Astronaut: ReFlying escrita por Kaline Bogard


Capítulo 17
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Confusão? Confusão...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/697968/chapter/17

Astronaut: ReFlying

Kaline Bogard

Capítulo 15

 

Peter era uma constante vitima de valentões, e geralmente não revidava. Mas era uma pessoa que não conseguia assistir calado injustiças feitas com alguém que não podia se defender. Principalmente com uma garota!

 

Ei, tá tudo bem aí? — se viu perguntando para a dupla, sem que pudesse se segurar.

—--

Os dois protagonistas do pequeno drama voltaram sua atenção para Peter. O homem, figura sinistra com roupas pretas, soltou o braço de Jessica e fez menção de ir na direção do recém-chegado. Ela espalmou a mão em seu peito e o manteve no lugar.

— Cai fora, Killgrave.

O homem sorriu.

— Não vai escapar tão fácil, Jess — a frase soou tanto como uma ameaça quanto como despedida, pois ele partiu em seguida, ignorando Peter por completo.

— Acho que ele não deveria estar aqui, dentro da escola — o garoto assistiu enquanto o tal Killgrave se afastava, secretamente feliz por não precisar brigar com ele. Sem sombra de dúvidas perderia feio num confronto direto.

— O passado não respeita regras — Jessica voltou os olhos de íris escuras para Peter. Era um olhar selvagem e indômito, mas não assustador como pensou a princípio — Ele só te alcança, não importa o quão longe se afaste. E cobra o preço.

— Você está bem?

— Claro — ela riu de modo seco — Uma garota como eu não precisa da ajuda de um garoto como você.

A afirmação do óbvio foi um duro golpe para Peter, e ele nem tentou disfarçar. Sabia que não era capaz de muita coisa, mas levar a verdade na cara assim, sem piedade...

— Só fiz o que era certo.

Jessica balançou a cabeça e deu a impressão de que ia embora, quando Peter lembrou-se de sua tarefa.

— E-espera. Meu nome é Peter Parker, eu faço parte do jornal da escola e... e... queria saber se... — limpou a garganta tentando não soar tão patético — P-posso tirar uma foto?

A garota o olhou da cabeça aos pés, analisando-o com curiosidade. Acabou dando de ombros.

— Faça como quiser, Peter Parker. Sou Jessica, Jessica Jones. Mas é claro que já sabe disso.

Peter nem acreditou que ela aceitara! Mulheres eram mesmo menos complicadas. Feliz pela chance, tirou uma breve sequência de fotos, basicamente todas iguais já que a modelo sequer piscou.

— Obrigado! — agradeceu ao final da “sessão”.

— A gente se esbarra por aí. Ah, um conselho pra você: tome cuidado com as brigas que compra.

Peter não respondeu, ainda que tivesse uma certeza. Aquele conselho era dos que não conseguiria seguir. Ajudar alguém em apuros era uma das lutas em que sempre se envolveria.

—--

Dali foi direto para a sala do jornal, entregar as fotos para Mary Jane, que vibrou com cada uma das imagens. A veterana ficou tão feliz, que encheu Peter de elogios, que o deixaram embaraçado, porém orgulhoso. E estranhamente confuso.

Até semana passada aquele timbre de voz fazia suas pernas bambearem e o estomago derreter no meio das entranhas. Dessa vez? Nenhum sintoma foi detectado. Foi tão normal que Peter se perguntou se talvez estivesse superando a paixonite pela terceiranista, já que seu inconsciente sabia que nunca seriam mais do que bons amigos.

Com o dever cumprido, e liberado até que decidissem a pauta da semana seguinte, Peter foi para a última aula de sua grade, uma das opcionais que fazia apenas para juntar créditos. No caminho, encontrou com Tony Stark e Bruce Banner. A dupla interrompeu uma discussão acalorada apenas para intimá-lo a aparecer no clube de ciências na tarde seguinte. O prazo limite para decidir o projeto mordia-lhes a canela. Precisavam sair do impasse de qualquer jeito.

A aula de “Sociologia na Pós Modernidade” voou. O professor Henry McCoy era uma das maiores autoridades no assunto, apaixonado e dedicado pela profissão, que ministrava aquelas aulas graças as conexões do diretor Fury com uma famosa escola para Jovens Superdotados, fundada pelo renomado filósofo humanista Charles Xavier.

