Astronaut: ReFlying escrita por Kaline Bogard


Capítulo 18
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, fora Temer.

Segundamente: boa semana!! :D



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Astronaut: ReFlying

Kaline Bogard

Capítulo 16

 

O lugar escolhido para o encontro foi uma pizzaria bem familiar, próxima à casa de Peter. Era longe do bairro elitista de Harry, mas o rapaz tinha uma limusine a disposição para percorrer qualquer distância.

E foi assim que ele chegou ao local, onde Peter esperava do lado de fora.

— Peter! — o cumprimento veio caloroso — Parece que faz uma vida que eu não te vejo, cara!

— Harry! — aproximou-se dele. Não negava o sentimento: tanto acontecera, Harry era como parte de um passado distante. Exceto que o “distante” se caracterizava por poucos meses...

— Até que horas pode ficar?

— Umas nove e meia no máximo. Vou encontrar com a Tia May.

— Não se preocupe — Harry tirou o celular do bolso e discou para o motorista (que ainda estava sentado na limusine estacionada a quase três passos dos garotos) dando ordens claras para que, no horário certo, buscasse a velha senhora e a levasse em casa. Não seria a primeira vez. Com certeza nem a última — Prontinho! Nada de se preocupar agora.

— Mas não posso ficar até tarde, a aula amanhã...

— Meu Deus, Peter! Você está mais “nerd” do que eu me lembrava! Relaxa, a gente não se vê faz mais de quatro semanas. Tenho um milhão de coisas pra contar! E você?

Peter acabou sorrindo. Era tanta novidade que talvez não conseguisse falar tudo.

— Tem razão.

— Seria excelente me apresentar o seu guarda-costas.

— O meu o quê?

— Esse cara aí colado no seu calcanhar... — e apontou. A expressão facial era um tanto consternada, muito provavelmente pela aparência do suposto “guarda-costas”.

Peter virou-se para ver do que Harry estava falando e deu de cara com um familiar moletom. Quase saltou de susto.

— Wade! De onde você saiu, cara? Não acredito que começou a me seguir de novo!!

— De novo? — Wade sorriu suspeito — A gente nunca parou...

— Cai fora!

Harry limpou a garganta, ganhando a atenção dos dois.

— Você seria...?

— Wade Wilson. Me chame de Wade — ele passou braço pelos ombros de Peter e o puxou para perto de si — Crush do baby boy.

— Meu crush?! Não viaja!

— Hum, Prazer em conhecer, Wade. Sou Harry Osborne. Peter, meu velho amigo, com certeza você tem muito o que me atualizar — então virou-se para Wade — Quer comer pizza com a gente? Vou adorar conhecer o boy magia do meu melhor amigo...

— HARRY!

— A gente prefere tacos, mas pizza tá bom!

— Traidor — Peter fuzilou Harry com o olhar e se deixou levar para dentro da pizzaria, tentando ignorar a risada divertida de seu suposto melhor amigo.

Por sorte era cedo ainda, foi fácil encontrar uma mesa vazia. Indiferente ao fato de ser segunda-feira, a cidade de New York era uma loucura. Nem sempre se conseguia vaga (nem em um restaurante familiar) sem alguma espera.

Uma garçonete anotou os pedidos e os deixou a vontade para que conversassem.

— Muito bem, boy magia — Harry recostou-se contra a cadeira e cruzou os braços, semicerrando os olhos com desconfiança — Conte-me todos os detalhes sórdidos dessa relação, Peter Parker. Não ouse esconder nada.

O garoto respirou fundo, tomando fôlego. Seria um longo monologo, todavia obedeceu. Contou como recebeu a tarefa de fotografar os alunos problema transferidos pro colégio, e a consequência de ter se aproximado de Wade. Falava enquanto afastava a mão do rapaz sentado ao seu lado, que arrumava qualquer desculpa para tocá-lo. A primeira rodada de pizza veio, momento em que pararam para comer e beber algum refrigerante.

Contou sobre o clube de ciências, os Avengers e os almoços em que não estava mais sozinho. Por fim, contou sobre a festa a lá “nerds”, o primeiro porre e consequente ressaca. E o dia seguinte. Quando terminou, a segunda rodada de pizza já ia pela metade.

— E é isso — Peter deu um grande gole na coca-cola — Toda a história sórdida.

— Caralho, meu amigo... — Harry não sabia o que dizer diante de tudo o que ouvira — É assim que você se vira sem a gente por perto?

— Podia ser pior — ele resmungou.

