San Peter: A Escola dos Mimimis Amorosos (Vol.1) escrita por Biax


Capítulo 56
Longe + Conversas Sugestivas


Notas iniciais do capítulo

Eu nem deveria estar aqui, mas estou PORQUE ESSE CAPÍTULO É LEGAL o/

Boa leitura!



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Eu tentei ficar atenta. Procurei Yan no jantar, e achei a mesa onde ele estava, mas ele não me viu.

Lili disse que o viu olhando pelo refeitório, procurando alguém, e assim que viu nossa mesa, voltou sua atenção a seus amigos.

Queria ter visto aquilo!

Claro que continuei do mesmo jeito com James. Eu gostava de como nossa amizade estava e não mudaria minha atitude com ele.

Vi Yan de longe na quinta, mas não conversamos.

Comecei a ficar nervosa enquanto tomava café.

Olhei para onde ele estava pela décima vez. Queria tanto que ele me olhasse. Me sinto como se estivesse sendo ignorada.

Ele levantou, e eu também.

— Onde você vai? — Lili me olhou.

Olhei para meu grupo, e percebi que só eu tinha levantado. Eles ainda estavam comendo.

Me sentei de novo, me sentindo exposta com os olhares deles.

— Tá doidona, Bru? — Júlio perguntou rindo.

— Acho que sim. — Dei risada, sem graça.

Lili me olhou como se tivesse entendido o que fiz.

Esperei paciente eles terminarem, e depois, eu, James e Lili fomos para o auditório. E novamente, Lili se sentou com Yan, Gabriel e Mateus.

Como quase todos já estavam lá, fomos direto para o palco.

Agora era a parte mais temida por Jasmim.

A largaram sozinha no quarto para se aprontar para a noite de núpcias. Ela estava tremendo de medo.

Andei de um lado para o outro do palco, transmitindo nervosismo. Passei as mãos no rosto várias vezes.

— Não entre em pânico — disse alto. — Respire fundo... Preciso relaxar... O que eu estou dizendo? — Comecei a chorar.

Continuei respirando fundo até a porta do quarto ser aberta.

Jasmim gela.

James apareceu, como se entrasse e fechasse a porta, a trancando. Ele me olhou e afrouxou a gravata imaginária.

Ele estava sério, e isso me ajudava a me sentir mais insegura como Jasmim se sentia.

Tirando a gravata e desabotoando a camisa, Gregório se aproxima.

James ficou na minha frente, e eu me abracei. Jasmim vestia uma camisola comprida, e Gregório a olhava como se pudesse ver através do tecido.

Olhei para o chão, mas James segurou meu queixo, levantando meu rosto e me fazendo o olhar.

— Você se comportou melhor depois de nossa conversa — disse sério —, então serei cuidadoso.

Realmente, Jasmim fingiu estar feliz no restante da festa, mas se permitia desabar quando estava sozinha.

James segurou a lateral do meu rosto e me beijou.

Jasmim sabia que seria pior se não fizesse o que ele queria, então para conseguir fazer, pensou em Heitor. Imaginou que era ele ali.

Fechei os olhos e o beijei de volta, colocando minhas mãos em seu peito.

Nesse momento, as cortinas se fechavam.

Prof. Eduarda pediu para fazermos de novo, e assim fizemos.

Depois, fomos para a cena do dia seguinte. Jasmim e Gregório iriam para uma festa da cidade.

Enquanto fazia a cena, vi Yan saindo do seu lugar e descendo.

Jasmim e Heitor iriam se ver na festa, mas não conseguiriam se aproximar.

No palco, Yan e eu trocamos muitos olhares ao longe.

Quando a professora nos dispensou, Lili desceu correndo e me puxou. Nem quis esperar James.

Quase corremos para o jardim.

— Posso saber por que você tá correndo?

— Logo meu pai vem me buscar, tenho um aniversário pra ir e não posso enrolar. MAS — falou alto a última palavra —, tenho algo mais importante para falar.

Subimos rápido e fomos para o quarto dela. Ela começou a terminar de arrumar sua mochila.

