San Peter: A Escola dos Mimimis Amorosos (Vol.1) escrita por Biax


Capítulo 68
Campeonato Regional + Banheiro


Notas iniciais do capítulo

EI PESSOAS! TUDO BOM?

Espero que gostem desse capítulo!

Boa leitura!



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Em todos os momentos em que ficávamos em um lugar diferente, eu sempre olhava para todos os lados como se estivesse fugindo.

Bem, na verdade eu estava.

Felizmente não tive tempo de ficar à toa. Semana de provas, estudo, treino... Só vi Yan de longe, mas ainda assim tentava não olhar muito.

Passei o fim de semana na casa da Lili. Na outra semana, eram os dias de recuperação, que eu não precisava me preocupar.

Eu estava preocupada com o campeonato regional, que começaria na quinta. E com o Yan também, claro.

Trinamos bem nos dias restantes.

A professora Eliza ficaria responsável por nós no “passeio”. As sete e meia iriamos pegar o ônibus e ir pro mini estádio.

Acordei feliz e nervosa na quinta. Feliz porque pelo menos lá eu não precisaria ficar fugindo do Yan, e nervosa pelo motivo óbvio.

Se jogar contra pessoas de outra sala já era difícil, imagina pessoas de outra escola.

Eu sabia que a nossa sala também ia, mas comecei a estranhar quando mais pessoas ficaram no refeitório depois que o sinal da primeira aula tocou.

— Bru. — James virou pra mim. — Tá vendo aqueles dois caras sentados na mesa atrás do Yan?

QUÊ? O YAN VAI...?

Olhei pro fundo, para ele, junto de Mateus e Gabriel, claro. Olhei os outros dois logo atrás.

— Tô vendo.

— Aquele de óculos é o Edu que te mandou o recado — explicou, rindo.

Senti a cara ficando quente ao lembrar.

Pelo menos esse Edu parecia ser legal. Seus óculos eram levemente retangulares, e seu cabeço escuro, mais cheio em cima. Ele tinha um brinco de argola pequeno na orelha esquerda e...

— Ele é japonês ou eu não tô enxergando direito?

Lili olhou pra nós. — De quem vocês estão falando?

Apontei discretamente e falei quem era.

— Uuh... bonito, hein.

— Ele é sim... — James continuou. — É mestiço que fala, né? Só sei que o pai dele é japonês.

— E como você conheceu ele?

— Ele era amigo de um amigo meu que saiu da escola. Vez ou outra a gente conversava.

— Mas não tem outro Eduardo na sala dele? — Lili questionou.

— Acho que não. Só pode ser ele.

Olhei de novo pra ele. É, ele é bonito.

— Você viu o que o Yan fez? — Lili cochichou no meu ouvido.

— Não, o quê? — A olhei.

— Ele viu que você estava olhando pra lá, mas viu que você não tava olhando pra ele, então ele olhou pra trás, pros dois lá, e virou de volta com uma cara de quem não tava entendendo nada. — Riu.

Acabei rindo e olhei de novo. Mas virei com a cara vermelha.

Tanto Edu quanto Yan estavam olhando pra cá.

— O Edu riu e o Yan olhou pra ele de novo. — Riu baixinho, abaixando a cabeça.

— Será que ele vai?

— Quem?

— Esse Edu.

— Pelo jeito vai. Por quê? Esqueceu o Yan já?

— Não fala besteira. É mais um pra me fazer passar vergonha.

— É só ignorar. — Deu de ombros.

— É claro — comentei irônica.

Pouco depois, Eliza apareceu e fez a chamada da nossa sala. Saímos primeiro e subimos no primeiro ônibus, que era só pra gente.

Obrigada!

Claro que o time se destacava. No dia anterior, a professora tinha nos dado o uniforme que usaríamos.

As peças dos meninos e meninas eram iguais, com exceção do tamanho do tamanho, claro. Era uma camiseta azul escuro, com a gola e alguns detalhes no ombro dourados/amarelos. Atrás, nas costas, tinha o número e perto da nuca, o brasão e o nome da escola. O short também era azul e com um risco dourado na lateral.

Todos estavam tão ansiosos...

Demorou vinte minutos para chegar. O lugar estava cheio de ônibus escolares e pessoas.