— Petey, tem um pouco de molho na sua bochecha — Wade avisou — Pode deixar que a gente limpa...

O rapaz não gostou nada do tom de voz usado na oferta, fez menção de pegar um guardanapo, mas Wade segurou seu rosto com as duas mãos e o puxou para perto, ficando óbvio que pretendia lamber-lhe o rosto.

— WADE! Não... ouse... — ele começou a debater-se tentando livrar-se antes que o pior acontecesse. Harry pegou a latinha de coca e sugou pelo canudinho, olhando a cena com o interesse de quem vê uma premiere no cinema. E naquele puxa-foge-agarra-escapa, quando Peter deu por si estava quase sentado no colo de Wade, sendo lambido que nem um filhote de gato, enquanto não apenas Harry, mas quase metade da pizzaria assistia a cena.

— Prontinho, baby boy. Sua pele ficou polidinha.

Peter cobriu os olhos com a mão, muito ciente de que corava até as orelhas, sem que pudesse evitar.

— Minha vida é uma fanfic — ele disse baixinho — É a única explicação pro que tem acontecido. Ou isso ou Deus me odeia muito.

— Relaxa, Petey a gente só tava te marcando com meu cheiro — Wade disse antes de olhar atravessado para Harry. O capuz do moletom não permitia uma visão completa de seu rosto, mas havia algo ali que tornava clara a mensagem.

— Não tenho intenção nenhuma com o seu “boy magia”, a não ser amizade — Osborne declarou — Mas sou do tipo que não gosta de ver seus amigos em situações que os faça sofrer. Capice?

— Cara, gostamos de você. Tá aprovado com o novíssimo e recém-lançado “Selo Wade Para Amigos do Baby Boy” — e fez o sinal de “joia” com o polegar.

— E você, Harry? Quais são as novidades? — Peter mudou o assunto, antes que Wade dissesse mais gracinhas. Esperou a resposta enquanto pegava um guardanapo de papel para passar no rosto, temendo estar todo babado.

— Nada que se compare as suas! O colégio é muito chato, cheio de regras. Tem regras até para as regras! Não tem ninguém que valha a pena chamar de ‘amigo’.

— E as suas notas melhoraram? SOSSEGA, WADE!! — Peter empurrou a mão do rapaz, que queria enfiar-lhe um pedaço de pizza na boca.

— Vocês são uma figura! E as minhas notas estão medianas, desse jeito nunca vou entrar no MTI como meu pai tá esperando.

— É só se dedicar mais — Peter agora se esquivava do canudinho da latinha de Wade, todavia acabou desistindo e aceitando um gole. Imediatamente, Wade imitou o gesto, sugando o resto do refrigerante.

— Acabamos de ganhar um beijo indireto — ele piscou para Peter.

— Santo Deus, Wade!!

Harry apenas riu:

— Precisamos fazer isso mais vezes.

— De jeito nenhum!

— Já tá marcado!

Peter e Wade responderam ao mesmo tempo, ambos soando meio desesperados. Por motivos bem diferentes, claro.

— Cara, tem certeza que não tá rolando nada entre vocês? — Harry não resistiu. Tinha presenciado seu amigo ser acariciado, abraçado, afofado, bajulado e lambido; sem que Parker tentasse a sério cortar qualquer tipo de contato físico. Ele esperneava, esperneava, mas continuava ali, ao lado do doido do moletom.

— Com certeza não.

— A gente tá se pegando pra valer — Wade puxou Peter de encontro ao peito — Trocando nudes na madrugada e toda essa baboseira romântica pra criar um clima, falta pouco pro Cherry Boy liberar a entrada do estádio e mudar de status.

— Cala a boca, Wade. Não leva a sério, Harry. Deve ser hora de aumentar a dose de medicação...

— Não precisa se preocupar com a gente, Petey. Enquanto as vozes não me mandarem queimar alguém ou arrancar os olhos de alguém com os dedos e fazer a pessoa engolir ou cortar o pinto de alguém só pra enfiar no rabo dele, tamo de boa.

Terminou a frase ganhando olhares arregalados tanto de Harry quanto de Peter. Adorando tanta atenção, Wade Wilson cruzou as mãos atrás do capuz, na altura da nuca.

— É como dizem por aí. Iorolei iorolei iorolei ji ju.


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Notas finais do capítulo

Huahsuahsauh Wade começando a dizer que a loucura não tem a ver com delírios só do bem...

Baby Boy, não fuja depois dessa :D

Até segunda!