San Peter: A Escola dos Mimimis Amorosos (Vol.1) escrita por Biax


Capítulo 48
Nem Eu Acredito Que Isso Aconteceu + Feriado Prolongado


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Pelo título, vocês imaginam o que pode ter acontecido? HAHA
Aaaacho que muitos shippadores vão surtar... Só um pouquinho.

Boa leitura! xD



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Acordei sentindo minha bexiga apertando.

Que saco. Por que não fui no banheiro antes de dormir?

Levantei, tentando não acordar a Bru. Ela parecia exausta.

Sai do quarto e fui ao banheiro. Mas a porta estava trancada.

Encostei a cabeça e o ombro na parede, fechando os olhos. Estava muito cansada.

Um pouco depois, ouvi a porta sendo destrancada e abrindo.

— Você tá bem?

Abri os olhos. Júlio me olhava preocupado. — Sim, por que não estaria?

— Sei lá, tá com uma cara estranha.

— Só estou com cara de sono. — Desgrudei da parede e desviei dele.

Júlio se moveu e ficou na minha frente. — O que foi?

— Nada, eu só quero fazer xixi — falei impaciente.

— Só te deixo passar se me falar uma coisa.

— Uma coisa. — O olhei seriamente.

Ele me olhou com a cara fechada, mas riu. — Que merda, Lili, isso é o tipo de coisa que eu falaria, não você.

Dei risada. — Fala logo. Quer que eu me mije?

— Tá, tá bom. — Riu. — Me diga o quão maravilhoso foi.

O olhei, não sabendo se ria ou batia nele. — Você não acha que se acha demais, não?

— Claro que não. — Se apoiou com o antebraço no batente da porta, em cima da minha cabeça, ficando inclinado sobre mim. — E aí?

Suspirei e o olhei. — Ainda não tenho uma opinião formada sobre isso.

— Por quê? Não foi o suficiente?

— Eu não sei se rio ou te xingo.

Júlio apontou o dedo para mim. — Nenhum dos dois. — Abaixou o rosto e chegou perto.

Virei o rosto, colocando a mão sobre a boca. — Estou com bafo.

Ele segurou minha mão e virou meu rosto, e me beijou.

Meu coração acelerou. Agora que estava acontecendo, eu não sabia se era certo ou não. Era legal e estranho, ao mesmo tempo.

Júlio se afastou um pouco para me olhar. — E agora?

— Agora eu vou mijar. — Passei por ele rápido, entrando no banheiro e trancando a porta.

— Você é muito sem graça. — Júlio falou baixo. — Mas pelo menos beija bem.

Meu rosto esquentou e eu ri. — Vai dormir.

Ouvi ele rindo e se afastando.

Sentei no vaso e passei as mãos no rosto, rindo sozinha.

***

Quando abri os olhos, me virei e vi Lili deitada de barriga para cima, olhando para o teto.

— O que foi? — perguntei meio sonolenta.

Ela se virou de lado, ficando de frente para mim. Colocou as duas mãos debaixo do rosto. — Eu ia falar ontem mas dormi.

— Ah... É, quando perguntei, você dormiu. O que era?

Lili olhou para vários lugares, parecendo perdida. — Júlio me beijou.

A olhei, surpresa. — Quando?

— Ontem. Quando fui pra praia com ele. Quando ele passou mal, lembra?

— Lembro. Como aconteceu?

— Ele realmente ficou mal. Fomos até a praia e nos sentamos em um banco que tinha na calçada. Mas falei pra ele deitar, e ele deixou a cabeça no meu colo. Ficamos lá um tempo, até ele conseguir se sentar sem se sentir tonto. Quando eu ia levantar, ele me puxou de volta, me olhou sério e falou de novo que não tinha ficado com a Flávia.

— E o que você falou?

— Falei que acreditava nele. Daí ele falou algumas besteiras, do tipo que ela não resistia a ele e por isso foi pra cima dele. Eu fiquei com cara de “tá bom, então, convencido”. E ai ele falou “não acredita?”. Eu respondi que não e ele segurou meu rosto e me beijou.