Vimos outros times de escolas, alguns ficavam nos encarando. Talvez tentando botar medo.

Entramos, atravessamos um espaço aberto grande e entramos na construção gigante. Logo saímos debaixo da arquibancada.

A professora nos fez sentar perto da entrada e sumiu. O resto do povo foi aparecendo e sentando nas cadeiras mais para cima.

Quando vi Yan, comecei a falar com Lili. Idiota, eu sei,

Um pouco depois, Eliza voltou e disse que tinham feito o sorteio das escolas. Pelo menos dessa vez jogaríamos na segunda rodada.

As duas primeiras escolas começaram a jogar, e perto do final a professora nos tirou das cadeiras.

Todos ali da nossa escola gritaram “boa sorte”. Seguimos, nervosos, para um espaço entre a quadra e as arquibancadas.

Ainda faltavam uns minutos por jogo acabar, então resolvi ir no banheiro. Avisei a professora e fui procurar por um.

Andei pelos corredores, não muito cheios, procurando alguma placa.

— Ei, tá perdida? — Alguém tocou meu braço.

Uma garota tinha parado do meu lado.

— Não, tô procurando um banheiro.

— Ah, eu acabei de sair de um, quer que eu te mostre onde é?

— Ah... bom, se quiser. Não vou te atrapalhar?

— Não, meu jogo vai demorar. Vem. — Começou a andar.

Andamos, subimos uma leva de escada e andamos mais um pouco.

— Demorou, mas chegou. — Ela riu, parando na frente da porta do banheiro.

— Nossa, obrigada. Eu nunca ia achar sozinha.

— É que eu venho aqui desde pequena, conheço esse lugar igual a palma da mão. Quer que eu te espere pra voltarmos juntas?

— Precisa não. Obrigada de verdade. — Sorri.

— Por nada. Até mais.

— Até.

Empurrei a porta e entrei. Estava vazio e pude escolher qualquer cabine. Esvaziei a bexiga, aliviada, e sai.

Lavei as mãos e apertei o elástico do meu rabo de cavalo.

Respirei fundo e abri a porta.

Tentei.

Puxei a maçaneta em forma de barra, mas ela não se mexeu.

Não, por favor...

Comecei a bater na porta.

— OOI! SOCORRO! ALGUÉM ME AJUDA!

Tentei puxar de novo e nada. Bati na porta mais um milhão de vezes.

Parecia silencioso do lado de fora.

Aquela menina me trancou aqui! Não acredito!

Pelo amor de Deus!

Olhei ao redor, procurando uma saída, uma janela... Mas nem isso tinha.

Passei a mão no rosto, sentindo os olhos enchendo de água.

Droga, droga, droga.

Além de perder o jogo, só Deus sabe quando alguém vai me achar.

Sentei no banco que havia de frente pra porta e apoiei os cotovelos nas pernas, e a cabeça nas mãos.

Por favor, alguém abre essa porta! Yan, me ajuda!

Algumas lágrimas escorreram, e eu não tinha o que fazer.

Parecia que muito tempo e nenhum tinha passado. Eu já estava abraçada com as pernas pra tentar me esquentar.

Aquele banheiro era muito gelado.

Encostei a cabeça na parede atrás de mim e fechei os olhos.

Um barulho muito baixo ecoou e eu levantei, batendo na porta.

— ME AJUDA!

Alguém devia estar perto. A voz ficou um pouco mais clara.

— Bruna! — Alguém me chamou, ao longe.

— EU TÔ AQUI! ME AJUDA! — Bati mais na porta.

Um pouco de silencio. Droga!

— Bruna? — A voz chegou perto.

— Me ajuda! Eu tô presa!

— Se acalma, eu vou chamar alguém. Espera um pouco.

Respirei tão aliviada que outras lágrimas escorreram.

Me sentei de novo, já que estava demorando.

Eu achei que era o Yan, mas não era ele. Eu não reconheci aquela voz.

Provavelmente a professora colocou todo mundo pra me procurar.

Eu estava tremendo de frio quando um barulho de chaves estava perto da porta. Levantei, e ela abriu. Corri pra sair.

— Bruna! — Olhei e era Edu, aliviado. — Você tá bem? — Segurou meu ombro.

