Astronaut: ReFlying escrita por Kaline Bogard


Capítulo 27
Capítulo 25


Notas iniciais do capítulo

Olá!! Coloquei uma imagem de mais ou menos como seria o campo de paintball, talvez um pouco maior, porque eu imaginei o lugar ocupando um dos andares de um shopping em NY. Mas não achei outra imagem que ilustra-se melhor!!

Divirtam-se! Coloquem um colete a prova de balas: vem tiro por aí! :D



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O cenário para o jogo era muito bem elaborado, sombrio, com falsos entulhos e paredes, simulando uma casa abandonada.  Tinha bastante espaço, subdividido com paredes em madeirite reforçada, erguidas como uma espécie de labirinto.  Em cada extremidade estava a bandeira dos times.

Na equipe Vermelha ficaram Peter, Wade, Clint, Bruce e Tarika. Na Verde, ficaram Thor, Loki, Natasha, Tony e Niat.  O instrutor lhes deu o uniforme camuflado com braçadeiras na cor de cada grupo, as viseiras e os rifles com tinta; explicou rapidamente como tudo funcionava, o tempo de cada rodada e as formas de vencer.  Depois disso, eles se separaram e a brincadeira começou.

— Vamos deixar Peter vigiando a bandeira. Banner e eu tentaremos...

— A gente fica com o baby boy — Wade falou categórico.  Clinton nem pensou em debater. Não ia valer a pena.

— Okay, então Peter e Wade vigiam a bandeira. Bruce e eu servimos de isca e tentamos matar o máximo de inimigos possível. Tarika, seu alvo é a bandeira verde, vá pega-la enquanto nós te damos cobertura. Okay?

Todos concordaram.  Os três saíram para a investida, deixando Wade e Peter para trás.  Era a primeira vez que Peter participava de algo assim, foi impossível não sentir a adrenalina correr solta nas veias. Ficar de vigia não era a opção mais emocionante, porém, não queria estragar tudo.

— Ei, Petey, vem comigo — Wade sinalizou.

— Não, a gente tem que proteger a bandeira.

— Relaxa, baby boy. Agora que a diversão começa...

O garoto hesitou poucos segundos antes de obedecer.  Tinha que ficar de olho em Wade, antes que o doido os fizesse perder o jogo.  Assim que saíram da sala, notaram que o corredor se dividia em três passagens. Wade escolheu a da direita.

O ambiente era sinistro. Havia pouca luz e o silencio predominava.  Mesmo sabendo que não passava de um cenário fake, Peter sentiu calafrios.  Com passos lentos e calculados, esconderam-se atrás de uma barricada de caixotes velhos.

— Wade... — sussurrou.  O outro levou o indicador aos lábios, pedindo silencio.  Ergueu-se um pouco, espiando se era seguro e chamou Peter com um gesto de mão.

Os dois avançaram pelos corredores, usando as barricadas de tambores, moveis velhos e caixotes para se esconder.  Peter não entendia a estratégia de Wade, se é que ele criara alguma!

Quase chocou-se com as costas dele, quando Wade parou de repente no corredor e o fez voltar depressa para trás de um grande tonel de óleo.  Alguém estava vindo!! O coração de Peter disparou. Todo aquele clima de caçada era emocionante.

Nem bem se abaixaram e Natasha surgiu da curva do corredor.  Toda a postura corporal na defensiva, em alerta total.  A ruiva parou e analisou o local, talvez alertada pelo instinto.  Estava um passo distante do alcance dos tiros. Mal sabia ela dos inimigos escondidos a curta distância.

Aparentemente Natasha se convenceu de que era seguro, contudo não diminuiu a precaução em momento algum, enquanto se aproximava do tonel, único lugar onde os membros do time rival poderiam usar de esconderijo.

Wade olhou para Peter e piscou, antes de levantar-se num salto sem qualquer aviso.

— SURPRISE MOTHERFUCKER! — e disparou. Nem se preocupou que o grito poderia alertar outros inimigos.

Natasha levou um susto memorável, mas não o demonstrou em momento algum, não era de perder a classe.  Ao contrário, disparou a arma que já tinha em punho, numa reação meio segundo atrasada.  Levou dois borrifos doloridos de tinta no peito. Wade saiu intacto.

— Filho da mãe — a menina resmungou.

— Pode sair, baby boy. É seguro agora. Não olhe para o cadáver, não queremos que fique traumatizado com o sangue.

— Foi mal — Parker falou para Natasha, que apenas deu de ombros. Ossos do oficio.

A dupla continuou a investida, com Wade os guiando de maneira aparentemente aleatória.  Passaram pelo “corpo” de Loki, que levara um tiro na barriga e pelo de Bruce, baleado no ombro.

Foi numa sala com uma pilha de caixotes abandonados que Wade montou o próximo esconderijo.  Ele abriu um vão entre as caixas de madeira e indicou que Peter deveria se abaixar e posicionar a arma no vão.

— Sua vez — ajudou Peter a segurar do jeito certo e se posicionou logo atrás, de modo a poder observar pelo vão também. A proximidade de ambos tornou Peter mais apreensivo do que a emoção do jogo em si.

— Wade...

— Atenção, baby boy. Sua presa já vai chegar.

Peter acatou a ordem, não sem antes engolir em seco.  Wade parecia ter algum tipo de radar, já que acertou em cheio: logo Tony Stark entrou, cheio de precauções e cuidados, meio inclinado pra frente e olhando para todos os lados. Perto o bastante para ser alvejado.

