San Peter: A Escola dos Mimimis Amorosos (Vol.1) escrita por Biax


Capítulo 52
Ensaio Particular + ALELUIA


Notas iniciais do capítulo

OI GENTE! SE PREPAREM PORQUE HOJE TEM!

Boa leitura! xD



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A viagem foi tranquila. Cheguei mais ou menos sete horas.

Peguei um táxi até a escola. Arrastei minhas malas através do jardim, assinei a lista na secretaria e passei pelo prédio 2.

Não tinha muita gente no jardim. Provavelmente boa parte do povo ia chegar tarde.

Enquanto andava pelo caminho do dormitório, vi que tinham poucas pessoas sentadas nos bancos de madeira que ficavam do lado esquerdo do “corredor”.

Percebi que tinha uma pessoa solitária em um banco próximo ao meu prédio.

Não precisava chegar perto para saber quem era.

Meu coração disparou. A cena do Lucas me beijando invadiu minha mente.

Sério, cérebro? Quer esfregar na minha cara que eu “trai” o Yan? Belo amigo você é.

Caramba, por que estou me sentindo tão mal? Por que estou com medo? Não é como se ele fosse me olhar e saber o que fiz.

Conforme andava, vi que Yan estava olhando para o celular, parecendo distraído. Ou sério, não sei.

Me aproximei silenciosamente e ele só levantou a cabeça quando eu estava a um passo de distância dele.

Ele pareceu meio surpreso. Ou assustado, e rapidamente fechou o celular.

— Bruna, oi! — Sorriu.

— Oi. — Sorri, tentando não suspirar ao ver sua covinha. — Chegou cedo?

— Mais ou menos. Acho que faz uma hora... Até achei que íamos pegar o mesmo ônibus de novo.

Achou...? — Eu quase peguei o horário anterior, mas meus pais me queriam um pouco mais.

Yan me olhou, parecendo hesitar no que ia falar, mas então ele sentou mais para o lado, fazendo menção para eu me sentar.

Deixei a mala ali e me sentei, deixando a mochila do meu lado direito. — Você está bem?

— Eu? — Me olhou, surpreso. — Sim, por quê?

— Você parece meio ansioso.

Sorriu, parecendo sem graça. — Às vezes eu fico meio elétrico.

— Por quê?

— Não sei. Minha mãe diz que é por causa do meu signo. — Revirou os olhos. — Porque uma hora estou normal, e do nada fico elétrico.

Dei risada. — Pelo jeito você não acredita muito nisso, né?

— Ah, sei lá. — Sorriu, parecendo se divertir.

Meus olhos desceram para a boca dele, e de novo lembrei.

Droga, para com isso!

Por que não era você ali?! O que eu faço pra esquecer aquilo? Socorro, Yan!

— O que foi?

Gelei. — O quê? — Arregalei os olhos.

— Agora eu que quero saber se você está bem.

Meu coração martelava meu peito.

Por que diabos eu sinto que deveria contar pra ele?! Isso não é nada certo!

— Eu tô bem. Acho que estou meio elétrica também.

Yan me olhou como se tentasse me entender. — E o que você fez esses dias?

— Eu... — BEIJEI OUTRO CARA! NÃO OLHA MAIS PRA MIM! — ...sai com a minha família... Passei bastante tempo com eles... E fui em uma festa de uma amiga da antiga escola. — EU TE TRÁI, ME PERDOA!

— Que legal, viu seus amigos, então?

Balancei a cabeça, sentindo as bochechas corarem. — E você?

— Só fiquei com a minha família mesmo, só sai com eles.

SÓ EU QUE FAÇO COISA ERRADA?

Comecei a bater o calcanhar no chão e ele viu.

— Acho que você tá precisando gastar energia, né? — Riu.

— Acho que sim...

— Vamos ver o que podemos fazer... — Fez um biquinho exagerado.

Acabei rindo, não sei se pelo nervoso ou pela cara dele. Provável que os dois.

Será que... se a gente se beijasse eu ia me sentir melhor? Meu Deus o que eu estou pensando?!

