San Peter: A Escola dos Mimimis Amorosos (Vol.1) escrita por Biax


Capítulo 29
Em Busca Do Presente




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A mãe da Lili me recebeu muito bem, assim como Alex, que correu para me abraçar assim que me viu.

Depois de jantar e ajudar com a louça, subimos. Sentei em uma poltrona no quarto de Lili, com Alex no meu colo brincando com um boneco.

Lili sentou em sua cama e cruzou as pernas. — Você acha que James chamou a Erica?

— Não sei, talvez. O que você acha?

— Não sei também, mas espero que não.

— Você não gosta dela, né?

— Não é nada pessoal, mas acho que se ela fosse, ia ficar o tempo todo querendo ficar junto com James.

— Provavelmente. Por que não pergunta pra ele?

— Ah, não. Se eu perguntar ele vai querer saber o porquê, e eu não quero que ele a evite por nossa causa. Justo agora que eles estão conseguindo ficar mais juntos.

— Hmm...

— Quem está ficando mais junto?

Olhamos para a porta ao mesmo tempo. Alex desceu do meu colo e correu para lá, e Viktor o pegou no colo, o abraçando.

— É da sua conta? — Lili perguntou, levantando uma sobrancelha.

Viktor sorriu, como se ela tivesse dito algo engraçado. Talvez fosse, mas só pra ele.

Eu ficaria brava se falassem assim comigo.

— Eu sei que não é... — Alex falou algo baixo a ele, mostrando seu boneco. — Olha, que bonito. Vamos brincar com ele depois? — Alex balançou a cabeça, feliz, e pediu para descer, e voltou ao meu colo. Viktor voltou a olhar para Lili. — Eu só fiquei curioso.

— Como sempre.

— Não é um crime.

— Nessa casa é. Está lá no quadro de regras.

— Ah, é? Vou dar uma olhada depois — disse, sarcástico. Me olhou rapidamente. — Pelo jeito já tem planos para amanhã. — Cruzou os braços.

— Sim. Vamos na festa do nosso amigo, James.

— Aquele que eu fiz vocês se beijarem? — Olhou para mim.

Rapidamente o sangue subiu para meu rosto, e olhei para Lili.

Os dois riram. — Sim, ele. — Ela falou.

— Olha, eu já pedi desculpa por isso...

Balancei as mãos. — Esquece, esquece.

Ele deu um sorriso largo, divertido e sem graça ao mesmo tempo. — Tudo bem.

Peguei Lili o olhando, e um segundo depois ela olhou para suas mãos em seu colo.

— Que pena. Eu fiz alguns planos, mas tudo bem. Eu posso esperar... — Ele deu uma intensidade a mais na última parte. — Então, boa noite. — E saiu antes que respondêssemos algo.

Lili passou as mãos no rosto, fazendo uma careta e se jogou para trás, deitando.

Dei risada — Lili...

— Shh! — Sentou-se rapidamente.

A olhei, confusa.

Ela fez um sinal para Alex, e ele a olhou. Ela apontou para a porta, como se dissesse para ele ir lá.

Alex desceu e foi até o corredor, saindo de vista.

— Vai dormir aqui, Vi? — Escutamos ele perguntar.

Lili deu um sorriso de quem adivinhou um mistério.

— E-eu... Não, eu estou indo pra casa. — Viktor cochichou. — Amanhã eu venho brincar com você.

Um pouco depois, Alex voltou.

— Muito bem, Alex! — Lili estendeu a mão para ele.

Ele levantou a pequena mão, e bateu na mão da irmã, sorrindo. Subiu na cama ao seu lado e deitou.

— Você tem que ir pra sua cama. — Lili levantou.

— Deixa eu durmi aqui, pufavô.

— A Bruna já vai dormir aqui, não vai caber você.

— Eu fico quietinho. — Fez bico.

— Não é questão de ficar quietinho... — murmurou, pensando.

A cama de Lili era de casal, então ia caber nós três.

Depois de todos tomarem banho, Lili avisou seus pais que Alex estaria conosco. E, apesar de estar animado com a situação, ele dormiu bem rápido.

— Vai ser legal amanhã. — Lili disse, baixo, sonolenta. — Você trouxe biquíni?

— Biquíni pra quê?

— Tem piscina na casa do James, só não sei se a festa vai ser lá.

— Eu não tenho biquíni, esqueceu? Não na escola.

— Ah, é... — Fechou os olhos, e dormiu antes de terminar a frase.