— Então! Eu sendo a esperta que sou, soltei no ar que tinha dúvida de quem combinava mais com você. Yan ou James. Isso quando o Yan desceu, claro.

Arregalei os olhos.

— Bom, na hora o Gabriel falou que era o Yan, mas Mateus disse que não tinha certeza, que os dois combinavam com você. Aí o Gabriel falou “deixa o Yan ouvir isso que ele te esgana”. Aí eu perguntei” Por quê? Ele é ciumento?”. Perguntei com tom de brincadeira — ressaltou. — E ele falou “não, mas...” e ficou no ar. Nessa hora, o Mateus olhou pro Gabriel como se estivesse avisando pra ter cuidado, sabe? Mas eu continuei olhando e falei “Mas o quê?”.

— Meu Deus Lili. — Coloquei a mão na boca.

Ela sorriu. — Aí o Gabriel deu de ombros e falou “É que ele tá meio inseguro”. Eu perguntei do quê, e ele disse “por causa do James”. Eu me fiz de inocente e o olhei como se não tivesse entendido. Ele falou “ele acha que vai perder o papel dele pro James, porque ele e a Bru têm uma boa química. Isso além deles estarem mais próximos”. Aí o Mateus cutucou ele, pra ele parar de falar.

— E o que você disse?

— Eu falei “Mas o James não pegaria o papel dele. E nem teria como também. A professora já elogiou a química entre o Yan e a Bru. E além disso, ela e o James estarem próximos não interfere em nada... Por que você acha que isso atrapalharia?”. Os dois se olharam e o Mateus falou “Já que eles estão junto...”

— Lili!

— Calma, não me interrompe — me cortou. — Eu disse que vocês não estão juntos, e o Gabriel disse “mas você disse...” e eu já cortei falando que eu não disse nada. Eu tinha dito que vocês estavam mais próximos, só. “Eles são ótimos amigos, só isso”. Aí eles se olharam de novo e balançaram a cabeça. — Riu.

Eu estava chocada. Não conseguia pensar em algo para falar.

— Ou seja, o Yan ficou com ciúmes. Eu falei. Mas agora tirei a ideia de que você e o James estavam juntos. Muito provavelmente eles já contaram pro Yan uma hora dessas.

— Então o Yan achou mesmo que eu e o James estávamos...

— Sim. Isso porque eu falei “próximo” e não “juntos”. Mas bom, agora sabemos. Ele ficou com ciúmes de vocês dois. — Sorriu, triunfante. — Ele gosta de você, Bru, nem que seja um pouco.

Sorri, me sentindo nervosa e meio feliz.

Voltei pro meu quarto quando Lili foi embora, e me sentei na cama, olhando para o nada, pensando.

Então ele estava inseguro... Mas falar que era por medo de perder o papel... Não teria como. Não iam tirar ele no meio dos ensaios. Talvez o Gabriel tenha inventado isso na hora...

Ele realmente achou... Por isso ele ficou daquele jeito?

Ai meu Deus... Ele... ele gosta de mim? Se não gostasse, não ficaria daquele jeito, né?

Caramba...

Peguei meu travesseiro e o abracei forte, dando um gritinho e rindo igual besta.

Olhei pela porta. Yan estava na varanda e parecia até que olhava pra cá.

Deitei de lado, ainda abraçada com o travesseiro.

É engraçado, né? Isso o que eu sinto. Uma mistura de alegria e nervosismo. Calor e frio. É uma sensação tão... reconfortante, calorosa.

Ai, não sei como descrever. Só sei que é... muito bom.

Yan entrou e me virei de volta. Olhei ao redor e um livro chamou minha atenção, na prateleira.

Levantei e o peguei.

“Além das fronteiras”.

Eu acabei esquecendo de ler em casa e na viagem. Acho que vou começar...

Voltei a cama, ajeitando o travesseiro e abri o livro.

Comecei a ler... e só parei meia noite, morrendo de fome.

Droga,

Tomei banho e fui pra cama.