— E se a gente ensaiar?

Ele me olhou. — Aqui?

— Sei lá... — Dei de ombros, me arrependendo da sugestão.

Yan olhou ao redor. — Eu acho que o auditório fica aberto. Podemos ir lá. — Me olhou.

Ele realmente considerou a ideia? — S-se você quiser.

— Então vamos. — Levantou.

Olhei para minhas coisas. — Eu preciso ir guardar isso.

— Ah... Ok, guarda e me encontra lá, pode ser?

— Sim, pode... — Levantei.

— Não demora! — Sorriu enquanto andava para lá.

O olhei enquanto se afastava.

Meu estômago embrulhou de nervoso enquanto eu sabia para meu quarto.

Lavei o rosto, escovei os dentes, arrumei o cabelo e passei perfume.

Minhas mãos pareciam pedras de gelo.

Parei no meio do quarto, respirando fundo.

Eu realmente quero fazer isso?

É claro que eu quero. É o Yan!

Mas... como vou falar?

Então Yan... vamos dar uns beijos de verdade agora.

AH, QUE VERGONHA!

Eu tô pronta, mas como vou falar isso...?

Respirei mais algumas vezes e saí. Quase corri pelo jardim.

Abri a porta do auditório fazendo um barulho muito alto em comparação ao silêncio que estava lá dentro.

As luzes centrais do palco estavam acesas, e o resto do teatro estava escuro.

Desci alguns degrais e vi Yan saindo de trás das cortinas.

— Que susto que eu levei. — Ele riu.

Ele nem precisava falar alto. Seu tom normal era bem audível de lá da porta.

— Desculpe. — Terminei de descer e subi as escadas do palco.

Estou tão nervosa que acho que tô tremendo.

— Você está bem? — Está pálida.

Claro que não, tô quase desmaiando de nervoso. — Só estou com frio.

— Ah... É, aqui está frio mesmo, mas esquenta depois que você acostumar.

Ah, com certeza vai esquentar. Minha cara vai pegar fogo.

Ele ficou no centro do palco. — Por onde começamos? Do começo?

— Podemos começar no baile. Acho que é mais fácil...

— Ok... — Parou, pensativo.

Eu já tinha decorado essa peça de ponta a ponta. Sabia exatamente onde e quando tinha falas nossas.

Lembrei dos exercícios de respiração e me concentrei neles, tentando fazer meu coração voltar aos batimentos normais.

Apesar de nervosa, me posicionei, quase perto do lado esquerdo do palco. Imaginei a roda de pessoas em volta dos dançarinos, dançando alegremente uma música pouco agitada.

E então, Yan — Heitor— apareceu atrás de mim, já me puxando pela mão e me levantou ao centro do palco. Ele segurou minha mão no alto e nos posicionamos. Apoiei minha mão direita em seu ombro e ele segurou minha cintura.

Começamos a dançar no ritmo da música imaginária.

— Você está terrivelmente bela essa noite — disse próximo ao meu ouvido, alto o suficiente para plateia inexistente ouvir.

— Terrivelmente? — perguntei, curiosa.

— Sim. Terrivelmente, pois não posso apreciá-la como deveria.

— E-eu nem ao menos o conheço direito. — Essa era a parte que o coração de Jasmim estava quase pulando. Então eu era uma ótima atriz, pois o meu também estava.

— Gostaria de me conhecer, então? — Olhou em meus olhos.

Antes que Jasmim respondesse, Heitor a puxou em direção as primeiras portas que viu. Ele nem sabia para onde estava indo, mas Jasmim sabia. Mesmo estando com medo, ela sentia uma excitação crescendo. Era a adrenalina. Ela acabou guiando o caminho até o terceiro andar, e entraram em uma sala enorme.

Soltei a mão de Yan, andando para frente do palco, como se tivesse saído para a varanda e encostado em um balaústre.

Yan ficou ao meu lado, e eu olhei para cima, imaginando o céu cheio de estrelas e a lua nos iluminando.