Me senti subitamente nervosa. Não pelo fato de ter piscina lá, mas por algo que eu não sabia o que era.

Ah, não. Não inventa moda, Bruna, ou não vai conseguir dormir...

 

— Bru? — Senti alguém balançando meu ombro. — Anda.

Me virei. — Não consigo abrir os olhos... — falei arrastado, com a voz rouca.

— Eu fui boazinha e te deixei dormir até tarde, mas agora tem que levantar.

— Mais cinco minutos... — resmunguei.

— Não. Já passou o café e vai querer passar o almoço também?

— Que horas são?

— Quase meio dia.

Me sentei, esfregando os olhos. Quando os abri, vi que Lili estava arrumada. — Onde vai?

— Onde nós vamos. Depois do almoço. — A olhei, desconfiada. — Calma, vamos comprar o presente do James.

— Ah... Mas eu não trouxe dinheiro.

— Não tem problema. Meu pai me deu dinheiro.

— Mas eu queria dar um presente também.

Lili deu um sorriso malicioso. — Ele ia adorar um presente especifico que você não ia precisar comprar.

Fiz uma carranca. — Você é minha amiga mesmo?

Ela riu. — Brincadeira! Vamos comprar juntas, então o presente é nosso. — Fiz uma careta. — Não adianta fazer essa cara. Agora vai se arrumar.

Não importa o que eu diga, ela não vai mudar de ideia.

Me troquei. Um tempo depois de almoçarmos, o pai de Lili nos levou ao centro. Enquanto íamos as compras, ele ficou esperando.

Lili que conhecia o lugar, começou a andar pelas ruas.

— Já sabe o que vai comprar?

— Sim. Um CD e uma camiseta.

— CD do quê?

— Espero achar o último do Green Day. E a camiseta deles também.

Entramos em uma livraria, que vendia CDs também. Achamos o que queríamos e compramos.

Andamos mais um pouco, e Lili entrou em uma galeria com vários estandes de roupas e sapatos. Continuamos a ir para o fundo, onde havia um estande com camisetas de bandas, roupas pretas e bottons presos em um pano grande.

O cara atrás do balcão tirou os olhos de uma revista e nos olhou. — Olá.

— Oi... — Lili disse, encostando no balcão. — Tem camiseta do Green Day?

Ele pensou, e olhou o varal baixo cheio de camisetas — Não. Não vou ter. Vendi a última hoje de manhã. — Sorriu, se desculpando.

Nos olhamos.

— E agora? — Lili ficou preocupada.

— Não tem outra banda que ele goste?

— Tem, mas queria dar essa porque é a banda preferida dele... — Voltou a olhar o cara. — Tem do 30 Seconds To Mars?

Olhou de novo as camisetas. — Essa tem... — E tirou três camisetas de lá, e as colocou sobre o balcão. Eram modelos diferentes.

— Hmm... — Lili as olhou. — E agora...? — Olhou para o cara. — Eu posso vir trocar se ele não gostar?

— Claro. Só trazer a notinha.

— Certo... Qual você acha melhor? — Me perguntou.

As olhei. Duas eram brancas. Uma com o nome da banda grande, estampado no peito, e a outra tinha um triângulo com o nome da banda em baixo. A outra era preta com um crânio branco no peito. — Não faço ideia. Mas não consigo imaginar ele vestindo essa. — Apontei a preta.

— É porque você não viu o guarda roupa dele. Quase tudo ali é preto, e o resto é cinza e branco. Mas vou pegar essa, então. — Levantou a branca com o triângulo.

— Certeza que ele vai gostar?

— Sim.

Lili deu o dinheiro para o cara. Ele colocou a camiseta em uma sacola de papel, e a notinha junto. Ele pegou um cartão e anotou algo. Deu a sacola e o cartão. — Aqui, caso queira ligar antes de vir, e ver se tem a do Green Day.

Lili segurou o riso. — Ok, obrigada.

Acenei para o cara e saímos. Assim que chegamos a rua, demos risada.

Lili olhou o cartão. — Claro, vou ligar para o celular dele.

Voltamos ao carro e fomos para casa. Lili achou alguns papeis de presente e embrulhou o CD e a camiseta.

— Vou tomar banho. — Lili disse olhando o guarda roupa.

— Mas não está cedo?

— Não consigo esperar sentada. Já venho. — Saiu do quarto.

Credo, pra que esse nervoso todo? Vai me deixar nervosa também.

Sente-me na poltrona.