— Assim rápido? E o que você fez?

— Pois é... Primeiro eu me afastei e perguntei se ele tinha ficado louco. Ele disse que talvez e ficamos nos olhando uns segundos. Eu suspirei, virei o rosto, mas ele sentou mais perto, me empurrando de leve e riu. Eu acabei rindo, então ele virou meu rosto de novo, mas esperou. Nos olhamos, e ele me beijou.

— Caramba... E depois?

— Ficamos conversando sobre coisas aleatórias, demos mais uns beijos e voltamos.

— Mas vocês estavam normais quando voltaram.

— Sim, ué. Não ia estar escrito na nossa testa que nos pegamos.

— Você entendeu o que eu disse.

Ela sorriu. — Entendi. Sei lá, acho que queríamos ficar discretos. Bom, e teve uma coisa de madrugada também.

Lili me contou o que aconteceu no corredor.

— AAH! — Baguncei seus cabelos. — Agora vai?!

— Sei lá. — Passou as mãos no rosto, ficando corada. — Agora que ficamos, parece que só fiquei com mais dúvidas ao invés de me sentir melhor.

— Por quê?

— Não sei. Não sei se daria certo.

— Como não? Olha a quanto tempo vocês são amigos.

— Mas não é a mesma coisa.

— Como não?

— Sei lá, não é.

— Mas de qualquer forma, agora vocês estão mais próximos. Romanticamente falando.

— Isso é. Não sei como vão ficar as coisas agora.

— Relaxa, Lili. Só seja você mesma.

Suspirou. — Tem razão.

Me sentei. — Vou no banheiro.

Levantei e fui. No corredor estava um cheiro bom de café e pão assando.

Voltei, me troquei — Lili já estava vestida — e descemos.

Eu nem tinha vivido aquilo, mas estava nervosa por ela. Por quê? Não sei, sou idiota.

Entramos na cozinha. O cheiro estava mais forte. Só estava Júlio ali, na frente do fogão, de olho em uma chaleira.

Ele nos olhou. — Tcharam! — Apontou para a mesa, que estava posta para o café.

Havia uma travessa com pãezinhos dourados que me deu água na boca.

— Você que fez os pães?

— Claro — falou convencido, tirando a chaleira do fogo e a colocando na mesa. Ele foi até a geladeira e a abriu. — Bru, chama o James lá.

Antes que eu me mexesse, Lili segurou meu pulso e saiu da cozinha.

Tudo isso é medo?

Júlio tirou alguns potes da geladeira e me olhou. Quando viu que era eu, estranhou.

Dei de ombros. Ele deixou os potes na mesa. — Faz um favor? Ali no aparador tem xícaras, pega quatro pra mim.

Voltei a sala. O aparador ficava na parede da porta. Abaixei, abrindo as portinhas e peguei as louças. Voltei e deixei uma em cada lugar.

Me sentei no banco da parede, e Lili e James entraram, rindo de alguma coisa.

Lili sentou-se na minha frente e James a minha direita.

Júlio pegou a jarra da cafeteria e a deixou na mesa, sentando-se ao lado da Lili.

— Seus pais não vão comer? — perguntei pegando um pãozinho.

— Não, eles estão dormindo. De domingo eles dormem até umas duas ou três horas.

— Eles chegaram tarde?

— Provavelmente. Normalmente chegam umas seis ou sete horas.

James pegou a chaleira e encheu minha xícara com chá, e fez o mesmo com a dele. — Já tem açúcar.

 — Obrigada. — Tomei um gole.

Comemos trocando algumas palavras.

— Esses pães são ótimos — falei.

— Obrigado. — Júlio falou, com tom convencido.

— Bru, não foi ele que fez. — Lili disse. — Ele só colocou pra assar.

— Ei! — Ele falou, a olhando de cara feia.

Nós três rimos e ele acabou rindo também.

Terminamos de comer e ajudamos com a louça. Fomos para a praia de novo, voltamos para o almoço e praia de novo. Lili ficou grudada comigo o tempo todo, até a hora de irmos embora.

