San Peter: A Escola dos Mimimis Amorosos (Vol.1) escrita por Biax


Capítulo 50
Casa + Velhos Amigos + Conversinha no Canto


Notas iniciais do capítulo

Olá! Finalmente iremos conhecer um pouco mais da família da Bruninha! E dos antigos amigos também... E um outro ser ai xD

Boa leitura!



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Quando acordei, me virei. Esfreguei os olhos para enxergar direito e aí vi como o quarto estava diferente.

Antes, as paredes eram de um azul bem claro. Agora elas estavam de um cinza claro.

A minha cama ficava exatamente aqui, e a cama da Ana ficava encostada na parede da frente. Agora ali tinha uma escrivaninha, e na parede acima dela, haviam vários posters de bandas.

Minha cômoda continuava ali, mas estava do lado da mesa, próximo a porta.

Levantei um pouco, me apoiando no antebraço e olhei para frente.

O guarda roupa de quatro portas fora substituído por um preto de seis portas.

Agora reparando, o beliche também era preto.

O que deu nessa menina?

Levantei e fui ao banheiro, ao lado do quarto. Quando saí, escutei uma voz familiar.

Sai no corredor, virei à direita, passando pela porta do quarto dos meus pais e desci, atravessei a sala de TV e já vi a Camila, sentada numa banqueta da ilha da cozinha.

Corri e a abracei meio de lado.

— Finalmente acordou. — Ela falou. — Estava desistindo já. — Levantou e me abraçou direito.

— Dá um crédito. — Mamãe falou. — Chegamos quase duas horas.

— Tava na farra, né? — Camila riu.

— Claro — falei num tom irônico. — Como você está? Como está o hospital? Como está...

— Caaaalma! — Segurou meus ombros. — Inspira, expira... — Sorriu. — Vai tomar café que eu te falo tudo.

— Tá. — revirei os olhos.

Virei levemente o rosto para a direita. Ana estava sentada à mesa retangular.

— OI! Ou vai fazer igual o Batata?

Ana olhou para minha mãe, estranhando.

— Você sabia que eu ia vir, pelo menos?

— Claro que sim — falou num tom bravo, olhando seu pão.

Olhei para mamãe, procurando uma ajuda. Ela fez uma cara de “posso fazer nada”.

Me sentei na mesa e tomei café enquanto conversava com Camila.

Ela era cirurgiã geral. Vivia trabalhando e não sei como, mas ela conseguiu uma folga para vir me ver.

Ana não abriu a boca para mais nada além de comer, e quando terminou, deixou seu prato na pia e subiu.

Terminei, peguei meu prato e xícara e levantei. Virei, dei alguns passos para frente e um para a direita, e os deixei na pia.

Me voluntariei para lavar a louça, e minha mãe começou a secá-la.

— O que a Ana tem? — perguntei.

— Faz algum tempo que ela começou a ficar estranha. — Mamãe falou.

— Quando fui embora só faltava ela agarrar minha perna e inundar a casa de tanto chorar, e agora nem me olhou direito.

— É fase de “aborrecente” — Camila disse

— Mas nunca tive esse problema com vocês duas... Com você um pouco. — Olhou para Camila. — Mas nada assim.

— O que ela está fazendo?

— Ela chega da escola e se tranca no quarto. Só desce pra comer e mal troca seis palavras. Ela pediu para fazer mexas coloridas no cabelo e eu deixei. No outro dia, quando chegou da casa da amiga, estava com californianas azuis... Sem falar no quarto. Você reparou?

— Claro. Eu gostava daquele azul. — Nem reparei no cabelo dela.

— Ela quis mudar antes de ficar assim. Eu achei normal, afinal sempre tem uma época que deixamos de gostar de cores clarinhas e fofas... Mas depois, começou a ficar assim.

— O que será que aconteceu? Não são os amigos dela não?

— Não, eu conheço as amigas. Elas são tão simpáticas. Conversam mais comigo do que a minha própria filha... Seu pai acha que ela sente sua falta.

— Me tratando daquele jeito? Não acho... E além do mais, o que tem a ver essa rebeldia e sentir minha falta?

— Bom, sei lá. Talvez ela queira chamar atenção.

— Ela tá é precisando levar uns tapas. — Camila falou. Mamãe a olhou feio. — Mas é. Eu falei, se tivesse dado um corte nela assim que começou essa frescura, ela não estaria assim.

— Não é assim que funciona. Acredito que seja só uma fase... Igual quando a Bru gostava de Rebelde.

— Ei! — resmunguei enquanto Camila ria.

Terminamos e ficamos conversando na sala.

***

Mamãe, Camila e eu saímos para almoçar. Claro que Ana não quis ir, mesmo eu perguntando três vezes. Meu pai queria dormir até tarde.

E acabamos ficando o dia todo fora. A Camila me comprou várias roupas novas. Passeamos no shopping e fomos para um parque lá próximo.

Só chegamos em casa lá para as oito horas. Pedimos pizza.

A Ana estava começando a me irritar. Acho que eu deveria falar com ela... Mas depois. Amanhã.

Eu já estava cochilando no sofá depois de comer.

Camila ia dormir lá, então decidi subir. Escovei os dentes, tomei banho e fui dormir.

***

Acordei sozinha, levantei e fui ao banheiro. Desci e assim que pisei na sala, a campainha tocou e Camila foi atender.

Mamãe estava passando café.

Escutei vozes se aproximando e olhei para a porta. Camila entrou com duas pessoas.

Assim que olhei a garota, abri um sorriso enorme. Corremos e nos abraçamos com força.

— Ai meu Deus! — Falei. — Eu ia te ligar hoje!

— Sua irmã foi mais rápida. — Renata me soltou, sorrindo.