Sempre que saia daquelas aulas, Peter sentia que ampliara sua visão de mundo por insondáveis fronteiras. O tema riquíssimo o conquistava.

Chegava a hora de ir para casa, guardou o material que não usaria no armário, assim como a maquina fotográfica. Deu uma última olhada no celular e não se surpreendeu, quarenta e sete alertas de Wade. E uma mensagem de Harry Osborne! O amigo queria que saíssem para uma pizza naquela noite. Só um despreocupado como Harry marcaria algo em plena segunda-feira! Respondeu aceitando.

Passava pela área gramada, nas proximidades da quadra, quando notou a figura familiar sentada na grama, recostada contra o tronco de uma árvore. Desviou o caminho sem pensar duas vezes.

— Ei! Wade...? — desconfiou que o rapaz estivesse dormindo, aproveitando que o capuz cobria seu rosto, mas o outro ergueu a cabeça e sorriu.

— Baby boy! Eu pensava em você agora mesmo. Deve ser destino.

— Tá na hora de ir embora — Peter ignorou o que ouvira. Não sentiu a menor tentação em descobrir que tipo de pensamento em relação a si rondava a mente de Wade.

— É, tá na hora — ele nem se moveu — Eu só estava aproveitando a paz. Não é sempre que as vozes calam a boca...

Vozes? Claro, Wade já falara algo sobre aquilo antes, justificando o uso do plural na própria fala. Sabia tão pouco sobre aquele rapaz. Acabou suspirando e sentando-se na grama.

— Então você ouve vozes?

— O tempo todo, baby boy. A casa é bem barulhenta — e bateu com o indicador na têmpora, para deixar claro que se referia à própria cabeça.

— Os remédios não ajudam?

— Ajudam, claro. Sem eles... vish... a gente fica doidão. “Doidão” do tipo não legal.

Peter não disse mais nada. Depois de interagir com Jessica Jones não tirara conclusão sobre possíveis doenças mentais, pelo menos não a ponto de ser evidente como a esquizofrenia de Wade. Talvez o elo em comum fosse outro. Queria perguntar mais sobre o passado dele, sem entender bem de onde vinha o novo interesse. Seriam as palavras de Tarika sobre os laços de amizade? Amigos cuidam de amigos, ela deixara claro.

— Petey, esse silêncio... tá rolando um clima aqui?

— Quê? — Peter foi tirado dos pensamentos, olhando para Wade sem entender direito a pergunta.

— Clima, sacou? Musiquinha romântica de fundo, brilhinhos no ar, cupido... a porra toda. Tipo um aquecimento pra gente trocar umas bitocas.

— Tava demorando — o garoto resmungou — Com vozes ou sem vozes, você não tem jeito!

— Eu sou quem eu sou, Petey. As vozes fazem parte do delírio, mas não são o pacote completo.

— Pois os seus delírios precisam de um foco melhor. Isso aqui — apontou de si para Wade — É apenas amizade, nunca será mais do que amizade. Não é suficiente?

Com a agilidade de um gato, Wade sentou-se sobre o gramado perto o bastante para passar os braços ao redor de Peter e puxá-lo de encontro ao peito.

— O baby boy é demissexual, saquei. Não se preocupe, Petey. Posso ser bem paciente quando vale a pena — sussurrou isso próximo ao ouvido do garoto, que arrepiou-se um pouco antes de sentir cócegas pela proximidade.

— WADE!! — ele reclamou — Eu sou “demi” o quê?! Me solta!!

Wade Wilson riu sacana e, de maneira atípica, obedeceu. Ficou olhando tão intenso para Peter, que o pobre coitado sentiu o rosto esquentar. Para disfarçar, pôs-se de pé e ajeitou os óculos no rosto.

— Até amanhã — falou de mau-humor. Não esperou resposta, pegou a mochila e partiu. Wade voltou a recostar-se à arvore. O sorriso indecifrável em momento algum lhe abandonou a face.

— Vocês tinham razão — ele disse divertido para o ar — O baby boy é o parafuso que a gente nasceu sem. Só falta ele aceitar isso.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Confusão...? #EuMenti

Hahsoahsoashashoa

Estou feliz com a primeira recomendação da história! Obrigada Wywern pelo carinho! Semana que vem o Harry aparece (sem mentiras dessa vez)

Boa semana!! :D