San Peter: A Escola dos Mimimis Amorosos (Vol.1) escrita por Biax


Capítulo 61
O jogo do século + Poemas + Lista


Notas iniciais do capítulo

OIE PESSOAS! Estou aqui porque decidi postar um capítulo bônus :B
Afinal de contas, é o jogo do século, como diz o James! xD

Boa leitura!



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O jogo começou. O outro time deu o saque.

A Sabrina defendeu. Fiz o levantamento e o Vitor cortou.

Júlio pulou e defendeu a tempo, mas a bola escapou.

Quando achei que já íamos marcar o primeiro ponto, a Bruna surgiu, parecendo flutuar no chão por alguns segundos antes de salvar a bola com o braço direito.

Assim que a bola tocou no braço dela, ela foi ao chão, já levantando e sempre de olho no objeto.

Pisquei e ela já estava de volta no lugar.

Como que...

— Yan!

Olhei para cima a tempo de ver a bola quase na minha cara.

Abaixei e consegui jogá-la para cima.

Quase levo uma bolada na cara...

A bola foi para o outro lado e olhei para a Bruna.

Eu sabia que ela era rápida, mas vendo de perto o negócio ficava mais sério.

Presta atenção no jogo, Yan.

***

Eu me sentia tão habilidosa fazendo essas defesas dramáticas!

— Yan! — Ouvi alguém falar alto.

Olhei a tempo de ver Yan abaixando e jogando a bola pro alto.

Ele quase se machucou.

Depois daquilo, ele pareceu ficar mais esperto. Mas eu estava não olhar pra ele. Não muito.

1º Set – 1ºA – 25 x 23 – 2ºB

 

 

 

 

 

 

 

 

 

2º Set – 1ºA – 25 x 19 – 2ºB

O apito soou quando a bola caiu no chão do outro time.

Ouvi berros e palmas como se já tivéssemos ganho.

Espera, ganhamos já?

Olhei ao redor e meu time estava comemorando. Me juntei a eles.

Vi o outro time. A menina que fazia a defesa estava esfregando os braços.

Tadinha. O Júlio não perdoava nos cortes dele.

Ficamos em fila, e como vi que o Yan era o último, fiquei no final.

Apertei a mão de todos, e logo estava segurando a mão dele. Apesar de ter perdido, ele parecia feliz.

— Parabéns. — Sorriu.

— Obrigada. — Sorri e o puxei para a minha quadra.

Ele não entendeu o que eu estava fazendo, até eu me abaixar e o puxar para o chão.

Yan riu e deitou do meu lado.

— Pronto, meio desejo realizado pra você — disse o olhando.

Balançou a cabeça, sorrindo. — Obrigado, eu não ia lembrar de fazer isso.

— Eu disse que ia ganhar. — O provoquei.

— É, fazer o quê. — Levantou e estendeu a mão para mim.

A peguei e ele me levantou. — Você jogou muito bem.

— Não mais que você. Você é muito rápida.

— Achou que eu estava brincando quando disse que treinava pesado?

— Mais ou menos. — Me cutucou com o cotovelo.

Nos separamos na escada. Ele seguiu e eu fui até meus amigos.

— E eu ainda fico impressionado com você — James disse sorrindo.

— Ah, eu sou demais. — Dei de ombros, rindo.

— Desculpa aí, jogadora profissional. — Lili riu, me puxando para as escadas.

— Desculpo sim.

Encontramos Júlio e seguimos juntos para o jardim.

No dia seguinte, a sala do Viktor jogou e ganhou.

Será que tem chance de jogarmos na final?

Quinta-feira foi o último jogo, e na sexta, fizeram outro sorteio, e de novo, pegamos o primeiro jogo, contra o 1º C, e seria na segunda.

Decidi ficar na escola, e no ensaio Yan disse que iria pra casa do Mateus.

Bem, fazer o quê, né?

No sábado, fui almoçar já com alguns materiais. Iria direto para a biblioteca fazer algumas lições.

Deixei os cadernos em uma mesa vazia e fui procurar o livro de história e de português.

Peguei o de história e fui pra outra seção. Achei o de português, e do lado dele havia um livro que não era dali.

O peguei e olhei. Era um livro de poemas e poesias.

Ia deixa-lo no lugar, mas decidi leva-lo para a mesa. Ia ler depois.

Fiquei uma boa hora fazendo tudo de português. Decidi dar uma pausa.

Peguei o livro de poemas. Eram diversos tipos, classificados por temas: Amor, amizade, família... De vários autores diferentes.

Abri em uma página aleatória e me deparei com um texto.

“O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar. 
Sabe bem olhar p'ra ela, 
Mas não lhe sabe falar. 

Quem quer dizer o que sente 
Não sabe o que há de dizer. 
Fala: parece que mente 
Cala: parece esquecer 

Ah, mas se ela adivinhasse, 
Se pudesse ouvir o olhar, 
E se um olhar lhe bastasse 
Pra saber que a estão a amar! 
Mas quem sente muito, cala; 
Quem quer dizer quanto sente 
Fica sem alma nem fala, 
Fica só, inteiramente! 

Mas se isto puder contar-lhe 
O que não lhe ouso contar, 
Já não terei que falar-lhe 
Porque lhe estou a falar...”

Fernando Pessoa.

Uau... e esse?

Quem sabe um dia não mando pro Yan...

Pff até parece. Mas não custa sonhar.

