Astronaut: ReFlying escrita por Kaline Bogard


Capítulo 28
Capítulo 26


Notas iniciais do capítulo

Estive em reunião até agora! Parei só pra postar e vou voltar ao trabalho.

Não quis deixar pra postar amanhã :D me amem muito por isso, hohoho

Boa leitura



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Astronaut: ReFlying

Kaline Bogard

Capítulo 26

Domingo era o dia preferido de Peter Parker.  Era o único da semana que tinha totalmente livre: sem tarefas da escola e em casa.  Geralmente passava sozinho, pois a tia May trabalhava através de escalas que incluíam finais de semana.

Seu costume era ficar bem a vontade, de regata e bermuda, dividindo o tempo entre ler as histórias em quadrinhos com os adorados super-heróis, jogar vídeo-game, requentar a comida que sua tia preparava anteriormente, assistir televisão.

Domingo era o dia do a toa.

E aquele tinha um extra: Peter deitou-se na cama e ficou passando as fotos da noite anterior da câmera para o notebook, salvando as melhores e excluindo as ruins.  A primeira de todas era de Wade com a plaquinha de doente-pedinte. O capuz somado à deformidade da pele criava uma figura assustadora! Se não o conhecesse e encontrasse tal tipo numa rua deserta a noite não faria outra coisa a não ser implorar pela vida e correr.

— Quem deu comida, deu por medo! — acabou rindo.

A próxima seqüência era do Pump It Up.  E eram hilárias, pois pegaram os dois garotos no meio de movimentos. Em uma delas, a fragmentação deu a impressão de que Clint tinha duas cabeças! E em outra Wade parecia ter quatro braços.  A melhor de todas mostrava Clint inclinando-se para trás, num ângulo um tanto impossível ao mesmo tempo em que Wade dava um saltinho no ar.  Estava tão bacana que decidiu revelar aquela.

Passou as fotos de Thor e Loki no Guitar Hero, uma que gostou bastante era de Loki mirando o namorado com desgosto, enquanto o “deus do Trovão” cantava e solava empolgado na guitarrinha.  O grandão era um poço de felicidade.  Revelaria e daria pro casal como presente.

E então, as melhores da noite. A galera reunida no saguão do paintball, o antes e o depois que Peter pedira para um dos funcionários tirar.  Na primeira, todos estavam parados, olhando para a câmera, com exceção de Wade, que o abraçava por trás (de um jeito bem constrangedor, obrigado) e admirava-lhe o pescoço, parecendo Drácula prestes a beber o sangue de uma donzela (okay, péssima comparação, de nada). E de Thor que mantinha uma mão no ombro de Loki, enquanto olhava para o namorado incapaz de disfarçar a adoração por seu ‘irmãozinho’.

A segunda... a segunda valia um milhão de dólares.

Os dez estavam com os uniformes, sem as viseiras, cobertos de tinta azul da cabeça aos pés. Porque a competição acabou virando pura bagunça no melhor estilo “cada um por si”. Na imagem; Tarika, atrás de Niat, puxava as bochechas da namorada para obriga-la a sorrir, mas só conseguia uma careta engraçada.  Thor abraçava Loki pelo ombro e gargalhava, ganhando em troca um olhar de canto de olho.  Tony e Bruce, ombro a ombro, exibiam os rifles como guerrilheiros de um filme de ação saído direto dos anos 80.  Clint abraçava a cintura de Natasha de um jeito bem carinhoso e atípico pra ele, enquanto a ruiva colocava as mãos sobre as dele.  E por fim, mas não menos chamativo, Wade Wilson com Peter Parker nos braços, se debatendo.  Saíra com a boca aberta.  Aff.

Estavam todos tão felizes. Tão... Peter não sabia explicar direito todas as sensações.  Era diferente de quando estava com Harry e Gwen, claro. Cada grupo de amigos possuía características próprias. Não havia sentido comparar.

Mas estar com os Avengers. Ser um Avenger... quanta emoção!

Decidiu imprimir aquela também, uma para cada um.

— O que é tão engraçado? — a voz de Wade surpreendeu um pouco Peter, mas não de todo. Ele ergueu os olhos e mirou o rapaz pendurado na janela do seu quarto.  Ele também era parte do grupo.  Também era um amigo precioso.

— São as fotos de ontem. Vem aqui ver.

O convite teve o efeito de biscoito na frente de cachorro. Não foi preciso chamar uma segunda vez.  Com a agilidade que Peter já notara, ele projetou-se pela janela e caminhou até a cama onde o dono da casa estava.

— Cede espaço aí, baby boy — apesar de pedir empurrou o garoto para o lado, com o quadril. Logo estavam lado a lado, apoiados na cabeceira enquanto Peter exibia as imagens no notebook.

