Animagus escrita por Maga Clari


Capítulo 6
Tréplica


Notas iniciais do capítulo

Último capítulo ~chora~
Não está tão bom quando eu gostaria, mas antes isso do que nenhum kkkkkkkk
Demorei porque estava ~acreditem, isso foi antes~ sem inspiração. Aí foi isso que saiu.
Beijinhos e nos vemos nos reviews ♥



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James Potter já estava de pé quando alguns dos professores tentaram impedi-lo de piorar mais ainda a cerimônia. Se é que tinha como ficar pior.

— Acho isso tudo calúnia e tenho um pai no Ministério para processá-las — ele disse, parecendo mais sério do que realmente estava.

— Processar como, fofinho? — Marlene juntou as sobrancelhas, levantando-se também — Você nos autorizou a escrever isso aqui no seu pergaminho. Temos a penseira para provar.

— Como se eu soubesse do que se tratava! Ninguém me deixou ler antes, Marlene!

James descansava as mãos no quadril, na pose que sempre fazia, quando irritado. Um pé na frente do outro, o corpo levemente inclinado, os óculos deslizando pelo nariz.

— E quanto a mim? — Peter também se juntou a eles, com o punho fechado. Havia uma ruga em sua testa — Emmeline! No que estava pensando? Nos expor assim?

Quando a ex-namorada de Peter fez menção de dizer qualquer coisa, Marlene se pôs à frente dela, com um olhar feroz para o maroto covarde.

— No que estava pensando você! — ela disse, exalando arrogância ao defender a amiga — Na hora de se prender à ratoeira você quer o queijo. Mas as consequências aparecem, seu idiota. E você precisa encará-las feito homem. Não um rato.

— Opa, opa, opa — James entrou na rodinha, fazendo gestos longos com as mãos, como de costume — Acho que vocês, meninas, ainda não entenderam o ponto.

— E qual seria esse ponto, senhor Potter? — Lily apertou os olhos e cruzou os braços — Atrapalhar a cerimônia de formatura?

— Isso vocês já fizeram — cuspiu as palavras, uma a uma, louco de raiva — O ponto não é a marotagem de vocês. Mas animagos? O que vocês queriam? Uma mera fofoca para nos colocar em Askaban?! Ficaram loucas?!

Um pigarro fora ouvido bem atrás de James Potter. Ao se virar, ele encontrou o diretor Dumbledore sorrindo levemente. Olhava-o por cima de seus oclinhos de meia-lua, enquanto lhe estendia um pergaminho enrolado.

— Não precisa mentir mais, senhor Potter.

— Desculpe?

— Há três anos, cadastrei todos vocês no Ministério.

Ao desenrolar o pergaminho, James viu o registro de animagia dele e de seus demais amigos.

Dumbledore riu de modo inocente ao ver a expressão dos quatro marotos. Com um longo suspiro, tornou a falar. Agora, cada palavra era dita pausadamente.

— Segredos só são segredos quando bem guardados, não? — ele voltou a rir, com doçura — Vocês, garotos, fizeram um experimento perigosíssimo. E sei que não o fariam por um motivo banal.

— Então você..?

— Por favor, não me interrompa, senhor Potter. Onde estava mesmo? Ah, sim. Os senhores sabiam, certamente ao ler os livros, que era uma magia perigosíssima. Não se arriscariam por nada. É claro que não. E eu realmente aprecio a coragem. A ambição. O estudo e raciocínio. Para ajudar um amigo, certo?

James havia abaixado a cabeça, esperando o momento em que o diretor jogaria em sua cara as partes ruins. Entretanto, as partes ruins não apareceram.

— Vocês todos, meus caros alunos, provaram algo que nunca antes havia presenciado como diretor. A casa é somente uma forma melhor de organização. E facilitador de amizades e afinidades. Mas vocês quatro nos mostraram algo bem acima disso. Vocês todos usaram os grandes dons de nossas casas.

Os olhos de James tornaram a se elevar, e também seus amigos e amigas o fizeram. Estavam todos prestando atenção no que dizia o diretor.

— E se me permitirem usar meus próprios dons, conseguirei dizê-los quem representou o quê. Potter possivelmente foi a Grifinória. Corajoso, deve ter sido a cobaia todas as vezes. E com orgulho.

James sorriu e se empertigou todo ao notar a plateia que o encarava.

— Pettigrew provavelmente representou Sonserina. Insistiu para que fossem até o fim, mesmo nos momentos de desânimo. Porque é preciso determinação para tudo na vida.

Peter apenas olhou-o de soslaio, evidentemente sem-graça. Suas bochechas estavam avermelhadas.

— Black seguramente foi a Lufa-Lufa. Deve ter sido o primeiro a pensar na ideia para ajudar seu amigo Lupin. Que por sua vez representou Corvinal. Apostaria mil galeões que foi o único a estudar de verdade. A bolar os planos e ler todos os livros. E à propósito, onde estão o senhor Black e o senhor Lupin? Alguém os viu?

