The Unnamed Feeling escrita por Killpop, Fuck Mean Girl


Capítulo 9
Hurts Like Hell


Notas iniciais do capítulo

Oie!
Capítulo 09 para vocês!
Espero que gostem, perdoem os eventuais erros e aproveitem a leitura!



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Capítulo 09 – Hurts Like Hell.

Assim que Todd avistou a sua rua, ele enviou uma mensagem para Chloe avisando que havia voltado para casa porque uma forte dor de cabeça surgiu e os seus olhos começaram a doer. Não era uma total mentira já que todo aquele estresse tinha deixado os seus nervos em frangalhos. Quando abriu a porta da entrada, Todd ouviu a voz da mãe conversando com o marido na sala de estar e quase passou reto por eles.

— Oi, Todd. Sua irmã voltou com você? – Julia perguntou ao filho mais velho.

— Não, mãe. Eu vim embora mais cedo porque estou sentindo um pouco de dor de cabeça. Ela ficou no shopping com o Luke.

— Ah, sim. Se quiser comer alguma coisa, é só pegar na geladeira e esquentar no micro-ondas. – O pai de Todd nem mesmo pareceu notar a presença do rapaz. Estava concentrado demais no noticiário da tarde.

— Obrigado, mãe. Eu prefiro subir e tomar um banho. – Julia não disse mais nada e Todd seguiu o seu caminho.

Quando abriu a porta do quarto, foi tomado por uma sensação terrível que ele não saberia explicar, mas a dor era física. Sentia a cabeça rodando, os olhos ardendo e o peito doía. Doía tanto que Todd até sentiu vergonha de ter sido atraído pelos encantos de Ethan Jones. Culpava-se o tempo todo pela sua ingenuidade e por ser carente demais. Sempre se contentou com migalhas. Sempre ficava com as pessoas para passar o tempo e não por que gostava de alguém. E com Ethan fora diferente. Ele se envolveu porque gostava do professor, porque o queria por perto, porque ele entendia os seus problemas e não o julgava com um ar de superioridade. Todd amava isso. Tudo o que ele queria era ser compreendido e Ethan dera isso à ele, mas as consequências podiam ser graves demais.

Todd tomou um banho, fez um lanche e esperou o tempo passar. Quando estava escolhendo uma roupa para ir ao encontro de Ethan, uma notificação de mensagem chegou ao seu celular:

“Oi, Todd! Surgiu um imprevisto aqui e não poderei me encontrar com você. Espero que compreenda. Conversaremos na terça-feira, no horário da nossa aula. Abraço, Ethan.”

Todd suspirou já cansado de todo esse problema e apenas respondeu:

“Tudo bem. Até terça.”

O final de semana passou rapidamente, a segunda-feira se arrastou e finalmente a terça-feira havia chegado. Como de costume, Ethan foi para a escola de manhã junto com Chloe, mas ela saiu no horário normal do turno da manhã e ele ficou para a sua aula com Ethan que normalmente começava às 14h da tarde. Todd esperava sentado num dos bancos de madeira do imenso corredor quando Ethan apareceu e sorriu para o garoto. E mesmo que Todd estivesse espumando de raiva, deu o seu melhor cumprimento em forma de cortesia para o professor. Tudo o que preciso fazer é manter a calma. Estava repetindo essa frase como um mantra desde o início daquele dia.

Ethan abriu a porta, Todd entrou e tudo começou como sempre. Eles desligaram os seus celulares e sentaram-se nos seus respectivos lugares.

— Está tudo bem, Todd? – Ethan perguntou e Todd imaginou que o professor havia notado que ele estava um pouco mais sério que o de costume.

— Na verdade, não.

Ethan franziu as sobrancelhas e abriu o seu caderninho, mas Todd o impediu de fazer qualquer anotação ao colocar a sua mão direita em cima da dele.

— Acredite, você não vai querer anotar isso.

— O que aconteceu? Você está assim porque eu cancelei o nosso encontro de sábado? – Ethan quis saber.

— Não. – Todd respirou fundo pela centésima vez e tomou coragem. — Sábado... eu te vi no shopping. Eu vi... você e ela. – E a voz do garoto parecia fraca ao proferir aquelas palavras. Todd sentiu um profundo ódio de si mesmo por ser tão fraco.

