San Peter: A Escola dos Mimimis Amorosos (Vol.1) escrita por Biax


Capítulo 21
A Verdade


Notas iniciais do capítulo

PRIMEIRAMENTE: Obrigada a todos que estão lendo ♥ SEGUNDAMENTE: bella2203, SUA LINDA quase tive um infarto quando vi sua recomendação! Muito obrigada, de coração ♥ ♥ Me pegou de surpresa, já que não tem comentários na história. Fiquei bem feliz!! xD Obrigada novamente, e boa leitura a todos! o/



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— Fala logo que não quero deixar a Bru sozinha — Lili falou, sem paciência.

— Tá. — Viktor respirou fundo. — Quero pedir um milhão de desculpas, Lili. Eu fui um idiota. Eu devia ter ido te explicar no mesmo instante que voltei. Mas, mas o que te disseram não é verdade. Eu não te traí. Aquilo não deveria ser considerado ficar com alguém. Você pode não acreditar, mas aquela menina veio pra cima de mim. Eu achei que era você. Você lembra que íamos nos encontrar na praça, não lembra? Eu realmente achei que era você. Ela veio por trás e virou meu rosto, já me beijando, mas não durou nem quatro segundos porque eu abri os olhos e me afastei — despejou rapidamente. — E-eu... falei tanto. Eu xinguei tanto... Eu achei que ninguém tivesse visto já que a praça tinha poucas crianças, por isso não quis tocar no assunto com você. Eu fiquei com medo de que você achasse que era culpa minha ou não acreditasse. Mas eu devia ter contado... Eu realmente sinto muito...

A feição de Lili não mudou. Continuava desconfiada, séria, de braços cruzados.

— Posso perguntar quem te contou?

Lili hesitou. — Jéssica.

Viktor olhou para cima, como se tentasse controlar a raiva. — Você ainda fala com ela?

— Não.

— Ainda bem, porque ela era a pessoa mais falsa que eu já conheci. Ela mentiu pra você.

— Ela não ia mentir pra mim — retrucou, como se fosse algo óbvio.

— Ela mentiu! Ela tinha uma inveja enorme de você! Ela saiu correndo pra te contar essas mentiras e sabe o que ela fez depois? Depois que você terminou comigo? Ela queria ficar comigo.

— Quê? — perguntou, dando um riso zombeteiro.

— Lili, ela queria ficar comigo de qualquer jeito! Ela ficou umas três semanas me enchendo o saco. Eu queria tanto, mas tanto te mostrar as mensagens que ela me mandava, mas com certeza você não ia acreditar em mim e ia falar que eu tinha montado tudo aquilo e que eu queria acabar com a amizade de vocês porque eu sempre fui o ciumento. — Viktor enfiou a mão no bolso da calça e tirou um objeto. — Tá vendo isso?

— Seu celular? — ironizou.

— Depois daquilo eu troquei de celular, de número, e de casa, depois. — Começou a apertar as teclas do aparelho. — E deixei esse desligado no fundo da gaveta. As mensagens dela ainda estão aí. Eu queria muito apagar tudo, mas ainda tinha a esperança que ia conseguir te mostrar, um dia. — Estendeu o celular para Lili. — Olha.

Apesar de irritada, Lili pegou o celular e começou a passar as mensagens conforme lia. Mesmo tempo de tanto tempo, ela ainda lembrava o número de Jéssica, e confirmou com o número que estava registrado ali. Até as abreviações eram as mesmas que sua amiga usava.

Chegando na última mensagem disponível, Lili encarou o celular, sem mostrar reação alguma, mas fervilhando de raiva por dentro.

— Depois eu descobri que a menina que me atacou era amiga da sua amiguinha invejosa.

Lili olhou para o chão, xingando Jéssica de todos os palavrões que conhecia, sentindo seus olhos se enchendo de água. Levou a mão até o rosto e a deixou encostada no nariz, tentando controlar o choro que queria vir.

Ela sentiu os braços de Viktor a cercando e tentou afastá-lo.

— Lili... — Ele continuou ali, a abraçando mais forte. — Me desculpa...

Lili parou de lutar contra quando já não conseguia mais segurar as lágrimas. Se deixou chorar e circulou a cintura de Viktor com os braços.

— Me perdoa, Lili — murmurou ele, encostando o queixo no topo de sua cabeça. — Eu... senti tanto sua falta... Eu não podia nem mandar uma mensagem que sabia que seria ignorado.

— Seria mesmo — Lili falou com a voz rouca, após um minuto, secando o rosto com as mangas da camisa.

Viktor a soltou e segurou o rosto dela de forma delicada, terminando de secar as últimas gotas que escorriam. Deu um sorrisinho tristonho, e ela o devolveu.

...

— Ela tá demorando — Júlio reclamou, de novo.

— Já entendemos desde a primeira vez, Júlio — James disse. — O que você quer que a gente faça?