— S-sim. Eles estão jogando ainda? — perguntei, apressada.

— Estão no segundo set, eu acho. Vamos. — Ele agradeceu a pessoa que abriu a porta e saímos.

Andamos rápido. Sequei meu rosto com as mãos.

— Como você ficou trancada lá?

— Uma menina me trancou. Ela me ajudou a achar o banheiro e me trancou lá! — Me abracei, tentando esquentar os braços.

Ele suspirou, parecendo irritado e tirou o casaco, me passando. — Toma, usa por enquanto. — Sem pensar, o peguei e vesti. — Todo mundo começou a te procurar igual louco. Estão procurando ainda.

— Que droga — choraminguei. — Obrigada por me achar. Eu estava entrando em desespero.

— Ainda bem que eu te achei... A menina te levou no banheiro mais afastado — comentou, bravo. — Me fala quem é que eu acabo com ela.

Eu até poderia falar, mas ia sobrar pra você depois.

Chegamos no ginásio e eu olhei ao redor. Vi meu time na quadra e olhei pro time adversário. Não consegui ver a menina, mas... o uniforme era o mesmo.

De repente senti alguém me abraçando com tudo.

— Onde você estava?! Tem noção de como eu estava?! — Eliza berrou na minha cabeça.

— Ela estava trancada no banheiro. — Edu explicou por mim.

Ela me soltou. — É sério? Como?

— U-uma menina me trancou. — Apontei pra quadra. — Eu sinto muito, prô, eu não queria... — Minha voz saiu trêmula.

— Tudo bem. — Me abraçou de novo, aliviada. — O importante é que você está bem. Eu vou cuidar dessa peste que te prendeu.

— Será que dá pra eu ir jogar?

Ela olhou pra quadra. — Já está no final do set... Se eles conseguirem ganhar, você pode entrar. Eu vou tentar resolver isso e avisar os outros. — E saiu.

Respirei, xingando aquela menina pela milésima vez. Senti uma mão no meu ombro. Olhei pro lado.

— Se a professora não resolver, eu resolvo. — Edu disse.

Acabei dando uma risadinha. — Obrigada, herói — brinquei.

Ele riu e veio me abraçar. — Avante, vingadores!

Não entendi, mas ri e o abracei.

— Bru!

Assim que me afastei, Lili pulou em mim. — O que aconteceu?! — Se afastou pra me olhar.

James também veio me abraçar, e vi Yan, Mateus e Gabriel vindo até nós. Yan parecia estar irritado e aliviado ao mesmo tempo.

Expliquei de novo o que aconteceu, e eles ficaram revoltados.

— Deixa essa praga comigo! — Mateus esbravejou.

— Entra na fila porque ele tá na frente. — Apontei pro Edu.

Pareceu que todos o notaram só agora. Ele ficou sem graça.

— Cheguei primeiro. — Deu de ombros.

Lili levantou uma sobrancelha, me olhando.

— Quem tá ganhando? — Tentei ver o placar, mas estava longe.

— A outra escola ganhou no primeiro set. — Edu disse olhando pra lá. — Agora a nossa tá com mais pontos.

— Ganhem, por favor. Eu quero jogar — murmurei.

— Levanta as mãos. — Ele disse, levantando os braços.

O olhei sem entender.

— Nunca viu Dragon Ball? As pessoas mandando energia pro Goku e tal...

— Ah...! — Comecei a rir e o imitei, levantando os braços. — Será que funciona na vida real?

— Vamos descobrir daqui a pouco. — Deu risada.

Genki Damaaaa! — Mateus se juntou a nós. — Vamos acabar com aquela megera!

Ri mais ainda, me sentindo melhor, e olhei pra trás.

Lili nos olhava como se fossemos doidos. James estava só rindo. Yan e Gabriel só olhando, mas Gabriel parecia achar mais graça.

Ouvi o sim do apito e um barulho de comemoração, e olhei pra quadra.


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Notas finais do capítulo

AAAAAAAAA GENTEEEEE

O que vocês acharam? Ficou com cara de novela mexicana, fala aí! kkkk

Eu sei que vocês estão desejando a morte para aquela menina das trevas. Eu também tô :v

Bom, é isso! Quero saber o que vocês acharam! Beijocas e até o próximo capítulo o



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