Wade inclinou-se sobre Peter, apoiando o peito nas costas do garoto, segurando-lhe as mãos, tanto a que descansava sobre o gatilho quanto a que segurava o cano do rifle, dando equilíbrio.

— Espera.  Espera — o sussurro não foi mais que mero movimento de ar bailarinando até a audição de Peter — Mete fogo, meu garoto.

Peter obedeceu. Deu ao gatilho e sentiu o impacto significativo do disparo, mesmo para uma arma de brinquedo.

Tony deu um pulinho de susto, quando foi alvejado no peito.

— Droga! — resmungou para a dupla que se erguia — Eu estava indo tão bem...

— Cadáveres não falam, Stark — Wade debochou, antes de acertar mais um tiro em Tony, só de maldade.

— Wade, não precisava acertar duas vezes — Peter deu uma bronca de leve, enquanto iam em frente, abandonando o rival vencido.

— É melhor ter certeza. Um inimigo vivo, é um inimigo vivo.

A frase era ilógica, já que pelas regras qualquer tiro que acertasse o participante era equivalente a “morte”. Enfim, Peter que não ia tentar explicar tal fato.

Na área seguinte deram de cara com Clint Barton.  O jovem, que provavelmente vinha na caça de Tony, surpreendeu-se em encontrar os companheiros por ali.

— Vocês abandonaram a bandeira! — ele constatou o óbvio.

A resposta de Wade foi erguer o rifle e acertar Barton certeiro na viseira e no peito.  O queixo de Peter e do próprio alvejado foram ao chão.

— Eu sou do seu grupo! — Clint soou tão indignado quanto estava. A ficha da traição caiu e foi mais dolorido do que os tiros.

— Por que fez isso?

Wade deu uma risadinha e puxou a braçadeira para guarda-la no bolso do uniforme. Fez o mesmo com a de Peter.

— Não fazemos parte de um grupo. Somos uma dupla — hesitou um pouco — Sem contar as vozes...

— Sacanagem! — Barton não se conformou em ser traído.

— Em frente — Wade segurou no braço de Peter e levou-o consigo.

— Que horrível — o menino olhou feio para o parceiro.

— O mundo é dos mais fortes, baby boy.

— Mas assim não tem graça. Não é pra se voltar contra os amigos, é pra gente se divertir com eles!

Pois o sermão não surtiu efeito algum.  Wade atingiu Tarika na nuca, ainda que a garota pertencesse ao mesmo time e mandou dois tiros no “cadáver” de Thor no percurso até chegarem ao lugar onde estava a desprotegida bandeira Verde.  Ele reverenciou com exagero, indicando que Peter deveria pegar o premio e fazer as honras.

Apesar de hesitar e um tanto aborrecido, Peter apoderou-se da bandeirinha.  Assim que a tirou do suporte todas as luzes se acenderam.  Fim de jogo.

— Mandamos bem!!

— Não sei não... vitória com sabor de traição é amarga...

— E vai piorar!! — a voz veio de Clint Barton, parado na entrada da sala.  E não estava sozinho: os outros adolescentes chegaram e se apinhocaram, todos com os rifles a postos e desesperados para se vingar.

— ZUMBIS!! — Wade gritou e pulou sobre Peter, abraçando-o um segundo antes que a chuva de munição de tinta caísse sobre a dupla.  Foram tantos tiros que as costas de Wade se cobriram de azul. Mas nenhum acertou Peter Parker.

Quando a munição se esgotou, a garotada vibrou, sentindo-se devidamente justiçada.  Wade aproveitou para abraçar Peter com um pouco mais de força do que deveria.

— Foi uma... honra servir ao... seu lado — murmurou antes de tombar dramaticamente no chão.  Peter olhou para ele, olhou para os amigos se acabando de rir na porta, olhou para Wade de novo...

Eles estavam se divertindo pra valer. Todos eles! Mesmo com o jogo sujo de Wade, mesmo com nenhum dos times tendo erguido a bandeira rival respeitando as regras.

— Esse filho da mãe me pegou direitinho — Clint acusou.

— Me acertou pelas costas — Tarika resmungou.

— Lerda — Niat não perdoava ninguém, nem a namorada.  A jovem loira era a única que saira intacta da partida e ainda conseguira “eliminar” Bruce Banner.

— Temos tempo pra mais uma! — Thor riu forte, inconformado em levar os tiros de Wade depois de “morto”.

— A gente é do time do baby boy!! — Wade levantou-se parecendo um ninja e agarrou Peter como se ele fosse um urso de pelucia.

— Perfeito — Tony parecia esperar pela deixa — Todos contra WadeParker. É a hora da verdadeira vingança!

Peter Parker relaxou por fim. Talvez fosse muito certinho com tudo na vida.  Ninguém parecia aborrecido com o que Wade fizera.  E o que ele esperava? Que ficassem “de mal”? A zoeira de Wade fora inesperada, contudo, ao invés de se encher de rancor a galera manteve consigo a parte divertida da história.

Decidiu que faria isso também. Não ia mais se preocupar tanto em ser corretinho cem por cento do tempo. Era só uma brincadeira! Então que fosse divertida de qualquer forma.


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Notas finais do capítulo

E venceu o melhor time. Dupla... não, pera... xD

Era isso que vocês estavam imaginando? Espero que sim, tentar pensar como o Wade dá um pouco de dor de cabeça!

Até segunda-feira e boa semana!