— Folgado — Peter balançou a cabeça enquanto voltava para a primeira foto.

— Que cara bonitão esse aí — Wade livrou-se do capuz, para poder ver melhor — Ah, sou eu!

— Idiota — Peter bateu contra ele de leve com o ombro.  Então observou-o por alguns segundos, meio impressionado com a aparência tão incomum — Um dia você vai me contar o que aconteceu?

— Isso importa muito? — Wade olhou para ele.

— Importa se ajudou a definir quem você é. Importa se é parte de um passado que pode voltar e te cobrar um preço — a conversa com Jessica Jones vinha-lhe a mente de vez em quando.

— Quer saber mais sobre a gente?

— Claro. Você é meu amigo.

Wade sorriu e segurou o queixo de Peter, já começando a se inclinar para dar aquele beijo Wadeano, mas a mão espalmada de Peter afastou-lhe o rosto e impediu qualquer avanço.

— Que pensa que está fazendo?

— Aproveitando o clima...?

— Que clima?! — Peter riu.

— Tentar nunca matou ninguém — o rapaz deu de ombros — Quer saber mais sobre o meu passado? Pra valer?

— Sim, quero sim.

— Então vem num lugar comigo.

Peter franziu as sobrancelhas, surpreso com o pedido.  Vindo daquele cara, só podia ser zoeira.

— Wade... não sei...

— Confia?

O menino respirou fundo, travando uma visível e breve luta interna.

— Se me levar em um motel ou algo do tipo eu te mato!

— Ops...

— WADE!

— Tamo zoando, baby boy. Não vamos pra nenhum motel. Ainda.

Peter rosnou algo, reforçando o fato de que nunca iria para um motel com Wade Wilson (ou com qualquer homem, claro). Então o empurrou de leve.

— Okay. Anda logo antes que eu mude de idéia! — pegou uma troca de roupas e apontou um dedo para o outro — Não mexa em nada.

—Dá seu show, baby boy. A gente curte um streap-tease também — provocou cruzando as mãos atrás da cabeça.

—Nem nos seus sonhos! Se comporte. — exigiu antes de ir trocar-se no banheiro.

— Beleza!!

Como não sabia a que horas voltaria, Peter deixou um bilhete para tia May, explicando que estava com um amigo; para não preocupá-la caso chegasse em casa e não o encontrasse.  Passava das seis horas da noite, logo ela estaria de volta do trabalho.

Wade o guiou a um ponto de ônibus próximo, dali foram a uma das estações de metrô. Ele era incapaz de parar quieto ou calado por muito tempo. Peter notou como chamavam atenção alheia, principalmente seu amigo tão exótico, que recebia as mais diferenciadas miradas, de espanto a medo. De piedade a curiosidade. Como seria viver assim? Peter não sabia, mas talvez quisesse saber...

Uma hora e meia e duas baldeações depois, desciam em um bairro suburbano quase na direção oposta de onde Peter morava.

Era verão e anoitecia lentamente, mas a poluição de New York colaborava com o ar mais sombrio. E foi assim que chegaram a uma ruazinha tomada por casas de classe média, bem aos padrões norte-americanos cujos postes de iluminação acendiam um por um.  Wade levou Peter até o final da rua sem saída, parando em frente a última das casas.  Já havia luzes acesas escapando pelas janelas abertas.

— Por aqui — e, depois de olhar para os lados, subiu ágil no muro.

— Não vou invadir uma casa, Wade! — Peter protestou com horror.

— Confia? — estendeu a mão para ajudá-lo na escalada.

O garoto engoliu saliva e balançou a cabeça sem poder acreditar na fria que estava se metendo.  Aceitou a oferta e em menos de um minuto avançavam fugidios pela área da frente, até uma das laterais. “Não posso ser preso! Não posso ser preso!”, era o que Peter Parker pensava a cada instante, com o coração disparado pela adrenalina.

Daquele lado havia uma arvore antiga, de caule grosso e galhos fortes.  Quando Wade escalou, não surpreendeu Peter de todo.  Com agilidade inesperada para um nerd imitou o outro.  Os galhos se aproximavam de uma janela aberta cuja luz estava acesa.

Wade assobiou como um pássaro e esperou.  Assobiou a segunda vez e imediatamente um rostinho surgiu na janela. Agora sim, algo que Peter não esperava.  Era uma menininha de pele morena e cabelos presos em uma trança, de mais ou menos uns quatro anos, que exibiu um sorriso grande e feliz!

— Olá, coelhinha — Wade acenou para ela, cumprimentando em um tom afável que Peter não se lembrava de ouvi-lo usar antes.

— Papai!!


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Notas finais do capítulo

Alguém esperava esse tiro?

Até segunda!! :D