Fomos para sua casa, brinquei um pouco com Alex e voltamos para a escola.

***

Podemos dizer que as semanas seguintes foram normais. Aulas, treinos, ensaios... Sobre Lili e Júlio? Nada. Sério. Eles não começaram a namorar e tão pouco se beijaram de novo. Mas também não se afastaram. Continuaram amigos, mas mais próximos que antes. Quem visse de fora, talvez achasse que eles namoravam, já que ficavam constantemente com os ombros colados e conversavam próximos. Mas nada além disso. Pois é, eu também não entendo muito.

As coisas com o Yan continuavam iguais. Ele sempre fofinho e conversando bastante.

Fomos avisados que fariam o sorteio do campeonato depois do feriado, e todos ficaram ansiosos. Só sabíamos que o primeiro jogo seria no dia três.

Mas claro também que todos estavam ansiosos para o feriado. Quatro dias em casa. Quatro dias na minha casa.

Na quarta, percebi que todo mundo estava meio largado. Inclusive eu. E os professores também.

— Como que ninguém passou lição ou trabalho? — Lili perguntou enquanto íamos para o refeitório, no almoço.

— Acho que nem eles pensam em corrigir tanta coisa depois. — James riu.

Pegamos nossas comidas e nos sentamos.

— Bru, você não quer uma carona para o terminal? — Lili perguntou.

— Não precisa, eu pego um ônibus.

— Claro que não, meu pai te leva. É perto. Vamos te levar.

— Tá bom. — Sorri.

— Que horas você vai? — Júlio perguntou.

— Depois do ensaio. Minhas coisas estão arrumadas, então eu corro pra ir embora depois.

Claro que minha mãe já tinha comprado as passagens e me enviado uma. Vou chegar tarde, mas meu pai vai me pegar no terminal.

Depois do almoço, subimos e eu fui terminar de arrumar as malas.

Vai ser bom ir pra casa, mas quatro dias sem ver Yan ia ser difícil.

Mais tarde, tomamos café. Júlio foi embora e fomos para o ensaio, junto com Lili.

Quando chegamos, percebi que Yan não tinha chego. O que era estranho. Será que ele já foi? Ele ia pra casa também.

Poxa...

Começamos o ensaio. James, Erica, eu e os outros personagens. Yan ainda não apareceria.

Quando eu tinha desistido, ouvimos a porta se abrindo e ele apareceu.

Segurei o sorriso e quase me embananei com as falas.

Yan desceu até a última fileira e sentou no seu lugar de costume. Ele segurava um livro e sussurrou um “desculpe” para a professora Eduarda. Ela acenou.

Continuamos, e algum bom tempo depois, Yan deixou seu livro em seu lugar e subiu.

Era a cena em que Jasmim estava se arrumando para o casamento.

— Podem me deixar sozinha, por favor? — pedi as ajudantes.

Elas se olharam, mas deixaram o “quarto”. Rapidamente, corri para trancar a porta.

Escorreguei para o chão, colocando as mãos no rosto, fingindo começar a chorar.

Olhei para onde ficaria o manequim com o vestido de noiva.

— É realmente lindo... — falei com a voz embargada. — Mas ficaria melhor se eu estivesse me casando com ele... — E voltei a chorar.

— Jasmim...

Olhei assustada para cima. Yan estava “escalando” a parede, entrando pela janela.

Levantei e fui até lá para ajudá-lo. — Você não tem juízo mesmo! — falei “baixo”.

Ele se endireitou. — Eu perdi todo o meu juízo quando te tiraram de mim — falou segurando meu rosto.

Eu o abracei, e ele me envolveu com seus braços. — Parece que estou vivendo um pesadelo.

— ...eu sei. Parece para mim também. — Suspirei, sentindo o perfume de Yan. Era tão bom. — Eu não queria usar esse vestido com ninguém além de você.

Yan segurou meu rosto e deu um pequeno sorriso. — Eu também gostaria que você o usasse comigo. — Alisou minha bochecha com o polegar. — Quer se casar comigo?

