Animagus escrita por Maga Clari


Capítulo 5
Potter era um veado


Notas iniciais do capítulo

Penúltimo capítulo, galera *0*
Eu ri muito escrevendo isso aqui também.
Espero que gostem
Beijocas ♥



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Depois do que me parece uma eternidade, Marlene me cede a palavra. Mas até que ela está certa. Preciso finalizar isso aqui do meu próprio jeito.

Meus caros, não enrolarei vocês com meu discurso agora. Vou deixar isso para o final. Agora, preciso seguir com o fluxo de minhas amigas. Preciso falar sobre as mentiras cabeludas de James Potter.

Primeiramente, quero anexar todas as mentiras constantes. Aquelas que ele conta sempre, sabe. Que ninguém aguenta mais ouvir.

1) Não fui eu, foi o Snivellus!*

2) Eu não sei de nada

3) Não estou ficando com ninguém

4) Quero namorar você, Evans

5) Amo você, Evans

6) De onde você tirou isso, Evans? Ninguém aqui exceto a McGonnagal é animago.

7) Ficou maluca, Evans? Eu? Veado?!

Bem, estas foram as últimas que ouvi desde que fui tirar esta história da Marlene a limpo.

— Tenho certeza que você é animago e tenho mais certeza que sua forma animal é um veado! É isso que você é!

Potter olhou para mim em silêncio por alguns segundos. Havia um sorriso divertido no canto de sua boca, e então desatou a rir. Ele riu de verdade, por uns cinco minutos.

— Okay, okay. E de onde você tirou essa conclusão? Posso saber?

O sorriso ainda estava lá quando Potter cruzou os braços e ficou naquela pose constante de astro de filmes. Você sabe. Os quadris levemente inclinados, um pé na frente do outro, os óculos deslizando por seu nariz.

— Marlene — disse sem rodeios.

— Por Merlin! Você ainda acredita na Marlene? Ela é a mentirosa número um de Hogwarts!

— O sujo falando do mal lavado!

— Marlene inventa boatos — ele inclinou-se para mim, falando pausadamente, como se eu fosse burra — Não viu a última? Ela e o Pads? Em frente da Mulher Gorda?

— Acha mesmo que não foi real?

— Ora, vamos, Evans. Estamos falando do Sirius Black. Ele não vai se prender a garota alguma. Seja realista.

— Era tudo que precisava ouvir. Você admitiu tudo.

— Desculpa?

— Black e você tem um caso, não é? Por isso esse desespero em pegar garotas, para disfarçar. E um desespero ainda maior em provar que saiu e dormiu comigo. Não é isso, Potter? Seu animal é um veado. Tenho certeza!

Sua risada foi ainda mais exagerada do que a primeira. Sou observadora, isso só pode ter sido outra confirmação.

— Escuta aqui, sua maluca. Pads e eu somos melhores amigos. Gostamos muito de garotas. Gostamos de nos divertir. Mas no meu caso, diferente dele, é que você nunca quis sair comigo. Você é a única que tem graça prosseguir com um relacionamento.

— Para de ser mentiroso, Potter!

Quando disse aquilo, uma enxurrada de recordações inundaram meu cérebro. James Potter era tão veado que chegava a brilhar purpurina em seus olhos. Não sei como nenhuma outra garota havia reparado naquilo.

Potter desfilava como uma gazela, saltitando pelos corredores de Hogwarts, desde o primeiro ano. Tudo para ele sempre fora uma grande diversão. Os quadros, as corujas, o campo de Quadribol, as vassouras, os elfos, a cozinha, Hogsmeade, os feriados, as pegadinhas, as festas,  as garotas, os garotos, Sirius Black.

Nada abalava aquele sorriso convencido com dentes mais brancos que uma coruja-das-neves. Suas gargalhadas podiam ser ouvidas há quilômetros de distância, mesmo quando você queria estudar.

Potter parecia viver numa eterna festa em seu próprio mundo particular. Um mundo onde não havia aborrecimento, notas, aulas ou qualquer outra coisa normal de nosso mundo.

E apesar de ser respondão, sarcástico, irônico e mentiroso, Potter era o melhor aluno da turma em quase tudo. Era bom no Quadribol... Na verdade, o melhor apanhador que Hogwarts já teve.

Pelo menos é o que me disseram. Porque eu não gosto de Quadribol. Nem ao menos assisto aos jogos.

Não mesmo.

