The Unnamed Feeling escrita por Killpop, Fuck Mean Girl


Capítulo 4
Conte-me Sobre Você


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente!
Adivinhem quem resolveu sair da caverna e acabar com o hiatus de The Unnamed Feeling? Eu mesma, KILLPOP. Agora a minha história querida tem uma co-autora e ela me ajudou a editar todos os capítulos que já tinham sido postados (os 3) e assim nós reescrevemos vários trechos, adicionamos descrições muito melhores e a história tomou mais forma, mais conteúdo e está mais madura.
Para as leitoras antigas, recomendo que leiam os três primeiros capítulos outra vez porque eles passaram por uma grande mudança. Fizemos muitas alterações nos capítulos, editamos os avisos, a sinopse e a capa! Estamos bem empolgadas com essa nova fase e já temos alguns capítulos prontos. Aviso logo que os capítulos não serão enormes porque essa história é mais crua e foca bastante na vida do Todd.

Sem mais delongas, esperamos que gostem e aproveitem a leitura! ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/698380/chapter/4

Capítulo 04 – Conte-me Sobre Você.

 

Naquela tarde de terça-feira, Ethan chegou antes de Todd e arrumou a sua mesa colocando o caderninho onde fazia as suas anotações e a caneta um ao lado do outro e desligou o celular. Não queria ser incomodado por ninguém que não fosse da escola. Desde o primeiro dia ele havia decidido que Todd teria toda a sua atenção e dedicação, então nada mais justo do que começar mostrando-se disponível para ajudar o rapaz com os seus problemas. Ethan não sabia exatamente como Todd havia chegado naquele ponto, mas queria ajudá-lo a ser uma pessoa melhor.

Todd chegou com os fones de ouvido no volume máximo e Ethan reconheceu a música que o rapaz ouvia. O garoto jogou a mochila no chão ao lado da sua cadeira e tirou o celular do bolso para desligá-lo.

— Stone Sour? – Ethan perguntou tentando uma aproximação com o garoto.

— Isso. Você gosta? – Todd perguntou surpreso. Ele não conhecia nenhum adulto que gostasse das bandas que ele ouvia desde os 10 anos de idade.

— Muito! Gosto também do Slipknot.

— Slipknot é uma de minhas bandas favoritas.

— Muito bom saber. Espero que possamos conversar sobre música também. – disse Ethan abrindo o seu caderninho.

— É, pode ser. – Todd desligou o celular, tirou os fones de ouvido e colocou o aparelho em cima da mesa de Ethan.

— Acho que podemos começar. Como foi o seu final de semana? – Ethan perguntou.

Todd se ajeitou na cadeira e pensou um pouco antes de responder.

— É...eu não tinha dinheiro para sair com os meus amigos. Então fiquei em casa com a minha irmã e o meu melhor amigo. Assistimos dois filmes, fizemos uma maratona de um seriado no domingo e comemos porcarias o tempo todo.

— Então os seus dias foram mais tranquilos. E os seus pais? Eles perguntaram sobre a nossa primeira aula?

— Sim, perguntaram. – Todd respondeu olhando mais uma vez para o canto vazio da sala perto da porta.

— E o que você respondeu? – Ethan quis saber. Ele já estava com a ponta da caneta pronta para começar a anotar o depoimento de Todd.

— Nada. Não gosto de falar da minha vida com eles. – E nesse momento Ethan percebeu que Todd realmente tem dificuldades para conversar sobre os seus sentimentos e esse pode ser um dos motivos que o fazem reprimir tanta raiva dentro de si.

— Por que você não gosta de conversar com eles?

— Não é um pouco óbvio? – Todd retrucou levantando uma sobrancelha.

— Não. – Ethan respondeu simplesmente. — Eu não conheço os seus pais e não sei como é a relação de vocês.

— A pior possível. – Todd disse olhando para o chão.

— Por que? – Ethan insistiu.

— Eles não me entendem. Eles... querem... eles querem que eu seja algo que não sou, alguém que nunca fui e nunca poderei ser.

— Como assim, Todd? – Ethan começou a fazer as suas anotações.

— É sério, por que você quer saber? Não tenho a obrigação de falar da minha vida particular para um estranho.

— É verdade, você não tem. Mas o seu diretor impôs que você fizesse essa aula, caso contrário não poderá concluir o ensino médio. É isso que você quer? Ficar preso numa escola cheia de adolescentes depois dos 20 anos de idade?

— Não. – Todd parecia vencido e um pouco cansado de tentar resistir.

— Então conte-me sobre você. É mais fácil do que parece e melhor do que ser obrigado a ficar mais três anos nesse colégio.

— Como posso começar? – Todd perguntou para si mesmo em voz alta olhando para o teto. — Não sou o filho que os meus pais desejam. Não gosto de estudar, não quero ir para a faculdade e mesmo que eu fosse, seria obrigado a isso já que não me identifico com nenhum curso. É como se eu tentasse mostrar para eles que não fui feito para ser um cara perfeito com um futuro brilhante.

— É por isso que você fuma, bebe e briga com as pessoas?

— Eu bebo porque gosto de sentir o gosto do álcool, fumo porque a fumaça é agradável e brigo porque sinto como se estivesse descarregando toda a minha raiva e frustração nos socos que dou na cara de alguém.

Todd é intenso e Ethan percebeu isso. Ele fazia o que fazia por prazer e também para chamar a atenção dos outros.

— E por que você sempre briga na escola? Para que os seus pais fiquem sabendo?

Todd riu levemente e respondeu:

— Eu não sou idiota. Sei muito bem quem são os garotos dessa escola, mas não conheço os caras da rua. Posso ser morto por socar a cara de um desconhecido perigoso.

— É, você tem razão. É melhor lidar com pessoas que já conhecemos.

Todd quis sorrir. Ethan realmente parece ser um cara legal e não apenas um “educador” que o julgaria superficialmente. Quem sabe Chloe e Luke não tenham sucesso no seu plano de fazê-lo ficar com o professor Ethan?

Ethan observou Todd por um minuto, parou de escrever e olhou dentro dos olhos do rapaz com as duas mãos juntas em cima da mesa.

— Todd, eu quero que você entenda uma coisa. – Ethan fez uma pausa e Todd o encarou sério.

— As pessoas sempre vão te julgar, sempre vão querer que você seja mais e faça muito mais do que o necessário. Não importa quantas coisas você conquiste, o quanto você seja bom ou ruim em alguma coisa. Todos sempre apontarão os seus defeitos, desmerecerão os seus méritos, dirão que a sua tristeza é frescura, que a sua ansiedade é um estresse temporário. E sabe por que? Porque os nossos sentimentos não são importantes para os outros. Eles não sabem como aconselhar, não entendem como podem nos ajudar sem tentar diminuir o que sentimos. Eles não nos dão o devido valor e até mesmo os nossos pais que sempre estiveram preocupados conosco agirão dessa forma um dia. Pode não ser de propósito, mas vai ser assim. As pessoas vão exigir mudanças e comportamentos absurdos. Eles vão te cobrar coisas que nem mesmo eles são capazes de fazer.

E pela primeira vez em todos os seus 18 anos de vida, Todd Green não tinha uma resposta afiada na ponta da língua.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram?
Comentários?
Acompanhamentos?
Favoritos?

Bjs e até o próximo!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Unnamed Feeling" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.