San Peter: A Escola dos Mimimis Amorosos (Vol.1) escrita por Biax
Notas iniciais do capítulo
Olá pessoas!
Pessoalmente, eu adoro esse capítulo kkk
Boa leitura!
— E daí? Você não tá namorando com ele — falei irritada.
— Mas eu vou. — Simone esbravejou. — E posso saber por que você tá se intrometendo? Estou falando com ela. — Apontou para Karen.
— Você vem na minha sala xingar a minha amiga, só porque ela gosta de um menino. Eu me intrometo sim. E que eu saiba, ele nunca te deu bola.
— Você não sabe de nada! — Disse irritada. — Vamos ficar amanhã. — Lançou um olhar maldoso para Karen. — Então pode parar de olhar pra ele, porque ele é meu, entendeu?
Karen olhou para o chão, irritada e com as bochechas vermelhas.
— Só vamos acreditar se ele confirmar. Que tal perguntarmos pra ele? — Levantei.
— Não se intromete, sua gorda. — Apontou o dedo para mim. — Ninguém falou do Lucas aqui, mas acho que preciso.
Minha guarda abaixou. Meu rosto esquentou e Simone sorriu.
— O que será que ele diria se soubesse que uma gorda gosta dele?
Ainda bem que quase todo mundo estava no intervalo. — E-eu não ligo. Pode falar o que você quiser.
— Ah! — Ela riu. — Então você gosta mesmo dele! Coitado.
— Eu gosto sim — falei alto. — E daí? Cuida da sua vida!
Simone olhou para o lado. — Ouviu, Luquinhas? É de você que estamos falando.
Arregalei os olhos quando vi Lucas parado na entrada da sala, olhando para Simone e para mim.
— E aí? Ouviu? Ela gosta de você. O que acha de ficar com ela? — perguntou com a voz cheia de sarcasmo.
Acabei olhando para ele. Lucas me olhou com uma expressão séria, parecendo irritado e olhou para Simone, virando e saindo da sala em seguida.
Simone começou a rir. — Ele nem considera te beijar!
Meu rosto esquentou mais.
— Que sirva de aviso, eu posso fazer pior. — Me olhou. — E isso serve pra você também. — Olhou para Karen, e saiu da sala.
Tentei ignorar a tensão que ficou na sala. Eu sabia que tinha umas cinco pessoas ali, que tinham visto tudo.
Respirei fundo, sentindo meu peito doer e me sentei.
Senti Karen sentindo do meu lado, em minha cadeira e me abraçando. Renata nos abraçou de pé.
***
— Você está bem diferente. — Lucas começou.
— Isso é bom?
— Acho que sim... — Deu de ombros. — Bom... Ok, eu queria me desculpar pelo que fiz... Eu juro que não era nada contra você... — Fiquei quieta. — É que a Simone sempre me irritou, principalmente o ego dela... Eu já estava irritado quando entrei na sala. Tinha ido para falar com o Igor, e me deparei com vocês discutindo... Confesso que não me importei, nem pensei no motivo se vocês estarem brigando. Só comecei a pensar naquilo quando ouvi boatos que eu tinha te rejeitado.
— É... fofoca se espalha rápido. — Dei de ombros, olhando para frente.
— Sério, me desculpa. Eu sei que é tarde, mas não consegui falar com você antes. Planejava falar no começo do ano, mas você saiu da escola.
— Tudo bem. Já foi.
Me olhou. — Você gostava de mim mesmo?
Suspirei. Sério? — Sim.
— E ainda gosta?
O olhei, sem acreditar que tinha ouvido direito. O que ele tá pensando...? — E-eu gosto de outra pessoa agora.
Mas talvez você mexa um pouco comigo ainda... Eita meu Deus.
Lucas sentou do meu lado, me olhando. — Sério? Mas você não respondeu minha pergunta.
Meu rosto esquentou. O que eu falo?!
Olhei para o lado e vi o rosto dele perto. Muito perto.
Meu coração acelerou de vergonha, de medo, nervoso...
Ele chegou mais perto e encostou a boca na minha, fechando os olhos.
Minha mandíbula travou automaticamente.
Me afastei um pouco e olhei para o lado, pensando em algo para falar.
— Ninguém vai nos ver. — Ele falou baixo, virando meu rosto de volta.
Eu sempre gostei dos olhos dele, do formato do nariz e a boca rosada. O cabelo sempre curto que raramente ele modelava com gel...
Lucas se aproximou de novo e sem pensar, retribui o beijo. Mas meu coração martelava como se aquilo não fosse certo.
Eu poderia imaginar facilmente que era Yan ali. Mas não era. Eu sabia que não era.
Quando ele ia abrir a boca, eu me afastei de novo.
— Eu não consigo, desculpa.
— Tudo bem. — Me olhou. — Eu entendo. Você está ficando com ele?
— Hm... É meio complicado — Dei uma risada sem graça.
— Sei como é. — Deu risada. — Sabe, mesmo antes daquilo, eu ficava um pouco de olho em você. — Levantou. — Mas nunca tive coragem de puxar assunto.
— Por quê? — Levantei também e andamos devagar de volta.
— Você sempre foi tão tímida. Achava que você ia me rejeitar com certeza.
Sorri. — Uau.
— É a vida. Tarde demais agora.
O olhei, sorrindo de leve, sem saber o que dizer.
Ficamos em um grupinho e ninguém pareceu notar nosso sumiço.
Karen e Renata apareceram do nada e me puxaram.
— O que aconteceu? — Karen perguntou, sorrindo.
— Hm... Ele explicou o que tinha acontecido, me pediu desculpa, perguntou se eu ainda gostava dele e me beijou.
