San Peter: A Escola dos Mimimis Amorosos (Vol.1) escrita por Biax


Capítulo 28
Parabéns Para O James + Assoprando Velinhas




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Terminamos algumas lições do dia, e começamos as que teríamos que mostrar amanhã.

Descemos, encontramos os garotos e fomos tomar café. Enrolamos um pouco, e arrastei James para o auditório um pouco mais cedo que de costume. Estava ansiosa para que Lili contasse nosso plano ao Júlio logo.

Haviam algumas pessoas sentadas, e os professores estavam na beirada do palco, como de costume. Pegamos nossos lugares e esperamos.

Pouco depois, vi pelo canto de olho Yan vindo. E vi a cara de assustados dos professores quando viram o braço dele. Perguntaram o que tinha acontecido, Yan explicou, e disse várias vezes que estava bem para ensaiar. E após isso, ele sentou do meu lado.

James perguntou como ele estava, e continuou dizendo que estava bem.

Erica chegou, nos cumprimentou com um aceno, e sentou-se ao lado do James.

— Obrigado por ter ficado comigo hoje mais cedo. — Yan disse baixo.

O olhei. — Ah, por nada... Está mesmo bem? Não está sentindo dor?

— Estou bem, não sinto nada. Só se eu levantar o braço rápido, aí dói um pouco. Mas ninguém deixou eu me mexer. Não me deixaram fazer educação física e nem participar do treino. Fiquei só olhando.

— Nossa, o treino! Como você vai fazer?

— Espero ficar melhor logo. Ou vou ter que sair do time... Mas isso não vai acontecer. Vamos jogar um contra o outro — disse confiante. — E minha sala vai ganhar, claro. — Brincou.

Sorri. — Não conte com isso. Nossos treinos são pesados.

— Os da minha sala também são. Não pude jogar mas fiquei de olho na minha equipe.

— Então boa sorte — provoquei.

— Igualmente. — Sorriu.

Nas cenas de Jasmim e Heitor tomei cuidado para não encostar no braço de Yan.

A história estava evoluindo. Já estávamos próximos do casamento de Jasmim e Gregório. Estávamos fazendo as cenas em que Jasmim chorava por todos os cantos, inclusive nos braços de Heitor.

Começamos uma nova parte, onde Jasmim começava a cair na real que teria que parar de se encontrar com seu amado — e meu também –, e teria que dar um basta naquela situação.

Em uma noite, a alguns dias do casamento, em um dos seus encontros de madrugada, Jasmim e Heitor estavam em uma clareira que só eles conheciam, perto da casa onde Jasmim morava com seus pais.

Yan e eu estávamos sentados no chão do palco. Eu estava encostada em seu peito, e seus braços me cercavam.

— Heitor... Não podemos mais adiar isto.

— O que quer dizer?

Me endireitei e o olhei. — Não podemos mais nos encontrar. Você sabe que o casamento está chegando. — Olhei para baixo.

— Eu não quero me lembrar disso... — Ele segurou minhas mãos.

— Mas precisamos! — Me levantei rapidamente. — Não adianta continuar fingindo que nada está acontecendo.

Yan levantou e me abraçou. — Não posso sequer me imaginar sem você — disse triste, encostando sua testa na minha.

Isso era para ter sido um beijo, mas né.

Me concentrei, tentando me sentir triste como Jasmim estava. — E-eu sinto muito... — O olhei, já sentindo as lágrimas se formando, tentando fazer a voz meio embargada.

— Por que está dizendo isso? — indagou, desesperado e segurou meu rosto com as mãos.

— Não podemos mais nos encontrar.

— Não diga isso Jasmim...

— Se alguém descobrir estaremos acabados, Heitor. E para você será pior.

— Jasmim, por favor...

Senti algumas lágrimas escorrendo. — Por favor... Heitor... Não me procure mais. Assim será melhor para nós dois.

— Não! Jasmim, por favor, eu te imploro! Podemos fugir juntos...

— Você sabe que não temos como ir para longe. Iriam nos achar cedo ou tarde... — Me soltei de suas mãos e tentei dar um sorriso triste. — Adeus, Heitor... — Comecei a me afastar.

— Não! — Ele tentou me segurar, mas corri.

Yan ficou parado, parecendo assustado.

Parei de correr quando entrei na parte escura do palco, onde ninguém mais conseguia me ver.

— Corta! — Ouvi a prof. Beatriz falando.

Olhei para Yan. Ele estava passando a mão nos olhos.

Enxuguei minhas lágrimas e voltei ao centro do palco. — Você está chorando? — perguntei a prof. Eduarda, com um tom de brincadeira.

Ela sorriu. — Vocês são bem convincentes.

Sorri, e vi que Yan também gostou do elogio. Olhei para a frente. Erica estava secando seus olhos, e James estava meio sério. Não dava para saber se ele estava concentrado em não chorar ou outra coisa.

Repassamos mais algumas cenas anteriores, e saímos do teatro conversando, eu, James, Erica e Yan. Encontramos Lili e Júlio no caminho e fomos ao refeitório. Nos separamos após pegar a comida.

Olhei para Lili, e ela deu um leve aceno de cabeça, confirmando que o plano estava indo bem.

***

Na terça, tivemos nosso treino de vôlei. Na quarta, teve ensaio e quinta treino de novo.

Após o jantar, Lili e eu ficamos em meu quarto.

— Você acha legal avisarmos a Erica? — Lili me perguntou.

— Amm... Não sei. Você quer avisar?

— Acho que não. Queria que fosse só a gente, sabe?

— É, eu também.

— Eu já peguei o dinheiro com o Júlio. Agora é só mandar ver.

 

Na sexta de manhã, demos parabéns para James, junto com um abraço apertado.