Outra coisa que Potter adora fazer é dançar. Ele dança com ou sem música; com ou sem festa. Está sempre com sua dancinha da vitória em tudo. Porque ele sempre ganha.

Uma vez, ele e Black chegaram à Sala Comunal, depois de terem ganhado o jogo contra a Sonserina, transbordando felicidade.

Os dois gritavam feito loucos e começaram a dançar uma espécie de coreografia disco que eu nunca imaginaria que eles fossem conhecer. Achava que eles eram do tipo roqueiros foreva**! Não amantes de disco.

Mas Potter era veado, certo? É claro que iria gostar.

A coreografia demorou um bom tempo, quase quinze minutos, e logo foram acompanhados com palmas do restante da equipe. Eu me limitei a revirar os olhos e voltar a estudar.

Isso aconteceu tipo três dias atrás.

Outra coisa sobre Potter é que ele é cheio de frescura. Cheio de não-me-toques.

— Não toque na minha comida.

— Não toque na minha Firebolt.

— Não toque no meu cabelo.

E isso é muito engraçado porque ele toca em tudo sem pedir permissão. Ele fala tocando as pessoas com a ponta dos dedos e fala comigo tocando no meu cabelo.

— Tire sua mão suja de mim, Potter! — isso foi ontem, ainda naquela conversa que tirei tudo a limpo.

— Mas, Evans... — ele revirou os olhos, agoniado — Quando você vai entender que eu amo você?

— Você não se cansa de repetir essas mentiras? Parece até um robô!

Olhei para ele, com os lábios tremendo de raiva.

Potter realmente adorava o visual playboyzinho-de-família-rica. O cabelo propositalmente desarrumado, mas bem cortado, diferente do Black. Os óculos um pouco mais folgados do que deveria. Metade da camisa para fora da calça, a gravata de um nó só, ligeiramente torta.

Potter tinha maneirismos exagerados, excêntricos, gesticulava muito para enfatizar o que dizia. Era “dado”, como diria Marlene. Não era tímido em hipótese alguma. E era justamente isso que o unia a Black. O que os fazia tão parecidos. Black era o cachorro, e Potter o veado.

Não foi muito difícil de suspeitar.

— Deixa, Prongs — a voz que interrompeu foi a voz dele. Do cachorro. Ele havia surgido de outro corredor — Evans nunca entenderá nosso romance. Uma pena, porque estava torcendo para um ménage a quatro! Eu, você, Evans e Marlene!

À minha expressão incrédula, os garotos riram alto o suficiente para o Japão escutar, se desejassem. Então, Black colocou o braço nos ombros de Potter e puxou-o para a outra direção.

— A proposta nunca estará morta, Evans — o cachorro gritou, de longe — É só chamar.

E aí os dois viraram os rostos, de perfil, piscando e sorrindo descaradamente para mim.

Mais tarde, Marlene me disse que Black admitiu que Potter era veado. Não de verdade, é claro (embora eu aceite a classificação de pelo menos bissexual), mas a forma animaga dele.

E agora estou escrevendo atrás do Mapa do Maroto. Para que, no futuro, seu filho com o Black saiba de tudo!

— Ei! — Marlene acaba de gritar aqui, tentando arrancar o mapa das minhas mãos, mas eu tenho pena de repetição rápida! Estou correndo agora! — BLACK VAI TER FILHO COMIGO, SUA TONTA! COM MEU ÚTERO!

— Não esteja tão certa disso, Lene! — estou dando risada, achando graça.

Mas isso é tudo, pessoal.

Estamos nos formando, abandonando esta escola. Nossos professores, nossa antiga vida, nossos amigos.

Não escrevemos este discurso brincalhão para maldizer o quarteto Maroto. Mas porque é... É simplesmente a nossa forma de dizer adeus. De dizer que os amamos. Do jeitinho que eles são. Ou pelo menos, dizer que já foram amados por nós, em algum momento. Ou agradecer por estes momentos que nos divertiram.

Sei que eles não são os únicos formandos agora. Mas ninguém pode negar que Hogwarts teve um pouco mais de vivacidade depois que estes garotos iniciaram seus estudos há sete anos.

Mesmo com tantos defeitos, tanta babaquice, sabe.. Eu acho que...

**

De repente, uma voz interrompeu Lily Evans:

— Eu tenho uma coisa a dizer!


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Notas finais do capítulo

*Snivellus é a versão britânica para "Ranhoso"
**Foreva seria a maneira britânica para "Forever", ou seja, para sempre!



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