Best Mistake escrita por SundaeCaramelo


Capítulo 2
Dois - Um ano sem chuva


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal!
Então, obrigada às duas pessoas que comentaram. Shanon e Almofadinhas, eu amo vcs e vcs sabem disso :3 Mas seria legal que mais gente comentasse, né? VAMOS LÁ, FANTASMAS!
Bom, esse capítulo também é bem sofrência. É algo notável pela frase do começo :v Só que este é da sofrência da Tonks. Espero que gostem ainda assim ^^
Mais uma vez, hiperlink da música logo aí no começo.
Até as notas finais, gente!



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"Eu estou sentindo muito a sua falta. Não posso fazer nada, estou apaixonada. Um dia sem você é como um ano sem chuva. Eu preciso de você ao meu lado, não sei como vou sobreviver. Um dia sem você é como um ano sem chuva." - A Year Without Rain (Selena Gomez)

                02:30 a.m. "Ótimo". Eram quase três da madrugada e ela não conseguia voltar a dormir, não importava o quanto tentasse.

                Ah, mas é claro que não conseguia. Seu coração não permitia.

                Devia ser a quinta ou sexta vez que isso acontecia, mas essa parecia ser a pior. Já estava quase se tornando rotina, desde que ele se fora. Tonks ia dormir, depois de dar boa noite aos seus pais, uma vez que ela voltara a morar com eles, por dois fatores: Remus pedira e mesmo que a raiva a fizesse sentir uma enorme vontade de não atender àquele pedido, simplesmente não conseguia voltar a morar naquela casa. Talvez um dia conseguisse, mas no momento não sentia-se pronta. E além disso, era bom poder ficar perto dos pais. Poderia protegê-los e vice-versa. Ela deitava-se na cama, fechava os olhos e esperava o cansaço vencê-la. Adormecia rapidamente, mas não permanecia assim por muito tempo, porque depois de mais ou menos meia hora, tinha um pesadelo e começava a pensar em Remus e no quanto sentia falta dele e no quanto queria que ele estivesse ali e... sua mente acabava ficando tão perturbada que o sono a deixava na mão pelo resto da noite.

                Desta vez, ficou encarando o nada, sentada na cama, com o olhar vazio e os olhos marejados, deixando a dor tomá-la por completo.

                À luz do dia e na companhia de outras pessoas, ela tentava fingir que estava bem. Realmente tentava, para não fazer as pessoas se preocuparem muito com ela e ficassem tristes. O contexto de guerra em que viviam já era uma dose mais do que suficiente de desolação. Ainda assim, era notável que tudo não passava de uma farsa.

                Seus cabelos voltaram a ser castanhos e sem vida. Seus sorrisos eram fracos, raros e às vezes até falsos, apenas para não desapontar quem estava ao seu redor. Os olhos perderam o brilho.  E embora ela lutasse para se manter saudável, porque precisaria disso em qualquer luta que tivesse que travar, sua aparência era até um tanto doentia.

                No começo, se esforçou para manter uma visão otimista sobre tudo. Uma hora ele perceberia que não havia necessidade daquilo e voltaria. Tinha esperança de que essa hora não tardaria a chegar. Ela sabia que ele voltaria, o conhecia o suficiente para tal. E então, daria tudo certo, eles ficariam juntos novamente, venceriam juntos aquela guerra lutando pela lado da luz e depois teriam tempo de sobra para criar seu filho e quem sabe talvez até para aumentar a família!

                Portanto, não deixou aquilo afetá-la. Respeitaria o tempo dele, permitiria que ele refletisse e entendesse tudo. Só que, bom, isso começou a demorar demais para acontecer. E a medida que o tempo passava, uma fagulha de desespero começara a surgir dentro de si e a ficar cada dia mais forte. Seu otimismo começava a cair por terra...

Às vezes, ficava repetindo em sua mente cenas deles, como em um filme.

                Lembrava-se de quando Sirius visitava-a na companhia dos Marotos. Tonks sempre fora uma criança travessa, puxando ao primo de segundo grau. Uma vez, Sirius precisou tomar conta dela e chamou todo o grupo para ajudar na "tão complicada tarefa" de ficar com uma garotinha de sete anos por três horas. Bom, realmente era bem difícil ficar com ela, não por questão de comportamento, porque a pequena adorava Sirius, mas sim porque sempre foi também muito, muito desastrada. Mas, esta característica dela não trouxe tantos prejuízos naquele dia. Isso porque Remus passara o dia andando atrás dela, segurando pratos e frascos antes que estes caíssem, ajeitando quadros e recolocando livros e outras coisas que ela deixava cair no lugar. Todos haviam feito isso, mas Remus sem dúvidas era quem tinha feito mais. Essa lembrança a fazia rir cada vez que pensava nela.

                Também podia lembrar-se das vezes em que ela ficara doente ou machucada e Remus lhe enviava cartões de melhoras bruxos que cantavam. E da carta que ele enviara no dia em que ela soube que seu primo Sirius havia sido preso. E de todas as vezes, que embora tivessem sido poucas, eram importantes, em que ele a encontrara na rua por acaso depois disso. E de quando ela entrara para a Ordem e descobrira que ele também fazia parte.

                Outra memória que vinha era dolorosa, porém marcante.Fora Remus quem lhe contara que Sirius havia... partido. Nunca se esqueceria daquele dia. Ele a abraçou, ela chorou. A partir daquele dia, descobriu que estava apaixonada por aquele bruxo.