Arranquei uma folha do caderno, tirei as rebarbas e comecei a escrever.

“Yan...”

E escrevi o poema. No canto da folha, assinei com um “B.”

Suspirei.

Chega de sonhar.

Dobrei a folha e deixei no meio do caderno e voltei as lições.

Terminei, e enrolei até o café, lendo o resto dos poemas.

Desci, comi e voltei para o dormitório. Cumprimentei as tias da faxina que estavam no corredor e fui pro quarto.

O fim de semana passou e logo estávamos indo para mais um jogo.

Eu não estava tão nervosa, não sei o porquê.

Jogamos bem e ganhamos do 1ºC por dois sets. Mas apesar disso, eu fiquei um caco de ser humano,

Suada, vermelha, de cabelo sujo...

Puxei logo Lili pro dormitório, torcendo para o Yan não querer conversar comigo.

— Bru!

Ah não...

Me virei e vi Gabriel se aproximado sozinho. Ele chegou perto.

— Belo jogo!

— Valeu. — Sorri.

— Então... Eu e o Mateus estamos planejando fazer uma festa surpresa pro Yan. Não nesse fim de semana, no próximo.

— Festa surpresa...?

— Sim, dia 4 é aniversário dele. — Uau! — Então claro que você não pode ficar de fora, né? Você vem? — perguntou animado.

— Ah... claro.

— Aê! Eu vou te informando conforme arrumarmos tudo. Segredo, hein?

— Lógico. — Sorri. — Obrigada por avisar.

— Por nada. Você pode ir também, se quiser — falou para Lili.

— Claro, obrigada. — Ela respondeu.

Gabriel balançou a cabeça e acenou, se afastando. Voltamos a andar.

— Meu Deus, preciso comprar um presente pra ele...! Mas... o que posso comprar?

— Você não sabe o que ele pode gostar?

— Mais ou menos... E agora?

— Tenta descobrir hoje no ensaio... Ou eu posso perguntar pros dois sobre o que ele gosta.

— Isso! Valeu, Lili! — Agarrei o braço dela.

Mais tarde, fomos para o auditório. Os três estavam lá, e sentamos na fila debaixo deles.

Ficamos conversando até a professora Eduarda chegar, e ela subiu ao palco, mas não chamou ninguém.

— Oi, gente! Olha aqui, óh, todo mundo. — Bateu palmas. Todos ficaram quietos. — Estamos indo muito bem, felizmente. Alguns não sabem, mas sempre paramos com os ensaios na primeira semana de Junho, por causa das provas finais e tudo. Pra vocês terem tempo suficiente para estudar. Então contando hoje, teremos mais seis ensaios. Parece muito, mas não é... Bom, então quero que vocês peguem do começo, ok? Vamos começar uma simulação do dia da peça. Quero que vocês atuem como se fosse o grande dia, tá? — Houve um coro de “tá”. — Então vamos!

Levantei junto com vários alunos e olhei pra Lili. Trocamos olhares e ela balançou a cabeça.

Então começamos desde o começo.

Quando eu não aparecia em alguma peça, ficava de canto e olhava para onde ela estava.

Sempre virada para trás, conversando com os meninos. Mas eles pareciam gostar da conversa, pois estavam sempre sorrindo.

Só espero que ela seja discreta... O que acho difícil.

Assim que fomos dispensados, Lili levantou e me esperou na escada.

— Rápido. — Me puxou para fora.

— Que foi?

— Eu preciso anotar tudo o que eu recolhi de informação.

Corremos para cima e fomos para o meu quarto.

— Anota o que eu falar.

Rindo, peguei o primeiro caderno que vi e abri numa página aleatória. Peguei uma caneta e a posicionei no papel.

— Ela gosta de Metallica, é fanzaço, mas tem várias camisetas e os CDs. Então você pode procurar outra coisa da banda.

Anotei.

— Ele gosta de ler, mas isso você já sabe... Ele gosta de canetas, acredita? — Fiz cara de “quê?”. — É, os meninos falaram que ele tem muitas canetas, principalmente aquelas de ponta fina. E várias do tipo nanquim também.

É claro, ele desenha. Como não lembrei disso?

— Ele coleciona cadernos tipo sketbook. Os meninos falaram que ele tá aprendendo a mexer com aquarela, então você pode dar um bloco de folhas próprias pra aquarela.

— Aham... — Continuei escrevendo.

— Lápis grafite... Eles falaram... 4B, 6B... Não sei o que isso significa, mas ok. Estilete, falaram, ele precisa de um.

Eita... — Lili, quando eu vou conseguir comprar isso?

— Podemos ir no fim de semana, tem uma papelaria mais ou menos perto de casa. Ah, eles falaram que o Yan precisa de cuecas.

— Quê?! — Ela gargalhou e eu ri. — Você acha que eu vou dar cueca pra ele?!

— Ué, eles que falaram! Ah, ele precisa de uma pasta pra colocar os desenhos soltos dele e...

Lili continuou com a lista. Deu frente e verso de uma folha.

Quando acabou, a arranquei, tirei as rebarbas e a deixei no meio do caderno, dobrada.


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Notas finais do capítulo

Quem ficou feliz aí levanta a mão o/

Logo será aniversário do nosso crush eterno, querido e geminiano Yan :3 O que será que a Bruna vai dar pra ele? -qqqq

Espero que tenham gostado desse capítulo bônus, até sexta o/