Astronaut: ReFlying escrita por Kaline Bogard


Capítulo 30
Capítulo 28


Notas iniciais do capítulo

'-'

Fico tão preguiçosa no fim de ano... mim perdoem, por favor.

Boa leitura e se prepara que vem tiro :D



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Astronaut: ReFlying

Kaline Bogard

Capítulo 28

A segunda começou com a promessa de que seria uma semana pesada.  Não do jeito ruim, apenas o já esperado pra época.  Professor Murdock os cobriu com um trabalho que fazia juz ao nome “trabalho”.  A senhorita Munroe seguiu-lhe o exemplo e ainda marcou uma prova!

Agora sim, Peter sentia que estava no Senior.

Seu armário aparecera pichado com “Parker (coração) Malucos”.  E, na humilde opinião do garoto, era infinitamente melhor do que “Parker ama pintos”.  As provocações caiam todas sobre ele, obviamente visto como o elo fraco.  Não sabia de ninguém que se metesse direto com Wade Wilson.  Além da fama de problemático (e que agora sabia ser bem justificada), ainda tinha o lance da esquizofrenia.  Wade não se preocupava em ser discreto.

E qual a novidade? Nerds sempre seriam as vitimas preferidas.

Fez uma nota mental de dar um jeito na pichação depois. Sabia, por experiência própria, que a escola limpava, mas sem pressa alguma.

Semana nova significava matéria nova no jornal. O que Mary Jane ia querer pra capa? Mais alunos problema? Provavelmente não. Já era assunto velho, até a dinâmica “Wadeker” ou “Wadearker” já caia em lugar comum, e como boa jornalista, a ruiva gostava de polêmica.

Na hora do almoço, dividiu a mesa com Wade, Loki, Natasha, Clint e Tarika.  Bruce e Tony rejeitaram o almoço e estavam enfiados no laboratório discutindo o projeto, pra variar. Niat foi convocada pelo clube de corrida, as competições batiam à porta.

Peter aproveitou para distribuir as fotos que imprimira na noite anterior. Foi um sucesso!

— A gente é fotogênico pra cacete — Wade admirava a imagem que já tinha visto na casa do baby boy. Digo, na casa de Peter. Ignorem a autora (linda) que deu uma deslizada na narrativa. Não que isso seja realmente uma fanfic e... nevermind.

— Precisamos repetir a dose! — Clint decretou animado — Eu vou fazer você engolir tinta também! — olhou feio pra Wade.

— Não temos culpa se você deu um grito de guerra antes de atacar. E a nossa mira acerta caralho de mosquito a dois quilômetros — exagerou.

— Pra isso é recomendado usar viseira — Tarika provocou entre risos — Quem mandou tirar a sua?  Podia ter levado um tiro no olho...

Clint deu de ombros.  A adrenalina ajudava a tomar decisões estúpidas.  E como consequência ganhara um tiro na boca. Até agora “sentia” o gosto horrível da tinta.

— O espaço do paintball é legal, mas a gente podia ir pra um fora do shopping, a campo aberto — Natasha pensou um pouco — Ouvi falar que em Long Island tem um enorme.

— O Thor não falou de outra coisa — Loki suspirou — Ele vai adorar.

— Posso procurar na Internet depois — Peter se ofereceu.

Todos concordaram, e então terminaram a refeição.

Depois disso, Peter resolveu ir até o laboratório ver a quantas andava o projeto interdisciplinar que até a última atualização não passava de discussão acalorada entre dois melhores amigos.  E lá se foi Wade atrás, como um fiel cão de guarda.

— Você não deveria estar em alguma aula? — o menino perguntou — E cadernos? Livros? Nunca te vi com uma mochila.

— Isso é o que eu chamo de “gafe da autora”.

— Quê?

— Não importa. Qualquer desculpa é valida pra ficar com o baby boy.

Peter meneou a cabeça e não refutou. Se tentasse entender metade do que saia da boca daquele cara, acabaria mais esquizofrênico que o próprio Wade.

No fim das contas, nem Bruce Banner, nem Tony Stark estavam no laboratório.  Ava explicou que ambos saíram pra conversar com o pessoal da Eletromecanica e tentar redirecionar o trabalho para aquela área.

Peter decidiu ir para a sala do jornal, conversar com Mary Jane, que os recebeu exultante.

— Peter, eu já ia te mandar uma mensagem.  A equipe discutiu sobre a pauta, queremos entrevistar vocês dois e saber mais sobre o tipo de relação que tem.

— Não acredito! — o garoto arregalou os olhos. Desde quando Mary Jane aceitava noticias que eram pura fofoca? Não tinha nada novo acontecendo no colégio?