                Lembrava-se dos dias que passara suspirando, pensando e sofrendo por aquela paixão. Depois, da briga que tiveram pouco depois da morte de Dumbledore. Logo após, o dia em que ele finalmente aceitara ser feliz ao lado dela, o tempo que passaram namorando e o momento em que decidiram que deviam permanecer um ao lado do outro para todo o sempre.

                Ah, eles tinham uma história. Uma linda e longa história. Ela era ciente desse fato e ele com certeza também era. Este era mais um dos motivos pelos quais Tonks não queria acreditar que ele faria aquilo, que ele realmente a deixaria sozinha. Mas então, por que não tinha vindo ainda?

                Por que não parava logo com essa história e voltava logo? Será que ela havia se enganado e ele realmente não voltaria? Será que ele estava bem? E se ele tivesse... Não, essa ideia era um pouco remota porque se algo houvesse ocorrido com ele, logo toda a Ordem saberia. Então, ele não voltava por opção, estava escolhendo continuar com aquilo. Por Melin, como ele podia ser tão cego?

                Quando ele tivera aquela crise e saíra, uma das coisas que havia dito fora que fazia aquilo porque a amava demais para suportar ser o responsável pelo seu sofrimento. O irônico era que agora, era exatamente aquilo que estava fazendo. Por que raios ele não conseguia ver que amor era o suficiente para resolver aquele problema?

                Nos momentos em que não sentia raiva da situação, quem tomava seu lugar era amargura. Não se conformava como fato de um homem tão bom, tão incrível, sofrer por algo que não tinha culpa. Queria tanto poder fazê-lo entender o quão maravilhoso ele era, apesar de tudo!

                Outra coisa que a deixava frustrada era o fato de a vida parecer gostar de arrancar as pessoas que lhe eram mais queridas. Primeiro, fora Sirius. Depois, Dumbledore. E Moody. E agora, Lupin. O consolo era que ao menos este último ela poderia voltar a ver, enquanto os outros... esses haviam partido para sempre. Mas na verdade, esse pequeno detalhe nem fazia muita diferença, sentia tanta falta dele que era como se ele tivesse morrido.

                Por quanto tempo mais as coisas ficariam assim? Naquela noite, seu coração doía mais do que nunca, seu peito ardia e ela se sentia fraca como uma planta seca. Porque um dia sem ele era como um ano sem chuva. Quando essa seca terminaria?

                               Subitamente, uma mão acariciou seus cabelos, que estavam caídos em seu rosto e a moça rapidamente ergueu a cabeça. Seus olhos focaram na pessoa à sua frente. Deu um leve sorriso ao ver quem era.

                - Mãe... - foi o que conseguiu falar, com um fio de voz e ainda por cima embargada. Andromeda Tonks sorria amavelmente para consolá-la, mas a preocupação era visível.

                - Dora. - respondeu ela, sentando-se ao lado da filha na cama e tomando-a em um abraço caloroso. Esta, nada mais disse por um tempo, aquilo fora o suficiente para que ela começasse a chorar.

                Se deixar dominar pelo pranto sempre fora a coisa que Tonks mais odiava fazer. No entanto, naquele momento, deixava que as lágrimas molhassem, encharcassem na verdade,  tanto suas bochechas macias e rosadas quanto a camisola da mãe, sem oferecer a menor resistência. Se rendera finalmente  àquele manifesto de desespero, de raiva, de dor, de saudade. MUITA saudade dele.

                Andromeda esperou que ela parasse, de modo paciente.

                - O que está fazendo aqui? Eu não queria ter te acordado... - a jovem Tonks pareceu voltar a si, finalmente.

                - Eu levantei para buscar um copo d'água e eu a vi no caminho. Não devia ter deixado a porta entreaberta se não queria que eu entrasse. - disse a mãe, com um leve tom de brincadeira na voz.

                - Vou me lembrar disso a partir de hoje, obrigada. - o tom de resposta foi igual.

                Ficaram em silêncio por um tempo depois disso. Até Dora decidir quebrá-lo novamente. Dessa vez, a voz saía um pouco apreensiva:

                - Mãe... você acha que ele vai voltar?

                Andromeda fitou a filha por cerca de cinco segundos, mas que para esta última, pareceram minutos. Por fim, suspirou e respondeu:

                - Ah, ele vai, Dora. Ele tem que.

                A resposta pareceu animá-la um pouco. Foi o suficiente para que Andromeda notasse que havia cumprido seu papel ali. Levantou-se, beijou a testa da filha e disse, preparando-se para sair:

                - E pare de chorar. Lágrimas nunca foram úteis.

                - Pode deixar. E desculpe por ter molhado sua camisola.

                A mãe riu.

                - Não se esqueça: Vai ficar tudo bem.

                Por fim, fechou a porta do quarto.

                - Assim eu espero. - Tonks murmurou baixinho, para o silêncio do quarto.


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Notas finais do capítulo

POR FAVOR, me digam se os links não estiverem abrindo.
Duas partes deste capítulo foram inspiradas em fanarts que eu vi por aí. São elas:
http://img00.deviantart.net/6590/i/2012/012/1/b/tonks_and_lupin_by_re_aska-d4m3qeg.jpg
http://orig05.deviantart.net/0695/f/2007/219/a/1/tonks___fears_dh_spoiler_by_roby_boh.jpg

OBRIGADA aos fofos que as fizeram :v

Enfim, gostaram? O próximo deve demorar um pouco mais para sair, não vou mentir. Estou cheia de trabalhos essa semana e nem ele nem o último estão escritos ainda, embora eu já esteja escrevendo o terceiro. Vou tentar não atrasar, mas de qq forma, tá aí o avisinho ^^
Bjs de caramelo e até o próximo capítulo. Espero poder conversar cm vcs nos comentários!



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