Fiz mais cara de choro e senti as lágrimas enchendo meus olhos. — Quero. Quero muito...

Ele se aproximou e depositou um beijo no canto da minha boca. Eu retribuí, com o coração a mil. Ficamos assim alguns segundos. Até que ouve um barulho de toques na porta.

— Jasmim? Podemos entrar?

Gelamos.

— Está fechada — falei para ele. — Só um momento... — falei alto. Olhei para Yan. — Quando vou te ver? Não teremos mais chances...

— Eu darei um jeito. Não irei deixar de te ver. Nunca. Enquanto eu estiver vivo, farei de tudo para te ver.

Em um movimento rápido, Yan me beijou — um pouquinho mais para a direita da boca — com certo desespero e paixão.

Tomei um leve sustinho mas retribuí, colocando as mãos em seu cabelo.

— Jasmim?

— Vai — falei, me afastando dele.

— Eu te amo. — E deu-me mais um beijo rápido.

— Eu também te amo. — O beijei.

Yan se afastou e, antes de sair pela janela, me olhou uma última vez. Depois saiu de vista.

Corri para a porta e a destranquei. As duas entraram.

— Sentimos muito, seu pai nos apressou.

— Tudo bem, vocês não têm culpa — falei com um ar de cansaço.

Elas começaram a ajudar a me arrumar, enquanto eu chorava baixinho.

Mais algum tempo depois, terminamos.

Encontrei Lili no corredor.

— Se isso não fosse uma peça, hein. — Ela riu.

— Está bom?

— Claro. Maravilhoso.

Olhei ao redor. Yan estava conversando com a professora Aline. James estava conversando com Erica, andando até nós.

— Vamos? Ou você se atrasa. — Lili me puxou.

— Sim. — Olhei para trás.

Tchau, Yan...

Andamos para fora. Nos despedimos de James e Erica e fomos para o dormitório.

— Bruna!

No meio do caminho, olhei para trás. Era Yan.

— Te espero lá em cima. — Lili sorriu e saiu andando.

Meu estômago deu um salto.

Yan chegou perto e estendeu o livro que ele levava. O olhei sem entender.

— Você disse que queria emprestado, não é?

— Disse — falei sorrindo. — Mas vou pra casa, não tem problema?

— Não. Pode levar. É só não esquecer lá — falou brincando.

— Não vou. — Peguei o livro. — Obrigada.

— Por nada.

Nos olhamos. — ... Você vai embora hoje?

— Vou. Daqui a pouco. Você também, né?

— Sim...

— Ah... Boa viagem, então.

Sorri. — Pra você também.

Yan deu um passo à frente e beijou meu rosto, me abraçando.

Internamente, eu estava pulando. O abracei pelo pescoço, sentindo seu perfume uma última vez, e nos soltamos.

Acenamos, e eu andei rápido para o dormitório.

Lili me esperava em meu quarto, já com a mochila dela. Peguei minhas coisas e descemos, enquanto eu contava o que tinha acontecido.

O pai de Lili já estava esperando, e gentilmente me levou até o terminal.

Abracei Lili e me despedi dos dois. Peguei minha mala e fui para o terminal.

Entreguei minha mala maior para o cara guardar e fiquei com a mochila.

Entrei no ônibus e peguei meu lugar. Faltava pouco para sair.

Lá vou eu.

Peguei meu celular e pluguei os fones. Coloquei Queen para tocar. Fiquei olhando o movimento do lado de fora. Enquanto todo mundo vinha para o litoral, eu ia para a cidade.

Senti o motor sendo ligado, e depois alguém sentando do meu lado.

E depois, meu fone esquerdo saiu da minha orelha. Olhei para baixo, mas vi que o fio estava sendo puxado.

Virei o rosto para a pessoa que estava o puxando.

Queen, hein? — Sorriu.


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Notas finais do capítulo

É um carinho e depois um tapa xD

O que vocês acham que tem que acontecer com a Lili e o Júlio? Ainda não sei o que farei com eles.

Espero que estejam gostando! Até o próximo!



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