***

Acordei, continuei lendo e passei o café.

Consegui acabar cinco minutos antes do almoço.

Queria tanto conversar com o Yan sobre a história... mas não sei se ele ficou.

Me troquei e fui para o refeitório.

Não o vi em nenhum momento, então era bem provável que ele tenha saído.

Voltei e fiquei o resto do dia fazendo lições. As moças da limpeza vieram, e eu fiquei no corredor, estudando.

Jantei e fui dormir.

Acorde tarde e resolvi sair da toca só no café da tarde.

Entrei no refeitório e meu coração acelerou.

Yan estava tomando café com Gabriel.

Peguei minha comida, juntei o resto de coragem que eu tinha e fui até lá.

— Oi! — falei animada, sentando ao lado do Yan.

— Oi, Bru! — Gabriel disse, feliz.

— Oi. — Yan sorriu, parecendo sem jeito e surpreso.

— Desculpe atrapalhar a conversa de vocês — falei ao perceber que eles não falaram mais. — Podem continuar, não vou me intrometer.

— Quer saber do que a gente tava falando? — Gabriel me olhou.

Yan, que estava olhando para o seu prato vazio, o olhou rapidamente. Os dois se olharam e Gabriel pareceu segurar o riso.

— Eu tava falando do jogo. — Me olhou. — Não sei, ou ganhamos de lavada, ou vamos perder muito feio.

Jogo? Sei. — Por quê? — Comecei a comer.

— Vamos jogar contra a oitava! Não consigo decidir se vai ser oito ou oitenta.

— Acho que é melhor você pensar que vão ganhar, não é? Tem que ser positivo.

— Verdade, Bru. Tem que ser positivo — falou a última palavra devagar, olhando para Yan.

Yan o encarou, se recostando na cadeira.

Por que ele está assim? Que medo...

— Você tá bem? — perguntei para ele.

— Ele é negativo, às vezes.

— Estou bem sim, Bru. — Yan sorriu. — E não sou negativo, sou realista — falou para o amigo.

— Uhum. — Gabriel disse com ironia, rindo. — Ele é oito ou oitenta — falou para mim. — Uma hora tá super motivado, em outra, perde totalmente à vontade. Haja paciência com ele... Você é paciente, Bru?

Quê? — Hm... acho que sim... Por quê?

— Nada. — Sorriu para Yan, como se quisesse provoca-lo.

Yan ainda o encarava, parecendo um pouquinho bravo. — E tem dia que você fala nada com nada.

Gabriel riu. — É, verdade.

Eles pareceram relaxar.

Que que tá acontecendo, gente?

Olhei para Yan. — Acabei de ler “além das fronteiras”.

— Sério? E aí? — Se apoiou na mesa, parecendo interessado.

Comecei a falar tudo o que achei da história, dos personagens, cenários e todo o resto. Ele me ouvia, concordava com algumas coisas e falava o que ele achava.

— Ah... vou deixar vocês conversando. Tô me sentindo de vela. — Gabriel levantou e saiu.

Yan o olhou como se fosse falar algo, mas não falou. Voltou a falar comigo.

E então, eu notei uma coisa.

Enquanto eu falava, ele olhava em meus olhos, mas em alguns momentos olhava para minha boca.

Ele fez isso umas cinco vezes.

Depois de algum tempo, vi Lili chegando. Ela me viu, e deu aquele típico sorriso malicioso dela.

Yan olhou para trás e a viu. Acenou e ela retribuiu.

Quando ele fez aquilo, eu percebi que estávamos muito próximos. Estávamos tão animados com a conversa que nem percebemos que estávamos inclinados um para o outro.

Ele levantou. — Pode ir lá com ela, eu vou subir também.

Fiquei meio assim, mas levantei. Encontramos ela no caminho, e no jardim ele seguiu para a direita.

Contei para Lili tudo o que aconteceu, e ela conversou feliz enquanto subíamos.


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Notas finais do capítulo

E essa conversa entre o Yan e o Gabriel? Kkkkkk Não nego, adoro.

Até o próximo o/



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