— Está com medo, Jasmim? — Yan virou, ficando de frente para mim.

— T-talvez.

— Posso lhe dar um motivo para não temer, se quiser.

Jasmim o olhou, com o olhar brilhante e curioso.

Yan aproximou seu rosto, com a boca entreaberta. Eu senti o cheiro de sua bala de morango e isso tornou mais difícil andar para trás quando nossos narizes se encostaram.

— Não! Você não pode fazer isso... Eu mal o conheço e estou noiva. — Comecei a andar de volta.

— Espere. — Ele disse indo atrás de mim e me segurando pelos ombros. — Por favor, não vá. — Me soltou e eu me virei para olhá-lo. — E-eu nunca consegui me aproximar tanto de você... Não me deixe aqui sozinho. — Colocou a mão em meu rosto.

— O-o que você quer de mim? — perguntei em um sussurro não proposital. Minha voz tinha sumido de verdade.

— Eu... — Olhou cada parte do meu rosto. — eu acho que a amo.

Jasmim ficou meio mole, assim como eu estava. — M-mas você não me conhece direito... Como pode saber que me ama?

— Eu apenas sei... Desde a primeira vez que te vi.

Respirei pela boca, dando a entender que minha respiração estava acelerada. Mas obviamente estava. Eu saia o que viria a seguir.

Yan começou a se aproximar. Ele ia depositar um beijo no canto da minha boca, como sempre...

Meu Deus... Eu preciso me mexer... É agora ou nunca.

Minha mente ficou em branco, e percebi que Yan hesitou, talvez tentando entender minha cara.

Respirei, fechando os olhos e indo para frente ao mesmo tempo.

Nossos lábios se encostaram e não nos mexemos.

Eu... eu consegui!

Abri levemente os olhos. Yan estava de olhos fechados, e os cantos de sua boca estavam levantados. Ele estava rindo...

Ai Deus, tô fazendo coisa errada?

Na cena, eles dão esse beijo breve, se olham e dão outro beijo, mais apaixonado.

Acho que não tenho coragem de fazer outro movimento.

Nos afastamos um pouco e nos olhamos. Aquilo durou alguns segundos a mais, então comecei a virar para dar continuidade a outra cena, mas Yan me segurou no lugar e encostou sua boca na minha, levemente aberta.

No mesmo instante, lembrei o que Lili tinha dito uma vez. Beijo técnico. É um beijo técnico... Eu não sei o que é um beijo técnico.

Ainda encostados, senti Yan abrindo a boca. — Abre a boca, Bruna — sussurrou.

Meu rosto ferveu mais. Por que eu não treinei no espelho? Ou em um copo? Ou o que quer que seja! Maldito BV!

Abri um pouco meus lábios e Yan me beijou. Ele fazia movimentos lentos, segurando levemente meus lábios nos dele.

Tentei fazer igual, mas não parecia nem chegar perto.

A boca dele era quente e macia. Eu nem sabia descrever a sensação. O que eu sabia era o gosto. Um gosto levemente doce, mas tinha a sensação que poderia senti-lo mais concentrado.

Meu coração estava a mil. Aquilo era tudo o que eu queria. Beijá-lo. Eu também queria tocar seu rosto, mas não tinha isso na cena.

Em um movimento, ele virou o rosto para o outro lado, e nisso senti algo mais quente encostando no meu lábio superior.

Levei um susto e acabamos batendo nossos dentes da frente, fazendo um barulho estranho.

Me afastei com a mão na boca. Não doeu, mas foi uma coisa bem estranha.

O olhei, e ele também estava com a mão na boca, mas estava rindo. Rindo muito.

Colocou a outra mão na barriga e sentou no chão, deitando em seguida.

Eu comecei a rir também e logo parecíamos dois retardados gargalhando no chão.


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Notas finais do capítulo

Primeiro, teremos tempestades, depois furacões e por aí vai kkk
O que acharam desse primeiro beijo desastroso? kkkk adoro

Até o próximo o/



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