— Só tô falando. E se ele sequestrar ela?

— Dentro da escola? Ah sim, claro — retrucou, irônico. — Vai lá salvar ela, então.

— Eu vou mesmo. — Levantou, decidido.

— Vai onde? — Lili apareceu e veio se sentar do meu lado.

— Lili! — falei, aliviada por vê-la aparentemente bem.

— O que aconteceu? — indagou ela, confusa.

— O Júlio tava achando que o seu colega ia te sequestrar. — James riu. — Ia lá te salvar.

— Ah, é? — Lili sorriu. Júlio ficou sério e virou a cara.

Os cílios dela estavam escuros. Pelo jeito ela chorou... Preciso saber o que aconteceu.

— E quem é ele? — James perguntou, tentando sair daquele clima.

— Meu vizinho.

— Ele vai mesmo estudar aqui?

— Vai. Já não basta ter que aguentar ele no fim de semana, agora vou ter que aguentar aqui também — brincou, dando uma risadinha.

— Ele vai ficar na nossa sala?

— Não, ele é do segundo ano.

Espero que ele não fique na sala do Yan...

Júlio se remexeu no banco, ainda com o rosto virado para o outro lado, parecendo não gostar do tema da conversa. Tá com ciúmes, é?

Lili me olhou e segurou minha mão. — Vamos andar um pouco.

Levantei, sem nem olhar para os meninos, e começamos a andar, sem rumo.

— Espero que você me explique o que aconteceu — brinquei, querendo saber logo.

— Lógico...

Lili começou a falar, falar e falar. Contou todos os detalhes, o que ela sentiu e até as caras que Viktor fazia. Paramos perto de uma mesa vazia.

— Calma, então ele não fez nada?

— A única besteira que ele fez foi não ter me contado. Eu lembro de tudo. Naquele dia, íamos nos encontrar em uma praça perto de casa, e adivinha quem sabia? A Jéssica. Eu contei pra ela no dia anterior. Antes de eu sair de casa, ela foi lá correndo, desesperada, e me disse que tinha visto ele beijando uma menina lá, e aí começou a falar que tinha descoberto que não era a primeira vez, que ela não queria se meter, mas que não aguentava mais e sei lá mais o quê. Eu me senti tão mal que ignorei o Viktor uns dois dias, mas depois ele entrou em casa e queria saber o que eu tinha. Foi aí que eu terminei com ele.

— Foi tudo armado pela Jéssica, então — constatei, chocada.

— Sim... Aquela vaca. Como eu não percebi? Olhando agora parece óbvio. Mas... no fundo eu nunca aceitei isso, sabe? Ainda acreditava que ele nunca seria capaz de me trair... E acho que eu estava certa, afinal — refletiu, mexendo na ponta da gravata distraidamente.

— E depois? O que você disse pro Viktor?

— Eu fiquei sem reação quando li as mensagens e acabei chorando... Ele me abraçou e pediu desculpas, e disse que sentia saudade.

— Você desculpou ele?

— Bom, sim. Depois disso tudo, não tem motivo pra continuar magoada.

— Então agora vocês são amigos de novo?

— Não exatamente... Ele disse que me deixaria em paz se eu ouvisse, lembra? Ele pediu desculpa de novo, e eu falei que estava tudo bem, que podíamos esquecer tudo. Ele agradeceu, deu um beijo no meu rosto e foi pro dormitório.

— E você? Como tá se sentindo?

— Tenho que admitir, ainda tô chocada... Mas o que vou fazer, né? Fiquei todo esse tempo sem falar com ele, então agora que tá tudo bem, não faz muita diferença. Mas pelo menos agora não vou mais ficar com raiva toda vez que lembrar dele. — Sorriu, um pouco mais alegre.

— Isso é. — Sorri de volta, feliz por tudo ter sido resolvido.

— Sabe o que achei estranho? Ele veio falando direto do que aconteceu, mas ele não sabia que eu sabia da “traição”.

Eita...

Lili me encarou, estreitando os olhos e lendo minha cara. — Você falou alguma coisa pra ele?

— Desculpa, Lili! Ele me deixou nervosa, ficou pedindo ajuda e eu acabei falando demais... — confessei, me sentindo culpada. — Mas aí eu falei que você não queria falar com ele e ele saiu.

— Você fica nervosa e começa a falar um monte, é?

— Sim... Foi mal...

Ela riu e me puxou para um abraço. — Ah, Bru, você queria me ajudar. Seja lá o que disse, funcionou. Obrigada.

— Por nada. — Nos apertamos brevemente, e ela se soltou.

— Mas quando você falou com ele?

— No sábado, quando você foi dar banho no Alex depois do suco.

— Ah... Tudo bem, então tá tudo certo.

— E o ciuminho do Júlio? Você viu? Segurei pra não rir.

— Eu também segurei a risada, mas não adianta nada ficar dando chilique.