Todos os rostos viraram-se para procurá-los na plateia. Já estavam no final da cerimônia, na realidade. E seus amigos podiam jurar que o haviam visto no começo.

— Que pena — disse Dumbledore, hesitantemente — Grande pena. Pretendia chamá-los para o púlpito. Iriam receber as honrarias também. Mas vamos ao que interessa, certo? Oitenta pontos para a Grifinória. Cada. Por provar que estudar em Hogwarts não limita ninguém a uma única casa. Agora, vamos ao banquete!

Gritos foram ouvidos, pés batiam ruidosamente no chão. Hogwarts inteira estava em festa, menos os marotos e suas garotas. James fora o primeiro a sugerir que fossem atrás de Sirius e Remus.

— Alguma coisa está rolando, tenho certeza — ele disse.

Quando os encontraram, a cena era no mínimo tocante. Remus chorava feito um bebê, encolhido nos pés do Salgueiro Lutador. Sirius dava tampinhas em seus ombros, que curvavam-se para frente, escondendo o próprio rosto.

— Como posso continuar existindo, Pads? — sua voz estava embargada e abafada — Agora que todos sabem? Eu não sabia que Dorcas falaria essas coisas.

— Mas o que você pensava que ela diria, Moony? — Sirius tentou descontrair, com um sorriso brincando em seus lábios. E então, fez uma imitação ruim de voz feminina: — Meu namorado é muito gostoso e quente. Fazemos coisas selvagens! É claro que não, né, seu idiota!

Dorcas, que havia saído discretamente logo após o sumiço de Remus, estava de volta sozinha. Ela caminhava pouco atrás de seus amigos agora, mas ignorou-os. Tudo que precisava era falar com Remus.

— Sinto muito. Okay?

Aquela simples frase foi o que tirou o lobisomem de seu próprio mundo. E quando ele olhou para Dorcas, enxergou todos os outros logo atrás. Sirius também não havia notado.

— Há quanto tempo está aqui? — Remus perguntou, secando o rosto.

— O suficiente.

Os outros aproximaram-se também e sentaram no gramado, em roda. Marlene, então, virou-se para o amigo.

— Remus, a gente não...

— Tudo bem — Remus interrompeu-a — A culpa não foi sua. Devíamos ter contado desde sempre.

— A gente só não...

— Apenas pare, Marlene. Okay?

— Remus... — Dorcas tentou outra vez — Eu só quero que tenha orgulho de ser o que é. Eu o amo desse jeitinho. Por que não faz o mesmo? É impossível temer ou rejeitar alguém doce feito você.

— Ah, vai começar a melação — Sirius revirou os olhos, arrancando algumas risadas.

Então, James aumentou a voz:

— Acho que é uma ótima hora para dizer que ganhamos trezentos e vinte pontos por ajudar nosso amigo nas luas cheias, não acham?

— A gente o quê?! — Remus gritou, mal se contendo.

Ao ter a resposta muda do amigo, o lobisomem se levantou e andou para os lados, sem acreditar no que ouvia. Sorria de orelha a orelha e abraçou cada um deles, em euforia.

— Não estamos encrencados, então?

— Você teria recebido honrarias se não viesse aqui chorar com o Pads. E depois, o veado sou eu, não é mesmo, Evans?

Lily revirou os olhos e fez um sinal com as mãos, como se espantasse uma mosca.

— Só tem uma coisa que ainda não se encaixou nisso tudo.

— O quê? — todos perguntaram, em coro.

— Padfoot não surtou com o relato de Marlene.

Sirius olhou de Marlene para James, sem entender exatamente a questão.

— Vocês dois sabiam, não é? Que Dumbledore já havia nos cadastrado?

— Bom...

Um sorriso sapeca brincou nos lábios de Sirius quando ele já se preparava para correr. Transformou-se em cão no último segundo.

— Seu mentiroso! — James gritou, antes de persegui-lo em sua forma de cervo.

— Tecnicamente, nós só omitimos — Marlene respondeu, aos berros, quando James fora atrás dela também — Ei, ei, ei. Calma aí! Ainda sou humana! 

Enquanto o veado, o cachorro e Marlene brincavam de brigar pelos jardins de Hogwarts, Peter aproveitara o momento para sumir à francesa.

Emmeline virou-se para Lily, observando seu ex-namorado fugir, como um típico rato.

— Sabe, Lily... — arrastou-se, para ficar mais perto dela — Talvez James não seja mesmo veado. Ele está avançando em Marlene.

— Não faça essa cara, Lily — Dorcas falou, ao ver a ruga na testa da amiga — Não escute as intrigas da Emme. James ama você, de verdade. Um dia, vocês serão como nós. Eu e Remus.

Lily virou-se para ambos, com um sorriso pequeno. O lobisomem estava todo corado quando Dorcas apertou seus ombros e repousou a cabeça em seu peito.

— Talvez, Dorcas. Um dia, quem sabe.


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