San Peter: A Escola dos Mimimis Amorosos (Vol.1) escrita por Biax


Capítulo 46
Praia + Dois Bocós


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi! :3
Eu me inspirei em um momento da minha vida para escrever esse capítulo. Ano passado fui à praia, depois de mais de 15 anos sem ir lá. Foi emocionante :')

Boa leitura!



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Estava sentindo a brisa marítima, meio salgada. Fazia muito tempo que não respirava esse ar salgado. Que saudade.

Seguimos a rua reto, e logo chegamos. Tínhamos saído bem na lateral da praia. Se virássemos um pouco a cabeça para a direita, veríamos uma montanha de árvores um pouco ao longe: Uma ilha.

A cada passo no asfalto me fazia querer correr para a areia.

Eu nem estava prestando atenção na conversa. Só queria chegar lá logo.

Atravessamos um pedaço na calçada, cheia de areia, e finalmente pisamos na praia.

Dei mais alguns passos, afundando um pouco e tirei os chinelos.

Acho que eu estava sorrindo igual uma idiota.

Paramos mais ou menos no meio do caminho. Naquela parte da praia estava vazia, comparado com o outro lado.

Olhei para Lili e ela me olhou sorrindo.

Então, ela puxou sua blusa para cima e a largou no chão, junto com seu short. — Vamos, está esperando o quê?

Olhei para James, que deu de ombros. Júlio parecia meio tenso, olhando para o mar, como se tivesse visto algo que não devia e sentou-se rapidamente, dobrando as pernas com os joelhos na altura do queixo.

— O que você está fazendo? — Lili perguntou a ele. — Vamos nadar. — Pegou a mão dele e o puxou.

— Vão vocês primeiro, a gente espera. — Olhou para James, como quem procurava ajuda, meio desesperado.

James o olhou como se ele estivesse falando besteira, e depois, como se tivesse entendido, segurou o riso — ou gargalhada — e sentou ao lado do amigo. — Podem ir, vamos olhar suas coisas. Daqui a pouco a Bru vai sair correndo sem você. — Riu.

Lili largou Júlio e me olhou. — Anda!

A olhei, fingindo estar assustada e comecei a tirar a roupa. As deixei junto com as dela.

Ela pegou minha mão e andamos para o mar.

Antes de chegar na água, olhei para trás. Júlio estava com os olhos arregalados, falando algo com James, que estava rindo bastante com as mãos na barriga.

— O que deu nele?

Lili riu, levantando as sobrancelhas. — Prefiro não saber.

Hesitei antes de pisar na água. Olhei as ondas, que estavam lentas.

Avancei. A água estava morna.

Dei risada. Fazia um pouco de cócegas. Conforme andávamos, a água ia ficando mais fria. Paramos quando a água batia na metade das coxas.

— Tá gelada — choraminguei.

— Eu sei. — Lili riu. — A gente acostuma logo. Continua.

A cada passo era uma risada/choro.

Quando a água estava na metade da barriga, abaixei de uma vez, mergulhando até o queixo, fazendo uma careta.

Lili mergulhou, desaparecendo por alguns segundos, e reapareceu atrás de mim. — Até que não está tão fria. Já mergulhei com ela mais gelada que isso.

— Você é doida. Já veio aqui muitas vezes?

— Já. Ano passado James e eu vínhamos quase sempre. Sem contar as vezes com meus pais, mas ficávamos do outro lado.

Ficamos nadando por um tempo e depois voltamos.

Júlio estava normal, eu acho, e ele e James foram para o mar.

Estendemos nossas toalhas e nos sentamos, tomando sol.

Não estava tão calor. O sol não estava com todo seu aquecimento sobre nós.

Algum muito tempo depois, eles voltaram. James sentou do meu lado e Júlio ficou de pé.

— Hoje meus pais vão para o bar. Vocês querem ir? — Olhou para nós duas.

Bar?

— Sim! — Lili falou animada.

Júlio a olhou como se tivesse lembrado de algo de repente, e depois virou a cara para o mar.

— O primo dele que trabalha lá é lindo. — Lili sussurrou no meu ouvido.

James riu alto, e Júlio o olhou, querendo saber o porquê estava rindo.

— Nada, nada. — James falou. — Vou te mostrar uma coisa... — Me falou e levantou, estendendo a mão.

Ele me ajudou a levantar e andamos para o mar.

Paramos perto da água, e James apontou para a ilha. — Finge que eu estou te mostrando algo legal.

O olhei, rindo. — Quer dar uma de pombinho?

— Quero. — Sorriu, abaixando o braço. — Eles estão começando a me irritar.