— É, mas quem sabe ele não se sente ameaçado. — Ela me olhou sorrindo, com cara de “duvido muito”.

Demos mais uma volta e voltamos à mesa. Júlio não estava mais de cara feia e entrou na conversa de novo, dessa vez sem mais assunto sobre o Viktor. Depois daquele rolo todo, finalmente começamos a fazer as lições. Fizemos a pausa para o café e passamos o resto da tarde terminando tudo. Subimos, enrolamos um pouco no quarto e descemos na hora da janta. Os meninos demoraram para aparecer, então seguimos para a fila da cantina.

— Tô com vontade de comer macarrão — Lili disse, olhando as opções de comidas.

— Eu também — Alguém comentou atrás dela.

Olhei para trás. Viktor sorriu e começou a brincar com os cachos de Lili.

— Ah, é? — perguntou ela, desinteressada.

— Arrã. — Colocou um braço em volta de deus ombros e deu um beijinho em seu rosto.

— Você não disse que ia me deixar em paz?

— Desculpa, acho que não vou conseguir cumprir minha palavra.

Ela sorriu e virou o rosto para que ele não visse, se desvencilhando dele. — Ah, que pena.

— Você não tá com cara de quem tá triste, precisa treinar mais, querida — brincou, voltando a brincar com os cachos dela.

Lili riu em silêncio, revirando os olhos.

Bom, digamos que agora a presença dele é mais aceitável.

Atrás de Viktor haviam algumas meninas, cochichando e olhando para ele, certamente comentando uma com a outra como ele era bonito e que nunca tinham visto ele antes. Atrás delas, estavam James e Júlio de braços cruzados.

Encarei James, sem entender a cara emburrada de Júlio, e ele deu de ombros, como se também não tivesse entendido nada.

Com certeza ele viu o Viktor brincando com a Lili. Agora sim ele vai dar chilique.

Pegamos nossa comida e fomos pra mesa. Pelo menos Viktor não fez questão se sentar com a gente, ou teríamos uma guerra. Um tempo depois, os meninos também sentaram. Quase uma hora depois, resolvemos ficar no jardim.

Enquanto ia com a conversa da vez, de longe, vi Yan de pé na frente de uma mesa, não muito longe, conversando com Gabriel e Mateus, que estavam sentados do mesmo lado. Yan olhava algumas vezes pelo jardim, parecendo procurar algo ou alguém, e me achou. Ele sorriu e acenou. Acenei de volta, e ele fez um aceno de “vem cá”.

Gelei e esquentei ao mesmo tempo. O que ele quer falar comigo?

— Eu já venho.

Levantei e fui até a mesa deles, tentando não andar rápido demais.

— Ooooi Bru! — Gabriel e Mateus falaram e acenaram juntos, me fazendo rir.

— Oi, gente.

— Tudo bem? — Yan me perguntou.

— Sim...

— Senta aí que o Mateus quer te mostrar uma coisa.

Sentei no banco vazio e Mateus me entregou seu celular.

Era um vídeo confuso, eu não estava entendendo nada. Era escuro e barulhento, desfocado, e então a filmagem ficou reta. Consegui ver Yan e eu de costas para a câmera, dançando e rindo sem parar no King of Dance.

MEU-DEUS.

Os três começaram a gargalhar com a minha reação. Senti o rosto esquentar e coloquei a mão na cara, morrendo de vergonha. O vídeo acabou e deixei o celular na mesa.

— Mó dançarinos vocês — Mateus comentou, colocando a mão na barriga de tanto rir.

— Calma — disse Yan —, deixa eu pegar minha moral aqui no chão.

Gabriel gargalhou mais ainda. — Aí, caramba. Ainda bem que você gravou isso! A cara dela foi impagável.

— Se eu pedisse pra você apagar, você não apagaria, né? — arrisquei a pergunta.

— Claro que não — exclamou Mateus. — Você pode até apagar se quiser, mas eu tenho cópias em outros lugares, não ia adiantar nada. — Agora o supervilão era ele.

Resmunguei. — Só não fica mostrando isso pra todo mundo.

— Tarde demais — Yan falou, baixando a cabeça como se estivesse decepcionado.

— Ah, não...

— Por que tá preocupada? Ninguém vai te reconhecer — Gabriel falou. — A gente só mostrou pra todo mundo da nossa sala. E alguns professores — acrescentou, abrindo um sorriso travesso. — Não falamos seu nome completo, não precisa fazer essa cara.

— Mesmo assim. É constrangedor.

— É uma boa recordação — Mateus disse. — Quando você ficar mais velha vai rir muito disso, igual a gente tá rindo agora.

— Eu não tô rindo — resmungou Yan, vindo sentar do meu lado.

— Por dentro você tá sim que eu sei.

Fiquei um pouco mais ali, conversando, e depois voltei para a minha mesa. Após meia hora, subimos, cansados, e fomos dormir.


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