James não chamaria o Yan, né? Eles não são tão próximos pra isso. Mas talvez não prestasse. A festa é do James, e se Yan fosse, provavelmente ficaria “presa” nele.

Não posso ficar pensando nisso. A festa será legal, meus amigos estarão lá e tudo estará ótimo. Nada de sentir falta do Yan.

Suspirei.

Eu sei que vai ser legal, mas parece que ficarei um século longe da escola. Longe dele.

Deixa de ser idiota. Para de pensar nisso.

Já estou me sentindo cansada. Não dormi direito, fomos no centro... Será que vou conseguir ficar acordada até tarde?

Algum tempo depois, Lili voltou ao quarto, enrolada em uma toalha. — Pode ir se quiser. Tem toalha limpa lá.

Peguei minha bolsa e fui para o banheiro. Tomei banho e me troquei.

Coloquei uma calça jeans, uma blusa da cor champagne com botões, renda na parte de cima do peito e mangas até o cotovelo. Na cintura havia uma pequena fita, e abaixo o tecido era de pregas. Assim eu poderia comer à vontade sem medo da barriga aparecer.

Nossa, que pensamento de gordo.

Passei um pouco de rímel e voltei ao quarto.

Calcei minhas sapatilhas e olhei para Lili.

Ela vestia uma calça jeans azul escura de cintura alta, uma regata verde água — que ela deixou por dentro da calça — e uma blusinha branca leve de botões, de manga comprida por cima, e sapatilhas.

— Me sinto vestindo uma sacola de mercado assim.

Lili revirou os olhos. — Para de besteira. Você está linda, adorei sua blusa. Só falta um toque final... — Virou-se para sua penteadeira. — Senta aí.

Me aproximei, desconfiada, e me sentei no banquinho.

— Não me olha assim, não vou fazer nenhum experimento.

— Você sabe que não vamos para nenhuma festa de gala, né? — perguntei quando a vi pegar um tubo de base.

— Nossa, sério? Não sabia! — Abriu o tubo. — Relaxa aí. Fecha os olhos. Se for boazinha acabo logo.

— Ai, Deus... — Fechei os olhos.

Senti ela passando algo liquido e gelado em meu rosto. Depois passou algo nas pálpebras com um pincel. Em seguida algo nas bochechas e por último nos lábios.

— Pode olhar.

Olhei no espelho a minha frente. Não estava como imaginei que estaria.

Tudo bem, quase imaginei que ficaria igual uma Drag. Mas não. Ficou bem sutil, nem parecia que tinha maquiagem ali, apesar de dar pra ver que tinha algo diferente. — Ficou lindo... Mas esse batom não é muita coisa?

— Não. Ele é o destaque do seu look.

— Não estou acostumada a usar batom vermelho.

— Eu sei. Mas hoje pode. Agora sai daí que é minha vez.

Levantei e olhei ela trabalhar. Não parecia ser difícil se maquiar, e ao mesmo tempo parecia que eu nunca ia conseguir fazer aquilo.

Ficamos com a maquiagem igual. Ela também passou batom vermelho, provavelmente para eu não me sentir “sozinha”.

— Pronto? — Ela perguntou passando perfume.

— Pronto para quê?

— Pra ir.

— Mas vai dar cinco horas ainda.

— E daí? Somos VIPs. Podemos chegar a hora que quisermos.

— Mas está cedo demais. Vamos ser as primeiras a chegar.

— Isso é ótimo. Assim não vamos precisar cumprimentar a festa inteira de uma vez.

Revirei os olhos. — Tá bom. Vamos.

Peguei um pouco de perfume emprestado, Lili pegou a sacola com os presentes e descemos.

Lili pediu carona para seu pai. Nos despedimos de sua mãe. Alex estava dormindo.

O pai dela nem perguntou qual era o caminho. Já devia saber onde James morava.

Dez minutos depois, chegamos. Descemos e Lili tocou a campainha.

A fachada da casa era fofa. O portão e as grades eram baixas. O portão estava alinhado com uma escadinha que levava a uma varanda com paredes de vidro. Do lado esquerdo havia um portão mais largo, e uma leve subida até a garagem.

Lili tocou a campainha mais duas vezes seguidas, impacientemente.

Poucos segundos depois, vimos alguém aparecendo atrás do vidro, girando uma chave. Depois que a porta abriu, vimos quem era.

Ué, mas o que ela faz aqui?


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Notas finais do capítulo

Quem será que é? Hahahah



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