Tentei ficar mais quieta — fingindo estar mal — e James reparou. Perguntou se eu estava bem, e eu falei que estava com dor de cabeça.

Claro que ele sempre perguntava como eu estava, e sempre falava para ir a enfermaria. E eu falava que não.

Depois do almoço, subimos, animadas. Esperamos a mensagem de Júlio.

Mais ou menos cinco minutos depois, ele mandou a mensagem dizendo que estava limpo. Juntamos nosso dinheiro, Lili deu uma quantia e eu outra.

Descemos rápido. Atravessamos o jardim e o refeitório, deixamos nossos nomes na secretaria e saímos da escola.

Lili guiou o caminho. Andamos uns dois minutos e fomos a padaria. Ficamos na dúvida do que levar, mas pegamos uma caixa de cupcakes de cenoura com brigadeiro.

Fomos a um mercadinho, na mesma calçada, e compramos uma caixinha de velas pequenas azuis e uma caixinha de fósforos.

Voltamos, passando pela secretaria e refeitório de novo e entramos no jardim, indo em direção ao dormitório.

Lili parou bruscamente, me puxando para trás de uma árvore. — Caramba, Júlio! — cochichou. — Não era pra eles estarem aqui.

Olhei para onde Lili olhava. Eles estavam na nossa mesa. — E agora?

O caminho a nossa frente era mais aberto, então se passássemos, James — que estava de frente ao caminho — nos veria.

— Agora ferrou. Não tem como passar sem ele nos ver com a sacola.

— Só se dermos a volta e já levarmos os bolinhos com a vela.

— Que saco. Queria tanto fazer tudo com calma... Vamos então.

Voltamos à frente do refeitório e demos a volta, indo pelo outro lado do campus. Olhamos a mesa onde eles estavam e paramos em uma próxima, mas meio escondida.

Abri a caixa dos cupcakes e Lili colocou uma vela em cada. Acendemos as velinhas e deixamos a caixinha dentro da sacola.

Peguei a caixa e corremos até a mesa deles. Fiquei atrás de James, e rapidamente a coloquei na mesa a frente dele, já o abraçando.

— Parabéns de novo! — berramos juntos, e Lili se juntou ao abraço.

— Ai, caramba... — James disse surpreso, olhando para os bolinhos.

— Faz um pedido. — Lili disse sentando do seu lado direito.

Me sentei do outro lado dele.

James olhou para nós, sorrindo, e se concentrou nas velinhas. Pensou um pouco e assoprou uma de cada vez. — Vocês são incríveis.

— Você quis estragar nosso plano. — Lili acusou Júlio. — Você sabe o que significa a palavra distração?

— Ele quis vir pra cá! Se eu não deixasse ia perceber. Eu tentei, mas ele quis descer. Reclama com ele que não ficou quieto.

— Tudo bem, não precisam brigar. — James riu. — Vocês me pegaram de surpresa. Era essa a ideia, não é?

— Foi ideia da Bru comprar os bolinhos para você assoprar as velas.

James me olhou e bagunçou meu cabelo.

— Pelo jeito vocês querem matar ele, né? — Júlio perguntou.

— Por quê?

— Pra onde você acha que vai esse açúcar todo?

Lili tapou a boca, como se tivesse esquecido de algo. — Ai meu Deus, James...

James colocou a mão por cima da dela, que ainda estava em cima de sua boca. — Eu não vou comer tudo isso sozinho, então relaxa aí.

Ela parecia sentida, mas a mordida que James deu no bolinho a fez sorrir de novo.

— Estão esperando o quê? — perguntou, lambendo os dedos. — É um pra cada um.

Nós três pegamos os bolinhos e comemos com muito gosto. Estava maravilhoso.

— Como eu estava falando pro Júlio — disse ao terminar de comer —, minha mãe me ligou e quer fazer uma festa pra mim, amanhã à noite. Exijo que vocês vão.

— É claro! — Lili disse. — A Bru pode ir pra minha casa hoje, né? — Me olhou, animada.

— Claro.

— Ótimo. Vai começar lá para as seis. Mas eu queria que vocês passassem a noite lá. Seus pais deixam? — Perguntou a Lili.

— Sim. Como eles te conhecem, deixam sim.

— Vai ser bem legal!

Após conversamos mais um pouco sobre a festa, subimos. Peguei meu celular e liguei para minha mãe.

Contei as novidades e falei que ficaria na casa da Lili, e da festa do James. Fiquei um bom tempo ouvindo tudo o que ela tinha pra falar, e só fui desligar quando estava na hora do café.

Depois de comer, Júlio foi pra casa, e nós três fomos para o ensaio. Lili sentou-se na segunda fileira, atrás de nós.

Continuamos com as cenas seguintes e se a Lili visse a última cena, com certeza iria chorar também. Em uma delas, eu e Yan ficamos de fora e fomos nos sentar.

— Que milagre sua amiga quis assistir — comentou Yan baixo, antes de sentarmos.

— Pois é. Ela tinha medo de ser expulsa.

Ele riu. — Vai pra casa dela?

— Vou. Amanhã vai ter uma festa na casa do James.

— Festa do quê?

— Aniversário dele. É hoje, na verdade, mas a festa será amanhã.

— Ah é? Não sabia. Vou dar os parabéns depois.

— E você vai fazer o que depois?

— Vou ficar aqui. Ou talvez vá para o Gabriel. Não sei ainda.

Se a festa fosse minha, com certeza te chamava...

Acabamos ficando mais um tempo do que o previsto naquela cena, e não voltamos ao palco.

Yan deu parabéns à James, e se despediu de mim com um beijo no rosto.

Lili e eu fomos ao dormitório e terminamos de arrumar nossas coisas. Descemos um tempo depois, já que o pai dela havia chego, e fomos para a casa dela.


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