Ethan olhou para o chão e disse:

— Eu posso explicar. É o que você está pensando. É sim, não posso negar, mas existe uma explicação para o que eu fiz.

E naquele minuto o sangue de Todd esquentou:

— O que você ainda quer explicar?! Explicar o quê, porra? – Todd gritou e o seu rosto já estava vermelho. — Você vai inventar uma desculpinha qualquer para dizer que eu não fui só um dos garotos idiotas que você seduziu com esse seu jeito manso de falar? O que você vai me dizer, Ethan? – ele continuava gritando.

— Fale mais baixo, Todd. Por favor. – Ethan ainda não havia perdido a calma.

— Eu vi vocês! Quer uma prova maior do que essa? Eu te vi com ela! Eu não vou ser mais a sua distração, a sua aventura, o seu brinquedinho de sex shop. Vai foder a sua namoradinha e me esquece pra sempre! – Todd se levantou, mas Ethan segurou o braço do garoto com força.

— Sente-se, por favor. Eu preciso te contar a história toda.

— Ethan, é sério. Eu não posso ficar aqui ouvindo sobre como você foi um canalha comigo. Não tem nada que justifique isso. Já falei, me esquece! Desaparece!

— Todd, pare de gritar!— Ethan disse elevando a voz. — E por favor, comece a agir como um homem. Você é um homem! Então, se comporte como um.

Mesmo contrariado, Todd se sentou novamente e cruzou os braços esperando que Ethan começasse a falar.

— Estou ouvindo.

O professor trancou a porta e voltou para a sua cadeira. Esfregou o nariz com as duas mãos e olhou para o rosto de Todd.

— O nome dela é Nina... Nina Sartiori. Ela tem 28 anos e é minha namorada há quase cinco anos, mas nos conhecemos na faculdade. Ela era caloura de Serviço Social e eu, de Letras. Ficamos amigos muito rapidamente, mas naquela época não existia interesse amoroso nem sexual. Éramos só amigos. Eu estava numa fase de confusão e descoberta bem parecida com a que você está vivendo agora e mesmo ela sendo mais jovem que eu, Nina se tornou a minha melhor amiga e conselheira.

— E daí? – Todd perguntou sem interesse.

— Nina é a única herdeira de uma família italiana que é dona de uma vinícola na Toscana. E além disso, ela é bissexual e nem um pouco interessada em casamento e convenções sociais.

Todd não entendeu o que uma coisa tinha a ver com a outra.

— E sempre houve uma grande pressão para que ela encontrasse um noivo e tudo o mais. Acontece que durante os anos de faculdade, Nina viveu intensamente e os pais dela quase enfartaram. Ao contrário de mim que sempre escondi as minhas preferências para a minha família, Nina escancarava isso e para uma família tradicional como a dela, uma herdeira desregrada e despreocupada com o seu futuro era sinônimo de problema.

— E onde nos encaixamos nisso tudo? – Todd perguntou de mal humor. E daí que a tal Nina fosse porra louca? Isso não mudava o fato de que Ethan tinha colocado um belo par de chifres na moça.

— Eu vou chegar lá. – Ethan pegou a sua garrafinha de água e tomou um pouco. — Bom, mesmo com esse comportamento, Nina se formou um ano depois de mim, mas não quis voltar para a Itália. Ela continuou por aqui, começou a trabalhar, fez vários trabalhos com algumas ONG’s pelo mundo e voltou. Quando nos reencontramos, nós dois havíamos mudado bastante. Estávamos mais maduros e conscientes dos nossos deveres, das nossas ações e consequências. Começamos a sair e quando nos demos conta, a amizade se transformou em namoro. Conheci os pais de Nina depois de um ano de relacionamento e eles me adoraram.

Todd rolou os olhos, mas continuou ouvindo a história.

— E aí Nina me fez uma proposta: nós ficaríamos juntos, mas o nosso relacionamento seria aberto para que ela pudesse ficar com quantas mulheres quisesse e eu com quantos homens tivesse vontade. Eu gosto dela e ela gosta de mim. Os meus pais a adoram também. E depois de um tempo, decidimos nos relacionar casualmente com outras pessoas porque é bom, é interessante... é saudável, entende? Assim o nosso namoro não cai na rotina e ainda aprendemos coisas diferentes com outras pessoas. – Ethan terminou e Todd ainda tentava processar aquelas palavras.