— Isso é fácil — Wade nem hesitou em puxar Peter para si e abraçá-lo — O baby boy é nossa waifu.

— Waifu...? — a ruiva não pegou a referência.

— Petey é meu sol e estrelas. Minha Khaleesi, e a gente tá louco pra brincar de Khal Drogo na noite de núpcias... aiaiai — terminou gemendo com o beliscão dolorido que levou na altura dos rins — Petey é adepto do BDSM... — choramingou.

Mary Jane passou de incrédula para divertida em segundos.

— Sinto cheiro de algo aí — ela entrou na brincadeira.

— Dessa vez não foi eu — Wade falou depressa — Juro.

Peter bateu com a mão na testa e Mary Jane riu, aquele cara era mesmo como os boatos diziam: muito louco!

— Ei, MJ, tenho informações quentes que você precisa ouvir!! — quem disse foi um dos repórteres, outro aluno terceiranista entrando esbaforido na sala.

— Já vou — e voltou-se para Peter — Parece que vocês saíram da pauta.  Quando decidirmos a matéria, te digo quais fotos precisaremos.

— Okay.

— Que pena — Wade deu de ombros — A gente daria uma ótima capa.

— Pensei que não gostasse desse lance de Direito de Uso de Imagem — Peter provocou, saindo no corredor.

— Bem lembrado.

— Tem alguma aula agora?

— Não. Sou todo seu.

O garoto pensou um pouco.  Aquele horário na sua grade era ocupado com atividades do Clube de Ciências e do Jornal.

— Acho que vou embora, tenho muito trabalho do senhor Murdock pra fazer. Quer ir lá pra casa? — acabou convidando.  Sua intuição dizia que Wade apareceria de qualquer jeito.

— Claro! A gente pode dar uns amassos no sofá.

— Vai sonhando — Peter riu.  Já estava com o material que precisaria, e Wade nunca carregava nada consigo.  Nem ia passar pela ala dos armários — Hoje minha tia está em casa.

— Qual o problema? Se quiser a gente chama ela pra festinha também...

— WADE!! — Peter soou horrorizado. Por sorte passavam pelo corredor vazio.

— Zuerinha, baby boy. Só te divido com as vozes. E por pura falta de opção. Mas fiquei com uma dúvida aqui... não pode ter amasso por causa da tia? Se ela não estivesse em casa...? — deixou a insinuação no ar.

— Se ela não estivesse em casa nada!! Idiota — o garoto fez um bico, tentando disfarçar o rosto que corava. Já devia ter se acostumado com os disparates de Wade Wilson, não? É que às vezes ele vinha com umas piadas que sempre superaram qualquer limite imaginado.

O prédio da escola já estava vazio apesar de faltar um tempinho para o final do período. Como a parte da tarde era basicamente composta pelas aulas opcionais que rendiam creditos, cada vez menos alunos ficavam por ali. O descaso com a educação completa aumentava dia após dia, e os que se importavam, como Peter Parker, tornavam-se a minoria intitulada “nerd”.  Isso sim, daria a melhor capa para o jornal do colégio.  “A nova geração, uma geração de burros?”.

Seguia tão distraído com os pensamentos sobre o futuro da educação e educandos, que trombou contra as costas de Wade, quando o rapaz parou de supetão no portão do colégio.

— Ei, o que foi? — Peter perguntou confuso, segundos antes de notar a figura estranha parada na calçada, alguns metros a frente.

Um rapaz de estatura mediana, de pele muito pálida, ressaltada pelas roupas escuras que usava, tão escuras quanto o cabelo curto e os olhos estreitos.  O moletom preto tinha o desenho estilizado de uma aranha branca na parte da frente. Deveria ter a mesma idade que Wade Wilson.

Peter captou a tensão no ar no mesmo instante.  Toda a postura corporal de Wade mudara.  Nunca o vira numa posição tão agressiva e alerta.

— Venom — ele arrastou as letrinhas, esticando o máximo que conseguiu.

— Deadpool — a resposta veio curta e seca — Você não mudou nada...

— Coisa boa não muda, só aprimora.

— Wade... — Peter não gostou nada da animosidade evidente entre os dois. Seu instinto apurado apitava alertando-o para que saíssem dali o quanto antes.

— Troca de plano, baby boy. Depois a gente se fala, prometo compensar com mais do que uns amassos — Wade falou como despedida antes de seguir na direção do tal Venom.

Peter apenas assistiu, incapaz de impedir, refém da angustia que transbordou o coração e o tornou mais apreensivo.

Aquilo não ia terminar bem.


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Notas finais do capítulo

Feliz Natal atrasado!!

:D

E até ano que vem!! Boas Festas e que 2017 seja um ano melhor pra todos nós.