— Por quê? — Andamos para a água e sentamos onde as ondas terminavam.

— A Lili adora provocar, e ele cai sempre. Fica bravo por pouco. Na vez que a Lili ficou doente, ele estava quase pulando no Viktor pra tirar ele de perto dela. — Deu risada. — Ele começou a ter ciúme desse primo dele, porque ele não parava de perguntar da Lili... Isso que ele nem sabe que os dois ficaram.

— QUÊ?! A Lili ficou com o primo do Júlio?!

— Sim. A última vez que viemos, ano passado. A Lili e ele já se conheciam desde a primeira vez que viemos, e ele sempre demonstrou um interesse nela, mas nunca fez nada.

— E o Júlio não sabe que o primo dele gosta dela?

— Agora sabe, mas descobriu depois da última vez. O primo dele nunca falou nada, ele é discreto, mas começou a perguntar da Lili sempre que o via.

— Mas ele não sabe que os dois ficaram?

— Não. Estávamos aqui nas férias, no final do ano. O Júlio sempre chamou atenção das meninas, e isso deixava a Lili “pê” da vida. E ele sempre ficava com uma ou outra. Naquele dia, estávamos no bar. Estava eu numa mesa, uma menina que eu tinha conhecido na praia, Lili e o Henrique, primo do Júlio. E ele tinha sumido a um tempo. Eu vi que o Henrique mexia com a Lili, fazia piadinha e essas coisas. Só vi quando a Lili deu um toque no meu ombro, me avisando que ia sair. E vi os dois indo pra praia. Detalhe que estava de noite.

— Eita. E depois?

— Júlio apareceu, perguntou da Lili e eu falei que não sabia. Aí ele decidiu ficar na mesa. A Lili apareceu uma meia hora depois e ele perguntou onde ela estava. Consegue adivinhar a resposta dela?

— Com certeza foi algo grosso.

James riu. — Sim. “Por que não pergunta pra loira falsa que você estava ficando?”. Ela estava muito brava, ele ficou nervoso e foi tudo maravilhoso.

— E depois?

— Depois a Lili sumiu de novo, e ele ficou emburrado lá na mesa. Quando ele decidiu ir procurar ela, eu fiquei junto tentando distraí-lo. Ai a Lili apareceu, junto com o Henrique e o Júlio perguntou o que eles estavam fazendo. A Lili revirou os olhos e o Henrique disse que eles estavam só conversando.

— Ele acreditou?

— Mais ou menos. Ficou desconfiado mas não falou nada.

— Então ele meio que gosta da Lili a um tempo?

— Olha, não sei. O Júlio é muito confuso. Ele começou com essas frescuras de ciúmes desde esse dia, mas ele ficou meio confuso quando brinquei que ele estava apaixonado pela Lili e não tinha percebido. Falei isso depois que começou as aulas.

— Hmm... Por isso ele ficou estranho aquela vez, então?

— Sim. Ele foi idiota. Queria esconder, mas só deixou na cara.

Sorri. — Mas foi aí que ele falou... e meio que fez a Lili falar sem querer.

— Sim. Ele ficou se achando depois daquilo, mas também ficou com medo.

— Medo de quê?

James olhou para baixo, brincando com a areia embaixo da água. — Que ele não estivesse mesmo gostando dela, depois de falar e ouvir aquilo. E também que estivesse gostando, eles ficassem juntos, mas que não desse certo. A amizade não seria a mesma.

— A Lili tem esse mesmo medo.

— Eu sei. Já conversamos disso várias vezes... Aí agora fica dois bocós se provocando.

— Você sabe dos dois lados, já tentou convencê-los a fazer algo?

— Perdi a conta já. — Riu. — Eles morrem de medo de perder a amizade. Não tentam, se provocam e nãos se deixam ficar com outras pessoas.

— Quê? Mas o Júlio ficou com alguém.

— Claro que não. Com quem? Ele teria me falado se tivesse.

— Sua prima, no seu aniversário. — James me olhou como se eu falasse besteira. — É sim. Lili e eu estávamos na cozinha quando ele e sua prima foram para a escada. — James arregalou os olhos. — Ouvimos ele conversando e... ficando em silêncio.

James me olhou, não acreditando. — Por isso vocês estavam daquele jeito. E ela tinha tirado a maquiagem porque tinha chorado, não é?

— Sim.

— Eles são dois idiotas. — Balançou a cabeça. — Ele não ficou com ela. Ele me contou o que aconteceu. Eles ficaram uma vez, mas faz tempo. Essa minha prima é meio atirada. Mas daquela vez, ele não quis ficar com ela. Ele não quis admitir, mas eu sei que foi pela Lili.