— De nada! — Camila riu.

Olhei para o lado e vi Leandro. Ele se aproximou e me abraçou.

— Quanto tempo, Bruninha.

— Quanto tempo. — Sorri.

Pelo que me lembro, esse cara foi minha primeira paixonite. Ele é amigo da Camila, da época da escola. Sempre que ele vinha fazer trabalho, eu tentava ficar perto. Até o momento em que ele trouxe a irmã mais nova, a Renata. Como tínhamos a mesma idade, pegamos amizade rápido, e depois entramos para a mesma escola. Estudamos juntas até ano passado.

Bom, Leandro não mudou muito e continuava bonito. Eu nunca entendi o porquê dele não namorar a Camila.

— Estou aqui para uma missão. — Renata me olhou. — A Karen vai fazer uma festa hoje e eu fiquei encarregada de te chamar.

— Ah! Claro, hoje é aniversário dela. — Olhei para minha mãe. — Posso ir?

Ela me olhou, pensando. — Pode sim. Eu sei que a Karen é responsável.

A Karen era do nosso grupo de amigas, e minha mãe conhecia todas as outras também.

Renata abraçou minha mãe. — Obrigada! Vou cuidar da Bru, pode deixar.

Mamãe riu. — Eu sei.

Puxei Renata para a sala e começamos a conversar. Falamos das novidades e soube que quase todo mundo da escola estaria lá. Inclusive...

— Agora eu quero saber como é a sua escola. Me fala tudo!

Contei tudo o que eu me lembrei. Sobre a escola, as aulas, amigos, teatro... e Yan, claro.

Pouco depois, ela e Leandro foram embora. Renata passaria aqui as sete para irmos juntas.

Camila teve que ir embora depois do almoço, e passei a tarde com a minha mãe. Ana não quis dar as caras.

As cinco e meia, tomei banho e comecei a me arrumar.

Coloquei um vestido preto rodado com mangas curtas, tênis preto e deixei o cabelo solto. Passei um pouco de rímel e perfume.

Comecei a ficar ansiosa e andei de um lado para o outro do quarto.

Peguei uma bolsa pequena e coloquei meu documento, celular e chaves.

As sete e cinco, Renata chegou. Ela estava com seu “uniforme”. Calça jeans, camiseta e tênis. Raramente ela usava vestido.

A casa da Karen não era longe, então fomos a pé. Renata tagarelou o caminho todo sobre todos que estariam lá.

Quando chegamos, tocamos a campainha e logo Karen apareceu.

A abraçamos, desejando parabéns e fomos para o quintal de trás, onde a festa estava rolando.

Reconheci todos os rostos que estavam ali, e todo mundo me cumprimentou alegremente.

Logo eu estava pulando de grupo em grupo.

Eu nunca fui a “popular” da sala, mas sempre conversei com todos.

Karen se juntou comigo e Renata, mas logo foi atender mais gente.

Pouco depois, senti Renata puxando meu braço de leve.

— Bru, olha.

Segui o olhar dela e senti todo o calor ser drenado do meu corpo. Olhei para ela com os olhos arregalados. — O que ele tá fazendo aqui? — perguntei baixo.

— Não sei. — Continuou olhando. — A Karen não me falou que tinha chamado ele...

Lucas... Sério isso, Deus? É para eu ficar no banheiro a festa toda?

— Vamos no banheiro. — A puxei para dentro da casa sorrateiramente.

— Vai ficar fugindo dele? — Ela perguntou quando entramos no banheiro.

— O que eu posso fazer? — Senti meu rosto ficando quente. — N-não faz tanto tempo assim... Ninguém deve ter esquecido aquilo.

— Que exagero. Nem todo mundo sabe.

— Mas muitos sabem. — Passei as mãos no rosto.

— Foi você que quase gritou. — Renata riu.

A olhei de cara feia. — Ai, caramba... — choraminguei.

— Vai, Bru. Te proíbo de ficar fugindo. Você é um frango?

Eu já vi isso antes. — Sim, sou uma covarde.

— Para de graça. — Abriu a porta. — Vamos.

Suspirei e a segui de volta para fora.

Meus olhos varreram a festa, procurando por Lucas. E assim que o vi, me enfiei em um grupo bem longe dele.

Tentei entrar no assunto para me distrair. Estavam falando sobre jogos, então eu não tinha nada para comentar.

Depois de um tempo, olhei ao redor, procurando Renata. A achei falando com a Karen... e Lucas.

No mesmo momento, Renata apontou em minha direção sem me olhar, e tanto Karen quanto Lucas me olharam.

Fiquei tensa e voltei a olhar para meu grupo como se nada tivesse acontecido.

Respirei fundo.

Senti alguém tocar meu ombro.

— Para com isso, Rê... — Me virei.

E dei de cara com Lucas. Ele parecia meio hesitante. Olhei para os lados, mas nada das minhas amigas.

— Oi. — Ele falou baixo, olhando em meus olhos.

Meu coração batia tão alto que eu mal o ouvi. — Oi.

— Posso falar com você?

E-eu preciso parecer indiferente. — Pode falar.

Ele pareceu um pouco surpreso e deu um passo para trás. — Vamos para lá? — Apontou para o corredor da entrada, ao lado da casa.

Acenei com a cabeça e o segui. Andamos pelo corredor, e ele se sentou na escada próxima do portão de entrada, no segundo degrau.

Me sentei no primeiro degrau, não muito perto dele e o olhei.


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Notas finais do capítulo

Eeeeeeeeita. O que será que ele quer? hahahah

O que acham que ele vai falar? Nem tem como vocês saberem, mas queria saber xD

Obrigada por estarem lendo, até o próximo!



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