O jeito como Ethan falava fazia tudo parecer tão certo. O garoto problema precisou de alguns minutos para formular a próxima pergunta.

— E como eu vou saber se isso é verdade? – Todd questionou ainda um pouco desconfiado.

— Se você quiser, eu ligo para ela agora e marco um encontro para que possamos conversar abertamente como pessoas adultas.

Todd não esperava por essa resposta.

— Tudo bem, eu quero. Mas não precisa ligar... pode mandar uma mensagem.

Ethan ligou o celular e depois de enviar a mensagem para Nina, ele voltou a falar:

— Todd, eu sinto muito se você acabou se envolvendo mais do que deveria comigo. Digo, emocionalmente. Não era essa a minha intenção... eu não queria te fazer sofrer. – E mais uma vez Todd se surpreendeu com o modo como Ethan parecia ler os seus pensamentos.

Todd não foi capaz de olhar dentro dos olhos de Ethan e o professor se levantou. Segundos depois ele já estava ao lado de Todd e segurou na mão do aluno.

— Me perdoe, por favor. Eu não quero que você sofra por causa disso... – e apertou a mão de Todd na sua.

— Não há nada para ser perdoado. – Mentiu. Conseguia sentir o peito arder por dentro. — De qualquer forma, você nunca disse que me amava nem nada do gênero. – Todd deu de ombros, mas os seus olhos estavam marejados.

— A sua boca diz uma coisa, mas os seus olhos dizem outra. – Ethan levantou o rosto de Todd e puxou o garoto para um abraço. — Eu gosto de você, Todd. Eu gosto muito de você... o problema é que estamos em ritmos diferentes, em épocas diferentes e eu não quero que você se machuque por não estar pronto para ficar comigo do jeito que tem que ser. Eu estou te ajudando com os seus problemas e quero que você seja feliz longe dessa cidade. Quero que você entre para uma boa faculdade e viva a sua vida livremente. Você chegou aqui assustado e sentindo raiva do mundo... e veja bem o homem que você está se tornando. Você está crescendo Todd, e eu fiz parte disso de várias maneiras. Acho que você não faz ideia de como você foi um desafio para mim e eu tenho certeza de que você merece muito mais do que um homem como eu.

Todd apertou o abraço e deixou uma lágrima cair. Não queria ter de soltar Ethan nunca mais.

— Eu só quero mais uma coisa de você. – Todd disse e encarou Ethan nos olhos. — Só uma coisa.

— O que? – O professor parecia realmente curioso.

— Não me deixe até que eu saia do colégio. Eu não quero ficar longe de você... não agora. – Todd não tinha mais vergonha de admitir que gostava daquele homem e que o queria por perto. — Será que você consegue?— perguntou rindo entre os olhos vermelhos pelo choro recente.

— Pensei que fosse socar a minha cara. – Ethan disse e riu. — E eu teria deixado se você quisesse.

— O seu rosto é muito bonito para ter um hematoma. – Todd riu.

— E eu agradeço que você não tenha mais nenhuma marca no corpo nem cortes sangrentos nos lábios. – Ethan chegou mais perto e deu um beijo na boca de Todd. — Eles são mais bonitos quando estão assim. Macios e vermelhos. – E voltou a beijá-lo.

Eles se beijaram por um tempo e quando Todd já estava abrindo os botões da camisa social de Ethan, o celular do professor apitou com uma notificação. Separaram-se e Todd se sentou novamente. Ethan foi checar a mensagem.

— Os celulares sempre interrompem as partes mais importantes. – reclamou o rapaz.

— É a Nina. Ela disse que pode nos encontrar hoje às 17h. Tudo bem?

— Perfeito.

Ethan respondeu a mensagem e voltou para Todd.

— Onde paramos? – perguntou já com os lábios no pescoço de Todd.

— Acho que as minhas mãos estavam na sua camisa.

— Então, continue.

E beijaram-se outra vez.


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Notas finais do capítulo

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Bjs e até o próximo!



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