— O QUÊ?! — As duas berraram.
— Olha o escândalo! — Olhei ao redor, mas ninguém tinha ouvido por causa da música alta. — Sim, ele me beijou. Foi só um selinho, mas eu disse que não conseguia porque gostava de outra pessoa.
— De quem você gosta?! — Karen perguntou, surpresa.
Sorri. — Preciso te contar umas coisas.
— Precisa mesmo!
Ficamos mais afastadas, e tudo o que contei para Renata, contei para Karen. E aproveitei para mostrar as fotos com o Yan.
— Ai, que lindo! — Karen falou. — Ele não tem irmão, não?
— Não. — Dei risada. — filho único.
— Af!
Aproveitei e coloquei na câmera. — Também quero fotos com vocês.
Tiramos várias fotos e Lucas apareceu depois. Tiramos fotos juntos, e depois nós quatro. E acabamos tirando fotos com todo mundo da festa.
Um pouco tempo, cantamos parabéns. Dei um abraço em cada um dos meus colegas e amigos, e fui embora com a Renata depois da meia noite.
Cheguei em casa e todos já estavam dormindo. Fui para meu quarto, me troquei e deitei, olhando o celular. Olhei as fotos, rindo sozinha. Não entendi porque o Lucas quis ficar abraçado daquele jeito comigo para tirar as fotos, mas ok.
Então vi as com o Yan.
Foi meio que engraçado... Eu até poderia ficar com o Lucas, mas... Só se eu não gostasse do Yan.
Senti uma mistura de vontade e culpa na hora...
Peguei uma das fotos com todo mundo e enviei por SMS para a Lili.
Já parecia que eu estava a mais de uma semana longe da escola.
Deixei o celular debaixo do travesseiro e fechei os olhos.
***
Quando os abri, já estava claro.
Vi que Ana estava sentada em sua escrivaninha, de costas para mim. Me espreguicei e me sentei, colocando os pés no chão.
— Por que você quis mudar tudo? — perguntei sonolenta.
— Porque quis.
A olhei, vendo seu cabelo azul, já desbotado. — Até quando você vai agir assim? Vai continuar assim até eu ir embora? — Não tive resposta. — Não sabia que você me detestava tanto. Eu vou embora amanhã, não se preocupe. — A provoquei.
Ela nem sequer virou. Comecei a me irritar.
Levantei, peguei o braço da cadeira e a girei, deixando Ana de frente para mim. Ela virou o rosto.
— O que você tem? Eu achei que ia poder assistir desenho com a minha irmã, mas parece que tem uma estranha no lugar dela — falei brava.
De repente, vi uma lágrima escorrendo pela bochecha dela. Rapidamente, ela passou a mão, a secando.
Minha raiva evaporou. — Ana... O que foi?
Finalmente ela me olhou. — I-isso é muito difícil — falou com voz de choro, com mais lágrimas escorrendo.
— O que é difícil? — Ajoelhei no chão.
— Ser uma mulher madura.
— Do que você tá falando?
— Eu li que uma mulher madura tem que ser fria, e não pode demonstrar sentimentos.
A olhei sem acreditar, querendo dar um tapa na cabeça dela. — Você tá brincando comigo? — Levantei.
— Não... — Ela pareceu assustada com meu tom de voz.
— Eu não acredito que você encheu a mãe de preocupação porque leu que... Ai, não. — Passei as mãos no rosto. — O que você tem na cabeça?! A mãe é uma mulher incrível, e a Camila é super responsável e madura, e você já viu alguma delas ser fria com você?! Já viu alguma vez a mãe não demonstrar o quanto nos ama?! Você nunca deve acreditar em tudo o que vê! Isso nem faz sentido nenhum! — Percebi que estava quase gritando. — Eu... — balancei a cabeça e me virei.
— Não. — Ana segurou meu braço. — M-me desculpa. Por favor... E-eu senti muito sua falta. — Voltou a chorar.
Suspirei, me virando e a abracei. — Você é uma idiota. Nunca podemos ser frias com quem gosta da gente, entendeu?
Balançou a cabeça. — Desculpa.
— Você vai pedir desculpa pra mãe. Ela ficou muito preocupada.
— S-sim...
Descemos. Minha mãe provavelmente ouviu meus berros, já que nos olhou preocupada. Ana andou até ela e a abraçou, pedindo desculpa.
Mamãe a abraçou e me olhou sorrindo. Me juntei ao abraço.
Tomamos café e ficamos a tarde vendo desenhos em família. Saímos para comer de noite.
Na hora de dormir, Ana teve a ideia de deixar os dois colchões no chão, juntos.
Dormimos uma perto da outra.
No domingo, Ana me ajudou a arrumar as malas e já as deixamos prontas.
Passamos a manhã entre família, e Camila apareceu no almoço.
Umas duas e meia, todo mundo se enfiou no carro para me acompanhar até o terminal.
Meu pai me ajudou a guardar a maça maior e dei um abraço apertado em cada um, principalmente na Ana.
— Não faça besteira — cochichei. — Se for fazer, me liga antes.
Ela sorriu. — Tá bom.
Acenei e entrei no ônibus. Sentei em meu lugar, coloquei os fones e ouvi música.
Em pouco tempo, o ônibus saiu. O lugar ao meu lado ficou vago, então pude esticar as pernas.
Começou a tocar Queen e lembrei de Yan.
E depois do beijo do Lucas.
Eu queria que fosse o Yan ali... Talvez...
Sim, eu quero. Acho que vou conseguir.
Eu vou?
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O que acharam do beijão da Bruna? xD
Até o próximo!