O olhei com a boca entreaberta. — Eles estavam tão bem aquele dia... E foi isso acontecer para eles se desentenderem.

— Pois é.

Olhei para trás. Júlio estava sentado ao lado de Lili, e eles estavam conversando normalmente, aparentemente. — Vamos voltar?

James olhou para trás e levantou. Voltamos.

— Está tudo em paz? — Ele perguntou quando chegamos.

— Sim. — Lili o olhou. — Por quê?

James me olhou e deu de ombros. — Só pra saber. Vão lá nadar um pouco.

Lili levantou e Júlio a seguiu. Nos sentamos no lugar deles e os olhamos entrar na água.

— E como estão as coisas com o Yan?

Gelei. Como ele toca num assunto assim?

Ele riu, antes de eu responder. O olhei, sem entender.

— Você é muito fácil de ler, Bru. Por que isso te incomoda?

Meu rosto esquentou. — Não é meio óbvio...? — perguntei baixo, sem graça.

— Eu queria que você se sentisse confortável falando de qualquer coisa comigo... Você acha estranho, né? — Balancei a cabeça. — A gente já conversou sobre isso, mas... Eu te falei, certo? Aquele dia na minha casa. Não precisa ficar preocupada, eu não vou ficar triste nem nada. Eu já esqueci, e além do mais, se eu estou perguntando é porque estou interessado, de verdade.

O olhei, hesitante, cruzando os dedos em meu colo. — As coisas estão normais. — Dei de ombros, olhando pra frente.

— Como assim normais? — Sorriu.

— Sei lá. Normais. — Ri, um pouco nervosa.

— Você nunca vai dizer pra ele?

— Não tenho o porquê dizer.

— Como não? Você pode estar perdendo tempo. Estamos perto das férias de julho e ele vai para o terceiro no ano que vem.

Mordi a pele de dentro da bochecha. — Ele não gosta de mim, não mais que amiga. E se eu falasse, ele ia ser educado e dizer que não gosta de mim, e aí só seria mais vergonha para mim.

James analisou meu rosto. — E aqueles beijos que ele te dá agora? Nos ensaios? Você concordou com aquilo?

Acabei rindo, sentindo as bochechas fervendo. — Ele não avisou antes.

— Ahá! — Sorriu. — Ele tomou a atitude?

— Sim.

— E por que você acha que ele fez isso?

— Não sei... E-ele disse que iriamos aos poucos. Acho que ele viu que eu não tomaria uma atitude e decidiu dar um empurrão.

— Pode até ser. Mas não deve ser só isso... — Olhou pra frente. — Olha!

Olhei para frente. Júlio e Lili estavam brincando, jogando água um no outro, rindo. Um pouco depois eles pararam, olhando um para o outro. Parecia que estavam com uma mão dada em baixo d’água.

Estavam conversando e rindo, próximos.

— Ai meu Deus... Agora vai? — pensei alto.

Olhamos os dois ficando mais perto... E então, Lili jogou água na cara do Júlio e saiu correndo, dando risada.

Júlio passou as mãos no rosto e saiu correndo atrás dela.

Eles correram pela praia, e Lili correu até nós, sentando entre mim e James.

— Você me paga. — Júlio parou na nossa frente.

Lili riu e mostrou a língua.

O resto da tarde passou e continuamos revezando para ir no mar.

Quando começou a escurecer, vimos o pôr do sol e voltamos para a casa do Júlio.

Decidi esperar para contar o que descobri — que Júlio não tinha ficado com a prima do James. Provavelmente a Lili ficaria meio doida quando soubesse.

Quando chegamos, os pais do Júlio estavam arrumando várias caixas com bebidas perto do portão, que estavam colocando dentro do carro.

Enquanto subíamos, Júlio disse que seu pai era sócio do bar que iriamos, e sua mãe o ajudava em tudo o que precisasse.

Eles saíram e fomos tomar banho e nos arrumar.

Eu estava levemente vermelha, e passei bastante hidratante.

Vesti a roupa que trouxe — um macacão de short bege e a mesma regata e chinelos — Lili vestiu um vestido de algodão branco, levemente bege, com uma fita na cintura e chinelos também.

James vestiu uma bermuda jeans e camiseta branca, e Júlio estava quase igual, mas de camiseta cinza.

Júlio terminou de trancar a casa e saímos rumo ao bar.


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Notas finais do capítulo

O que acharam dos dois bocós? hsuahsuahs



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