ia fazer? (´ε` )
Espero muito que tenham gostado, deixem seus lindos comentários!
Até o próximo o/